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Religiões unidas num apelo pela paz - Documento conclusivo do encontro internacional “Homens e Religiões”, promovido pela Comunidade de Santo Egídio
2005-09-15 22:05:22

“Nós, homens e mulheres de religiões diferentes, reunimo-nos na antiga cidade de Lyon para rezar, para dialogar, para fazer crescer um humanismo de paz. Rendemos homenagem à memória de João Paulo II, um homem de diálogo e testemunha tenaz da santidade da paz.

Estamos convencidos de que, sem paz, este mundo se torna desumano. Escutámos o grito de todos os que sofrem pela guerra e pelo terrorismo. Aproximámo-nos, com atenção, das nossas tradições religiosas e lemos uma mensagem de paz. Rezámos pela paz no mundo.

Em nome da paz, dirigimo-nos às pessoas das nossas religiões, aos homens e mulheres de boa vontade e a quem, apesar de tudo, crê que a violência faz um mundo melhor. E dizemos-lhes: é tempo de acabar com o uso da violência! A vida humana é sagrada. A violência humilha os homens e a causa de quem a utiliza. O mundo está cansado de viver no medo. As religiões não querem a violência, a guerra, o terrorismo. Dizemos isto com convicção!

A paz é o nome de Deus. Deus não quer a eliminação do outro, Deus tem compaixão por quem sofre sob os golpes da violência, do terrorismo, da guerra. Quem utiliza o nome de Deus para afirmar um interesse partidarista ou legitimar a violência desonra a religião. Não há guerra que seja santa. A humanidade não melhora com a violência e com o terror.

As religiões ensinam que a paz do coração é decisiva. Deus dá a quem crê n’Ele. A nossa firme esperança é que a paz, dom de Deus, se estenda a todos os homens e mulheres, abrace todos os povos da terra, detenha as mãos dos violentos e toque os desígnios do terror. Foi por isso que nós rezámos em Lyon.

Constatámos também que as dores do mundo são muitas: a humanidade está ainda muito longe de realizar esses Objectivos do Milénio, que tinha adoptado para acabar com a pobreza, para garantir o direito a tratamentos, à educação, à água, à segurança de vida, à libertação da fome. Isto é muito grave! O nosso mundo permanece marcado por pobrezas desesperadas. É uma constatação dolorosa que manifestamos com grave preocupação aos responsáveis políticos. Fazemo-nos intérpretes do desespero e da necessidade de milhões de pobres da terra. Pedimos uma concentração de energias e recursos maiores para fazer menos pobre e mais humano o mundo do século XXI.

A paz faz com que haja mais hipóteses de um mundo melhor. O caminho para a paz é o diálogo. Em vez de nos deixar indefesos, o diálogo protege; faz do estranho amigo; permite o trabalho em comum para lutar contra a pobreza e todo mal.

Em Lyon vivemos um diálogo franco, iluminado pelo espírito religioso da oração. Dialogámos entre representantes de várias comunidades religiosas e com os humanistas de nosso tempo. Fizemos emergir as profundas diversidades entre religiões e culturas. O mundo, apesar de estar globalizado, não é totalmente igual. Mas ficou claro que há um destino único. Chegou a hora de trabalhar juntos com valentia por um humanismo capaz de construir a paz entre os povos e os indivíduos.
O objectivo não é a afirmação de um ou do outro, mas a realização de uma civilização na qual vivemos juntos. A arte do diálogo é o caminho paciente para construir esta civilização da convivência.

Que Deus conceda ao mundo e a todo homem e mulher o dom esplêndido da paz!”

Fonte Ecclesia

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