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«Padre recusa comunhão a católicos que usam contraceptivos»
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 02 de March de 2005 16:00

Acabo de ler no «Diário Digital» a notícia que se segue. Possivelmente, há alguma incorrecção (e há, de certeza, pelo menos no antepenúltimo parágrafo, que começa por «Ou seja»), pelo que se alguém tiver mais dados, serão bem-vindos. Seria bom, por exemplo, o acesso ao texto do dito «anúncio». Alguém consegue uma cópia? Só então poderei comentar algo que me «cheira a esturro». :-|

Será bom não «comentar no ar» sem conhecer um pouco melhor o que está em causa. Isto é válido para todos os participantes deste fórum, qualquer que seja a sua «sensibilidade».

Já agora, há aqui pessoas que conhecem o P. Nuno Serras Pereira. Não o querem convidar a passar por cá e esclarecer a notícia? Talvez fosse uma óptima oportunidade.

Alef



Padre recusa comunhão a católicos que usam contraceptivos


Um sacerdote católico publicou esta quarta-feira um anúncio participando «aos interessados» a sua recusa em dar a comunhão aos católicos que usam meios contraceptivos, recorrem à reprodução assistida ou aceitam a actual lei em vigor sobre o aborto.

No anúncio, o padre Nuno Serras Pereira invoca o cânone 915 do Código de Direito Canónico para, «na impossibilidade de contactar pessoalmente as pessoas envolvidas», lhes dar conhecimento público de que «está impedido de dar a sagrada comunhão eucarística a todos aqueles católicos que manifestamente têm perseverado em advogar, contribuir para, ou promover a morte de seres humanos inocentes».

Nestes incluem-se todos os que usam «diversas pílulas, DIU e pílula do dia seguinte» e os que recorrem a «técnicas de fecundação extra-corpórea, selecção embrionária, criopreservação, experimentação em embriões» e outros métodos de reprodução medicamente assistida.

Votar ou participar em campanhas a favor da legalização do aborto, aceitar ou concordar com a actual lei em vigor (6/84 e seus acrescentos) também são motivos que impedem o padre de dar a comunhão, além da eutanásia.

O cânone 915 diz que «não são admitidos à sagrada comunhão os excomungados e os interditos, depois da aplicação ou declaração da pena, e outros que obstinadamente perseverem em pecado grave manifesto», explicou à agência Lusa, o professor Saturino Costa Gomes, director do Instituto Superior de Direito Canónico.

Ou seja, «os sacerdotes podem recusar a comunhão» a todos os católicos relativamente aos quais têm conhecimento de que cometeram ou cometem um pecado grave, segundo o que está estabelecido nos preceitos da Igreja Católica.

A Lusa tentou contactar o padre Nuno Serras Pereira, que reside no Seminário da Luz, sem sucesso até ao momento.

O Patriarcado não quis fazer declarações sobre o assunto.

«Diário Digital», 02-03-2005, 14:57:00 / Lusa



Editado 1 vezes. Última edição em 02/03/2005 16:02 por Alef.

Re: «Padre recusa comunhão a católicos que usam contraceptivos»
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 02 de March de 2005 17:53


Da Lusa:

02-03-2005 17:04:00. Fonte LUSA. Notícia SIR-6796381

Religião: Padre quis avisar fiéis sobre a possibilidade de recusar a comunhão


Lisboa, 02 Mar (Lusa) - O padre Nuno Serras Pereira disse hoje que decidiu publicitar as situações em que recusa a comunhão para "avisar previamente" os fiéis e adiantou que o anúncio foi recusado por um dos dois jornais para onde foi enviado.

Em declarações à Agência Lusa, o padre frisou que não tem uma paróquia atribuída e como "celebra em muitos sítios" quis fazer um "aviso prévio" aos fiéis para não ter de se confrontar, durante a eucaristia, com uma situação em que tivesse de recusar dar a comunhão.

No anúncio em causa, hoje divulgado no jornal Público, o sacerdote franciscano participa "aos interessados" a sua recusa em dar a comunhão aos católicos que usam meios contraceptivos, recorrem à reprodução assistida ou aceitam a actual lei em vigor sobre a interrupção voluntária da gravidez.

Para pagar o anúncio que custou "cerca de 1000 euros", o padre "pediu uma esmola".

"Trabalho há muitos anos na defesa da vida e foram amigos meus que me ajudaram", referiu.

Ao contrário do Público, que apenas "pediu garantias de que tinha sido eu a fazer o texto", o Jornal de Notícias recusou publicar o anúncio, disse o padre Nuno Serras Pereira.

Acrescentou que a recusa foi fundamentada com "questões jurídicas" relacionadas com a publicidade religiosa e política.

O director do JN, Leite Pereira rejeitou, no entanto, esta versão.

"O anúncio foi apresentado ontem e pedimos parecer à nossa advogada devido ao seu conteúdo. Hoje tivemos a informação de que o anúncio podia ser publicado", declarou.

Leite Pereira admitiu que o processo esteve algum tempo "em trânsito", o que provocou a demora da resposta.

O padre Nuno Serras Pereira disse que nunca se confrontou até agora com a necessidade de recusar a comunhão, mas que o fará relativamente aos católicos em "que seja notório" o desrespeito pelas ideias que defende.

O sacerdote ressalva que a posição que assume está de acordo com a doutrina da Igreja e lamentou que a posição da Igreja relativamente a algumas matérias apareça hoje "muito deformada" junto dos crentes.

"Há dificuldades em compreender a posição da Igreja, mesmo agindo de boa fé", afirmou.

No anúncio, o padre Nuno Serras Pereira invoca o cânone 915 do Código de Direito Canónico para, "na impossibilidade de contactar pessoalmente as pessoas envolvidas", lhes dar conhecimento público de que "está impedido de dar a sagrada comunhão eucarística a todos aqueles católicos que manifestamente têm perseverado em advogar, contribuir para, ou promover a morte de seres humanos inocentes".

Nestes incluem-se todos os que usam "diversas pílulas, DIU e pílula do dia seguinte" e os que recorrem a "técnicas de fecundação extra-corpórea, selecção embrionária, criopreservação, experimentação em embriões" e outros métodos de reprodução medicamente assistida.

Votar ou participar em campanhas a favor da legalização do aborto, aceitar ou concordar com a actual lei em vigor (6/84 e seus acrescentos) também são motivos que impedem o padre de dar a comunhão, além da eutanásia.

RCR.


Re: «Padre recusa comunhão a católicos que usam contraceptivos»
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 02 de March de 2005 18:24

Como «de costume», todos os jornais «on-line» estão a noticiar este assunto e sucedem-se as reacções para todos os gostos...

Agradeço à Cassima a colagem da notícia da Lusa, que acrescenta alguns pormenores à inicial. Se alguém tiver acesso ao referido «anúncio» (na edição impressa do «Público») e quiser colocar aqui o texto, agradecia.

Alef

Re: «Padre recusa comunhão a católicos que usam contraceptivos»
Escrito por: rmcf (IP registado)
Data: 02 de March de 2005 18:39

Caro Alef... não sejas ingénuo... é óbvio que o Nuno Pereira queria esta publicidade para as suas ideias... queria suscitar o debate... Ou achas credível que um tipo que nem tem paróquia resolva avisar os seus possíveis comungantes, que devem mudar quase todas as semanas, pelo jornal, que não dará a comunhao aos que ele sabe defenderem as ideias X ou Y? Por favor... pode haver pessoas que se repitam nas missas dele mas é óbvio que, na ausência de paróquia fixa, a maioria das pessoas serão diferentes e ele não as conhece, nem as conhecerá ou começará a conhecer...
Ele quer suscitar a dscussão, 'abanar os espíritos'... chamar a atenção... sei lá... agora avisar os que se aproximem da comunhao nas suas missas... é até ridículo...

Abraço

Miguel

Re: «Padre recusa comunhão a católicos que usam contraceptivos»
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 02 de March de 2005 18:46

Pois... É claro que não vou nessa da necessidade de um jornal de tiragem nacional para fazer um anúncio desses.

Oxalá não estejamos diante de mais uma «vitória pirrónica», mas é cedo para me pronunciar.

Estou à espera de ver tão anunciado anúncio!

Alef

Re: «Padre recusa comunhão a católicos que usam contraceptivos»
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 02 de March de 2005 19:34

Bom, aqui fica um texto de opinião do P. Nuno Serras Pereira, publicado em 28 de Dezembro de 2003 no «blog» «Relances». Parece estar em consonância com as notícias de hoje. Sublinhados meus.

Alef


Citação:
Políticos “Católicos” que Advogam Leis Abortistas e Sagrada Comunhão

[Um texto de Nuno Serras Pereira]
Há pecados que por serem graves ou mortais colocam o católico em condições tais de não poder receber a Sagrada Comunhão, a Eucaristia. E se forem públicos e obstinados o celebrante da Eucaristia ver-se-á perante o dever moral grave de recusar a Comunhão. Tal é o caso, por exemplo, dos casados validamente pela Igreja, que se separaram e vivem em nova união, registada ou não no civil (mesmo que, ultimamente, só Deus possa avaliar da responsabilidade subjectiva, a situação contradiz objectivamente de tal modo o que se celebra no mistério da Eucaristia que não admite a sua recepção). Outro exemplo a que se pode recorrer é o do racismo, ou o da pedofilia. Creio que ninguém com responsabilidades hierárquicas na Igreja aceitaria que políticos que promovessem e legislassem a favor destes crimes se pudessem abeirar da Comunhão Eucarística. A contradição seria tão patente, tão chocante e tão escandalosa que não admitiria dúvida nem ambiguidade alguma. De facto, “... qualquer ameaça à dignidade e à vida do homem repercute-se no próprio coração da Igreja, afecta o núcleo da sua fé na encarnação redentora do Filho de Deus, compromete-a na sua missão de anunciar o Evangelho da Vida por todo o mundo e a cada criatura” (João Paulo II, Evangelium Vitae, nº 3).

Como entender, então, que ao longo de tantos anos vejamos continuamente políticos que se dizem católicos e que têm graves responsabilidades no aborto, esse crime que de entre todos é o mais perverso e abominável, receberem a Santíssima Eucaristia? O Papa é muito claro “... No caso de uma lei intrinsecamente injusta, como aquela que admite o aborto ou a eutanásia, nunca é lícito [trata-se de um absoluto moral que não admite excepções e cuja matéria é grave] conformar-se com ela, nem participar numa campanha de opinião a favor de uma lei de tal natureza, nem dar-lhe a aprovação com o seu voto.” (João Paulo II, Evangelium Vitae, nº 73).

Há políticos católicos com responsabilidades na introdução e na manutenção de abortivos precoces tais como o DIU. António Guterres, quando deputado, votou a favor da liberalização do aborto até às 12 semanas, votou também favoravelmente a ignóbil “lei” abortista de 1984, já como Primeiro-ministro manifestou que continuava a concordar com ela, deu a sua anuência ao alargamento da mesma promovido por Strecht Monteiro, manteve o DIU e abriu a porta, através do Ministério da Saúde, à entrada em Portugal da pílula do dia seguinte, um abortivo precoce. A Cavaco Silva foi-lhe proposto, quando tinha maioria absoluta, que revogasse a “lei” iníqua de 84 e ele recusou; acresce que aquando da sua candidatura às Presidenciais manifestou publicamente a sua concordância com ela; como Primeiro-ministro manteve o DIU. Por altura do referendo sobre o aborto Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente do PSD, e todo o partido com ele, repetiu até à exaustão que a “lei” infame em vigor era boa, justa e equilibrada. Paulo Portas bradou aos quatro ventos que também concordava com a mesma e hoje continua a dizer que é, tão-somente, contra a liberalização total do aborto. Durão Barroso ainda não deu um passo para revogar essa “lei” injusta e selvagem, mantém a decisão de Guterres em relação à pílula homicida e deixa que se continue a comercializar o DIU (o Ifarmed, recorde-se, depende do Ministério da saúde). Maria de Belém em recompensa do seu empenho determinado em promover a morte legal dos bebés inocentes e indefesos foi escolhida, pelo o Pe. Vitor Melicias, para Presidente da Mesa Geral da União das Misericórdias. Toda esta gente, de “consciência tranquila”, comunga de mãos sacerdotais, perante as câmaras da TV, com ar beatífico e compungido, procurando entrar em intimidades celestiais com o mesmo Cristo que na Terra é, por responsabilidade deles, “legalmente” exterminado (as aspas servem para indicar que a legislação positiva chama impropriamente lei àquilo que é uma violência iníqua): “Sempre que fizestes isto a um destes Meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes” (Mt 25, 40).

Ora, o respeito pelo culto e pela reverência devida a Deus e a Seu Filho sacramentado, o cuidado pelo bem espiritual dos próprios, a necessidade de evitar escândalo, e a preocupação pelos sinais educativos e pedagógicos para com o povo cristão e para com todos, pedem que se pare, de imediato, com este escândalo. Primeiro, chamando esses personagens à conversão, para que se arrependam. Depois, exigindo a manifestação pública do repúdio de tais iniquidades monstruosas. E caso se recusem, denegando-lhes a Sagrada Comunhão.

Uma vez que estes contra testemunhos têm vindo, ao longo dos anos, a corroer as consciências não espanta que no jornal PÚBLICO de hoje deparemos com a seguinte informação: “O PSD e o CDS já clarificaram que nesta legislatura não admitem mexer na lei nem repetir o referendo ao aborto. Mas aceitam debater o assunto depois de 2006 e até admitem, então, aceitar alterações à lei no sentido da descriminalização (sublinhado da nossa responsabilidade).” De facto, se se pode admitir a despenalização e liberalização do homicídio/aborto em tantos casos, aceitá-lo e aboná-lo legalmente em mais alguns não difere essencialmente da “lei” anterior, mas tão só em grau, sendo por isso matéria opinável, sujeita ao mero jogo político partidário.

Estamos, pois, avisados! Podemos desde já encetar ou não um programa de Evangelização que provoque uma mutação cultural a favor da vida. E embora muitas coisas de grande mérito se tenham feito, em particular, desde o Referendo de 1998, temos, no entanto, preguiçado em relação à batalha cultural, mesmo dentro da Igreja.

Como não ficar assustado com o número de jovens que após dez anos de catequese é favorável à legalização/liberalização do aborto, e de catequistas e de leigos empenhados e de seminaristas e de religiosos e de sacerdotes? Mas, entre outras razões, como é que esta gente não há-de pensar que isso é uma opção verdadeiramente lícita e mesmo boa se aqueles políticos e demais personagens públicos que vê e ouve na rádio e na TV a advogarem a descriminalização/liberalização do aborto e a tomarem decisões propícias à mesma são afavelmente admitidos à recepção da Eucaristia?

[Texto publicado em 2003-12-28, no «blog» «Relances»]

Re: «Padre recusa comunhão a católicos que usam contraceptivos»
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 02 de March de 2005 22:01

Caros amigos,

Para os que se queixam da falta de tempo, esta é uma boa notícia!?! É que nas missas do Pe. Nuno Serras Pereira a distribuição da comunhão vai demorar muito menos tempo. :-)

Luis

Re: «Padre recusa comunhão a católicos que usam contraceptivos»
Escrito por: Rui B (IP registado)
Data: 03 de March de 2005 00:29


Re: «Padre recusa comunhão a católicos que usam contraceptivos»
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 03 de March de 2005 00:48

Muito obrigado, Rui B, por este importante contributo.

Voltarei para alguns comentários.

Alef

Re: «Padre recusa comunhão a católicos que usam contraceptivos»
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 03 de March de 2005 01:47

Para o caso de a imagem que nos foi facultada deixar de ficar «on-line», aqui fica a transcrição do anúncio do P. Nuno Serras Pereira (sublinhado no original):

Citação:
«Participação aos interessados

Na impossibilidade de contactar pessoalmente as pessoas envolvidas o padre Nuno Serras Pereira, sacerdote católico, vem por este meio dar público conhecimento que, em virtude do que estabelece o cânone 915 do Código de Direito Canónico, está impedido de dar a sagrada comunhão eucarística a todos aqueles católicos que manifestamente têm perseverado em advogar, contribuir para, ou promover a morte de seres humanos inocentes quer através de diversas pílulas, do DIU, da pílula do dia seguinte — ou outras substâncias que para além do possível efeito contraceptivo possam ter também um efeito letal no recém-concebido; quer por meio das técnicas de fecundação extra-corpórea, da selecção embrionária, da crio perseveração, da experimentação em embriões, da investigação em células estaminais embrionárias, da redução fetal, da clonagem...; quer através da legalização do aborto (votar ou participar em campanhas a seu favor), o que inclui a aceitação ou a concordância com a actual "lei" em vigor (6/84 e seus acrescentos); quer, ainda, pela eutanásia.

O respeito pelo culto e pela reverência devida a Deus e a Seu Filho sacramentado, o cuidado pelo bem espiritual dos próprios, a necessidade de evitar escândalo, e a preocupação pelos sinais educativos e pedagógicos para com o povo cristão e para com todos são razões ponderosas que, seguramente, ajudarão a compreender a razão de ser deste grave dever que o cânone 915, vinculando a consciência, exige dos ministros da Eucaristia.

Da parte de Nosso Senhor Jesus Cristo convida todos ao arrependimento e à retractação pública, para que refeita a comunhão com Deus e com a Sua Igreja possam receber digna e frutuosamente o corpo do Senhor.

Pe Nuno Serras Pereira»

Nota: «crio perseveração» no original. Certamente quer-se dizer «crio-preservação».

Alef

Re: «Padre recusa comunhão a católicos que usam contraceptivos»
Escrito por: luis (IP registado)
Data: 03 de March de 2005 05:42

gostaria de sublinhar:

"está impedido de dar a sagrada comunhão eucarística a todos aqueles católicos que manifestamente...."

ou seja:

Se olhos não ver
E ouvidos não ouvir
Coração não sentir

E se o padre não souber
A comunhão pode existir


Enfim...

... a instituição da hipocrisia pelo Direito Canónico.


Re: «Padre recusa comunhão a católicos que usam contraceptivos»
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 03 de March de 2005 09:56

Menos mal que também há quem pense um pouquinho...

Alef


Citação:
Padre será admoestado por publicar anúncio antiaborto


Saída de publicidade recebida com profundo mal-estar entre bispos

O patriarcado de Lisboa fez sentir aos responsáveis dos franciscanos o desagrado com a publicação, ontem no PÚBLICO, de um anúncio assinado pelo padre franciscano Nuno Serras Pereira.
No texto, este dizia que recusaria a comunhão a quem defendesse manifestamente o aborto. Mas foi a publicação do anúncio pago (mais de 1300 euros) e o tom em que estava redigido que levou a que vários bispos fizessem sentir o seu mal-estar.
Em consequência, o patriarcado terá pedido ao padre provincial dos franciscanos em Portugal que chamasse a atenção de Serras Pereira. O PÚBLICO, no entanto, não conseguiu contactar Isidro Lamelas, responsável máximo, em Portugal, da Ordem dos Frades Menores, para saber qual o tom da admoestação.
O anúncio leva outros responsáveis da Igreja a defender que o padre Serras Pereira se imiscuiu numa matéria que não é da sua competência, enquanto outros comentam ser "profundamente errado" o que nele é dito.
O director da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, padre Peter Stilwell, diz que, apesar de Serras Pereira aplicar o cânone 915 do Direito Canónico a si próprio, entra "em matéria de autoridade episcopal", uma vez que o faz "através de anúncio e apela aos outros que façam o mesmo".

"São coisas como esta que desacreditam a Igreja"

Na publicidade, assinada pelo próprio e intitulada "Participação aos interessados", o padre franciscano diz estar "impedido de dar" a comunhão "a todos aqueles católicos que manifestamente" advogam ou promovam "a morte de seres humanos inocentes".
Dá depois vários exemplos: "Através de diversas pílulas, do DIU [dispositivo intra-uterino], da pílula do dia seguinte" ou ainda de "técnicas de fecundação extracorpórea, da selecção embrionária", da experimentação em embriões ou da clonagem.
"É, objectivamente, profundamente errado, do ponto de vista científico, jurídico, moral e religioso colocar tudo isto no mesmo saco", diz o padre e teólogo Anselmo Borges, professor na Universidade de Coimbra. "Sem querer julgar a consciência" do padre em questão, acrescenta que "são coisas como esta que desacreditam a Igreja, porque não ajudam ao diálogo com o nosso tempo".
Nuno Serras Pereira explica que a publicação do anúncio - iniciativa própria, para cujo pagamento teve o apoio de alguns amigos - se deve ao facto de não ter uma igreja fixa: "Se tivesse uma paróquia, falava com os paroquianos." E pretende, essencialmente, prevenir as pessoas que "publicamente tenham tomado essa posição". Não visa ninguém em concreto, diz, mas "as pessoas são conhecidas".
O autor do anúncio acrescenta ainda que, embora faça distinção entre legalização e despenalização, "a propaganda pela despenalização leva sempre à legalização".
Peter Stilwell sublinha, por seu lado, que o texto do anúncio "mistura várias coisas" de valor diferenciado, mesmo para a teologia e para o Direito Canónico.

António Marujo e Emília Monteiro
«Público», Quinta, 3 de Março de 2005

Re: «Padre recusa comunhão a católicos que usam contraceptivos»
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 03 de March de 2005 11:12

Vários tipos de reflexões podem ser colocadas neste patético episódio.

Em primeiro lugar, os ASPECTOS FORMAIS da atitude do indivíduo :

Um Padre, que nem sequer tem Paróquia atribuída ( seria interessante saber as razões), decide (??) publicar um Anúncio PAGO num Jornal, que custou 1600 Euros, isto é, mais de trezentos contos em moeda antiga.

Só o montante do Anúncio indicia que o Padre não é pobre, ou seja que não cumpre de forma alguma o mandamento Evangélico de Pobreza, uma das regras Franciscanas a que está obrigado, mas que não observa.

Diz o referido clérigo que tal dinheiro lhe foi dado (simpática e curiosa dádiva), por ESMOLA. Mas o Padre, em vez de utilizar essa esmola caritativamente, por exemplo, contribuindo para o bem-estar de uma criança que viva abaixo do limiar da pobreza em Portugal (Segundo dados da UNICEF, uma em cada seis crianças em Portugal vive abaixo do limiar da pobreza, situação que se tem agravado nos últimos cinco anos) utilizou esse dinheiro em proveito próprio, para fazer PUBLICIDADE e ter algum mediatismo....


Tratou-se portanto de uma questão de Marketing e não de qualquer questão Pastoral, Teológica ou relativa à Moral Católica.

Quem está por detrás deste marketing?

Provavelmente um certo tipo de organizações/movimentos que pretendem controlar, não só a vida interna da Igreja Católica em Portugal, mas, o que é mais grave, controlar o Estado Português numa tendência de fundamentalismo religioso cujo objectivo último é impor que normas de um grupo religioso restrito, ou uma seita, se tornem em normas de um Estado felizmente laico e democrático.

Quem são esse grupos?

O autor fala de "grupos Pró-vida"e é um facto que os seus livros sobre essa temática são amplamente citados e publicitados em sites duvidosos ( basicamente sites de extrema direita e neonazis), são apregoados pelo PRN, esse arauto da democracia portuguesa e são também divulgados e abençoados por sectores do Movimento Comunhão e Libertação...

O Padre refere dádivas de Grupos ditos Pró-vida – afinal as dádivas que damos não são para ajudar grávidas em dificuldades mas para pagar anúncios de padres e sabe-se lá em que mais outras coisinhas interessantes (campanhas eleitorais, por exemplo?), que não dão a cara , mas sabemos das ligações destes movimentos a grupos internacionais que promovem a VIOLÊNCIA E O HOMICÍDIO em nome dos valores da vida.

Será o referido padre porta voz destes grupos que actuam na sombra ?

Sabemos também que o referido autor do anúncio tem produzido alguns textos e bibliografia ( deve ser por isso que não tem tempo para exercer as suas funções de Padre) com conceitos bastantes perturbadores, sem clareza científica e teológica, numa linguagem populista, demagógica e obscurantista. .

Em suma – O referido anúncio é apenas uma Campanha de Marketing ( financiada) POR determinados grupos políticos que pretendem instrumentalizar a Igreja Católica e os seus agentes para promover a sua agenda política particular.

O padre em causa aceitou a instrumentalização – ou porque está ideologicamente de acordo com esses grupos , ou porque, por razões narcisistas , lhe agradou o circo mediático.

Re: «Padre recusa comunhão a católicos que usam contraceptivos»
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 03 de March de 2005 12:05

Pesquisando na net, acede-se a vários textos do padre Nuno Serras Pereira. Onde se vêem logo as opiniões que ele possui sobre os temas que mencionou no anúncio.

Deste caso, só posso concluir que ele desejava levantar polémica e que pretendia o que obteve: a maior cobertura mediática possível. Não houve televisão que não falasse do caso...
Tenho pena que não tenha encontrado destino melhor para o dinheiro que custeou o anúncio...
Acho que além de ter prestado um mau serviço à Igreja, revela muito pouca caridade cristã... E já agora, como será que ele vai passar a dar a comunhão? Vai querer interrogar as pessoas no momento?

E como resultado final, faço um lamento e uma pergunta:
Apesar de saber que uma árvore não deve ser confundida com a floresta, lamento que que ele seja franciscano, porque é uma Ordem que sempre me mereceu consideração.

Citação: O cânone 915 diz que «não são admitidos à sagrada comunhão os excomungados e os interditos, depois da aplicação ou declaração da pena, e outros que obstinadamente perseverem em pecado grave manifesto»

Quem é que decide o que é um pecado grave? Estão identificados? Ou é à vontade do freguês?

Cassima


Re: «Padre recusa comunhão a católicos que usam contraceptivos»
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 03 de March de 2005 12:21

´Relativamente ao Conteúdo do caricato anuncio, duas notas:
1 - A confusão demagógica e bizarra ( que denota ou ignorância básica ou demagógica má-fé ) entre utilização de meios contraceptivos, como a pílula, ou o preservativo e o recurso ao aborto ou meo o recruso a teécnicas de reprodução medicamente assistida.. O texto do anúncio "mistura várias coisas" que não só são absolutamente distintas, do ponto de vista científico, como do ponto de vista dos valores são claramente valor diferenciadas, tedno inclusivamente acepções completamente diferntes mesmo para a Teologia e para o Direito Canónico.


"É, objectivamente, profundamente errado, do ponto de vista científico, jurídico, moral e religioso colocar tudo isto no mesmo saco", "são coisas como esta que desacreditam a Igreja, porque não ajudam ao diálogo com o nosso tempo". diz o padre e teólogo Anselmo Borges, professor na Universidade de Coimbra. "

2 - A posição dos Bispos Portuguese é clara e tranquilizadora. O Padre será admoestado, porque excedeu as suas capacidades, porque deturpou a doutrina da igreja e porque não espelhou a Doutrina católica.
Nós, os católicos, ficamos mais tranquilos.


Católica Praticante

Re: «Padre recusa comunhão a católicos que usam contraceptivos»
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 03 de March de 2005 15:56

Uma «pírula» de bom senso. Menos mal... Os sublinhados da notícia que se segue são da minha responsabilidade.

Alef
Citação:
Religião: Anúncio é "exagerado" e não reflecte posição da Igreja - D. Policarpo

Lisboa, 03 Mar (Lusa) - O Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, criticou hoje o anúncio publicado pelo padre Nuno Serras Pereira, considerando que o texto é "exagerado" e não reflecte a posição oficial da Igreja.

No anúncio publicado quarta-feira, o padre Nuno Serras Pereira invoca o direito canónico para fundamentar a sua recusa em dar a comunhão aos católicos que usam meios contraceptivos, recorrem à procriação medicamente assistida ou aceitam a actual lei em vigor sobre o aborto, ou seja, todos aqueles "que manifestamente têm perseverado em advogar, contribuir para, ou promover a morte de seres humanos inocentes".

O Cardeal Patriarca disse, em declarações à Rádio Renascença, durante uma visita à Casa de Saúde do Telhal, que não é essa a posição oficial, nem a atitude pastoral da Igreja.

"É uma atitude pessoal. Penso que se insere na personalidade própria do Padre Nuno, enfim, é um apaixonado por essa causa. E como todos os apaixonados cometem exageros. O texto que li é exagerado porque uma atitude pastoral da Igreja não se pode definir assim. Uma coisa é a condenação moral de certos comportamentos graves, outra coisa é o tratamento pastoral dessas pessoas", esclareceu D. José Policarpo.

"Espero que todos percebam que aquela posição não é a posição oficial da Igreja", acrescentou.

Para o Cardeal, as posições do padre não têm consequências, "porque o Padre Nuno não tem nenhuma responsabilidade pastoral", e são apenas "mais um anúncio da sua perspectiva pessoal, que mostra uma preocupação, quase obsessiva, por uma temática".

A Agência Lusa tentou contactar o padre provincial (figura máxima da hierarquia da Ordem dos Franciscanos, à qual pertence o padre Nuno Serras Pereira), o que não foi possível até ao momento.

RCR./Lusa, em [www.rtp.pt]

Re: «Padre recusa comunhão a católicos que usam contraceptivos»
Escrito por: Joaquim José Galvao (IP registado)
Data: 03 de March de 2005 19:15

Provincial Franciscano esclarece anúncio do Pe. Nuno Serras Pereira

Provincial Franciscano esclarece anúncio do Pe. Nuno Serras Pereira
Frei Isidro Lamelas diz preferir "a caridade ao direito, a misericórdia à moral, a comunhão à excomunhão"
.
Em Comunicado enviado à Agência Ecclesia, Frei Isidro Lamelas, Superior Provincial dos Franciscanos OFM, deixa uma "palavra de esclarecimento" sobre um anúncio publicado ontem na imprensa pelo Pe. Nuno Serras Pereira e o consequente impacto:

"Na sequência do surpreendente impacto que está a merecer nos meios de comunicação social o anúncio tornado público, num dos diários, pelo Pe. Nuno Serras Pereira, achamos por bem apresentar uma palavra de esclarecimento em nome da Província Portuguesa da Ordem Franciscana de que o Pe. Nuno é membro.

1. Como o próprio assumiu, trata-se de uma iniciativa e tomada de posição pessoal que tem o seu espaço no âmbito da liberdade de pensamento e expressão que sempre respeitámos e cultivámos entre nós.

2. Estamos com todos os que se assumem como defensores da vida. Mas já não subscrevemos todos meios empregues na promoção desta óptima causa.

3. A nossa posição doutrinal e pastoral é e será sempre a da Igreja. Esta, porém, não coincide totalmente, como o documentam as reacções de alguns dos seus autorizados porta-vozes (Cf. Declarações de Dom José da Cruz Policarpo à Renascença), com o teor da intervenção do Pe. Nuno Serras Pereira.

4. Tratando-se duma questão tão séria, não duvidamos da boa intenção do nosso confrade, ao visar, com a sua insólita intervenção, reacender um debate sereno e esclarecedor. Constatamos, porém, que não tem sido esse o resultado e receamos que o efeito venha a ser mesmo o contrário.

5. Como discípulos de Jesus Cristo e de S. Francisco, continuaremos a lutar pela vida, mas preferindo a caridade ao direito, a misericórdia à moral, a comunhão à excomunhão.

Fr. Isidro Pereira Lamelas
(Superior Provincial dos Franciscanos OFM)".
.
Nacional | Agência Ecclesia| 03/03/2005 | 17:30 | 1733 Caracteres


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E nós...
eu por exemplo, como discípulos de Jesus Cristo , continuaremos a lutar pela vida, mas preferindo a caridade ao direito, a misericórdia à moral, a comunhão à excomunhão?

Eu prefiro.
Joaquim Galvão



Re: «Padre recusa comunhão a católicos que usam contraceptivos»
Escrito por: Augusto (IP registado)
Data: 03 de March de 2005 19:23


Para ser uma religião bem vivida, seria assim:)

Havia menos despesa nas hóstias. A missa tornaria-se mais rápida, como diz o Luis. Mas para saber quem usa presevativos, tem de fazer pesquisa, como?

Eu acho bem pior, um padre que já teve mulheres e dizer a missa. E nenhum desiste por isso.

Re: «Padre recusa comunhão a católicos que usam contraceptivos»
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 03 de March de 2005 20:10

Gostei muto da intervenção do frei isildo lamelas:

"preferindo a caridade ao direito, a misericórdia à moral, a comunhão à excomunhão. "

Ouseja, nesta perspectiva, nenhum mulher que abortou pode ser condenada, nem a pena de prisão nem a pena de excomunhão.



Re: «Padre recusa comunhão a católicos que usam contraceptivos»
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 03 de March de 2005 21:56

No meio disto tudo, lamento que para muitas pessoas, principalmente as que não frequentam a Igreja, nem se consideram católicas, que a posição do Pe. Nuno ficará como a imagem da Igreja. São atitudes destas que afastam cada vez mais pessoas das Igrejas e da Igreja.

Não tive oportunidade de ver os telejornais de hoje. Seria óptimo que a reacção do Cardeal Patriarca tivesse a mesma cobertura mediática que a anúncio do jornal.

Luis

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