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Baptismo e vontade do baptizando
Escrito por: Ana Amorim (IP registado)
Data: 25 de May de 2004 15:01

Olá a todas!

Como todos sabem, nestas coisas de casamento e filhos, entre o casal há-de haver sempre cedências...
Bom, aqui vai:
O meu marido sempre defendeu que deveríamos baptizar a criança enquanto ela ainda fosse bebé. Eu acedi ao seu pedido e baptizámos a Sara.
Só que eu sempre defendi que, embora os pais fossem católicos, a educação religiosa dos filhos deveria ser o mais aberta possível. Deveria ser dado a entender às crianças que existem muitas religiões no Mundo e que todas elas merecem respeito da nossa parte. Deveria, portanto, ser dada oportunidade às crianças para escolherem a sua própria religião, e que a mesma fosse vivida por opção e não por apenas educação.
Sei que baptizá-la agora foi um acto em que nos comprometemos a educá-la na Fé e nos preceitos da Igreja Católica, mas fico com a sensação de que estaremos a "moldá-la" e não a deixá-la escolher o caminho que ela pode realmente querer seguir...
Não seria mais lógico educá-la apenas no amor e no bem, na procura do respeito pelo outro?
É que, pelo que vejo, educa-se muito nos preceitos de ir à missa, de ir à catequese, mas o essencial falha muito. Daí termos católicos de ir à missa, mas nunca católicos de verdadeiro amor por si, por Deus e pelo próximo...
Infelizmente, há mais católicos por educação, que por opção.
Gostaria que alguém me elucidasse sobre este tema...

Obrigadas

Anna e Sara

Re: Baptismo e vontade do baptizando
Escrito por: Padre João luis Paixão (IP registado)
Data: 26 de May de 2004 02:01

Os pais tem por obrigação educar os filhos e darem-lhes aquilo que julgam ser melhor. É tarefa dos pais.
Nunca vi nenhum pai perguntar aos filhos aos 6 anos se quer ir à escola. Entendemos que é um bem, e com 6 anos não pode nem sabe decidir. Não vamos pois esperar que a criança tenha idade para poder decidir para o fazer. Os pais decidem - é essa a sua função.
O mesmo se aplica a tantas outras coisas.
Porque é que a educação religiosa tem de ser diferente? Nunca vi um pai perguntar se achava que devia ou não castigar o filho. Se o castigo é um bem nesse caso, ele aplica-o
Compete aos pais decidirem e escolher o que é melhor para os filhos.
Se os pais tem fé, acreditam em Deus e em Jesus Cristo, se tem fé no sacramento do Baptismo cabe-lhes a eles decidirem. Se não tem fé, não acreditam em nada disto, não faz sentido baptizar.
Não numa perspectiva de a criança escolher, mas numa perspectiva de quem acha que segundo a sua consciencia, não é um bem para a criança.
Se para os pais o baptismo não é bem nenhum, é melhor não baptizar. Se um dia a criança quiser....
Diz bem que há mais catolicos por educação do que por opção. Mas isso não acontece porque escolheram por eles, porque a maioria das pessoas que sabem ler neste pais sabem-no mais por educação do que por opção. Nunca me perguntaram se queria ir a escola - eu teria dito que não!
A missa e a catequese só não chegam. A familia é a Igreja domestica. Se a familia não vive nesta certeza de que é Igreja domestica, que há que viver como cristãos, com valores cristãos e pratica cristã, só aquilo que a criança aprende na Igreja não serve, porque cedo vai entender que nada daquilo serve, porque se para os pais não presta porque não seguem, porque há-de ser bom para elas?
cedo abandonam a Igreja.

Re: Baptismo e vontade do baptizando
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 26 de May de 2004 19:44

Ana,

Só te posso dar a minha opinião. Que vale o que vale.

Acho correcto o pensamento do teu marido sobre baptizar a Sara em bebé.

Isso nada tem a ver com a abertura da educação religiosa. Qualquer educação religiosa deve ser dada em clima de respeito por todos. Para evitar fundamentalismos, leituras literais da Bíblia e questões similares.

É algo que uma catequese cuidada trata.

Mas não concordo com um certo relativismo que ressalta das tuas considerações sobre todas as religiões.

Eu estou certo que a Igreja Católica é aquela que tem maior virtualidades e capacidade para ensinar aos cristãos a seguirem o caminho de Cristo. Por isso é aí que eu me integro, e onde integro os meus filhos, onde os confio para que sejam ensinados e encaminhados para Cristo.

E se para mim todas as religiões, igrejas e denominações me merecem todo o respeito, não as considero todas iguais. A minha garantia que eles respeitam todas elas é precisamente porque lhes ensino os valores católicos.

Daí que seja na Igreja Católica que a minha vida e a dos meus filhos continue o seu percurso.

Conforme não os colocaria numa escola que tivesse deficiências, menos ainda os colocaria em religiões igrejas e denominações que não alcancem a plenitude da Revelação de Cristo, como ela é alcançada na igreja Católica.

E podes estar bem ciente que a minha opção pelo catolicismo é uma escolha devidamente amadurecida, pela fé e pela razão:
"A fé e a razão (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, em última análise, de O conhecer a Ele, para que, conhecendo-O e amando-O, possa chegar também à verdade plena sobre si próprio (cf. Ex 33, 18; Sal 2726, 8-9; 6362, 2-3; Jo 14, 8; 1 Jo 3, 2)."
Fides et Ratio

João (JMA)

Re: Baptismo e vontade do baptizando
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 27 de May de 2004 02:12


Padre João Luís e JMA,

Acabo de ficar feliz, pois intervenções como essas é que dão razão de ser a um fórum das paróquias de Portugal: partilha e esclarecimento sobre o que precisamos de conversar, para nos entendermos e ficarmos mais unidos.

E apenas vos agradeço porque, realmente, não parece restar-me a mim mais nada para dizer sobre este tema. Talvez o que me motive também a fazê-lo seja a incursão constante neste fórum de mentalidades mais adversas a esta forma construtiva de comunicar e que me têm aborrecido...

Mas aqui se vê como o fórum anda para a frente: contributos complementares, Padres, leigos, boa vontade, noções informadas, lúcidas, maduras, assim sim, dá gosto e vale mesmo a pena! :o)

Bem hajam, a Paz de Cristo!

João Oliveira

Re: Baptismo e vontade do baptizando
Escrito por: Ana Amorim (IP registado)
Data: 27 de May de 2004 09:24

Obrigada pelos vossos esclarecimentos.
Não obstante, apesar da educação que tencionamos dar-lhe, penso que a última palavra, em termos de opção de vida, tem de ser dela...
Não sei se me faço entender...

Anna e Sara

Re: Baptismo e vontade do baptizando
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 01 de June de 2004 15:53

Ana,

A opção de vida é sempre de cada um, a menos que não acreditássemos que Deus nos criou livres, à sua imagem e semelhança.

Por isso, assim que lhe couber escolher, será a ela que compete seguir o seu caminho.

Até lá, a função dos pais e dos educadores é de lhe indicarem o caminho; depois apenas poderão e deverão aconselhar.

Se Deus quisesse "seguidistas" não nos tinha dado aquilo que designamos como "livre arbítrio". Deus quer que caminhemos para ele por vontade própria.

Isso não podes tu fazer pela Sara: cabe-te dar-lhe a conhecer a Fé como tu a conheces e iniciá-la nela. Depois cortas o cordão umbilical e só a podes aconselhar. Mas não podes caminhar por ela. Nem Deus queria tal...



João (JMA)

Re: Baptismo e vontade do baptizando
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 03 de June de 2004 21:50

Ja entendemos o ponto de vista dos Judeus messiânicos.
Os cristãos pensam de maneira diferente.
Obrigado pela partilha do que a tua religião pensa.

Re: Baptismo e vontade do baptizando
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 04 de June de 2004 14:38

é o que se depreende de todo o seu discurso.... estamos todos absolutamente errados. Apenas você e os da sua ~religião prestam verdadeiro culto a Deus.
Assuma o que diz.

Baptismo e vontade do baptizando
Escrito por: Manuel Pires (IP registado)
Data: 26 de January de 2006 12:04

O baptismo do Eunuco.

«35*Então, Filipe tomou a palavra e, partindo desta passagem da Escritura, anunciou-lhe a Boa-Nova de Jesus. 36*Pelo caminho fora, encontraram uma nascente de água, e o eunuco disse: «Está ali água! Que me impede de ser baptizado?» 37*Filipe respondeu: «Se acreditas com todo o coração, isso é possível.» O eunuco respondeu: «Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus.»
38*E mandou parar o carro. Ambos desceram à água, Filipe e o eunuco, e Filipe baptizou-o. 39*Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe e o eunuco não o viu mais, seguindo o seu caminho cheio de alegria.»


Pesquisar no N.T. (Batismo.)

Pesquisa de Batiza no N.T.

====


Curiosidade (baptizar pelos mortos):

(I Coríntios 15,29)

De outra maneira, que intentam aqueles que se batizam em favor dos mortos? Se os mortos realmente não ressuscitam, por que se batizam por eles?



Rom.: Ídolo & sexo!... Veja tb.: O Messias de YHWH é a minha religião. YHWH Deus amou-nos primeiro.

Re: Baptismo e vontade do baptizando
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 07 de March de 2006 16:17

Ritual Romano da CELEBRAÇÃO DO BAPTISMO de uma criança


OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
Os pais têm obrigação de procurar que as crianças sejam baptizadas dentro das primeiras semanas; logo após o nascimento, ou até antes deste, vão ter com o pároco, peçam-lhe o sacramento para o filho e preparem-se devidamente para ele. Se a criança se encontar em perigo de morte, seja baptizada sem demora. (Cânone 867 CDC)
Dê-se ao baptizando um padrinho, cuja missão é, conjuntamente com os pais, apresentar ao baptismo a criança a baptizar e esforçar-se por que o baptizado viva uma vida de acordo com o baptismo e cumpra fielmente as obrigações que lhe são inerentes. (cf. Cânone 872 CDC)
Haja um só padrinho ou uma só madrinha, ou então um padrinho e uma madrinha. (Cânone 873 CDC)
Para alguém poder ser padrinho requere-se que:

tenha completado dezasseis anos de idade,
seja baptizado,
tenha recebido a santíssima Eucaristia,
seja crismado,
não esteja amancebado ou só casado no civil,
participe na Eucaristia aos Domingos. (cf. Cânone 874 CDC)

Sempre que os padrinhos não residam na paróquia onde vai realizar-se o baptizado, devem trazer do seu pároco declaração de idoneidade.



Re: Baptismo e vontade do baptizando
Escrito por: Margarida Barros (IP registado)
Data: 23 de March de 2006 22:08

Eu sei que este assunto já tem algum tempo, mas só agora entrei no Fórum e gostava de expor o meu caso.

Fui adoptada dentro da própria família, onde cresci com mais três irmãos filhos legítimos. Todos eles foram baptizados em bebés, tinham meses, comigo já não foi assim. Os meus pais adoptivos, que para mim são os meus verdadeiros e únicos, deixaram pelas circunstâncias da vida que fosse eu a decidir. Ora bem, se toda a minha educação foi com base no amor, carinho, compreensão, ternura, razão, claro que também foi dentro dos principios católicos e religiosos, como devem calcular. Se não, não fazia sentido os meus irmãos terem sido baptizados com meses.
Logo se cresci a ouvir falar em Fé, em Deus e em Jesus cristo, mesmo tendo outras religiões de que se falava, cheguei aos 19 anos e não me decidi, já estava interiorizado em mim, tinha que me baptizar e não podia passar daquele ano.

E defendo que todas as crianças devem ser baptizadas o mais depressa possível, não sabemos o dia de amanhã.

Uma boa noite




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