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Ícone de Kazan volta para casa
2005-07-25 21:26:52

O Patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Alexis II, vai entregar à cidade de Kazan o ícone de Nossa Senhora que lhe fora devolvido por João Paulo II em Agosto passado. Esta imagem da Virgem é uma das mais veneradas da Rússia.

Alexis II está em Kazan entre hoje e amanhã, dia em que terá lugar a entrega da relíquia. Esta viagem insere-se na comemoração do milénio da cidade.
O ícone da Virgem de Kazan, milagrosamente aparecido nessa cidade em 1579, foi roubado do Mosteiro da Virgem, pouco antes da revolução bolchevique de 1917.
Por expresso desejo de João Paulo II, o Patriarca Ortodoxo de Moscovo recebeu no passado dia 28 de Agosto, das mãos do Cardeal Walter Kasper, o Ícone da Mãe de Deus de Kazan, um acontecimento de “dimensão histórica” segundo o porta voz do Vaticano, Joaquín Navarro-Valls.
Nessa altura, Alexis II não quis devolver o ícone à Diocese de Kazan porque o antigo Mosteiro da Virgem tinha sido ocupado por uma fábrica. Entretanto, as autoridades locais desalojaram o edifício e restauraram o convento.

História do Ícone
Este Ícone ou imagem de Nossa Senhora com o Menino é do tipo “Odighitria” (Aquela que indica o caminho). Toma o nome da cidade russa de Kazan, onde, no ano de 1579, teria sido recuperada, por uma menina de nove anos, das ruínas de uma casa destruída por um incêndio. Era uma das muitas cópias de um outro Ícone mais antigo que se encontrava em Constantinopla e que, segundo a tradição, fora pintada pelo evangelista S. Lucas.
Está ligada a vários factos da história russa: a libertação de Moscovo e da Rússia das tropas polacas (1612), das tropas de Napoleão (1812) e também das tropas de Hitler (1941). Venerava-se especialmente na catedral de Kazan, próximo de São Petersburgo, e também na Praça Vermelha de Moscovo, numa igreja consagrada em 1630, demolida nos anos 30 do século XX, e reconstruída de raiz, já depois da queda do regime comunista russo, em 1990.
O Ícone que agora vai ser entregue à Rússia foi examinado por quatro peritos russos e por quatro do Vaticano que concluíram ser uma cópia dos finais do século XVII ou princípios do século XVIII. Nos finais do mesmo século XVIII, foi coberto com uma placa de prata e adornada com pedras preciosas. Levado da Rússia para o ocidente, passando pela Inglaterra, foi parar aos Estados Unidos. Conta John Haffert, um dos fundadores do Exército Azul, que o viu na Feira Mundial de Nova Iorque, em 1964.
Depois de muitas vicissitudes, foi o mesmo Exército Azul, agora denominado Apostolado Mundial de Fátima, que o adquiriu por um grande preço e enviou para Portugal, para ser entronizado na Capela bizantino-russa da “Domus Pacis” (sede internacional do Exército Azul), onde chegou no dia 21 de Julho de 1970. Foi uma cerimónia tocante a que juntou, na Capelinha das Aparições, o Ícone de Nossa Senhora de Kazan e a imagem de Nossa Senhora de Fátima, chegando aquele a ser colocado na própria coluna que assinala o sítio da azinheira, onde Nossa Senhora, a 13 de Julho de 1917, profetizou a conversão da Rússia e o triunfo do seu Imaculado Coração.
Entre 1974 e 1982, o Ícone de Kazan esteve nos Estados Unidos, regressando a Fátima a 9 de Maio de 1982.
A 26 de Fevereiro de 1993, o Apostolado Mundial de Fátima (Exército Azul) “fez oferta irrevogável e transferiu a propriedade e o título do Ícone de Nossa Senhora de Kazan para a Santa Sé, para uso do Santo Padre e para que sirva para glória de Deus e em honra de Nossa Senhora de Fátima”. A entrega foi feita no dia 1 de Março de 1993, na Domus Pacis, pelo então director da sede internacional do Exército Azul, Sr. António Jacinto Pereira, a Mons. Luigi Pezzuto, Encarregado de Negócios da Nunciatura Apostólica de Lisboa, estando presente o Bispo.

L. Cristino,
Director do Serviço de Estudos e Difusão do Santuário de Fátima

Fonte Ecclesia

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