Um texto interessante no «El Mundo» de ontem:
«En España no se confiesa ni Dios».
Não me surpreendeu o ligeiro toque «anti[-eclesiástico]» e mal informado (por exemplo, não é correcto dizer que a Confissão auricular se tenha introduzido apenas no século XII e há alguma imprecisão a propósito dos pecados ditos como reservados ao Papa), mas quase diria que me surpreenderam os números, porque me parecem bastante optimistas.
Por exemplo, diz-se que segundo uma sondagem apenas 15% dos católicos praticantes se confessa uma vez por mês. Pensei num percentagem mais baixa! Tenho a impressão de que nem nas paróquias mais rurais 15% das pessoas se confessem todos os meses.
Em muitas paróquias já nem existe a prática tradicional da confissão pela «Primeira Sexta-Feira», já que alguns párocos acham que só se confessam as «beatas» que não precisam... Isto são palavras do meu pároco...
É uma pena que se tenha «esvaziado» este sacramento, talvez por uma visão demasiado juridicista do pecado, talvez por excesso de trabalho dos padres, especialmente dos párocos, talvez por maior insensibilidade ao sentido do pecado, talvez porque se necessita de uma nova «roupagem», ou uma nova pastoral. Como quer que seja, com a perda deste sacramento na vida dos cristãos deixa-se de aproveitar um enorme tesouro, fundamental numa vida espiritual sólida, de qualidade.
Alef