Caro João Oliveira :

Escusas de te justificar...

Há atitudes e palavras injustificáveis, e quando falas em "sentido vingativo" é porque estás a interpretar a realidade dos outros em função das tuas motivações mais íntimas e apenas isso..

Sobre a questão que temos discutido - e aqui, discordo de ti em absoluto quando dás a entender que as discussões são inúteis - repara que neste tópico , que é lido por muita gente - se conseguiu se calhar um nível de profundidade que nem sempre se consegue...

Aconselho-te a leitura atenta do que escreveu o Miguel ( ainda bem!) e o Alef.

É isto que é Catequese e é isto que é Evangelizar. Ainda que através da net...

Quem sabe se aprofundas a tua Fé?


Quanto ao "milagre"a que referes é no mínimo duvidoso e não constitui prova de nada...

Tal como o Sudário não é nenhuma "prova física" ou milagrosa da existência da

Ressurreição ( um paradoxo) mas apenas um objecto de culto medieval, uma relíquia.

Há pessoas para quem tudo é milagre, como a história da tosta em forma de nossa senhora, que foi vendida na net ou uam "imagem da virgem provocada pela humidade debaixo de um viaduto, nos EUA, etc...

Tenta ser mais amoroso com os outros.

Não perdes nada...
;)

Caro Alef,

tens toda a razão quanto à questão do símbolo. A minha utilização do vocábulo deveria ter sido escarecida, porque não fui ao sentido etimológico, mas ao sentido mais corrente, mais 'pobre' se quiseres, do símboo como evocação de algo mas não como expressão real desse algo (e.g. símbolo de uma casa de banho evoca uma casa de banho real que no entanto lhe é exterior; além de que o símbolo de uma casa de banho assenta em convenções muitas vezes de base cultural/civilizacional). Lembro-me que quando estudava me diziam sempre para ter cuidado com a utilização da palavra 'símbolo', por poder parecer demasiado 'protestante'!!! Esse medo do protestantismo nota-se também na própria «Mysterium Fidei»:
'41. Erro seria, portanto, explicar esta maneira de presença [...] reduzindo a presença a puro simbolismo, como se tão augusto Sacramento consistisse apenas num sinal eficaz "da presença espiritual de Cristo e da sua íntima união com os féis, membros do Corpo Místico".
'46. Às palavras do mártir Santo Inácio apraz-nos acrescentar as de Teodoro de Mopsuéstia, neste particular testemunha fiel da crença da Igreja: "O Senhor não disse: Isto é o símbolo do meu Corpo e isto é o símbolo do meu Sangue, mas, Isto é o meu Corpo e o meu Sangue, ensinando-nos a não considerar a natureza visível que os sentidos atingem, mas a (crer) que ela pela acção da graça se mudou em carne e sangue".

Mas é óbvio que tens razão no que dizes e no sentido que Rahner dá ao vocábulo... mas compreendes bem a relutância que ainda existe na Igreja em utilizar o conceito: é que os conteúdos semânticos contemporâneos não se compadecem já com etimologias que pouco ou nada dizem a quem já sabe tão pouco de linguística ou de grego...

Abraço fraterno, e obrigado pela advertência

Miguel

Considero Bizantinisse sim esta discussão. Seria muitissimo mais util discutir em que medida cada um dos cristãos que faz parte da Igreja como Corpo de Cristo da qual o ressuscitado é a cabeça pode no mundo de hoje, na sociedade de hoje anunciar esta ressurreição. Tornar este corpo vivo no mundo, ser Sal da Terra e luz do mundo. Penso que isto é que interessa às pesssoas, não se é carne ou não, se somos canibais ou não. O povo de Deus não pensa nestas coisas. Nem anda a meditar em tais coisas - porque isto não esclarece nada.
Na senda do Congresso da Nova Evangelização, e depois de ter a Imagem Peregrina de Nossa Senhora na Paroquia, criamos um grupo de reflexão. Estamos a estudar os documentos do Concilio. Estamos a Estudar o "Apostolicam Actuositatem" sobre o Apostolado dos Leigos, e iremos passar por mais documentos. Cada semana duas pessoas preparam o tema, e partilham com os outros. Eu estou lá como qualquer outro Baptizado como eles.
Penso sim que isto é que é importante. Este é o corpo que importa meditar, não sobre a presença real, como é etc. Na Idade Media isso foi mais que debatido, há imensa literatura medieval sobre o assunto, e não creio que algo de significativo possa ser aqui acrescentado.
Acredito sim numa outra Igreja que se precupa com o que refere o Inicio da Gaudium et Spes. Que ñão há nada que seja verdadeiro humano que não encontre eco na Igreja. Que esta partilha as alegrias, esperanças, tristezas e as angustias dos homens do nosso tempo.
Esta é a verdadeira comunhão que urge discutir....
Só isso.

Parece-me tão simples de perceber e vocês fazem disto tão complicado

Quanto à senhora sobre a qual se iniciou este tópico...ela comunga porquê? Ela sabe o sentido da comunhão? É necessário que ela saiba, de outro modo não vejo sentido em estar a fazê-lo.

Não tenho acompanhado este tópico com toda a atenção que queria por falta de tempo, portanto não vou falar de toda a discussão que aqui se passou sobre a comunhão, que não deixa de ter o seu interesse.

Gostaria só de voltar a algo que se falou logo no início: a utilização da reserva eucarística nas Missas. O que eu vou dizer é só uma suposição, mas ainda vou perguntar a quem sabe o porquê disto. Se houver um imprevisto de última hora ao Sacerdote e não for possível celebrar a Eucaristia, será um ministro extraordinário da comunhão e fazer a celebração da palavra com distribuição da comunhão. Para tal, terá que ter reserva eucarística suficiente para toda a comunidade.

Se não tiver reserva suficiente talvez devesse repartir

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De facto pode-se repartir. Mas numa assembleia em que comungam largas dezenas pessoas (não sei ao certo) será pouco prático fazê-lo.

"...Penso que isto é que interessa às pesssoas, não se é carne ou não, se somos canibais ou não. O povo de Deus não pensa nestas coisas. Nem anda a meditar em tais coisas - porque isto não esclarece nada..."

??!! Logo um padre!!!! É claro que é de sumo interesse ter certeza de que comungamos o corpo, sangue, alma e divindade de Cristo, e não mera representação como querem os protestantes. É provável que não tenha entendido o que realmente disse.

E também é de sumo interesse saber que não somos canibais e que não comemos mesmo carne e sangue em sentido literal mas em sentido simbólico. É muitíssimo importante .

Chuva

Possivelmente a senhora e outras como esta, não devem saber que não devem comungar. Que é pecado! Esta não é a primeira há mais, só que não estão ao corrente das leis da igreja. O padre é que devia saber e conhece-las e falar com ela/as.

Fica então esclarecido que na Eucarístia temos verdadeiramente o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo :o)

Sim , aristarco, ainda que não seja verdadeira carne e verdadeiro sangue...

:0))

Sim, não têm aparência de carne e sangue (mas sim de pão e vinho) mas é a Carne e o Sangue de Jesus :o)

Nem a aparência, nem a consistência , nem a materialidade física da carne e do sangue humanos...

OSWALDO Escreveu:
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> "...Penso que isto é que interessa às pesssoas,
> não se é carne ou não, se somos canibais ou não. O
> povo de Deus não pensa nestas coisas. Nem anda a
> meditar em tais coisas - porque isto não esclarece
> nada..."
>
> ??!! Logo um padre!!!! É claro que é de sumo
> interesse ter certeza de que comungamos o corpo,
> sangue, alma e divindade de Cristo, e não mera
> representação como querem os protestantes. É
> provável que eu não tenha entendido o que V.Rev.mª realmente
> disse.

Atenção que por causa desta nossa pequena discussão ou "bizantinice", já correu muito

sangue (humano e verdadeiro),e muitos foram torturados e queimados em fogueiras...

SEmpre a Bem da Doutrina, claro e da Verdadeira Fé....

O Senhor Ressuscitado é feito de ETERNIDADE (razão, consciência e liberdade)
Se comungamos é esta carne e este sangue que comemos e bebemos.
Vejamos este cântico de M Neto (música de A F dos Santos):

"Sempre que comemos o pão e bebemos deste vinho,
anunciamos ao mundo a Ressurreição do Senhor, a Ressurreição do Senhor"

"O Corpo de Jesus Cristo é o pão da nossa unidade,
o banquete dos filhos chamados para o Pai"

"O Corpo de Jesus Cristo é o pão da paz e da concórdia,
o anúncio do Reino do nosso Deus"

"O sangue de Jesus Cristo é a nova vida para o Homem,
o mistério da Morte e da Ressurreição do mundo"

"Sempre que comemos o pão e bebemos deste vinho,
anunciamos ao mundo a Ressurreição do Senhor, a Ressurreição do Senhor".

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...porque "Sempre que comemos o pão e bebemos deste vinho", Cristo vive e renasce em nós!

(foi só para finalizar o pensamento!)

Tony

E foi bem dito:)