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Afinal para a Igreja não somos todos iguais
Escrito por: (IP registado)
Data: 18 de January de 2005 11:21

Será que é correcto, me seja recusado, pela Paroquia de Castanheira de Pêra, na pessoa do Sr. Padre da respectiva paroquia a possibilidade de vir a ser padrinho de uma criança (minha sobrinha).

Os motivos são deveras impensáveis para mim :

-Sou casado pelo registo, pois como sou casado pela segunda vez, não pude casar novamente pela igrejae tenho apenas a 1ª comunhão

-Será que são motivos suficientes para ser rejeitada a vontade tanto dos Pais como a minha de ser padrinho da minha sobrinha.

Cumprimentos
Nuno

[L.G. Correcção de gralha ortográfica no título.]



Editado 1 vezes. Última edição em 09/10/2005 23:18 por Luis Gonzaga.

Re: Afinal para a Igeja não somos todos iguais
Escrito por: (IP registado)
Data: 18 de January de 2005 13:25

Será que nimguem opina sobre esta matéria

cumprimentos
Nuno

Re: Afinal para a Igeja não somos todos iguais
Escrito por: (IP registado)
Data: 18 de January de 2005 13:28

onde se lê "nimguem" deve ler-se "ninguém"

Re: Afinal para a Igeja não somos todos iguais
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 18 de January de 2005 14:10

Caro Nuno:

Acredito que o assunto cause revolta, mas parece-me que o pároco em questão tem razão.

O padrinho é uma espécie de garante de que a criança baptizada na fé da Igreja será educada de acordo com essa mesma fé. Tal como já defendi noutro tópico deste fórum, deve haver mais exigência em relação aos padrinhos que em relação aos pais. [Por exemplo, não vejo razões para negar o baptismo de pais casados segunda vez.] Os pais não podem ser escolhidos, mas os padrinhos, sim.

Por isso, não tem sentido que seja padrinho quem objectivamente (=exteriormente) vive numa situação incompatível com a fé que professa. Um dos elementos importante da fé professada é a indissolubilidade do matrimónio. Casar segunda vez com um vínculo sacramental vigente entra em contradição objectiva com a fé professada no Baptismo. Terá sentido fazer acto público de algo que está em contradição com outro acto igualmente público? Não me parece.

Nada disto significa ou deverá significar uma espécie de “estigmatização”, mas é necessário ser consequente. Um casamento fracassado pode ser algo tremendo e normalmente ninguém se divorcia e começa uma nova relação de ânimo leve. Mas para um católico isso tem importantes consequências, pelo menos no aspecto “público” da sua vida na Igreja. Ao casar-se pela segunda vez coloca-se numa situação “pública” incompatível com as responsabilidades inerentes de um padrinho de Baptismo.

[Note-se que (pelo menos em muitos casos) poderia ser divorciado e padrinho, desde que não tivesse casado segunda vez.]

O Baptismo não pode ser visto simplesmente como um ritual social, mas é algo de muito sério para uma caminhada de fé. É, antes de mais, uma celebração de fé, religiosa, com uma necessária coerência com o resto da fé. Só quem mantiver essa perspectiva de fé deve aproximar-se dos sacramentos, caso contrário não se passa de actos mais ou menos artificiais que pouco ou nada têm a ver com a fé.

Quanto ao facto de apenas ter a Primeira Comunhão, parece-me menos problemático, porque mais do que a lei, importa o espírito da lei, mas é verdade que hoje se exige que os padrinhos sejam crismados. Embora possam ser admitidas muitas excepções (o pároco saberá avaliar), tem todo o sentido que os padrinhos sejam crismados. O Crisma é de alguma forma o sacramento do “estado adulto” dentro da Igreja, de quem assumiu em primeira pessoa as promessas do Baptismo.

Sobre esta questão já se debateu bastante no tópico «Sobre o sacramento do Baptismo», que se pode ler com proveito.

Por agora, basta citar o que diz o Código de Direito Canónico sobre as exigências para se ser padrinho (aqui em versão espanhola, pois já não me lembro onde se encontra na Internet a versão portuguesa):

Citação:
874 § 1. Para que alguien sea admitido como padrino, es necesario que:
1 haya sido elegido por quien va a bautizarse o por sus padres o por quienes ocupan su lugar o, faltando éstos, por el párroco o ministro; y que tenga capacidad para esta misión e intención de desempeñarla;

2 haya cumplido dieciséis años, a no ser que el Obispo diocesano establezca otra edad, o que, por justa causa, el párroco o el ministro consideren admisible una excepción;

3 sea católico, esté confirmado, haya recibido ya el santísimo sacramento de la Eucaristía y lleve, al mismo tiempo, una vida congruente con la fe y con la misión que va a asumir;

4 no esté afectado por una pena canónica, legítimamente impuesta o declarada;

5 no sea el padre o la madre de quien se ha de bautizar.
Tanto o parágrafo 3 como o 4 impedem o Nuno de ser padrinho.

Shalom!

Alef



Editado 1 vezes. Última edição em 18/01/2005 14:13 por Alef.

Re: Afinal para a Igeja não somos todos iguais
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 18 de January de 2005 14:22

Caro Nuno: Sugiro-te que procures outro padre de outra paróquia.

Re: Afinal para a Igeja não somos todos iguais
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 18 de January de 2005 14:26

"Ao casar-se pela segunda vez coloca-se numa situação “pública” incompatível com as responsabilidades inerentes de um padrinho de Baptismo. "

isto é iancreditável. então e os que já são padrinhos e posteriormente até se divorciam e casam apela segunda vez... Deixam de "ter uma situação pública imcompatível com..."
Deixam de ser padrinhos' de8ixam de poder estar presentes em momentos chave da formação religiosa das crianças? Devem ser impedidos de estar presentes na Profissão de Fé, ou Primeira Comunhão ou não podem ser padrinhos de Crisma1Devem sser afastados dessa "missão"!!
Estas ortodoxias e incongruências só servem para uma coisa - afastar as pessoas da igreja, mais nada.


Re: Afinal para a Igeja não somos todos iguais
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 18 de January de 2005 14:27

Desculpem os erros.

Re: Afinal para a Igeja não somos todos iguais
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 18 de January de 2005 14:28

Deixam de ser padrinhos???
Deixam de poder estar presentes em momentos chave da formação religiosa das crianças???
Devem ser impedidos de estar presentes na Profissão de Fé, ou Primeira Comunhão ou não podem ser padrinhos de Crisma??
Devem ser afastados dessa "missão"???


Re: Afinal para a Igeja não somos todos iguais
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 18 de January de 2005 14:29

"Por isso, não tem sentido que seja padrinho quem objectivamente (=exteriormente) vive numa situação incompatível com a fé que professa"

Isto daria panos para manga....

Re: Afinal para a Igeja não somos todos iguais
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 18 de January de 2005 14:32

"poderia ser divorciado e padrinho, desde que não tivesse casado segunda vez.] "

Pois... então e se vivesse em união de facto , ou se não assum,isse publicamente a relação....já não haveria problema...

Re: Afinal para a Igeja não somos todos iguais
Escrito por: (IP registado)
Data: 18 de January de 2005 14:41

Caro Alef

Em primeiro lugar , muito obrigado pela resposta, muito embora discorde completamente.

Passando a fazer algumas considerações sobre o seu ponto de vista, seria melhor não me casar a segunda vez e viver junto (muito bem).

Os padrinhos podem ser escolhidos, por isso eu fui escolhido e não outro que até podia segundo a igreja ter "todos os atributos", mas talvez faltasse alguma coisa, e não se trata de um" ritual social ", para a Igreja ( mantenho a minha ideia ) trata-se julgar as pessoas e considerar que umas são mais CATÓLICAS que outras apenas por se casaram mais que uma vez ( e se tivesse casado a 1ª pelo cívil e a 2ª pela Igreja).

"O padrinho é uma espécie de garante de que a criança baptizada na fé da Igreja será educada de acordo com essa mesma fé."

Será que quem seja casado a segunda vez e não seja crismado não pode educar segundo a "fé da Igreja".

Cumprimentos
Nuno

Re: Afinal para a Igeja não somos todos iguais
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 18 de January de 2005 14:52

Cara catolicapraticante:

Não podemos jogar com futuríveis, mas com aquilo que temos. De resto, a casuística desclassificatória é muitas vezes uma forma de tentar não ver as questões de frente. Uma forma de tentar desclassificar é colocar falsas "alternativas", que eu não contemplo, como a de casar segunda vez "versus" viver em união de facto.

Indo à tua primeira questão, usemos um caso mais extremo, para que nos entendamos melhor.

Sim, é verdade, um padrinho de baptismo pode fazer uma série de coisas incompatíveis com a sua fé. Pode, inclusivamente, renegar a fé na qual foi padrinho de baptimo. Poderá tornar-se um apóstata assumido. Mas a partir do momento em que o fizer, deixa de estar em condições de poder ser novamente padrinho. Certamente, se foi padrinho de baptismo antes, não deixou de ser padrinho de baptismo (prescindo agora da possível inexactidão da frase), mas não tem condições para assumir agora essas funções.

Perguntas: «Deixam de ser padrinhos??? [...] Devem ser afastados dessa "missão"???» Acho que é uma boa pergunta a fazer a essas pessoas! Será que se mantêm padrinhos "de facto"? Não se afastam eles da missão que assumiram?

Não misturemos, pois, as coisas. Um padrinho poderá vir a estar em condições “irregulares” à luz do Código de Direito Canónico, mas se não o está neste momento, pode ser padrinho; se estiver, não tem sentido que o seja.

Quanto a dizeres que isto só afasta as pessoas da Igreja, haveria muitas coisas a considerar, embora compreenda as reacções mais “primárias”. Não temos dito aqui que é necessário que na Igreja se viva mais na autenticidade e menos pelo ritualismo social? Não será isto uma oportunidade para se pensar que o sacramento do Baptismo é realmente importante? É pedagógico fazer vista grossa em coisas essenciais como o Baptismo?

Alef

Re: Afinal para a Igeja não somos todos iguais
Escrito por: (IP registado)
Data: 18 de January de 2005 14:57

Catolicapraticante:
Agradeço as mensagens.

Mas procurar outra paróquia não é fácil.

Pois no caso concreto praticamente toda a familia é daquela zona e seria complicado deslocar essas pessoas para outro local.

Mas se conseguir outro Pároco certamente que o Baptismo se realiza e eu serei o padrinho.

Se assim não for...........

Cumprimentos
Nuno

Re: Afinal para a Igeja não somos todos iguais
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 18 de January de 2005 15:23

Caro Nuno:

1. Dizes: «Passando a fazer algumas considerações sobre o seu ponto de vista, seria melhor não me casar a segunda vez e viver junto (muito bem)» (sublinhado meu).

Comento: nem eu disse isso, nem podes concluir isso a partir do que eu disse. De resto, o parágrafo 3 do documento que citei indica isso mesmo (última parte).


2. Tocas depois o ponto que a meu ver é o mais complicado, porque é o mais doloroso: «para a Igreja [...] trata-se julgar as pessoas e considerar que umas são mais CATÓLICAS que outras apenas por se casaram mais que uma vez». Comento:

Existe, de facto, sempre algum tipo de “estigma” (já aludi a isso na minha resposta), mas é uma pena que isto seja encarado como uma classificação entre melhores e piores católicos. Acho que não se trata disso. Ou melhor: não se deveria tratar disso. Só a Deus cabe julgar o coração das pessoas e isso não se identifica com uma linda “folha de serviço”, livre de impedimentos canónicos. Mas caberia aqui perguntar: onde está a classificação: no pároco que não aceita como padrinho uma pessoa que se casou segunda vez ou no padrinho “rejeitado” que assim se sente classificado? Ou seja: quais são os pressupostos com que funcionamos?

Evitemos entrar na questão da classificação moral individual das pessoas e tentemos responder à questão: é indiferente para a fé católica que uma pessoa seja casada segunda vez ou não? Que te parece?

Eu creio que não é indiferente!


3. Perguntas depois: «Será que quem seja casado a segunda vez e não seja crismado não pode educar segundo a "fé da Igreja"?»

Para responder a esta questão haveria que discutir o que significa “educar segundo a ‘fé da Igreja’”. Parece-me que educar não é simplesmente “debitar” “ensinamentos” ou “fórmulas”. Não é um mero acto intelectual. A coerência de vida é pedra de toque da educação... Neste caso, a sua relação com a fé professada. E aqui o problema não se resolve por comparação, nem apresentando os milhentos casos de maus exemplos, mas chamando a atenção para o que desejamos.

Shalom!
Alef

Re: Afinal para a Igeja não somos todos iguais
Escrito por: (IP registado)
Data: 18 de January de 2005 17:38

Caro Alef:

Concluo que não adianta trocar pontes de vista com o Senhor?? mas aceito as sua aceito Democráticamente a sua opinião mas não concordo em nada mas nada com o que escreve e para mim é melhor não lhe responder mais pois cairia na tentação de ser menos correcto e não é isso que quero.

Entendo que essas suas ideias felizmente não partilhadas por todos os Católicos, só levam a que cada vez nos afastemos mais da Igreja, menos Baptismos, que tenhamos a tentação de "enganar o proximo" e até de recorrer de recorrer a outras religiões.

Não me vou alongar mais

Cumprimentos
Nuno

Re: Afinal para a Igeja não somos todos iguais
Escrito por: (IP registado)
Data: 18 de January de 2005 17:41



Cortar "as sua aceito"


Re: Afinal para a Igreja não somos todos iguais
Escrito por: (IP registado)
Data: 18 de January de 2005 23:01

Será que sobre este assunto não há mais opiniões?

Mas que reflitam o mundo e tempo em que vivemos (ano de 2005)

Cumprimentos

Nuno

Re: Afinal para a Igeja não somos todos iguais
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 19 de January de 2005 00:22

Não posso acrescentar nada ao que o Alef disse, porque de facto a doutrina já está exposta. Os Sacramentos deixados por Cristo à Igreja, que os guarda e administra, não são das pessoas. Pelo que os critérios de admissão de uma pessoa a padrinho são da Igreja e não dos padrinhos. Os pais, devem procurar primeiro saber as condições antes de criarem expectativas goradas aos candidatos a padrinhos.
Afirma que estes actos afastam as pessoas da Igreja, mas pergunto, o Nuno está na Igreja? Faz parte de alguma comunidade que dominicalmente se reune para louvar a Deus na Missa? Está integrado nalguma Igreja, faz parte de algum grupo ou movimento?
Para alguem se afastar, tem de estar dentro.
O munus de Padrinho é uma tarefa muito importante, e a coerencia de vida faz parte do Cristão, viver aquilo em que acredita e vive. Na celebração do Baptismo, estaria a prometer aos presentes algo que não pode cumprir, porque por motivos certamente lamentaveis, o impedem.
A sua situação matrimonial impede-o de receber a Eucaristia, de receber a absolvição e de ser padrinho, porque aos olhos de Deus está casado com a primeira esposa e vive com outra.
A lei da Igreja é universal, e aplica-se em todas as paróquias. Nenhum padre o aceita como padrinho, porque não o pode fazer. Os candidatos a padrinhos casados, tem que se fazer munir de prova do Matrimonio Católico.
Mentir ao padre seria a prova evidente de que não pode educar na fé uma criança, dado mentir ser uma ofensa a Deus e aos homens.
Sei que não resolve, mas reso por si.
Ja procurou averiguar se pode anular o anterior matrimónio? Há casos em que a anulação é possivel.

Re: Afinal para a Igeja não somos todos iguais
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 19 de January de 2005 00:54

Todos os Baptizados fazem parte da Igreja. O Nuno é baptizado, logo é parte integrante da Igreja a que pertence. Nada nem ninguém tem o poder de o excluír dessa comunidade.




Re: Afinal para a Igeja não somos todos iguais
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 19 de January de 2005 01:02

A ideia de que o "matrimónio é indissolúvel" e a falta de informação sobre direito canónico, leva a que a maior parte das pessoas divorciadas e casadas novamente apenas pelo civil nem sequer tentem anular o casamento católico anteriormente realizado..
Ora, na maior parte dos casoso, é perfeitamente possível "dissolver", ou seja anular o primeiro casamenrto, recorrendo ao tribunal eclesiástico. O processo é muito parecido com o processo civil de divórcio - dá trabalho, exige que se provem um conjunto de requisitos , mas permitiria "REGULARIZAR" , do ponto de vista formal algumas situações.
De fcato, muitos dos pressupostsos que servem de base ao "divórcio" no casamento civil podem servir de base à anulação do casamemento, que é apenas um processo burocrático. ( A burocratização dos sacramentos ...)

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