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Dar voz à Igreja do silêncio
2006-06-21 23:00:08

A liberdade religiosa é um direito fundamental de todo o ser humano, que foi proclamado na Declaração Universal dos Direitos do Homem, que se encontra consagrado na lei portuguesa (Lei da Liberdade Religiosa de 2001) e cuja importância tem sido continuamente reafirmada pelos últimos Pontífices da Igreja Católica, principalmente desde a Declaração Dignitatis Humanae, proclamada no Concílio Vaticano II.

Contudo, o Papa Bento XVI lembrou em Janeiro que a liberdade religiosa é ainda gravemente violada em alguns Estados, por falta de legislação que a salvaguarde ou porque o poder político e as autoridades nacionais não actuam de forma a proteger o direito de professar livremente uma fé.

Como também afirmou recentemente o Arcebispo Mons. Giovanni Lajolo, Secretário da Santa Sé para as Relações com os Estados: “A Igreja não pode calar, sob qualquer forma, quando está em causa a dignidade, os direitos fundamentais dos seres humanos ou a liberdade religiosa”.

Procurar informar de forma simples e imparcial sobre a Igreja perseguida, denunciar os atropelos e os crimes cometidos contra os direitos fundamentais do ser humano e contra a sua dignidade, é uma das principais áreas da missão da Ajuda à Igreja que Sofre em todo o mundo.

No âmbito desta missão de dar voz aos que sofrem em silêncio, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre vai publicar brevemente em Portugal o seu relatório anual sobre a liberdade religiosa no mundo e promover um colóquio (Liberdade religiosa no Mundo: Direitos das comunidades e dignidade humana) em torno desta questão, no próximo dia 27 de Junho. Através destas iniciativas procura-se assim denunciar as situações dramáticas vividas, em pleno século XXI, pelas comunidades religiosas em países como a China, a Coreia do Norte ou a Palestina.

Para este colóquio foram convidados especialistas e representantes da Igreja Católica para dar o seu testemunho sobre a perseguição e discriminação religiosa. O diálogo inter-religioso no contexto da globalização estará também em análise, num período dominado pelo receio do extremismo fundamentalista e pelo receio do “choque das civilizações” entre Ocidente e Oriente, que voltou à discussão pública após a publicação nos media ocidentais de caricaturas de Maomé.

Lamentavelmente, a perseguição e a violência por motivos religiosos é ainda uma realidade dos nossos dias: em Fevereiro deste ano fomos confrontados com uma série de notícias de assassinatos de sacerdotes e de fiéis, como foi o caso do Padre Andrea Santoro, morto na Turquia às mãos de um jovem de 16 anos, instigado por fundamentalistas islâmicos. A violência contra representantes da Igreja teve várias manifestações outras, entre as quais, a morte de um sacerdote espiritano português, de 80 anos, morto por alegados assaltantes “a tiro e à catanada” em Angola.

A agência do Vaticano, FIDES, informou recentemente que entre 2001 e 2005 foram assassinados 129 agentes pastorais. Para além destes atentados contra os representantes da Igreja Católica, milhares de crentes sofreram em todo o mundo com a violência por motivos religiosos. São, na sua maioria, casos esquecidos pelos grandes meios de comunicação social e desconhecidos da opinião pública.

Para além do auxílio material às Igrejas dos países onde os cristãos sofrem discriminações, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre procura também proporcionar-lhes auxílio espiritual, através de iniciativas que promovem a oração. Todos os anos, no dia 13 de Julho, a Fundação Ajuda è Igreja que Sofre promove uma Jornada de Oração em união espiritual com a Igreja perseguida, em colaboração com as dioceses e os mosteiros de vida contemplativa. Diariamente, os colaboradores da Fundação recordam na oração os seus irmãos necessitados e perseguidos.

Esta data está ligada à Mensagem de Nossa Senhora de Fátima aos Pastorinhos, a 13 de Julho de 1917, cuja interpretação remete para o sofrimento dos mártires da Igreja durante o século XX e que inspirou o Padre Werenfried van Straaten a fundar a Ajuda á Igreja que Sofre.

Fonte AIS Notícias

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