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MENTIRAS
Escrito por: JOAO MARIA VIANEI AMORIM (IP registado)
Data: 16 de May de 2011 18:53

Mentiras bobas sem consequencia,( destas que vai para um lugar e está em outro), mas o lugar que me refiro e lugar sadio, é pecado?
Quanto se mente para ajudar alguém é Pecado?
Quando a mentira se constitue pecado?
No mandamento de Deus diz no 8° mandamento " Não lçevantar falso testemunho contra o teu proximo", poderia me explicar este falso testemunho, por ocaso seria a mentira?
Abraços

Re: MENTIRAS
Escrito por: Rui Vieira (IP registado)
Data: 16 de May de 2011 22:49

A mentira constitui sempre uma falsificação.
É uma adulteração da verdade das coisas, dos outros e de nós mesmos.
O 8º mandamento trata fundamentalmente da mentira, fonte de todo e qualquer falso testemunho. A mentira é um falso testemunho.

Citação:
Quanto se mente para ajudar alguém é Pecado?

Depende se se pode aplicar a regra que diz que "diante de dois males, em que se tem que escolher um dos dois, opta-se pelo mal menor".
É evidente que se trata de mal em categoria moral, e não em categoria subjectiva, ou seja, aquilo que a mim, pessoalmente, me convém menos.

Imagine-se que, se eu mentir, posso adquirir um bem que pode garantir a vida a uma pessoa. Neste caso, o mal de mentir é inferior ao mal da morte da pessoa. sendo dois males que tenho que escolher, vou escolher o mal menor.

Cumprimentos

Concede, Senhor, que eu bem saiba se é mais importante invocar-te e louvar-te, ou se devo antes conhecer-te, para depois te invocar. Mas alguém te invocará antes de te conhecer? Porque, te ignorando, facilmente estará em perigo de invocar outrem. Porque, porventura, deves antes ser invocado para depois ser conhecido? Mas como invocarão aquele em que não crêem? Ou como haverão de crer que alguém lhos pregue? Com certeza, louvarão ao Senhor os que o buscam, porque os que o buscam o encontram e os que o encontram hão de louvá-lo (S. Agostinho, Confissões)

Re: MENTIRAS
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 22 de May de 2011 12:17

É preciso imaginar se Deus mentiria para salvar uma vida. Penso que com a sua infinita inteligência, arranjaria uma solução para sem mentir salvar a vida na mesma.
A mentira, é como um vício, que causa prazer a curto prazo, mas a longo prazo causa sempre desgraças e por isso deve ser evitada. Falar verdade a quem a pode escutar, dar o silêncio a quem não pode escutar a verdade. Mas mentir não me parece uma boa solução. Um mal não pode ser reparado com outro mal. É como um um buraco de umas calças: não o tapamos com outro buraco ainda que mais pequeno, mas sim com um remendo.

Re: MENTIRAS
Escrito por: Rui Vieira (IP registado)
Data: 22 de May de 2011 21:09

A licitude de tolerar um mal menor, para evitar um mal maior, é património da doutrina moral da Igreja católica.

É evidente que o ideal seria não padecer nenhum dos males... sucede que não somos Deus!

Concede, Senhor, que eu bem saiba se é mais importante invocar-te e louvar-te, ou se devo antes conhecer-te, para depois te invocar. Mas alguém te invocará antes de te conhecer? Porque, te ignorando, facilmente estará em perigo de invocar outrem. Porque, porventura, deves antes ser invocado para depois ser conhecido? Mas como invocarão aquele em que não crêem? Ou como haverão de crer que alguém lhos pregue? Com certeza, louvarão ao Senhor os que o buscam, porque os que o buscam o encontram e os que o encontram hão de louvá-lo (S. Agostinho, Confissões)

Re: MENTIRAS
Escrito por: M. Martins (IP registado)
Data: 23 de May de 2011 10:41

Eis um caso real que me foi contado pessoalmente e que se encaixa bem neste tópico.

Uma amiga minha é auxiliar de educação numa creche. É também catequista.

No início do ano lectivo foi entregar o curriculum numa determinada creche. Quando lhe perguntaram se tinha experiência de trabalho com crianças com dificuldades educativas especiais disse que sim, o que não correspondia à realidade. Também mentiu sobre uma série de competências que não possuía.

Quando ela soube que mais duas conhecidas, (com mais habilitações do que ela), também iam concorrer ao mesmo lugar, e viu que provavelmente iriam passar-lhe à frente, tentou dissuadi-las de concorrer dizendo-lhes que o lugar já estava ocupado e que o concurso era só um pró-forma etc.

O certo é que, por trancos e barrancos, conseguiu ficar com o lugar. Noutro dia, à conversa comigo, contou-me que se estava borrifando para as amigas que não concorreram, que ela tem uma família para sustentar, que o marido ganha menos que o salário mínimo, tem dois filhos a estudar e mesmo assim, o dinheiro não lhe chega a nada, pois entre ela e o marido tiram menos de 1000 euros por mês. E que cada um que se desunhe da melhor maneira.

Ela diz que tem muita pena mas o mundo real é mesmo assim. É o salve-se quem puder. Primeiro está o bem-estar da família, e só depois é que vem a religião. Contou-me que ela e o marido já não faziam a refeição da noite, e o que tinham para comer era para os filhos. E que já tinham pensado em ir pedir ajuda a uma Misericórdia. Eu e a minha mulher de vez em quando damos-lhes um "cabaz" com alguns produtos alimentares, pois sabemos que há fome lá em casa.

Além disso, disse-me ela que a comunidade tem muita sorte em a ter como catequista, pois quando querem catequistas ninguém se oferece. Ela já se tentou afastar por falta de tempo mas o padre acaba por lhe pedir por favor para continuar senão as crianças ficam sem catequese, e ela acaba por ceder.

Estranha forma de se ser cristão. Mas pergunto, quantos de nós numa situação semelhante não faríamos o mesmo?

M. Martins

Re: MENTIRAS
Escrito por: Rui Vieira (IP registado)
Data: 24 de May de 2011 12:52

Olá mestre Martins.

É evidente que a regra moral da opção pelo mal menor diante de dois males aqui não se aplica, ao contrário do que pode parecer à primeira vista.

A atitude da "catequista" é deveras pragmática. Ela pretende justificar uma situação estrutural de pecado social, de "salve-se quem puder", chamando-a de "mundo real". Mas, pasme-se, está bem equivocada. Não é o mundo no seu melhor. É o pecado humano entranhado nas estruturas humanas.
Se assim é, então não se trata do mundo real, das do mundo que mais convém a muita gente, e a outros não.

A desculpa do mundo real permite-me fazer o que quiser, porque, parece, a religião é coisa de outro mundo, ou que nada tem a ver com o mundo do dia-a-dia. Profundamente anti-cristão.
O cristianismo tem que fecundar a sociedade, ser oicoménicous.
Estamos, pois, no nivel subjectivo da procura de um bem particular, egoisticamente procurado.

Analisando, então, moralmente, a situação, vemos desde já que a intenção que move o sujeito é o egoismo competitivo, não fazendo justiça aos direitos próprios que a outra pessoa tem, mais do que a primeira, de obter o emprego.

De facto, a "catequista" não tem direto ao emprego, pois não tem as competencias para o exercer.

Mesmo diante de um acto moralmente bom, a intenção má o torna moralmente mau. Neste caso, nem a inteção é boa, nem o acto é bom, nem o bem pretendido é um bem, uma vez que se trata de um resultado bem injusto.

Assim, comete um duplo erro: viola o direito da outra pessoa, e coloca em risco as crianças a seu cargo, por, na verdade, não possuir as competencias necessárias.

Assim, qual será o bem a optar? sem dúvida o bem da justiça: procurar uma função para a qual tenha as devidas competências, deixando para outros uma função para a qual é icompetente.

Olhando para a regra moral acima identificada, ela opta por um mal que não era absolutamente necessário, opta com uma intenção deturpada de egoismo e competição, e o resultado final não é um mal menor.

Mas a preciação deste acto não se fica por aqui. Pesa também as circunstâncias. A sua dificil situação naturalmente que lhe reduz o dolo. Porém, a redução do dolo de modo nenhum significa tornar boa, ou preferivel o seu acto.

Com catequistas assim , não nos devemos admirar das criticas de Marx, bem como dos teólogos da libertação, quando estes dizem que, escandalosamente, os paises com mais injustiça social, são os mais "cristãos"...

Concede, Senhor, que eu bem saiba se é mais importante invocar-te e louvar-te, ou se devo antes conhecer-te, para depois te invocar. Mas alguém te invocará antes de te conhecer? Porque, te ignorando, facilmente estará em perigo de invocar outrem. Porque, porventura, deves antes ser invocado para depois ser conhecido? Mas como invocarão aquele em que não crêem? Ou como haverão de crer que alguém lhos pregue? Com certeza, louvarão ao Senhor os que o buscam, porque os que o buscam o encontram e os que o encontram hão de louvá-lo (S. Agostinho, Confissões)

Re: MENTIRAS
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 24 de May de 2011 13:54

Eu julgo que a teologia do mal menor é aplicada quando temos perante nós, dois ou 3 males, que não foram criados, nem antes nem depois por nós, mas que perante as circunstâncias temos que escolher um dos males (o menor), para evitar o mal maior. Um exemplo é um edificio que está prestes a ruir. Há um incêncio no hall frontal do edificio´. A porta da frente aqueceu e não se consegue abrir de forma alguma. Não há forma de contactar as pessoas que estão dentro do prédio. Se rebentar a porta da frente as pessoas que estão junto ao rés do chão provavelmenete morrem, senão fizer nada todas as pessoas morrem, pois o prédio cai. Então nesta situação deve-se optar pelo mal menor, ou seja arrebentar a porta do prédio.
Quanto à mentira não estou certo que fosse uma solução seja para o que for, muito menos para salvar uma vida. A mentira não é uma solução definitiva para o problema é como uma droga que se toma, para acalmar as dores do corpo, mas de novo o problema volta.
Acho que há uma distinção clara entre os dois.

Quanto ao caso da catequista concordo com o Rui, escuso-me a tecer considerações de caráter.

Re: MENTIRAS
Escrito por: Rui Vieira (IP registado)
Data: 24 de May de 2011 15:08

Imagina que sou amigo de uma pessoa milionária, e sou amigo de outra pobre.

Esta pessoa pobre tem uma doença grave, cujo tratamento é muito, muito caro.
Porém, eu sou muito intimo da pessoa rica.

E se eu pedir à pessoa rica o dinheiro para o tratamento, dizendo que o doente sou eu, sabendo que, em consideração a mim, mo dará?

Este pode ser um exemplo em relação à mentira.

Mas há o famoso exemplo da pessoa que rouba o medicamento ao cientista para não morrer. Só esse cientista possui o medicamento...

Mas, usando exemplos mais reais, temos os casos em que, num parto, pode morrer a mãe e o feto. Neste caso, é preferivel usar do aborto.

Re: MENTIRAS
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 24 de May de 2011 15:11

Citação:
M. Martins
Eis um caso real que me foi contado pessoalmente e que se encaixa bem neste tópico

Olá M. Martins.

Lendo o caso que descreveu, acho que discordo dos colegas que responderam antes de mim. Penso que sua amiga precisa mais das nossas orações do que da nossa reprovação. Sinceramente, não creio que estou qualificado para julgar a escolha dela, apenas posso dizer que a compreendo. Explicarei o porque, mas antes vou colar alguns trechos que me chamaram a atenção:

Citação:
M. Martins
ela tem uma família para sustentar, que o marido ganha menos que o salário mínimo, tem dois filhos a estudar e mesmo assim, o dinheiro não lhe chega a nada...
Contou-me que ela e o marido já não faziam a refeição da noite, e o que tinham para comer era para os filhos. E que já tinham pensado em ir pedir ajuda a uma Misericórdia. Eu e a minha mulher de vez em quando damos-lhes um "cabaz" com alguns produtos alimentares, pois sabemos que há fome lá em casa.

Já que os colegas aqui preferem se referir a teologia moral, o que bom pois o assunto fica mais informativo, explico que no caso apresentado entendi que a sua amiga não pôde escolher com inteira liberdade. Ora, discernimento entre o mal e o bem sequer existe, é desnecessário, pois entre o mal e o bem, só é possível a escolha do bem. A dúvida aparece sempre quando se há que escolher entre dois bens (pelo maior) ou entre dois males (pelo menor). Talvez pela forma que descreveu, ou pelo forma rude com que sua amiga descreveu a sua situação, as pessoas podem esquecer que ela é uma mãe que não quer ver os filhos com fome! Ora, uma mãe que não amasse os próprios filhos, seria capaz de amar qualquer outra coisa? Entenderia melhor o heroísmo dela passar fome para defender um valor moral, mas não é tão simples, na verdade é bastante complicado, exigirem dela que deixe passar fome os filhos menores aos seus cuidados - daí a rudeza da expressão "a religião vem depois". Diz um ditado popular: "é fácil fazer cortesia com o chapéu dos outros".

(A propósito, discordo que a religião vem depois!!! Acho que está antes e durante também, além de depois. E o modo de escolher mostra de que religião se trata.)

Quero dizer assim que aprovo a escolha dela? Nem sim e nem não. Apenas posso dizer que a entendo, e acho que devemos orar por ela. Acredito firmemente que no caso em questão, somente Deus pode julgá-la. Somente Deus conhece o interior do coração dela, mais do que ela própria (!). Somente Deus saberá dizer se a escolha dela foi "fácil" ou "difícil", "despreocupada" ou num ato de "desespero". (Por favor, considerem as aspas porque não é fácil encontrar as palavras para a situação.) Infelizmente, as palavras utilizadas por sua amiga (se foram mesmo dela) não a abonam muito. Expressões como "se estava borrifando para as amigas" certamente não convém! Se relevo é pela dificuldade da situação, e porque imagino que nem a sua amiga é boa juíza ou advogada de si mesma. Continuo acreditando que somente Deus poderá julgar com toda justiça.

Uma pergunta: sua amiga diz que pensou em procurar uma Misericórdia... e por que não o fez (ou faz)? Será que se aplicaria nesse caso sartreano de "má fé"? Penso que se deveria tentar todas as possibilidades antes de adotar escolhas "mais difíceis".

Citação:
M. Martins
Além disso, disse-me ela que a comunidade tem muita sorte em a ter como catequista, pois quando querem catequistas ninguém se oferece. Ela já se tentou afastar por falta de tempo mas o padre acaba por lhe pedir por favor para continuar senão as crianças ficam sem catequese, e ela acaba por ceder.
Estranha forma de se ser cristão. Mas pergunto, quantos de nós numa situação semelhante não faríamos o mesmo?

Da mesma forma que é fácil "fazer cortesia com o chapéu dos outros", também é verdade que "até pimenta nos olhos dos outros é refresco". Para bom entendedor, pingo é letra. Felizmente nunca estive numa situação como a da sua amiga.

Fica com Deus.



Editado 1 vezes. Última edição em 24/05/2011 15:24 por firefox.

Re: MENTIRAS
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 24 de May de 2011 15:14

Citação:
vitor*
Então nesta situação deve-se optar pelo mal menor, ou seja arrebentar a porta do prédio.

Vitor*, arrebentar uma porta não é nem de longe um bom exemplo. Existe uma diferença abissal entre escolher entre derrubar uma porta ou matar alguém.

Fica com Deus.

Re: MENTIRAS
Escrito por: vitor* (IP registado)
Data: 24 de May de 2011 16:08

Derrubar uma porta e matar pessoas. É a vida das pessoas que está em jogo também. Não percebi Firefox. Tanto num caso como outro é a vida de pessoas, que está em jogo.
Não percebi a diferença abissal. Se arrebento a porta é a vida de pessoas que se vai também.

Rui no segundo caso já não é mentir, mas sim roubar. No primeiro não está numa situação de ou sim ou sopas, apenas escolhe a solução que trará um benefício, mais imediato. Mentir é sempre a solução mais imediata para resolver os problemas, mas nunca os resolve totalmente, deixa sempre feridas. O seu amigo pode descobrir a patranha, numa próxima situação em que seja você mesmo o doente necessitado, ele já não vai acreditar em si. É como a história do Pedro e do Lobo.
NO caso do aborto concordo.
Firefox concordo que não devemos julgar, eu não julgo essa mulher, apenas concordo com os principios enunciados pelo Rui, os quais tento seguir, embora seja falho também.

Re: MENTIRAS
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 25 de May de 2011 02:24

Citação:
vitor*
Derrubar uma porta e matar pessoas. É a vida das pessoas que está em jogo também. Não percebi Firefox. Tanto num caso como outro é a vida de pessoas, que está em jogo. Não percebi a diferença abissal. Se arrebento a porta é a vida de pessoas que se vai também.

Perdão, acho que foi erro meu. Talvez não tenha prestado a devida atenção no seu exemplo, e falhei em expressar bem a diferença. Acho que a principal diferença está relacionada com a consequência (morte) ser direta ou indireta.

No caso de explodir uma porta, a morte de alguém terá sido consequência indireta, o que de algum modo é considerado menos grave. O caso em que a morte de alguém é buscada diretamente é considerado algo muito pior. Podemos imaginar, por exemplo, os casos da pena de morte ou do aborto.

Citação:
vitor*
Firefox concordo que não devemos julgar, eu não julgo essa mulher, apenas concordo com os principios enunciados pelo Rui, os quais tento seguir, embora seja falho também.

Fica tranquilo, não quis fazer julgamento dela, e da mesma forma não quis fazer julgamento de quem opinou aqui. Acho esses casos muito delicados.

Paz e Bem.

Re: MENTIRAS
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 25 de May de 2011 08:59

1000 neuros para 4 pessoas.
despesas de habitação? de saude? transportes?

como colaboro num grupo que faz assistencia aos mais pobres cá da paróquia já vi pessoas a queixarem-se com mais e pessoas a dizerem que estavam bem com menos. há quem consiga gerir melhor o dinheiro, há quem tenha mais dificuldade em resistir às tentações e poupar.

tradução para os brasileiros, 1000 euros são 2300 reais. lamento dizer, mas a não ser que existam despesas avultadas de habitação, saude ou transportes isso está bem acima daquilo que é indispensável e poderia justificar tal comportamento. para termos uma comparação o rendimento médio das familias brasileiras é de ~570 €. E a diferença de custo de vida não é assim tão significativa, pelo menos na alimentação.

o que vejo é que as pessoas passaram a considerar essencial coisas absolumente acessorias. Frequentemente vou a casa de familias que pedem ajuda, dizem que não conseguem pagar os medicamentos, mas têm tv cabo, fumam, até tomam o pequeno-almoço no café.

Depois há os gastos com a roupa, há quem aceite roupa usada, há quem só queira roupa de marca. E roupa usada há às toneladas. a sociedade de consumo tem destas coisas.

que me digam que não têm dinheiro suficiente para comer, infelizmente não me quer dizer grande coisa. A experiencia que tenho destas coisas é que há quem tenha razão em se queixar, mas também já me aconteceu passar em frente a um café aonde estava uma mãe e uma filha a tomar cada uma o seu café e sairem para me pedirem ajuda em alimentos, dizendo que não tinham arroz, nem massa em casa (alimentos que distribuimos), ora um café fica mais caro que um kilo de arroz.
toda essa conversa me parecem autojustificações para tentar preservar uma autoimagem positiva quando no fundo se sabe que aquilo que se fez não é correto.
todo o discurso me parece o de uma pessoa que fez aquilo que no fundo sabe ser errado, mas agora procura justificar os erros que fez, em lugar de os admitir e se arrepender.

Re: MENTIRAS
Escrito por: JOAO MARIA VIANEI AMORIM (IP registado)
Data: 25 de May de 2011 19:25

Olá gente, eu fiz um pergunta tão simples, e recebi 12 respostas tão complicadas, eu não sou filosofo e nem teologo, só quero saber se as mentiras bobas são ou não são pecados?.
Abraços, para todos o que me responderam, mas ficou muito complicado para enterder.
Fiquem com Deus.

Re: MENTIRAS
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 25 de May de 2011 22:44

Citação:
JOAO MARIA VIANEI AMORIM
Olá gente, eu fiz um pergunta tão simples, e recebi 12 respostas tão complicadas, eu não sou filosofo e nem teologo, só quero saber se as mentiras bobas são ou não são pecados?

Quer uma resposta simples? Então lá vai: sim, são pecados.

Citação:
JOAO MARIA VIANEI AMORIM
Abraços, para todos o que me responderam, mas ficou muito complicado para enterder.

Desculpe-me também a sinceridade, mas deseja algo simples ao ponto de não ter que discernir nada? Para isso o cristianismo não serve.

Deus te abençoe.

Re: MENTIRAS
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 25 de May de 2011 23:09

Citação:
camilo
tradução para os brasileiros, 1000 euros são 2300 reais. lamento dizer, mas a não ser que existam despesas avultadas de habitação, saude ou transportes isso está bem acima daquilo que é indispensável e poderia justificar tal comportamento.

Oi Camilo.

Obrigado pelo esclarecimento. Como princípio prefiro não fazer juízo se não conheço nada da realidade ou da pessoa, mas achei estranho algumas coisas e por isso coloquei lá a pergunta se aquilo não se enquadraria num caso de "má fé" sartreana, onde a pessoa se faz de vítima para se justificar. Mesmo assim continuo preferindo não emitir julgamento, não sei o que vai no interior da pessoa. Uma coisa digo, todos temos responsabilidades por nossas escolhas e, quem crê em Deus, sabe que mesmo que se engane a si mesmo não irá enganá-Lo.

Citação:
camilo
toda essa conversa me parecem autojustificações para tentar preservar uma autoimagem positiva quando no fundo se sabe que aquilo que se fez não é correto. todo o discurso me parece o de uma pessoa que fez aquilo que no fundo sabe ser errado, mas agora procura justificar os erros que fez, em lugar de os admitir e se arrepender.

De fato, esse é o maior risco em situações desse tipo. Todos têm uma tendência a legislar em causa própria e se justificar... daí o grande perigo. Sempre nos sentimos "especiais" por conhecermos "circunstâncias extraordinárias" nossas que (desejamos) nos libertariam da obrigação de agir segundo a Lei. Ledo engano.

Fica com Deus.

Re: MENTIRAS
Escrito por: JOAO MARIA VIANEI AMORIM (IP registado)
Data: 26 de May de 2011 20:48

Olá Firefox:
Eu fiz uma pergunta para os colegas, uma simples pergunta que se tornou uma questão conhecimento teologia e psicologia, dos quais não sou.
Eu perguntei que mentiras bobas e pecado.
Citação Firefox.
Quer uma resposta simples? Então lá vai: sim, são pecados.
Eu também concordo, mas existe certa coisa que não bate na cabeça.
Ex. Tu vas caminhando na Rua e derrepente aparece uma pendinte com cara de pinga e te pede um trocado, tu sabes que é para tomar piga, e você diz para o pedinto que não tem, e tendo, eu te pergunto é pecado?.
Teu amingo te chama para babalação, tu diz que tem coisas para fazer em casa, e não tendo, é pecado?, e muitos e outros exemplo por ai.
Se for assim, estaremos perdidos.
Sei que 8º mandamento é não levantar FALSO testemunho, mas acredito que quando você prejudica alguém, ai sim torna percado.
Firifox me corrija por favor se eu estou errado.

Re: MENTIRAS
Escrito por: Rui Vieira (IP registado)
Data: 26 de May de 2011 20:56

Citação:
Tu vas caminhando na Rua e derrepente aparece uma pendinte com cara de pinga e te pede um trocado, tu sabes que é para tomar piga, e você diz para o pedinto que não tem, e tendo, eu te pergunto é pecado?.

Sim, é pecado.
O tempo que se perdeu na falsidade sempre poderia ter sido usado na tentaiva de chamar o homem à razão, em vez de se quedar no conformismo típico e corrupto do cristianismo beato: "Eu digo que não tenho, e ele que se dane".

Talvez você observe: "Mas eu não o prejudiquei"! Pois não, mas também não o beneficiou, podendo beneficiar com o seu bom conselho, correção - ou seja - foi OMISSO.

Re: MENTIRAS
Escrito por: JOAO MARIA VIANEI AMORIM (IP registado)
Data: 27 de May de 2011 01:14

Olla Firefox, feja a minha pergunta que fiz ao Pe Jose Carlos Pereira, e o que ele me responde:

No 8° mandamento da Lei de Deus, "Não levantar falso testemunho contra o teu próximo", isto é "não mentir" é considerado pecado. E se mentimos por uma boa causa é pecado?



Para responder a sua pergunta com precisão seria necessário adentrar, primeiro, no conceito de pecado e fazer uma ampla explanação teológica sobre o tema, porém, isso demandaria tempo e espaço o que não é possível fazer aqui. Assim sendo, vou procurar ser sucinto na resposta. Pecado é tudo aquilo que fere ou prejudica alguém. O mandamento citado é claro ao falar de falso testemunho contra o próximo. É caluniar o próximo, difamá-lo, prejudicá-lo com inverdades, etc. Toda calúnia contra alguém fere a dignidade humana e a Deus, e é, portanto, pecado. Nenhuma “boa causa” justifica caluniar o próximo. Caluniar alguém por uma “boa causa” é, no mínimo, uma atitude extremamente maldosa. Boa causa para quem? Só pode ser para quem calunia. Penso que quando você diz “mentir por uma boa causa” você esteja se referindo aquelas mentirinhas bobas, que não prejudicam ninguém e que tenham o intuito de proteger alguém contra algum tipo de sofrimento. Se for esta, não há pecado nenhum nisso e nem pode ser classificada como mentira, mas, sim, como uma estratégia para solucionar, ou evitar maiores problemas. Porém, muito cuidado. A linha divisória entre uma situação como esta citada e uma mentira que configura pecado, é muito tênue e por isso há que ter muita cautela.

Re: MENTIRAS
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 27 de May de 2011 23:06

Boa noite.

Citação:
JOAO MARIA VIANEI AMORIM
Para responder a sua pergunta com precisão seria necessário adentrar, primeiro, no conceito de pecado e fazer uma ampla explanação teológica sobre o tema..........

Repare que, para quem disse que queria algo simples, você já começou a complicar! Antes estávamos considerando as questões e você insistiu que queria algo simples; pois bem, a resposta simples é: mentir é pecado!

O Rui já explicou muito bem, ou se preferir podemos ir para o ramo da filosofia ética, e para isso o imperativo categórico é muito claro: sempre aja de modo que sua ação possa ser tornada lei universal. Em outros termos, não é permitido mentir, nem como exceção, porque mentir não pode ser tornado uma lei universal. O não mentir pode!

Mas o que disse antes continua valendo, para quem puder entender: o cristianismo não é um caminho fácil, nem é para quem não quer pensar (discernir). Todavia, embora o cristão não esteja "preso" por regra nenhuma (!), se a justiça dele não for maior que a dos que estão sob o governo das regras, então é como sal insosso que não serve para nada. Será lançado fora.

Fica com Deus

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