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Bispos atacam Governo por falta de liberdade
2007-07-11 22:59:08

Há quase duas décadas que não era tão evidente a ruptura entre a Igreja Católica e o Governo. Ontem, em Fátima, os bispos falaram de “falta de diálogo”, mostraram “muita preocupação com o comportamento do Estado” e disseram claramente que, nesta altura, “não há liberdade de Educação em Portugal”.

No final da reunião do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Carlos Azevedo, bispo auxiliar de Lisboa e porta-voz da CEP, disse que “a Igreja não é uma instituição qualquer” e sublinhou que “o peso da Igreja na sociedade portuguesa não é o Estado que o define”.

São vários os temas da discórdia, mas os cortes na área da Educação, os atrasos na regulamentação da Concordata e as alterações na legislação, que regulamenta a Comunicação Social, são os assuntos que mais preocupam os líderes da Igreja Católica.

D. Carlos Azevedo recusou que exista um clima de guerra – disse mesmo que a Igreja “não é nenhuma força sindical” –, mas a verdade é que os prelados não estão nada contentes com a forma como o Governo trata a principal religião do País.

O despedimento iminente de cerca de duas mil pessoas, ligadas à educação e instituições de solidariedade social, é outro tema quente, com a agravante, segundo os bispos, de as novas determinações não permitirem a livre escolha das pessoas.

“Não há liberdade de educação em Portugal”, afirmou D. Carlos Azevedo, criticando igualmente o corte nos apoios à Universidade Católica.

Depois há a questão da regulamentação da Concordata, que foi assinada no tempo de Durão Barroso e passou a marcar passo com Sócrates e a nova Lei da Comunicação Social que, segundo os bispos, “está feita para cortar as pernas aos órgãos de comunicação católicos”.

Referindo que no Estado “há uma minoria aguerrida, de mentalidade laiciza que teima em rejeitar a dimensão religiosa da sociedade”, D. Carlos Azevedo manifestou esperança na audiência com o primeiro-ministro e disse que o debate vai continuar em Setembro, na reunião da CEP, em Roma. Com Luís Oliveira.

PONTOS QUENTES

EDUCAÇÃO

É um dos cavalos de batalha dos bispos portugueses. O Governo cortou nos apoios à Universidade Católica, aos ATL das instituições de solidariedade, o que pode provocar mais de dois mil despedimentos. Também não dá qualquer apoio ao ensino católico e os prelados dizem que há “uma grande injustiça”.

CONCORDATA

Depois da assinatura do acordo entre o Estado português e o Vaticano (era outro o Governo e até outro o Papa), tudo parecia ser rosas. Só que não há meio de regulamentar as questões acordadas. Mas pior do que isso é exigir o cumprimento de alguns deveres sem ceder nos respectivos direitos.

COMUNICAÇÃO SOCIAL

Aqui os bispos chegam mesmo a falar de falta de liberdade. É que, dizem os prelados, a nova lei vai ao ponto de interferir na vida de cada órgão de comunicação, incluindo nos pequenos jornais de paróquia. Para os homens da Igreja, há aqui uma intenção clara de silenciar os jornais e os rádios católicos.

Fonte CM

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