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Re: A Eucaristia é Deus, Sacramento da Redenção!
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 13 de June de 2004 15:56


Alef,

É da minha experiência pessoal que, falando-se sobre o assunto, se chegue precisamente às conclusões que apontei. E digo mais: a liturgia e em especial a selecção dos cânticos e o seu texto confirma esta triste realidade.

Eu acho que não pretendas mesmo "caçar heresias", mas o facto de fazeres uma pergunta sobre a qual conheces respostas e não as explanares logo, pode gerar suspeição sobre a forma como a colocas.

Claro que eu estou a procurar explicar as coisas e nesse sentido tenho de ir mais longe do que vai ou consegue ir uma pessoa comum que pense ligeiramente sobre estes assuntos. O meu ênfase foi no que "é" a Eucaristia, não no sentido de fazer alguma divisão entre as expressões da consagração, mas realmente no seu sentido corrente: "o que é a Missa?"

Bem, vou mesmo ter de ler então o que já me referiste teres escrito e responderei depois à questão que colocas.



...«Se permanecerdes fiéis à minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, conhecereis a verdade e a verdade vos tornará livres.» ~ Jo 8,31-32

Re: A Eucaristia é Deus, Sacramento da Redenção!
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 13 de June de 2004 17:18

ANO DA EUCARISTIA: OUTUBRO 2004 - OUTUBRO 2005



Anúncio do «Ano da Eucaristia»

Homilia de João Paulo II no dia do Corpus Christi


CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 10 de junho de 2004 (ZENIT.org).- Publicamos a homilia que João Paulo II pronunciou na celebração eucarística no dia do Corpus Christi, que aconteceu esta quinta-feira na Basílica de São João Latrão, em Roma, na qual convocou o «Ano da Eucaristia».

* * *


1. Cada vez que comeis este pão e bebeis este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha» (1 Cor 11, 26).

Com estas palavras São Paulo recorda aos cristãos de Corinto que a «ceia do Senhor» não é só um encontro convival, mas também --e sobretudo-- memorial do sacrifício redentor de Cristo. Quem participa dele --explica o apóstolo-- une-se ao mistério da morte do Senhor, e mais, converte-se em seu «arauto».

Dá-se, portanto, uma íntima relação entre «celebrar a Eucaristia» e anunciar a Cristo. Entrar em comunhão com ele, memorial de Páscoa, significa, ao mesmo tempo, converter-se em missionário que atualiza o rito; em um certo sentido, significa fazê-lo contemporâneo a toda época, até quando o Senhor voltar.

2. Queridos irmãos e irmãs: revivemos esta estupenda realidade na solenidade do Corpus Domini de hoje, na qual a Igreja não só celebra a Eucaristia, mas leva solenemente em procissão, anunciando publicamente que o sacrifício de Cristo é para a salvação do mundo inteiro.

Agradecida por este imenso dom, reúne-se em torno ao santíssimo Sacramento, pois nele está a fonte e o cume de seu ser e atuar. «Ecclesia de Eucharistia vivit!». A Igreja vive da Eucaristia e sabe que esta verdade não expressa só uma experiência cotidiana de fé, mas que encerra em síntese o núcleo do mistério que é ela mesma (Cf. carta encíclica «Ecclesia de Eucharistia», 1).

3. Desde que, em Pentecostes da Nova Aliança «começou sua peregrinação para a pátria celeste, este divino Sacramento marcou seus dias, enchendo-os de confiada esperança» (ibidem). Pensando precisamente nisto, quis dedicar à eucaristia a primeira encíclica do novo milênio, e com alegria anuncio agora um especial «Ano da Eucaristia». Começará com o congresso eucarístico mundial, que se celebrará de 10 a 17 de outubro de 2004 em Guadalajara (México) e terminará com a próxima assembléia ordinária do sínodo dos bispos, que se celebrará no Vaticano de 2 a 29 de outubro de 2005, cujo tema será «A eucaristia fonte e cume da vida e da missão da Igreja».

Mediante a Eucaristia, a comunidade eclesial é edificada como nova Jerusalém, princípio de unidade em Cristo entre pessoas e povos diferentes.

4. «Dai-lhes vós de comer» (Lucas 9, 13).

A página evangélica que acabamos de escutar oferece uma imagem eficaz da íntima relação que existe entre a Eucaristia e esta missão universal da Igreja. Cristo, «pão vivo descido do céu» (João 6, 51; Cf. «Aclamação antes do Evangelho»), é o único que pode saciar a fome do homem em todo tempo e em todo lugar da terra.

Ele, contudo, não pode fazê-lo só e, deste modo, como na multiplicação dos pães, envolve os discípulos: «tomou então os cinco pães e os dois peixes, e levantando os olhos ao céu, pronunciou sobre eles a benção e os partiu, e os ia dando aos discípulos para que os fossem servindo ao povo» (Lucas 9, 16). Este sinal prodigioso é uma imagem do mistério de amor maior ainda que se renova cada dia na Santa Missa: através dos ministros ordenados, Cristo entrega seu corpo e seu sangue pela vida da humanidade. E todos que se alimentam dignamente em sua mesa, convertem-se em instrumentos vivos de sua presença de amor, de misericórdia e de paz.

5. «Lauda, Sion, Salvatorem...!» --«Louva, Sião, o Salvador, teu guia e teu pastor, com hinos e cânticos». Intimamente comovidos, sentimos ressoar no coração este convite ao louvor e à alegria. Ao final da Santa Missa, levaremos em procissão o divino Sacramento até a basílica de Santa Maria a Maior. Contemplando a Maria, compreenderemos melhor a força transformadora que tem a Eucaristia. Pondo-nos a sua escuta, encontraremos no mistério eucarístico o vigor para seguir a Cristo, Bom Pastor, e para servir-lhe nos irmãos.


(Tradução realizada por Zenit)

[www.zenit.org]



...«Se permanecerdes fiéis à minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, conhecereis a verdade e a verdade vos tornará livres.» ~ Jo 8,31-32

Re: A Eucaristia é Deus, Sacramento da Redenção!
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 17 de November de 2004 17:32

Vou procurar responder à questão colocada pelo Alef, aproveitando para esboçar algumas noções iniciais, com devoção. Achei útil fazer citações de um artigo de Thomas Norris (tradução minha de excertos de: Worship the Eucharistic Jesus and Become Who You Are). Uso-o por leve conveniência e como introdução, mas o ideal seria beber das próprias fontes do Magistério para aprofundar, incluindo as boas obras devocionais dos santos. Seria sempre bom trazer os frutos dessas leituras para partilha e diálogo aqui! Prefiro esta abordagem do que o comentário e discussão de pontos de vista teológicos (como isso a que alegadamente se chama "fisicalismo").

Expôr, tornar compreensível e aceitar o mais difícil e sublime ponto de fé, o da transubstanciação do pão e do vinho durante a Santa Missa, dependerá sempre de um encontro pessoal com Jesus Cristo. Depende do dom de Deus que é a graça de purificar o seu coração, nomeadamente para a gratidão, reverência, adoração e louvor. O essencial é que, ao reconhecer a divindade do Senhor, torna-se-nos evidente que é Ele e só Ele o sujeito autêntico do sentido que temos de adorar o que nos transcende. Quer isto dizer que, havendo o encontro com Deus como Ele Se revelou, conhecendo e deixando-se possuir pela verdade e adorando-a, vive-se então no deslumbramento e na dependência d'Ele, somente. Descobre-se a verdade sobre o nosso ser, os fundamentos da vida humana sobre a nossa condição de criaturas, «descobrindo-se o homem apenas no generoso dom de si mesmo, isto é, ao viver num estado de relação que é constitutivo da sua humanidade», «que está no centro da existência humana», na abertura à alteridade, vivendo perto de Deus -- que na Eucaristia é realmente palpável -- e na proximidade dos outros, amando-os e servindo-os. É nestas relações que o homem verdadeiramente se realiza a si mesmo. «Comungar com Cristo no sacramento torna-se necessariamente comunhão também com todos aqueles que O recebem.» Uma comunhão que redime as próprias relações humanas e as santifica, com o aperfeiçoamento e reparação que vem da graça do amor divino.

Se for recusada esta abertura ao relacionamento pessoal, à aceitação e entrega que pedem confiança e fidelidade, perder-se-á a busca por entendimento real do sentido do Mistério Eucarístico, pois este está sempre orientado para a experiência subjectiva, para a realização pessoal de cada ser humano, sendo essa a única realidade factual que interessa, a única "prova" significativa -- mesmo os sinais que são os milagres eucarísticos só servem o propósito da regeneração e renovação espiritual das pessoas.

A especificidade espantosa da Eucaristia consiste em que «o Filho invisível do Pai invisível torna-Se homem, e ao tornar-Se humano e visível, continua totalmente presente sob as espécies eucarísticas». Relacionando-me com Deus através da adoração da Eucaristia, «reconheço diante de mim o mistério que me envolve, prostro-me diante da Hóstia Sagrada que contém inteiramente o mistério de Cristo como o meu mistério! "És quem és e tenho o privilégio de ter o tempo de uma vida para o reconhecer".»

- A presença de Jesus Cristo na Eucaristia é uma presença física?

A resposta mais curta é: a Eucaristia é em si todas as propriedades completas de Cristo. Tudo quanto faz Cristo Cristo está presente na Eucaristia. Todas as propriedades físicas da natureza humana de Cristo estão presentes na Eucaristia. Está presente a 2.ª Pessoa da Santíssima Trindade na sua humanidade: Corpo, Sangue, Alma e Divindade. A substância da Eucaristia é o próprio Cristo e as propriedades são as suas. A questão que se coloca é: como é que estas propriedades físicas estão presentes? Primeiro, um ponto importante. Na consagração, a mudança da substância do pão e do vinho passam a ser respectivamente o Corpo e o Sangue de Cristo, mas sendo a mesma e única Eucaristia. De facto, o pão e o vinho são transformados em Cristo completamente. Por isso é que se torna admissível que normalmente comunguemos apenas na espécie do pão, porque Cristo está totalmente presente em ambas e não há separação entre seu Corpo e Sangue. O Senhor está presente embora sobrem as propriedades sensíveis e mutáveis, as espécies ou "aparência", do pão e do vinho. Desde o ano 1215 que se deu e cunhou o nome latino "transubstanciação" a esta realidade da Fé, aprofundando e clarificando a descrição e sentido do Mistério que o Senhor instituiu na Última Ceia e que ordenou aos Apóstolos, tendo-lhes enviado o Espírito Santo; este acontecimento em que é transformada a substância de algo que já tinha sido criado: a substância do pão e do vinho são transformadas na substância de Cristo, mas sobram as propriedades sensíveis do pão e do vinho. A substância é o que torna algo aquilo que é, o que subsiste a (ou que "sub-está", permanece em) tudo aquilo que em si se pode alterar.

Por exemplo, no ser humano, a substância da sua humanidade permanece sempre desde o momento da concepção, ainda que as suas propriedades ou qualidades mutáveis sejam muito variadas ao longo da sua existência, tanto no seu corpo como na sua mente e alma; mas a sua substância nunca muda -- o que faz de mim quem eu sou é a minha substância: sou uma pessoa humana única, mesmo na diversidade de todas as alterações físicas e espirituais que em mim acontecem. Em relação às outras coisas criadas passa-se o mesmo; podemos mesmo mudar a substância e propriedades das coisas, como fazer o trigo em pão, deixando de ser trigo e passando a ser pão. Ora, em relação a Deus nunca se fala na sua substância, porque identificar n'Ele essa categoria de ser implicaria também que Lhe pertencessem propriedades mutáveis, mas Deus não "se altera" (há uma questão mais aprofundada sobre a "passibilidade" de Deus, nomeadamente o seu sofrimento e alegria, que aqui fica para já sem abordagem), porque não é uma criatura, mas o único ser não criado, puro espírito e soberano de toda a Criação, que pela sua Graça pode criar do nada e mesmo recriar o que já existe (já sabemos que isto acontece com a criação e regeneração espiritual do homem). Na Eucaristia, as propriedades reais do ser do pão e do vinho são-nos sensíveis, mas a sua substância é já outra, sem que, aparentemente, Deus transforme também essas propriedades ao transformar o próprio ser do pão e do vinho. Assim, aquilo que tinha sido pão e tinha sido vinho deixa de existir e torna-se não só no indivisível Corpo e Sangue de Cristo, mas no Cristo completo e total: Totus Christus, Christus totus.

Esta é, tal como a entendo e procuro explicar neste momento, a doutrina da Fé sobre a Presença Real de Cristo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia, e estou certo de que não seja uma forma "excelente" de explicar a Fé da Igreja -- procurarei ir aprofundando neste tópico, dada a oportunidade. Quanto ao que o Alef mencionou no outro tópico, quanto aos escrúpulos e às situações mais caricatas no trato deste Sacramento, vejo-as como prejudiciais no seu excesso. Por outro lado, o que mais prejudica a digna celebração da Eucaristia não são os excessos, mas as falhas na solenidade (arte, reverência) que a deve envolver, mesmo nas circunstâncias mais simples. Assim, quando me falam em criticar o "fisicalismo", não sei se isso representará uma falha na reverência, por combate a excessos de escrúpulos. Parece-me que a abordagem necessária é a de profunda contrição e humildade perante este Mistério, de modo a preservá-lo o mais possível da irreverência, não representando isto uma "mentalidade mágica" se não se esquecer o rebaixamento que Deus voluntariamente assume ao apresentar-Se-nos na Eucaristia já depois de Se ter feito homem no seio da Virgem Maria. A misericordiosa entrega de Deus presente no memorial da Eucaristia faz com que recuperemos e percamos tudo o que está além de nos abandonarmos confiadamente à sua vontade. O amor do Mistério da Encarnação e da Páscoa do Senhor são o fundamento do nosso dever de reverência e que, bem entendido, aquece a tibieza e converte os escrúpulos estéreis.

Na Eucaristia se encontra a verdade da deslumbrante Revelação de Deus e a beleza das suas obras, nomeadamente a da Redenção em que se vive numa relação de amor, Deus que é Trindade e que nos criou e redime. Isto se encontra e se vive na Igreja Católica: a verdade e o amor, o bem e o belo, em tudo para o que de mais perfeito a humanidade foi criada, uma finalidade para a qual a Eucaristia é o meio completo providenciado pelo Senhor. Concluindo com um ponto importantíssimo que se configura também como sinal do sacerdócio: na Eucaristia, Deus dá-Se completamente ao homem; no celibato, o homem coloca os meios para a sua completa entrega a Deus. Trata-se de um mistério de amor, quando ambos se excedem na mútua entrega de si mesmo ao outro. Não se "mede" a Eucaristia tal como o apaixonado celibatário não "calcula" o quanto vai dar: não há medida quando se é chamado e se quer amar sem limites, "até ao fim". Daí que, na contemplação do amor, o mistério eucarístico não é visto com dúvida sobre a sua substância, mas na devota consideração de "como" é que Deus assim Se quer fazer comunhão connosco, para melhor O receber e amar.


...«Se permanecerdes fiéis à minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, conhecereis a verdade e a verdade vos tornará livres.» ~ Jo 8,31-32

Re: A Eucaristia é Deus, Sacramento da Redenção!
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 17 de November de 2004 17:34

"O Sacrum Convivium, in quo Christus sumitur! O Ano da Eucaristia nasce do espanto com que a Igreja se coloca diante deste grande Mistério. É um espanto que acaba por invadir a minha alma. Daqui brotou a Encíclica Ecclesia de Eucharistia. Sinto como uma grande graça do vigésimo sétimo ano de ministério petrino, que estou quase a começar, o poder convocar agora toda a Igreja a contemplar, louvar e adorar de um modo especialíssimo este inefável Sacramento. Que o Ano da Eucaristia seja para todos uma preciosa ocasião para uma renovada consciência do tesouro incomparável que Cristo confiou à Sua Igreja. Que seja um estímulo para uma celebração mais viva e sentida, da qual nasce uma existência cristã transformada pelo amor."

- João Paulo II, Carta Apostólica MANE NOBISCUM DOMINE, para dar início ao Ano da Eucaristia, 7 de Outubro de 2004


Esta Carta Apostólica, que nos foi dada no início do mês passado para iniciar propriamente o Ano da Eucaristia, está já disponível integralmente aqui e tem duas edições portuguesas, pela Paulus e Paulinas.

Existe também já editado pela Paulinas um documento da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos que é o prolongamento daquela Carta Apostólica, com sugestões e propostas para o Ano da Eucaristia.

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Re: A Eucaristia é Deus, Sacramento da Redenção!
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 17 de November de 2004 17:36

Recomendo vivamente a nossa participação nesta iniciativa, com um excelente painel de conferencistas. Já se realizou a primeira conferência, mas cada uma vale (e muito) por si:


O Santo Padre convocou um Ano da Eucaristia a decorrer entre Outubro de 2004 e Outubro de 2005. Para que este ano seja vivido por todos como um tempo de graça, a Paróquia de Nossa Senhora do Carmo -- Alto do Lumiar (Lisboa) propõe:

1. Que todos renovem o compromisso de participar na Missa frequentemente.

2. Que dediquem um tempo à Adoração Eucarística, em concreto propomos as Quintas Feiras, das 19.00 às 20.00 na nossa igreja.

3. Um ciclo de conferências para aprofundar o significado da Missa e que desejamos seja para todos ocasião de penetrar um pouco mais no grande Mistério.


ANO DA EUCARISTIA -- 2004/2005: CICLO DE CONFERÊNCIAS


20 de Outubro:

Ir à Missa: porquê? -- O valor da Missa na vida do cristão

Professor João Luís César das Neves
(Professor da UCP, casado, pai de 4 filhos)


17 de Novembro:

Gestos e Palavras da Eucaristia: qual o significado?

Cón. Luís Manuel Pereira da Silva
(Professor de Liturgia da UCP, Pároco da Sé, Director do Departamento de Liturgia do Patriarcado de Lisboa)


15 de Dezembro:

Deus fala: a Liturgia da Palavra

Cón. José Manuel Ferreira
(Doutor em Teologia, Pároco dos Jerónimos)


19 de Janeiro:

"Realmente presente" -- a liturgia Eucarística

Pe. Duarte da Cunha
(Pároco do Alto do Lumiar, Professor na UCP, Assistente do Departamento da Pastoral Familiar)


16 de Fevereiro:

Os ritos da Comunhão

Cón. João Seabra
(Doutor em Direito Canónico, Professor na UCP, responsável do Movimento de Comunhão e Libertação)


9 de Março:

A Missa e a Nova Evangelização

D. Manuel Clemente
(Bispo auxiliar do Patriarcado de Lisboa)


Todas as conferências serão às 21.30
no Salão Paroquial de Nossa Senhora do Carmo -- Alto do Lumiar (no piso inferior à igreja)
Esquina da Av. Maria Helena Vieira da Silva com R. Raul Mesnier du Ponsard (a igreja é recente e está rodeada de edifícios)

Metro: Quinta das Conchas (Linha Amarela)
Para mais informações contactar:
Tel.: 21 7520280
E-mail: psenhoradocarmo@sapo.pt


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Re: A Eucaristia é Deus, Sacramento da Redenção!
Escrito por: Pedro B (IP registado)
Data: 20 de November de 2004 15:46

Alef

Dia 19 de Janeiro haverá uma excelente oportunidade para debater a questão que puseste ao forum relativa à presença fisica de Cristo.

Não faltes.

Pedro B


Re: A Eucaristia é Deus, Sacramento da Redenção!
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 24 de November de 2004 15:10

Sim, de todo, este painel de conferencistas é de excelência. Recomendo vivamente qualquer uma das conferências. A próxima, por exemplo, do Cón. José Manuel Ferreira, a quem infelizmente não tenho muitas oportunidades de ouvir, será decerto eloquente e iluminadora. Ainda que não o conheçam, desde que tenham disponibilidade, não deixem de comparecer!

Ainda a propósito do Ano da Eucaristia, o Secretariado Nacional de Liturgia disponibiliza online o texto que referi, já editado pela Paulinas, as sugestões e propostas pela Congr. para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, na sua colecção de documentos sobre a Eucaristia.

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Re: A Eucaristia é Deus, Sacramento da Redenção!
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 24 de November de 2004 21:45

Uma nota muito rápida. Estou numa fase de extremo trabalho, pelo que peço desculpa não dar continuidade para já à questão que coloquei há meses e a que o João quer dar seguimento. O facto de se avizinhar uma conferência onde o tema pode ser tratado é um bom "estímulo"... Sugiro que alguém que esteja presente faça a pergunta nos mesmos termos que eu a coloquei...

Mas talvez volte cá um pouco antes ;-)

Alef

Re: A Eucaristia é Deus, Sacramento da Redenção!
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 29 de November de 2004 17:06

Se entendi bem a pergunta é sobre a presença Física de nosso Senhor e Deus nas espécies de pão e vinho ?
Sendo assim qual a definição de transubstanciação?
E qual o significado em Jo6,56.
o Sacrário é onde está o "coração da Igreja".
Imagine nossos sacrários sem o "coração do Cristo Senhor " a pulsar amor para todos....
Sendo assim repito a pergunta aos sábios :
Qual o significado de transubstanciação???
Chris

Re: A Eucaristia é Deus, Sacramento da Redenção!
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 29 de November de 2004 17:23

Me desculpem a pergunta , ainda não tinha lido a magnífica explanação da segunda página do Senhor João sobre transubstanciação. A leitura apenas da primeira página me causou surpresa, pois todos aqui professam a mesma fé !Foi um alívio verificar que existe a segunda página ....
Graças ao Senhor!
Chris


Re: A Eucaristia é Deus, Sacramento da Redenção!
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 13 de December de 2004 15:59

Não tenho seguido esta discussão, mas estive a ler um artigo que acho que se adequa ao tema:

[www.catholic.net]

Um abraço

Cassima

Re: A Eucaristia é Deus, Sacramento da Redenção!
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 15 de December de 2004 23:12

Caro João:

Voltemos à questão da presença eucarística, mesmo com o meu pouco tempo... Ficam algumas notas, mesmo sem muito tempo para grandes arrazoados.

Há uns meses coloquei a questão: «A presença de Jesus no pão e vinho consagrados é física ou não?».

Evidentemente, para que fique claro, usamos aqui «física» no sentido corrente.

1. Parece-me que a tua resposta, João, é algo «sibilina», mas não (me) satisfaz. Dizes: «a Eucaristia é em si todas as propriedades completas de Cristo». Que significa «todas as propriedades»? Significa isto uma presença física ou não?

Mais adiante pareces clarificar que «propriedades» são essas quando dizes que na Eucaristia «está presente a 2.ª Pessoa da Santíssima Trindade na sua humanidade: Corpo, Sangue, Alma e Divindade». Pergunto de novo: significa isto uma presença física ou não?

Depois dizes que «a questão que se coloca é: como é que estas propriedades físicas estão presentes?». Ora, nota que esta tua pergunta inclui uma afirmação deveras «interessante»: «Corpo, Sangue, Alma e Divindade» são «estas propriedades físicas».

Ora bem, isto traz um montão de problemas. Vou colocar alguns.

a) Presença física não determinável? Se «Corpo, Sangue, Alma e Divindade» são propriedades físicas terão que ter elementos mensuráveis fisicamente, porque é próprio do que é físico ser mensurável. Haverá certamente elementos “mínimos”, como extensão, massa, peso... Será que isto se aplica à presença de Jesus na Eucaristia? O que é que é realmente físico na presença eucarística?

b) E se um rato... E lembrei-me então de uma pequena discussão casuística da Idade Média para colocar uma questão que me parece importante: se a presença de Jesus Cristo na Eucaristia é física, se um rato entrar no sacrário e comer as hóstias consagradas, come o Corpo de Cristo! Será?

c) E se um não baptizado... Já agora, coloco mais uma “pequenina” questão: se um não baptizado receber uma hóstia consagrada (como acontece com alguns turistas que aparecem por cá e entram nas igrejas onde decorrem Eucaristias e fazem “tudo” o que vêem outros fazer), recebe o Corpo de Cristo? Recebe um sacramento?

_______

2. Gostava de chamar a atenção para algumas coisas importantes a ter em conta na discussão destes temas:

a) «substância» é um termo metafísico, não «físico»; atenção, pois, quando se usa esta palavra para explicar o dogma da transubstanciação!

b) é importante chamar a atenção para o facto de que «substância» é hoje uma categoria que praticamente saiu da actualidade da discussão filosófica; por isso, insistir na «substância» pouco mais provoca que «datar» o tema como algo ultrapassado, o que é pena;

c) depois das enormes discussões filosóficas do século XX – basta lembrar os existencialismos --, parece-me mais do que discutível a tua descrição de «substância» aplicada ao homem. Ou pelo menos que ela tenha pertinência na actualidade. Dizes: «no ser humano, a substância da sua humanidade permanece sempre desde o momento da concepção, ainda que as suas propriedades ou qualidades mutáveis sejam muito variadas ao longo da sua existência, tanto no seu corpo como na sua mente e alma; mas a sua substância nunca muda -- o que faz de mim quem eu sou é a minha substância: sou uma pessoa humana única, mesmo na diversidade de todas as alterações físicas e espirituais que em mim acontecem». Tal descrição do homem comete o “pequeno” erro de retirar ao homem aolgo fundamental e de esquecer algo fundamental no centro do próprio Cristianismo: a história! Não poderemos dizer com grande força de razão que somos substancialmente históricos? Já agora, a ideia ou «esboço» que mencionas de um Deus impassível fica bem em Aristóteles e responde às questões da Idade Média (sem qualquer sentido pejorativo), mas é insuficiente para nós hoje; nem corresponde propriamente ao Deus revelado em Jesus Cristo. A Encarnação do Verbo de Deus é também o estilhaçar de muitas ideias pré-concebidas de um deus de tipo pagão, que muitos pretendem fazer perdurar, mesmo na teologia católica;

d) parece-me que no dogma (qualquer dogma e no da transubsciação de uma forma especial) o mais importante não é o termo em si, mas sim o conteúdo do mesmo. Isto é algo fundamental, creio que esquecido por muita e boa gente. Muita gente fala e aceita a hermenêutica e a exegese aplicada à Bíblia, mas esquece que também aos dogmas se têm de aplicar os mesmos princípios! E De facto, o termo «transubstanciação» não significa hoje praticamente nada, mas o conteúdo do dogma continua e continuará válido;

e) a teologia tem que recorrer sempre a ferramentas filosóficas para se exprimir; mas não me parece que seja dogma de fé que a única teologia válida é a Escolástica; é uma pena que muita gente na Igreja queira reduzir a enorme riqueza e variedade filosófica do primeiro milénio da nossa era num monobloquismo que se fecha ao diálogo com a diferença. Há que buscar novos meios de falar da Eucaristia em vez de se cair em linguagens herméticas ou de dar espaço para o surgimento fisicismo (ou fisicalismo) ingénuo.


3. Finalmente, gostaria de deixar aqui uma nota que pode ser importante, mas que, por demasiado óbvia, nos esquecemos: é bom que nos apartemos de ideias fisicistas quanto ao tipo de presença de Cristo na Eucaristia, que muitas vezes levam à necessidade de grandes piruetas. Talvez ajude presente que a presença de que tratamos é a de Cristo ressuscitado. O modo como às vezes se realçou a Eucaristia como sacrifício (que o é, mas náo só!) e os muitos exemplos de “milagres eucarísticos” parece ter esquecido este «pequeno» pormenor...

Oops, mas agora surge-me uma questão: se a presença de Cristo na Eucaristia é a presença do Ressuscitado, podemos falar de uma presença física?

Al
ef

PS.: Espero que ninguém confunda aqui «físico» com «real»!


Re: A Eucaristia é Deus, Sacramento da Redenção!
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 16 de December de 2004 09:38

Pois, Alef

Até que enfim que fica claro:
"a presença de que tratamos é a de Cristo ressuscitado".

Evita a realização de testes de ADN às hóstias consagradas.

João (JMA)

Re: A Eucaristia é Deus, Sacramento da Redenção!
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 17 de December de 2004 00:03

A propósito de "casuística eucarística"ouvi uma vez duas histórias curiosas ("se non è vero, è ben trovato"):

a) um padre escrupuloso celebrava missa quando uma mosca se lhe pousou no cálice já depois da Consagração, tocando o vinho consagrado. Horror! Vai daí, o padre acaba a missa em grande inquietação, manda fechar todas as portas e janelas da Igreja e trata de caçar e comer todas as moscas que pode... Mas levanta-se um grave problema: e o jejum eucarístico não se quebra? :-s

b) a outro padre um amigo quis colocar-lhe um problema mais complicado que o das moscas, precisamente aquele que mencionei na minha mensagem anterior: que faria se um rato entrasse no sacrário e comesse as hóstias consagradas? Resposta pronta do padre: «Bem, eu chamava um gato e punha-lhe uma estola!»

Alef

Re: A Eucaristia é Deus, Sacramento da Redenção!
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 17 de December de 2004 15:28

Alef, dizias em cima:
Citação:
Oops, mas agora surge-me uma questão: se a presença de Cristo na Eucaristia é a presença do Ressuscitado, podemos falar de uma presença física?

Mas então Jesus não ressuscitou em corpo e alma? Não ficou nada no túmulo a não ser os panos onde foi embrulhado! Que queres dizer com isso? Jesus ressuscitado é só espírito?

Já agora, li recentemente sobre o milagre de Lanciano! [deusvivorj.sites.uol.com.br].

Que me dizem a isto?

Cassima

P.S. Não sei se a história do 'gato com estola' é verdadeira! Mas pelo menos, revela presença de espírito na resposta! :)

Re: A Eucaristia é Deus, Sacramento da Redenção!
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 18 de December de 2004 23:22

Isto faz-me lembrar que antigamente - havia o chamado "jejum eucarístico"- as pessoas não podiam comer nada até comungarem visto que o Corpo de cRisto era demasiado precioso pra se misturar com outros alimentos... Isto provocava bastante fome nas criancinhas que tinham de esperar umas largas horas em jejum até poderem comungar nas missas domingueiras - quase nunca antes das onze horas...

Depois, havia outras recomendações curiosas feitas ás crianças... Como a Hóstia era o corpo verdadeiro de Cristo, em carne e sangue, era de todo proibido mastigar a Hóstia, que tinha de ser engolida inteira e seria um grave pecado tocar-lhe com os dentes...
Havia histórias curiosoas de meninos aflitos com a hóstia colada no cèu da boca mas que nem sequer podiam beber um copinho de água pra passar a aflição...
clrai que este srituais eram di tempo dos nosso avós, mas quando leio estes conceitos da "presença física e material" de jesus lembro-me destas histórias.. .

A Eucaristia é a "acção de graças" a Deus !!!
Escrito por: Manuel Pires (IP registado)
Data: 26 de January de 2006 14:21

Lucas 22,19

<Tomou, então, o pão e, depois de dar graças (isto é «Eucaristia»), partiu-o e distribuiu-o por eles, dizendo: «Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vós; fazei isto em minha memória.»>

1) Será que Jesus entregou por NÓS o seu corpo ressuscitado, ou o seu corpo MORTAL?

2) Sabia que Eucaristia é «dar graças» ?

(Confira a 4ª palavra do grego com a 8ª e 9ª palavras da tradução portuguesa do cap. 22, verso 19 do livro de Lucas. Confira também no latim.)

«Tomou, então, o pão e, depois de dar graças, partiu-o e distribuiu-o por eles, dizendo: "Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vós; fazei isto em minha memória."»


3) Comemoremos a morte do Senhor, quando comemos o PÃO, depois de darmos graças a Deus, e deixemos-nos de palavras de homens.

É o Espírito quem dá a vida; a carne não serve de nada: as palavras que vos disse são espírito e são vida.


Rom.: Ídolo & sexo!... Veja tb.: O Messias de YHWH é a minha religião. YHWH Deus amou-nos primeiro.

Re: A Eucaristia é a "acção de graças" a Deus !!!
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 26 de January de 2006 15:37

O SACRAMENTO DA MESA


Se a mesa de nossas casas pudesse falar, teria muitas histórias para contar.
Viu o casal novo iniciar a sua vida familiar.
Ao seu redor, trocaram suas juras de amor , debateram os problemas financeiros, tiveram seus atritos, ajustaram suas opiniões.
Depois vieram os filhos. A princípio, eram alimentados em altos cadeirões.
Sentar-se à mesa equivalia: pegar direito os talheres, não derrubar os alimentos fora do prato, comer com a boca fechada.
A mesa dava solenidade ao ato.
Era cercada de respeito: não era hora de discutir, ninguém se sentava ou se levantava antes dos outros.
Aprendia-se a servir os outros e aguardar pacientemente sua vez. O pai comandava a orquestra familiar.
A mãe só principiava a comer depois que todos estivessem servidos.
Em torno da mesa, Deus era lembrado nas orações.
E, hoje em dia, a velha mesa fala até nos seus lugares vazios daqueles que partiram: "naquela mesa está faltando ele, e a saudade dele está morando em mim."
Passando das coisas materiais para as coisas espirituais: Na sua vida invadida pela multidão, conta o Evangelho que Jesus e os discípulos nem tinham tempo para comer (Mc 6,31 ).
No entanto, ao aproximar-se a festa da Páscoa Jesus faz questão que se prepare a ceia.
Pede hospitalidade a um amigo que cede o uso da sala mais bonita da casa.
A fim de sublinhar a ideia de um acontecimento referente a toda à comunidade e não a cada indivíduo como tal, Jesus e os apóstolos tomaram lugar ao redor da mesa.
Dá-se a instituição da Eucaristia.



Pe. Lucas

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