Já fui criança, frequentei a Catequese, recebi a Primeira Comunhão e fiz uma pausa da Igreja que durou vários anos. Felizmente voltei à Igreja - e dou graças a Deus por isso.

Casos como o meu são mais que muitos, não só na altura, como hoje em dia. E hoje que me sinto realmente comprometido com Deus e com a Igreja, olho para trás e apercebo-me que, quando fiz a Primeira Comunhão, não tive noção daquilo que fiz.

Não quero com isto ciriticar os catequistas, eu hoje também sou catequista e aconteceu o mesmo com muitas das minhas crianças. Hoje apercebo-me que há muita coisa na Igreja que uma criança com 8 ou 9 anos não consegue perceber, o que leva muitas a não se sentirem chamadas à Igreja - para elas a Primeira Comunhã é o fim de uma etapa, quando deveria ser o princípio.

Gostava de saber opiniões sobre este assunto - será que uma criança consegue ter verdadeira noção do que é a Comunhão?

Inteiramente de acordo contigo. Quando fiz a primeira comunhão muitos eram os miúdos de 6 anos e alguns de 5 anos! Francamente, isto dá que pensar. Antes do Concílio, havia casos em que com esta mesma idade já havia miúdos que eram crismados pelo bispo, pois ele passava pelas paróquias muito raramente.

Actualmente já não é tanto assim, mas há certamente muito caminho a percorrer.

Talvez seja a hora dos catequistas se manifestarem por cá... Susete! ;-)

Alef

nem os adultos têm, quanto mais as crianças... ainda há adultos que estão convencidos que estão a comer o corpo de cristo, e se preocuoam se fica colado á dentadura...

Como a Susete está ali um pouco ocupada com a Newsletter, vou dar o meu (nosso) contributo.

Penso que aquilo que o Rui B. disse sobre a Primeira Comunhão, se aplica a outros sacramentos, nomeadamente, a Confirmação, ou Crisma. Neste caso, parece-me ainda mais grave que alguém que se acaba de confirmar na fé perante uma comunidade, a entenda como o fim de um caminho e não o início de um novo que agora começa. Ainda há algum tempo atrás, comentava isto em conversa com um padre da nossa diocese, e se não deveria a Igreja ser mais "rígida" (ou rigorosa) no momento de dar o sacramento.

A resposta do padre em causa fez-me pensar. Disse-me que é preferível dar o sacramento pois nunca sabemos a acção do Espírito Santo na vida daquela pessoa.

Respondendo à questão do Rui B., talvez a criança não tenha a noção do que é a Comunhão, correndo o risco de ter uma noção bastante errada (ainda há algum tempo alguém comentava que uma criança não queria comungar porque não queria comer o Jesus...). Mas, decerto que a Primeira Comunhão será um marco na fé na vida dessa criança, mesmo quando for adulta. E quando crescer, num momento de maior dúvida, provavelmente o ter feito a primeira comunhão pode fazer pesar o prato da balança um pouco mais, a ponto de o fazer voltar a ter uma vida na comunidade mais activa.

Partilhando o meu caso pessoal, não tenho dúvidas que hoje sinto um compromisso com a Igreja muito maior do que quando fiz o Crisma. Mas foi importante tê-lo feito naquela altura.

Sobre a melhor altura para fazer a Comunhão? Penso que os 8 ou 9 anos, como actualmente se encontra, é uma boa altura. Lembro-me que após ter feito a primeira comunhão, adquiri um gosto adicional em ir à missa. Afinal de contas, já era como os adultos pois também já podia ir comungar. :-) Talvez as crianças continuem sem perceber muito bem em que consiste a primeira Comunhão, mas é um marco importante na caminhada deles, e caso sejam devidamente acompanhados pelas famílias, a Comunhão não será o "fim da linha". Não tenho números nem estatísticas, mas penso que o abandono da vida comunitária se dá mais após o Crisma que após a primeira Comunhão (o que é um contra-senso).

Luis

Paula, dizes:

"ainda há adultos que estão convencidos que estão a comer o corpo de cristo"

Se não estão, estão a comer o quê?


Hugo

uma espécie de bolachinha sem sal.
ou ati sabe-te a carne humana?

taliban:
falas por já teres experimentado?

Curioso...........................

Rui B


Quando a minha filha tinha 6 anos, ela nao queria ir a missa e dizia: que vou eu la fazer, nem posso comer daquele bolo! Era um diabito na igreja, sempre para um lado e para o outro.....lol
Um dia falei com o paroco, homem humilde, compreensivo e inteligente e dperguntei-lhe, se a Catarina podia fazer a primeira comunhao? Ja a tinha Baptizado. Contei-lhe o sucedido: ele disse, vamos ver e sorriu. La foi para a catequese e chegou ao fim, fez a primeira comunhao. No Dia que fez a comunhao e nos Domingos a seguir disse-lhe. Agora ja vais comungar, vais estar sossegadinha no banco como as outras pessoas! Entao nao sabem que mudou radicalmente! Nunca mais se levantou do banco na hora da missa...

não, não sou canibal.
mas não sei se estou no meio deles

Descansa, Taliban, que ninguém te come.

Não queremos que te compares (ainda mais?) com Deus.

Hugo

Ai Não comes não que eu não deixo...

.

ja fui católico não fiz a primeira comunhão e acho isso uma pura perca de tempo. o que me salva é minha comunhão com cristo e com todos os irmãos que aceitam cristo como único e suficientesalvador.

Só devia fazer quem estivesse preparado e quem quisesse fazer.
Fui catequista durante 7anos e tenho os sacramentos até ao Crisma.
É verdade que nós quando fazemos a 1ªComunhão com 8anos não temos a verdadeira noção da dimensão do sacramento, mas não deixa de ser um momento muito especial. Já fiz a 1ªComunhão à 21 anos e ainda me lembro do dia, de estar na igreja com os outros meninos e do dia anterior quando nos fomos confessar pela 1ªvez. Com 15 fiz a Profissão de Fé e com 17 o Crisma. Penso que foi a idade ideal. Hoje na minha paróquia já não é assim. Desde que eu fiz já retiraram dois anos de catequese de jovens e agora fazem aos 15/16 anos. Também depende das pessoas, mas acho que os jovens com essa idade não estão maduros para este sacramento.
Qual é a pressa? Não estamos a falar dum curso que tem principio, meio e fim. Estamos a falar de uma forma de estar e viver a vida. Contam-se pelos dedos os jovens que depois de fazer o Crisma permanecem assiduos à Eucaristia.