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Comunhão na mão
Escrito por: Luis Marques (IP registado)
Data: 21 de April de 2004 10:22

Em Março fui à Zambujeira do Mar e no Domingo fui à Missa como habitual.

No momento da comunhão quando chegou a minha vez de comungar o Padre nitidamente quis que eu comungasse na mão.

Não tenho nada contra as pessoas que comungam com a mão mas no meu caso particular nunca o fiz e não o pretendo fazer.

Sem pretender provocar qualquer escandalo disse ao Padre que preferia comungar directamente na boca ao que o Padre respondeu prontamente que aqui comungava com a mão.

Um bocado chocado no momento não fui capaz de comungar e saí da fila.

No fim da Missa e indignado fui tentar respeitosamente explicar as minhas razões ao Padre mas não quis quaquer conversa tendo-me chamado paranóico.

Sinceramente gostaria de saber se um católico tem ou não o direito de comungar directamente sem utilizar as mãos ou se um Padre pode impor a forma da comunhão.

Obrigado

Luis Marques

Re: Comunhão na mão
Escrito por: Luís Marques (IP registado)
Data: 21 de April de 2004 11:19

Em 10 de Outubro de 1975, a Conferência Episcopal Portuguesa obteve licença para os fiéis de Portugal poderem comungar na mão. O texto respectivo é acompanhado das seguintes normas:

a) A introdução do rito da comunhão na mão deve ser precedida de uma catequese oportuna, capaz de renovar o espírito de fé na Eucaristia, que se há-de manifestar até na maneira de os fiéis aceitarem em suas próprias mãos o Corpo do Senhor.

b) Esta maneira de comungar não deve ser imposta aos fiéis, pois a eles se deve deixar a escolha sobre a forma de receber a Eucaristia. Deste modo, não será de estranhar que, numa mesma celebração, haja quem receba a sagrada partícula na língua e quem a receba na mão. O ministro que distribui a comunhão nunca deve impor os seus gostos e preferências, nem substituir-se à vontade livre dos comungantes.

c) Quanto à comunhão na mão, pastores e fiéis devem preocupar-se em realizar o gesto de maneira digna e significativa. Para tanto, e segundo a antiga tradição, o ministro colocará o Pão consagrado na mão do fiel, o qual comungará antes de regressar ao seu lugar, por não parecer conveniente que o faça enquanto caminha, devendo ter ainda todo o cuidado com os fragmentos que eventualmente se desprendam (Nota pastoral do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa: Lumen, 1975, p. 460: EDREL 2823)

Re: Comunhão na mão
Escrito por: Luís Marques (IP registado)
Data: 21 de April de 2004 11:20

Para que não hajam confusões... o segundo Luís Marques (eu) não é o mesmo que inaugurou este tópico.

Cumprimentos

LM

Re: Comunhão na mão
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 21 de April de 2004 11:43

Parece-me despropositado negar a comunhão a alguém, seja na mão ou na boca, pelo simples facto de não concordar com o rito em si. Se alguém quiser comungar na mão o padre não se deve opor, o mesmo acontece se alguém quiser comungar na boca.

Assim que li a primeira mensagem, pareceu-me que o padre em causa se precipitou na sua decisão, e lembrei-me que a pessoa em causa poderia nem ter qualquer problema em comungar na mão, mas, simplesmente, não ter as mãos limpas para o fazer. Estou-me a lembrar de uma vez que estava de carro e tive que meter gasolina no caminho para a Igreja, e não tive oportunidade de lavar as mãos, e por esse motivo, não recebi a comunhão na mão. Penso que o padre não colocou uma hipótese semelhante.

Luis

Re: Comunhão na mão
Escrito por: Pedro B (IP registado)
Data: 21 de April de 2004 14:07

Caro Luís

Parece-me que a posição do Luis Marques não é essa.

O LM nunca comungou na mão e não o pretende fazer.

Aliás muitas pessoas têm essa posição que é perfeitamente respeitável e enquadra-se nas regras da Igreja.

Eu mesmo também não comungo na mão e acho incrível que os Padres forcem uma decisão que cabe a cada um.

Já por diversas vezes assisti a recomendações nas Missas e sinceramente entendo que é de evitar.

Para uns será uma mera tradição para outros será porque entendem que as mãos não dignas ou não estão suficientemente purificadas para tocar na Sagrada Partícula, enfim as razões podem ser muitas o que devemos é evitar é que os Padres ou os Leigos queiram impor uma ou outra vontade ou posição.

Saudações

Pedro B

Re: Comunhão na mão
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 21 de April de 2004 14:21

Concordo contigo, PedroB.

Luis

Re: Comunhão na mão
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 21 de April de 2004 15:26

Luis Marques


Prefiro comungar da minha mao. O padre pode lavar as maos ou nao. As minhas sei que estao limpas.
Luis Marques, temos que nos modernizar, comungar da nossa mao ate e mais higienico. Por vezes o padre sem querer toca nos labios dos outros.

Re: Comunhão na mão
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 21 de April de 2004 15:46

Penso que receber o pão eucarístico nas mãos estará mais de acordo com os gestos de Jesus Cristo na instituição da Eucaristia. De qualquer modo, dada a tradição, acho que a vontade dos fiéis deve ser respeitada e os ministros da comunhão devem estar preparados para as duas hipóteses.

AOMSoares

Re: Comunhão na mão
Escrito por: Pedro B (IP registado)
Data: 21 de April de 2004 16:47

Cara Ana

As mãos do Padre estão limpas, aliás mais do que limpas estão purificadas.

O Rito do "lava mãos" que assistes na Missa não é em vão, nem um adereço sem sentido. Significa a purificação das mãos do Sacerdote.

Pedro B

Re: Comunhão na mão
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 21 de April de 2004 16:59

Pedro B

Alguns padres, nao lavam as maos, esquecem-se:-) Nunca viste isso?

Re: Comunhão na mão
Escrito por: Pedro B (IP registado)
Data: 21 de April de 2004 17:07

Ana

Se não o fazem deveriam fazer.

Pedro B

Re: Comunhão na mão
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 21 de April de 2004 19:27

A obrigatoriedade da comunhão na boca e só sob a forma de "hóstias" começou na Idade Média, já no segundo milénio da nossa era. Antes comungava-se normalmente sob as duas espécies (pão e vinho consagrados) e não havia hóstias, mas pão. Ao comungar na mão não estamos a ser "progressistas", mas profundamente de acordo com a Tradição da Igreja. Hoje em muitos sítios as pessoas comungam na mão e em muitas das igrejas que conheço dá-se a comunhão sob as duas espécies, sobretudo nos EUA. Por muito que se "remordam" certos tradicionalismos, esta é a forma mais tradicional da Igreja.

Contudo, alguns abusos (por exemplo, o guardar a hóstia consagrada para bruxaria) e, particularmente, o acentuar da teologia fisicalista da presença de Cristo (ou a transubstanciação) nas espécies consagradas levou a que se "universalizasse" a comunhão na boca.

De qualquer modo, acho muito mal que certos padres se recusem a dar a comunhão na boca, como acho mal que outros se recusem a dar a comunhão na mão. Os primeiros sofrem de um certo "iluminismo" de alguns padres que querem forçar a consciência das pessoas para serem mais "modernos" e nisso caem no mesmo erro de certos tradicionalistas. Os segundos mostram uma grande ignorância. Uns e outros revelam uma grave falta de sentido pastoral.

Pessoalmente, parece-me que deve haver uma cuidada catequese no sentido de pôr de ajudar as pessoas a recuperar as práticas mais antigas da Igreja, e incutir um sentido realmente comunitário nos gestos litúrgicos, mas sem forçar a consciência. Se há pessoas que pensam que a sua língua está mais limpa que as suas mãos (coisa que haveria que provar), pois que comunguem na boca.

Já agora, uma pequena nota de "reportagem". Há já muitos anos estava eu numa paróquia que não tinha pároco (tinha falecido) e um bispo auxiliar daquela diocese, num gesto de grande simpatia, foi lá celebrar a vigília pascal. Como havia muita gente e não havia ministros extraordinários da comunhão, o bispo pediu a alguém para ajudar a distribuir a comunhão. Disponibilizei-me a tal e digo que foi uma experiência que teve o seu quê de estranho. Talvez por falta de destreza da minha parte, talvez por outros motivos que não vou abordar, senti-me muito incomodado pela quantidade de "lambidelas" que os meus dedos levaram daquelas pessoas, sobretudo das pessoas mais idosas. Não é também isto uma questão de saúde pública? Atenção: este não é «o» argumento, mas não havendo uma questão teológica para negar a comunhão na mão (pelo contrário!), este argumento tem sentido, pelo simples "bom senso", não lhes parece?

A argumentação tradicionalista contra a comunhão na boca por parte de alguns websites tradicionalistas que pululam pela net é insustentável e baseada em muitas falsidades e/ou meias verdades. Contudo, acho um bom exercício a sua leitura, pelo que aqui fica uma referência num website candidato à categoria de "tangas diversas". Ora vejam o "link" a seguir sobre a comunhão na boca em [www.amen-etm.org], que apelida a comunhão na mão de "flagelo sacrílego". Para uma visita geral a este website, cheio de "relíquias" do mau gosto religioso e puras paranóias(vejam-se por exemplo, algumas "leituras teológicas" de fenómenos políticos portugueses!), visite-se o "índice geral" em [www.amen-etm.org]. Enfim, isto é o "Exército de Maria"...

Assim vai o nosso mundo...

Alef

Re: Comunhão na mão
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 21 de April de 2004 20:09

Alef

Afinal eu sempre tenho um pouquinho de razao...sempre e mais higienico receber a hostia na nossa mao...e sabem qual e a mao que a recebe? A esquerda, com a direita por baixo!

Re: Comunhão na mão
Escrito por: Pedro B (IP registado)
Data: 21 de April de 2004 20:26

Alef

Congratulo-me de defenderes que achas muito mal que os Padres se neguem a dar a comunhão à mão.

De facto nunca toquei numa sagrada hostia com as mãos nem o tenciono fazer por toda a minha visa.

De resto se não provocasse alguma pertubação preferiria comungar de joelhos. Como é complicado limito-me a comungar com o coração de joelhos.

Revejo-me nas tuas palavras. Afinal algum dia haveria de ser.


Pedro B.

ps - Já agora o que é isso do acentuar da teoria fisicalista da transubstanciação?

Re: Comunhão na mão
Escrito por: paula (IP registado)
Data: 22 de April de 2004 06:15

Curioso.. Não é essa teoria que é defendida pelos delíriios místicos da alexandra, solnado, ker dizer da alexandrina, aqui trazidos palo avlis?

Essa teoria fisicalista não vai contra a doutrina da Igreja? ( Pra lá de ir contra a înteligência de qualquer adulto que tenha ultrapassado o pensamento mágico?)

Re: Comunhão na mão
Escrito por: Luciana (IP registado)
Data: 22 de April de 2004 14:55

Para Luis

Certamente temos o direito de optar em comungar na boca ou na mão. Digo isto pq tambem passei e ainda passo por certas dificuldades aqui na minha cidade tambem. Eu comungava na mão, mas depois de certas formações e em saber que na mão algumas particulas do corpo de Cristo podem se perder, optei em comungar diretamente na boca. Pra vc ter idéia eu e meu esposo somos os únicos que comungam na boca...já reparei isso pois quando fomos na fila da comunhão teve um ministro que deixou tão baixo a eucaristia que tivemos que nos curvar para poder pegar com a boca a eucaristia.........Achamos um absurdo e se continuar acontecendo tambem vamos falar com o pároco pois ele deve dar formação aos ministros.
Fique com Deus

Luciana
Joinville-SC

Re: Comunhão na mão
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 22 de April de 2004 15:40

Caro Pedro B:

A questão do “fisicalismo” a que aludi é muito complexa, pelo que apenas refiro um ou outro aspecto. Em tempos discuti noutro fórum durante muito tempo esta questão da presença real de Cristo nas espécies consagradas com alguém que, se bem me lembro, era Testemunha de Jeová. Neste fórum já discuti o assunto ao de leve com a Andréia, há uns bons tempos. Creio que não é preciso entrar por agora por esses meandros.

Um dos problemas apontados por alguns que se opõem à comunhão na mão é a de que sempre se desprendem algumas pequeninas “migalhas” que ficarão nas mãos ou caem ao chão e isso seria um sacrilégio, porque se “desprezaria” o Corpo de Cristo. Acontece que, entre outras coisas, subjaz a esta forma de pensar uma visão de tipo mágico que pouco tem que ver com a teologia da Eucaristia. A presença do Corpo e Sangue de Cristo não é a mesma presença da carne do talho – perdoem-me a crueza da expressão, para mostrar o “onde” quero chegar –. É outro tipo de presença, mas que é real... Há questões complexas, como o problema da terminologia “transubstanciação”, que está “datada” (filosofia-teologia aristotélico-tomista, onde o termo “substância” era fundamental, ao contrário de hoje, onde “substância” nada significa na filosofia contemporânea) e de possíveis alternativas (trans-significação, trans-presença, etc., etc...).

Haveria também que desbravar impedimentos de linguagem e “maus hábitos” da linguagem que também existem – naturalmente – neste fórum. Por exemplo, o sentido de “espiritual” e “simbólico” tem sido muitas vezes adulterado por cá.

Dou dois exemplos: há algum tempo a Ana/Paula/taliban escreveu, supostamente citando o Papa (mas distorcendo) que “a paternidade de Deus é meramente espiritual”. Acontece que “meramente” foi uma interpolação da “autora” e que fazia denotar que ser espiritual leva o advérbio de modo “meramente”, como se “espiritual” fosse menos real que “natural” (tanto mais, tratando-se de Deus!).

O outro exemplo é a alergia dos mais tradicionalistas em relação à palavra “símbolo”, que o tomam num sentido pobre e alheio à própria etimologia, como se o símbolo em teologia significasse uma mera convenção ou evocação, para depois acusarem a seu bel-prazer os interlocutores de modernistas. Chamando os bois pelos nomes, refiro-me em concreto ao Avlis, que me acusou torpemente, mais que uma vez, por eu ter recorrido à linguagem do símbolo (concretamente na questão do Demónio), mesmo escorando-me eu num teólogo tão seguro e ortodoxo quanto é Karl Rahner. Enfim, a ignorância costuma ser atrevida.

É verdade que Jesus está presente sacramentalmente em cada hóstia e deve haver cuidado em evitar que caiam partes onde quer que seja, mas é pura escrupuleira a “aflição” de alguns padres que raspam a toalha do altar com a patena, para se assegurarem que nenhuma ínfima partícula (falo de medidas na ordem dos “mícron”) ficou por consumir. A presença de Cristo na hóstia consagrada não é de tipo mágico. A presença de Cristo mantém-se quando há o sinal, neste caso, pão. Mas se o sinal deixa de o ser, não temos presença. E antes que venha o censor-mor acusar-me de sacrílego, apóstata, excomungado e ímpio por negar mais um dogma, dou um exemplo muito claro: se um conjunto de hóstias consagradas se estragar (por exemplo, apanharam humidade e ficaram feitas em bolor), não temos que as consumir por estar ali o Corpo de Cristo. Não havendo sinal, não há sacramento.

Algumas visões muito estreitas e “fisicalistas” levaram a histórias famosas de escrúpulos, como a do padre que, tendo visto que uma mosca que tocou o vinho consagrado (Sangue de Cristo) se escapou, fechou a igreja e começou a matar e a comer todas as moscas da igreja. Ou então a história bem mais “airosa” de um outro padre a quem perguntaram: “Sr. Prior, que faria se os ratos entrassem no sacrário e comessem as hóstias?” Ao que o douto padre respondeu, “Chamava o gato e punha-lhe uma estola!”

Finalmente, gostava de lembrar o óbvio, que nem sempre ocorre à maioria das pessoas, quer aos que recusam a presença de Cristo nas espécies consagradas , quer os que a aceitam na fé: a presença de Cristo no pão e no vinho consagrados é a presença do Corpo glorioso, ressuscitado de Cristo. Creio que este “argumento” tão simples ajuda alguns a vencer resistências de tipo “positivismo ingénuo” ou anticatolicismo militante. Cristo ressuscitdo não está sujeito às condições do espaço e do tempo, pelo que entra no Cenáculo com as portas fechadas e faz-se presente no gesto que ele mesmo instituiu e mandou que fosse repetido. Por isso, todas essas acusações gratuitas de que os cristãos se crêem canibais, etc., são meras caricaturas...

Alef

Re: Comunhão na mão
Escrito por: Pedro B (IP registado)
Data: 22 de April de 2004 16:01

Caro Alef

Agradeço a tua lição. E sobretudo o teu cuidado com as palavras.

Confesso que com esta tua visão fico com duvida se aquilo que fui aprendendo corresponde mesmo à doutrina da Igreja a saber:

Sempre pensei que:

- A hostia e o vinho depois de consagrados são aparentemente pão e vinho mas realmente corpo e sangue de Cristo (sob a aparencia de pão e vinho).

- Um dos pontos que nos afastaria de alguns cristãos protestantes seria, entre outros, o facto de nas suas Missas não existir uma transubstancição do pão e do vinho em corpo e sangue de Cristo. Para os protestantes o pão e o vinho simbolizam Cristo para os Católicos o pão e vinho são o corpo e sange de Cristo.

- Sempre aprendi que o que transformava o o pão e vinho em corpo e sangue são as palavras do sacerdote, pelo que estaríamos perante "poderes" conferidos apenas aos sacerdotes desde o momento da sua ordenação.

Confesso que depois de te ler fico com algumas duvidas se isto que indico (e que sempre estive convencido ser a doutrina da Igreja) ser exactamente assim.

Podes-me esclarecer?

Um abraço

Pedro B

Re: Comunhão na mão
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 22 de April de 2004 16:28

Caro Pedro B:

Salvo melhor opinião, tudo quanto escreveste quanto a matéria de fé na Eucaristia está certo.

Será bom citar as tuas frases:

1. «A hostia e o vinho depois de consagrados são aparentemente pão e vinho mas realmente corpo e sangue de Cristo (sob a aparencia de pão e vinho).»

Sim. A noção de “transubstanciação” pretende recorrer a uma categoria filosófica para exprimir precisamente que depois da consagração os dados empíricos (ou físico-químicos) mantêm-se, mas a “substância” (isto é, aquilo que “sub-está” ao que se vê) foi “trans-formada”. É no “trans” que está toda a diferença e não tanto em “transformar” no sentido corrente. É um “trans” de “trans-cendente”. Na linguagem da filosofia escolástica, a consagração fazia com que os acidentes se mantivessem, mas a substância passasse a ser outra. Por isso, em “essência” (termo meta-físico e não físico-empírico!) temos o Corpo e o Sangue de Cristo.


2. «Um dos pontos que nos afastaria de alguns cristãos protestantes seria, entre outros, o facto de nas suas Missas não existir uma transubstancição do pão e do vinho em corpo e sangue de Cristo. Para os protestantes o pão e o vinho simbolizam Cristo para os Católicos o pão e vinho são o corpo e sange de Cristo.»

Sim, basicamente é assim. A maioria dos protestantes apenas celebra a “Ceia” como rito evocativo e não reconhecem a presença real de Cristo. As Testemunhas de Jeová chegam a substituir nas suas bíblias o "isto é o Meu Corpo" por "isto representa (ou simboliza) o meu corpo", tomando "simboliza" como mera convenção. Mas não é o que se passa na “High Church” inglesa ou entre os Ortodoxos, que mantêm uma grande reverência pela Eucaristia.


3. «Sempre aprendi que o que transformava o o pão e vinho em corpo e sangue são as palavras do sacerdote, pelo que estaríamos perante "poderes" conferidos apenas aos sacerdotes desde o momento da sua ordenação.»

Sim, basicamente é isso que diz a Igreja Católica, pelo menos numa formulação mais “tradicional”, mas em alguma “des-sintonia” com a Igreja Ortodoxa, que acentua muito mais as palavras da “epiclese” (invocação do Espírito Santo sobre os dons, depois do Prefácio). Parece-me (não tenho a certeza absoluta) que desde que o Novo Ordo retomou a epiclese (como noutros tempos), a tendência é a de manter a importância das palavras da consagração como o momento mais solene da “transubstanciação” mas olhando para toda a Oração Eucarística como um todo, onde o papel do Espírito Santo é fundamental, já que é Ele o “obreiro” e não se trata de um mero rito mágico de umas quantas palavras que um padre-feiticeiro pronuncia... É importante reconhecer a diferença entre sacramentos e magia.

É verdade o que dizes quanto ao "poder" dos padres neste campo. Eles são os ministros ordenados a quem é conferida missão de presidir à Eucaristia e só eles podem consagrar o pão e o vinho.

Alef

Re: Comunhão na mão
Escrito por: paula (IP registado)
Data: 22 de April de 2004 16:42

“a paternidade de Deus é meramenteespiritual”. Acontece que “meramente” foi uma interpolação da “autora” e que fazia denotar que ser espiritual leva o advérbio de modo “meramente”, como se “espiritual” fosse menos real que “natural” (tanto mais, tratando-se de Deus!).

Estás enganado. A Ciatção é textual e não é por acaso.

E claro que é menos real.

Não é sequer real. Res em latim quer dizer coisa, matéria.

è verdade que as alucinações ão reais para quem as tem. Mas como não são percepções sem objecto não são reais, são uma cosntrução subjectiva.

De igual forma a "paternidade espiritual" não pode originar nenhum ser humano do nada.

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