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Uma questão de Tradução
Escrito por: M. Martins (IP registado)
Data: 29 de June de 2009 11:56

Uma questão de tradução:

Por vezes comparo diversas traduções da Bíblia. Cheguei à conclusão de que a tradução dos Capuchinhos é menos precisa quanto aos pormenores. (No entanto, o sentido do texto mantém-se intacto, claro). Coloco a seguir um exemplo disso mesmo.

Na Bíblia dos Capuchinhos está:

Ex 10, 26 “Também o nosso gado irá connosco. Não ficará nem sequer um animal, ...”

Na tradução da Bíblia de Jerusalém em vez da palavra “animal” , está “unha”

Na tradução de João Ferreira de Almeida (não tenho presente a edição), também está “unha”

E na tradução do Novo Mundo , está: “casco”


Este tipo de opção na tradução está presente ao longo do toda a tradução dos “Capuchinhos”.

Gostaria de saber se esta questão de pormenor ao nível das traduções, é factor determinante para uma escolha da Bíblia por parte dos demais participantes deste Fórum .

Grato

M.

Re: Uma questão de Tradução
Escrito por: Cassima (IP registado)
Data: 29 de June de 2009 14:06

M.

Estive na Bíblia Católica Online e andei a ver nalgumas bíblias. A maioria dos que lá estão (claro que falo das línguas que dá para perceber - o que não inclui o grego e o húngaro, por exemplo) parece-me ter "unha" mas há alguns com "animal".

Comprei há uns anitos a Bíblia dos Capuchinhos na Feira do Livro. Tinha uma dos paulistas (acho eu) só que era brasileira [(desculpem lá os brasileiros, mas isto de ler é sempre mais agradável se for segundo as regras a que estamos habituados :)] e queria uma no nosso português. Por isso escolhi-a ao saber que era uma tradução recente, feita por pessoas credenciadas e a partir dos originais.

Cassima

Re: Uma questão de Tradução
Escrito por: David_ (IP registado)
Data: 29 de June de 2009 15:32

Olá Martins


Paz do Senhor



Das traduções católicas, eu não pensaria duas vezes para escolher a "Bíblia de Jerusalem". Esta é sem dúvida a melhor das traduções católicas, e é, inclusive, usada para estudo por muitos teólogos, evangélicos!


Em Cristo


David

_________________________________________________________________________________
"Em ti me alegrarei e saltarei de prazer; cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo." Salmo 9:2

Re: Uma questão de Tradução
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 30 de June de 2009 00:30

Olá M. Martins.

Sim, no meu caso, a escolha da Bíblia tem em conta a forma como foi traduzida e para que público se destina.

Normalmente, para leitura, prefiro a tradução da Difusora Bíblica (também conhecida pela Bíblia dos Capuchinhos) e a que temos aqui no Paroquias.org. Está num português correcto, moderno e bem articulado.

A Bíblia de Jerusalém está traduzida em Português do Brasil e está mais próxima do texto original, mas o texto mais longe do nosso Português (mesmo sendo do Brasil) mais moderno. Contudo, para quem quer saber se determinada palavra como estava na língua original, esta tradução é melhor que a da Difusora Bíblica. Por isso, e também por ter mais notas e introduções mais detalhadas aos vários livros e grupos de livros, é normalmente recomendada para quem pretende estudar a Bíblia.

Convém também recordar aquilo que em tempos ouvi: para quem pretende fazer um estudo profundo da Sagrada Escritura, tem de estudar o texto nas suas línguas originais. O que obriga ao domínio do hebraico, aramaico ou grego antes do próprio estudo bíblico.

Há uma outra Bíblia, muito boa para estudo, que tem passado um pouco ao lado de muitos leigos: trata-se da Tradução Ecuménica da Bíblia (também conhecida como TEB ou TOB, do francês). É editada em Português (do Brasil) pelas Edições Loyola e, quando a comprei há já alguns anos, a versão de estudo, custou-me os olhinhos da cara. Talvez pelo preço, ou por ser raro encontrá-la disponível à venda, o que é certo é que tem tido pouca saída cá em Portugal. A meu ver, tem ainda mais notas que a Bíblia de Jerusalém, o que pode ser um bom complemento de estudo (se as 2480 páginas não assustarem).

Quanto a Ex 10,26, a TEB traduz por "Nossos rebanhos irão connosco e não ficará uma cabeça sequer". Tem uma nota de rodapé para a palavra "cabeça" que diz "Lit. nem uma unha (casco)", donde se pode concluir que a tradução à letra do original seria literalmente "unha" ou "casco".

Diz na introdução da TEB que o objectivo "não é a literalidade servil, mas a familiarização do leitor com os campos semânticos nos quais o texto se move". Para mim, é também importante ser uma tradução ecuménica: "A equipe que traduziu os textos originais hebraicos, aramaicos e gregos para o francês era composta por biblistas das diversas confissões cristãs e religião judaica".

Ultimamente não tenho comprado mais bíblias (resisti à tentação de comprar a nova edição da Bíblia de Jerusalém agora na última Feira do Livro de Lisboa e já chegam as que tenho), pelo que não tenho colocado essa questão. Lembro-me no passado de ter alguns versículos chave que gostava de ver em cada nova Bíblia para ver como eram traduzidos:
Gn 1,1-2 - em particular a primeira frase se inclui o "quando" ou não, e se o espírito de Deus pairava ou se movia sobre as águas;
Ex 3,13-15 - para ver como se traduz o tetragrama YHWH - o nome de Deus - e aqui descartam-se as traduções das Testemunhas de Jeová ou más traduções. Escusado será dizer que as poucas que encontrei que traduziram YHWH por "Jeová" foram imediatamente rejeitadas.
Is 7, 14 - para ver como se traduz 'almah, se por "jovem" ou "virgem".
Jo 1, 1 - para ver se traduz Logos por Verbo ou Palavra, e como este estava "junto de Deus", "estava em Deus", "estava com Deus", "voltado para Deus".

Porém, isto são trocos. Seja com a Bíblia da Difusora Bíblica, seja a Bíblia de Jerusalém, seja a TEB ou a Bíblia da Sociedade Bíblica (tradução de João Ferreira de Almeida), qualquer uma destas Bíblias chega e sobra para o estudo bíblico que a esmagadora maioria dos leigos faz.

Obrigado,
Luís

Re: Uma questão de Tradução
Escrito por: M. Martins (IP registado)
Data: 30 de June de 2009 11:09

Caros amigos;

Obrigado a todos.

Amigo Luis, há dias comprei um "pack" com três volumes intitulado "Comentário Bíblico" das Edições Loyola, que consta precisamente das introduções e de todos os comentários e notas presentes na TEB. Custoume à volta de 50€.

Com uma boa tradução da Bíblia e os volumes do "Comentário Bíblico", fica-se com práticamente "tudo" para um bom estudo da Palavra.

Pessoalmente, gosto muito da Bíblia de Jerusalém, no entanto, encontro-lhe um problema "logístico": Deveria ter margens maiores no lugar onde as páginas são cozidas, pois quando se abre o volume, há dificuldade em por vezes ler os textos. Não sei se este problema foi corrigido na nova edição.

Abraço

M.

Re: Uma questão de Tradução
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 30 de June de 2009 17:03

Uma dica. Outra tradução católica muito boa, tanto que de uns tempos para cá a tenho considerado a melhor em muitos temas, é a "Bíblia do Peregrino". Sempre que vou estudar algo faço uso dessas três: Jerusalém, TEB e Peregrino.

[www.submarino.com.br]

Re: Uma questão de Tradução
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 01 de July de 2009 02:50

Firefox, bem visto.

Tinha-me esquecido dessa que agora já se encontra traduzida para Português (do Brasil). Foi a minha segunda tentação da última Feira do Livro :-) O coordenador da Bíblia do Peregrino é Luis Alonso Schökel, s.j. será, provavelmente, um dos melhores biblistas espanhóis recentes.

Noutro dia em conversa com um amigo meu que tem a Bíblia de Jerusalém e a Bíblia do Peregrino, comentava que para quem já tem a de Jerusalém, talvez não justificasse o investimento na do Peregrino. Qual é a tua opinião, elas complementam-se? Uma busca rápida na Internet, parece contradizer a opinião do meu amigo: ver aqui.

M. Martins,

Há um outro comentário bíblico muito bom (em inglês) mas completamente fora de qualquer orçamento: The New Jerome Biblical Commentar. Por estranho que pareça, a versão capa dura é mais barata que a capa mole.

Obrigado,
Luís

Re: Uma questão de Tradução
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 01 de July de 2009 03:27

Citação:
Luis Gonzaga
Noutro dia em conversa com um amigo meu que tem a Bíblia de Jerusalém e a Bíblia do Peregrino, comentava que para quem já tem a de Jerusalém, talvez não justificasse o investimento na do Peregrino. Qual é a tua opinião, elas complementam-se? Uma busca rápida na Internet, parece contradizer a opinião do meu amigo: ver aqui.

Olá Luis

Faz algum tempo que optei por fazer o investimento na Bíblia do Peregrino e não me arrependi. Tanto pela qualidade das notas quanto pelo texto da tradução, gostei muito da Peregrino. Sim, do meu ponto de vista elas se complementam. Mas entendo o conselho do seu amigo, se a pessoa não dispõe no momento do valor para fazer a aquisição, não é caso para se angustiar, que estará bem servida com a Jerusalém.

Abraço.

PS: O comentário bíblico que o Martins apontou é mesmo excelente, mas não conhecia a outra referência que vc citou.



Editado 1 vezes. Última edição em 01/07/2009 03:29 por firefox.

Re: Uma questão de Tradução
Escrito por: Tecno (IP registado)
Data: 08 de July de 2009 21:52

Caros irmãos em Cristo,

Sou o feliz dono de uma extensa colecção de biblias em português, tenho praticamente todas as traduções, à exepção da TEB (embora já a tenha folheado) e posso afirmar, que a nível de português e da melhor facilidade de interpretação dos textos biblicos, não existe nenhuma biblia tão boa, quanto a Edição Pastoral da Paulus, sendo que em segundo lugar diria a Biblia dos Capuchinhos. Qualquer uma das duas, têm boas notas, embora não muito elaboradas.

Já a nível de Biblias de Estudo, possuo duas: Jerusalém e Peregrino e posso afirmar que se complementam, mas que são muito literais e vão a pormenores que fora das linguas de origem dos textos biblicos, se perde muito o significado geral e também se perde em compreensão e como tal não são adequadas para uma leitura menos "estudiosa", por assim dizer... Já para não dizer que na tradução do Francês e do Espanhol, para o PortuguÊs "Brazileiro", se perde muito mesmo, tenho pena que as editoras não façam uma versão em português de Portugal mesmo ! Isso sim seria muito bom...

Apenas as uso para ler os comentários acerca de determinadas passagens, mas por vezes mesmo estas biblias, não têm comentários suficientes para as passagens de mais dificil compreensão e de caracter algo ambiguo...

Resumindo:
- Biblia de Eleição: Edição Pastoral Paulus
- Biblia com texto mais acessivel ao público não versado nas escrituras em geral: Edição Pastoral Paulus
- Biblia com o melhor português de Portugal: Biblia dos Capuchinhos
- Biblia de Estudo: Jerusalém e Peregrino (empatadas +-)
- Piores traduções: João Ferreira D'Almeida (as várias traduções) e Biblia da Editorial Missões


Espero que esta resposta a este tópico possa ter ajudado. :)

Saudações

Re: Uma questão de Tradução
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 09 de July de 2009 01:33

Caro Tecno.

Talvez seja problema meu, mas embirrei com a Bíblia Pastoral Paulus, sobretudo por causa de traduzirem o "Logos" do Evangelho de S. João, por "Palavra" em vez de "Verbo", e, como tal, nunca mais consegui mudar de opinião.

É bom saber que alguém gosta dela e a utiliza, visto também ser uma das mais utilizadas em Portugal (embora não tenha número de vendas, diria que é a mais utilizada a seguir à da Difusora Bíblica).

Obrigado,
Luís

Re: Uma questão de Tradução
Escrito por: M. Martins (IP registado)
Data: 09 de July de 2009 14:28

Comprei ontem a Bíblia do Peregrino. Tem uma apresentação notável e notas muito interessantes. Li uma ou outra passagem.

Quanto à tradução, achei-a mais livre.Em Jo 1,1 está "Palavra" em vez de "Verbo", Em Gn 1 está "alento" em vez de "Espírito" ou "sopro", etc.

É, como já foi dito, uma tradução mais "poética".

Acho que vale sobretudo pelas notas. Penso que a tradução dos "Capuchinhos" tem o texto mais perto dos originais, sem contar que é uma tradução directa desses mesmos originais.

M.

Re: Uma questão de Tradução
Escrito por: Romão Casals (IP registado)
Data: 19 de March de 2014 15:27

A tradução (Bíblia dos Capuchinhos) está muitíssimo boa, melhor até que a Bíblia de Jerusalém se tivermos em consideração a convergente fluidez do texto. Uma linguagem perfeitamente articulada, artística e por vezes também poética, permitindo ao leitor uma interação, quase que virtual, no contínuo decorrer da narração. Muito bom de facto.

Porém, pelo que tenho tido oportunidade de constatar, nas notas de rodapé, nomeadamente nos livros de Génesis e Êxodo, denota-se uma completa descrença nos factos relatados, como que de analogias, mitos ou crenças os livros se confrontam.
Não existe coerência no argumento, a interpretação presta-se contundente em anémicas explicações sem qualquer premissa de lógica pedagógica. A ausência de crédito nos eventos descritivos, em circunstância de tempo, são lamentáveis. A falta de fé é evidente.

(Compreenda-se, a título de exemplo, a imprudente insinuação de referência em Êxodo 14:22 e a hilariante nota em Êxodo 23:31. Tais alusões são verdadeiramente inconcebíveis para o verdadeiro cristão (católico). Um caso deprimente.)

No que diz respeito a uma tradução mais próxima dos originais, independente do documento a ser traduzido, seja o caso do texto Massorético, codex Vaticanus, codex Alexandrinus, texto Receptus, texto Crítico, ou até mesmo com recurso à Vulgata, as versões mais fieis são: a Bíblia de Jerusalém e Almeida Revista e Corrigida, sendo que esta ultima é uma versão parcial do Canon completo.

Devo no entanto esclarecer, que acho horroroso a quantidade absurda de notas de rodapé nas supostas bíblias de estudo, principalmente na tradução da Difusora Bíblica que por vezes ocupa mais espaço que a Escritura propriamente dita. Contem esclarecimentos inapropriados, conflituosos e ateístas, uma verdadeira salada russa de sugestões controversas e reflexões mundanas.

Re: Uma questão de Tradução
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 20 de April de 2014 08:39

Fazia algum tempo que não lia aqui e dei hj uma olhada. E assustei-me que ainda existem católicos que lêem essa Edição Pastoral da Paulus. Com exceção da Bíblia das Testemunhas de Jeová, a Edição Pastoral é de todas a pior tradução que já vi. Em muitas passagens o texto nela foi deturpado para forçar uma interpretação socializante ao estilo de uma teologia da libertação radical. Não conheço as notas da versão de estudos da Bíblia dos Capuchinhos, mas se for na mesma linha socializante e imanente da Ed.Pastoral, só vai servir mesmo para acender fogão de lenha.



Editado 1 vezes. Última edição em 20/04/2014 08:53 por firefox.

Re: Uma questão de Tradução
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 20 de April de 2014 12:13

Olá Firefox.

As notas da Bíblia dos Capuchinhos estão todas online aqui no Paroquias.org.

Basta escolher-se a citação bíblica e clicar-se no asterisco para ler a nota de rodapé. O índice de notas, o índice Bíblico-Pastoral e o índice de Nomes também estão disponíveis.

Obrigado e votos de uma Santa Páscoa, Luís

Re: Uma questão de Tradução
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 20 de April de 2014 17:05

Um católico que ainda acredita que tudo foi criado em 6 dias de 24 horas? Que adão foi ali moldado do barro e eva foi formada de uma costela? que foi mesmo um fruto de uma árvore e uma serpente falante? católico?!? naaaaaa

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Uma questão de Tradução
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 20 de April de 2014 17:13

Olá Luis,

Bem lembrado, que essa Páscoa seja rica de bençãos para ti e os outros que nos lêem.
Tinha reparado que a Bíblia online aqui no site era a dos Capuchinhos, mas não posso dizer que a conheço bem para fazer dela um juízo.
Se fiz referência a ela, foi somente em resposta ao post do Romão, sobre as notas de estudo. Assim de princípio, não tenho nada contra a tradução dos Capuchinhos, que inicialmente me pareceu muito boa.

É um caso completamente diferente a Edição Pastoral da Paulus, que é mesmo muito ruim. O texto nela sequer é uma tradução, pois foi muito modificado para forçar uma interpretação revolucionária para uso nas CEBs.
Vi pessoalmente o resultado disso no meio do povo mais simples e é catastrófico. Várias das notas são do "frei" Carlos Mesters, cuja interpretação difere muito pouco do "frei" Leonardo Boff, chegando ao ponto de ser quase anticlerical e anticatólica.
Isso não aparece fortemente nas notas, mas com o texto modificado isso é facilitado e é o que ocorre de fato em algumas aulas das escolas bíblicas de "leitura popular" patrocinadas pelo Carlos Mesters e seus discípulos.

Acho eu que essa tradução nem merecia o nihil obstat e imprimatur. Uma análise feita por D. Estevão Bettencourt: [www.iesusdominus.com.br]

Fica com Deus.



Editado 1 vezes. Última edição em 20/04/2014 17:37 por firefox.

Re: Uma questão de Tradução
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 20 de April de 2014 18:43

Pois Firefox, eu não sei se essa não é a mesma versão que se vende cá em Portugal. Pessoalmente, das poucas vezes que a folheei, não gostei, porque traduzem o "Logos" do Prólogo do Evangelho de S. João por "Palavra" em vez de "Verbo".

Obrigado, Luís

Re: Uma questão de Tradução
Escrito por: Romão Casals (IP registado)
Data: 21 de April de 2014 13:35

Deus afirma: (Êxodo 20:11)

“Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou”

Tu declaras, com toda a firmeza que esta afirmação não passa de uma metáfora.

É muito curiosa esta tua visão antropológica, querendo dar uma interpretação que as coisas nunca tiveram. Ou seja, no teu entendimento Moisés deve ter-se equivocado, exprimindo com imprudência uma ação ainda não realizada, hipotética ou irreal, tal como o modo através do qual se transmite a incerteza e a dúvida.

Na melhor das hipóteses, o autor descreveu, sem finalidade concreta, alegorias mirabolantes concernentes a um criador, que não um ser pessoal. O caso mais problemático é desprezar a tradução para interpretar a Bíblia, e na maior parte dos casos o leitor quer forçosamente sustentar-se nas interpretações da ciência.

A respeito da questão de Génesis as pessoas assumem imediatamente que não pode existir discrepância entre a Bíblia e as descobertas científicas. No entanto, é preciso não esquecer que a ciência do seculo XX mudou mais de 5000 dos seus conceitos, talvez um deles seja algo que, no teu caso, tenhas usado para interpretação das escrituras.

Agora vejamos:

O que advém da pesquisa científica é uma descoberta, é uma lei, é algo observável, ou é apenas uma interpretação de evidências?

Quem se baseia na ciência para interpretar a Bíblia, corre o grande risco de ter que mudar a sua interpretação daqui a alguns anos. A palavra de Deus é a Verdade, a ciência é uma constante busca pela verdade. São duas realidades totalmente diferentes.

Sendo que a criação por processo descritivo, tal como afirma o livro de Génesis, é uma realidade emergente, tudo o que vem antes é mera especulação. Há necessidade de olharmos o que a Bíblia tem a nos dizer a respeito de si mesma.

Se os dias descritos em Génesis são eras e não espaços literais momentâneos, tal como desavisadamente afirmam os teólogos teístas, então o 3º mandamento (Guardarás o dia do Senhor) tendenciosamente com a sugestão mais folgada, premeia-se em alguns biliões de anos. Hermenêutica de singular originalidade, a legítima exegese de convencionalidade pagã.

Não pode existir margem para duvidas ou incertezas colaterais, as más conversações corrompem os bons costumes. Os dias de Génesis são literalmente períodos de tempo de 24 horas, caso contrário teremos uma gritante contradição teológica.

Como explicar morte e sofrimento antes do pecado de Adão?

Se a morte entrou no mundo antes do pecado original, o que significa Romanos 6:23?

Não somente isto, outra pergunta é:

Qual o significado da obra redentora de Cristo quando Ele nos diz que o último inimigo a ser destruído é a morte?

Trata-se apenas de um plano de fundo teológico para se trabalhar em um contexto científico.

Re: Uma questão de Tradução
Escrito por: Lena (IP registado)
Data: 21 de April de 2014 15:37

Católico???? naaaa
qt mais te leio mais me pareces evangélico... talvez mais pro adventista.

Antes da queda havia bactérias e vírus? O morcego é uma ave?
O arco-iris existia antes do dilúvio? Havia chuva antes do dilúvio?
Os dinossaurios, trilobites, amonites e todo o registo fóssil são seres afogados no dilúvio?
Os peixes que se afogaram eram de água doce ou salgada? Quais n se afogaram? Os que iam na arca?
O pessoal vivia mesmo 900 e mais anos?
Qual a idade da Terra? E do Sol? Qual a forma da Terra?
A evolução biológica aceite não se aplica à espécie humana? E aos restantes seres vivos?
Antes do pecado original era tudo vegetariano?
As plantas cresciam sem chuva?
Tomas vacinas? Antibióticos? Olha melhor não pois têm por base ciência evolucionista.

Quanto a filosofias mete-a no saco. Não leva a nada, não passa de bla bla especulativo que nada prova.

Quem eu conheci e admirava já cá não anda, pelos vistos morreu. Em breve serei eu. Melhor assim.

Re: Uma questão de Tradução
Escrito por: Romão Casals (IP registado)
Data: 22 de April de 2014 13:29

Boa tarde Lena,

Não sou evangélico, não sou adventista, em suma não sou um ignóbil protestante.

Se é tua intenção, de alguma forma, depreciar a minha fé ou posição religiosa, não é esse o melhor caminho, eu acredito profundamente no criacionismo científico como sendo a explicação mais coerente para a criação do sistema de coisas.

As perguntas que fazes são bastante pertinentes, mas como deves compreender não posso dar uma explicação convincente sem que para isso me seja necessário redigir um extenso texto mostrando evidências e conceitos, baseando a explicação em induções inexoravelmente consistentes de lógica e analogia.

Evolução não e um processo natural, pois é tratado por dedução e não por observação direta. É importante compreender que processos naturais são observados diretamente na natureza e descritos através de uma fórmula científica apropriada.

Alguns termos são confundidos como sendo processos naturais, mas não o são, tais casos representam conceitos e não fenómenos observados diretamente, estes dependem sempre de interpretações, hipóteses ou até mesmo de teorias, e não de formulações científicas rigorosas.

A teoria evolucionista desenvolvida por Charles Darwin e Alfred Wallace, no século XIX, propõe a seleção natural como a causa principal para a explicação da evolução, o livro “A Origem das Espécies”, publicado por Darwin em 1859, popularizou a teoria.

O criacionismo científico é uma cosmovisão que propõe a origem do universo e da vida assim como toda a complexidade encontrada na natureza, como sendo o resultado de um ato criador intencional. Constitui inferência de planeamento.

Tais assuntos não são novos, pois foram debatidos na antiga Grécia por volta do século V a.C., no tempo dos antigos filósofos, ideias sobre o universo ser eterno ou não, sobre a vida ter surgido espontaneamente ou ter sido criada, fazia parte da discussão de então.

Um grupo defendia a tese de uma possível geração espontânea, em que tanto o universo quanto a vida teriam vindo à existência por meio de processos chamados naturais. Outro grupo defendia que o universo havia sido criado de acordo com um plano racional.

Os raciocínios que motivaram ambos os posicionamentos são, até certo ponto, os mesmos empregados ainda hoje. No entanto, muitas das propostas, embora aparentemente lógicas, encontram-se desprovidas de um embasamento solido sustentável.

O elemento básico informação (código) é uma entidade mental, não material. Não é uma propriedade da matéria, tanto é que processos puramente naturais (materiais) são fontes fundamentalmente incapazes de gerar informação.

Quando tratamos da questão informação, existem três evidências importantes e sérias que confirmam um ato criador.

1º Um sistema de códigos é sempre resultado de um processo mental, isto é, requer uma origem inteligente ou um inventor. O ADN é um sistema de código.

2º Não existe nenhuma lei natural conhecida na qual matéria possa trazer há existência informação, nem tão pouco existe algum processo físico ou fenómeno material que possa fazer a mesma coisa.

3º Não existe nenhuma lei da natureza, nenhum processo e nenhuma sequência de eventos conhecidos que possam fazer com que informação possa originar-se por si mesma da matéria.

Porquanto as leis da natureza não são naturalistas, a sua origem não provém da natureza. Então a pergunta é:

Qual a origem das leis da natureza sendo que estas leis se encontram além da própria natureza?

A questão está relacionada com a ideia de complexidade e especificação no limite dos processos naturais, ou seja, há medida que seres vivos se vão especializando, vai diminuindo a capacidade de opções de variação. Como resultado da diminuição da reserva genética, o que literalmente ocorre não é um processo de evolução, mas sim um processo de extinção.

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