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Re: Os apócrifos merecem confiança?
Escrito por: Desconhecido (IP registado)
Data: 09 de February de 2010 23:20

E faltam mais alguns, como por exemplo o Pisthis Sophia, a meu ver, de difícil interpretação.

Penso que em todos eles pode ser adoptada uma postura de crédito e de descrédito. De facto, quem seleccionou ou dispensou certos escritos, foi a mão humana.
Logo, para se assumir que uns são inspirados e outros não (e isto falando de todos os livros passíveis de serem inspirados), é necessário assumir que quem assim decidiu que fosse (homens) não se tenha enganhado, abstraido e invalidando qualquer existência de um possível jogo de conveniências e interesses.

Evangelhos de Filipe, de Judas e de Maria Madalena, que contêm afirmações capazes de deixar os cabelos em pé a muitos católicos, podem muito bem ser a verdade.

O argumento de "ter fé nos escritos" neste caso, para mim não é valido, pois outras perguntas surgem: em quais escritos ter fé?
Deixando de lado as possíveis contradições e pseudo-contradições, e assumindo mesmo as afirmações que segundo alguns são "heréticas", como assumir como é insinuado, que Jesus pediu a Judas que o denunciasse, que Jesus estava junto com Maria Madalena, e que mesmo Maria Madalena estivesse em melhor conta que muitos dos apóstolos, quem pode provar que estão errados?

como disse a Anori, por muito tempo se achou que a Terra era plana, e depois...

Por isso, quem diz que os apócrifos estão em contradição com os livros canónicos, pode ser perfeitamente contra-argumentado por aqueles que venham a dizer que afinal os canónicos é que estão em contradição com os apócrifos! E verdade seja dita, se extrairmos a influência "secular" que a igreja tem nesta espécie de "assumpção incontestável" da veracidade dos livros canónicos e apócrifos por ela admitidos, ficamos sem saber em quê acreditar no que diz respeito a algumas incongruências.

E no final, qual a importância disso?
Neste aspecto, faço minhas as palavras do rolando quando afirma que "doutrinariamente a Bíblia não Contém erros", pois em boa verdade, qualquer livro apócrifo ou canónico, contestado ou não, possuem a mesma doutrina de base. Considero este facto importante, pois assumindo por este ponto de vista, todo o tipo de discussões que possam advir carecem de importância.

A título de exemplo:
-A doutrina não quer saber se Jesus andava ou não com Maria Madalena
-Pouco se importa se Judas o acusou por conta própria ou a pedido
-Não quer saber do grau de relevo que Maria Madalena possa ter assumido

Só lhe interessa:
-Que o homem deixe de odiar o seu semelhante
-Que Deus existe e que existe um grau de felicidade alcançável a todas as "pessoas de bem"
-Que o homem abandone o egoísmo e as suas paixões, e se dedique honestidade, à verdade, à bondade, etc...

Visto tudo isto, na minha opinião, Os apócrifos merecem confiança assim como merecem os canónicos. Só é pena que alguns apócrifos estejam num estado de conservação não muito bom.

Cumps a todos

Re: Os apócrifos merecem confiança?
Escrito por: Rui Vieira (IP registado)
Data: 13 de February de 2010 13:11

Boa tarde.

Espero não ser repetitivo, ou referir algo que já tenha sido referido.
Se assim for, peço desculpa.

Estive a dar uma vista de olhos, e fiquei um bocado confuso! Li algures que os apócrifos receberam valor canónico pela Igreja...
Apócrifo é uma coisa, e deuterocanónico é outra.
Os livros ditos "apócrifos" nunca receberam qualquer classificação como canónicos pela Igreja.
Quanto aos deuterocanónicos (Antigo Testamento), a comunidade protestante entende que são apócrifos.
Mas falava-se de livros da época apostólica, que não constam da Escritura. É normal que não constém! Não são canónicos, não têm valor como texto sagrado, inspirado. Têm certamente um vaor histórico, arqueológico, mas nada mais.

Que critérios usou a Igreja do séc I e II para discernir a lista de livros sagrados do Novo Testamento? Usou 3 critérios, que tinham que se verificar conjuntamente:

1 - Ter origem apostólica (isto não significa ser o apóstolo o seu autor em primeira mão).
2 - Ser um texto que tenha uso na liturgia da Igreja.
3 - Estar de acordo com a Fé, o Magistério da Igreja.

Os livros apócrifos não possuiam um ou mais destes critérios de canonicidade, pelo que foram excluidos.
Talvez possuissem algum dos 3, mas não os 3 em simultâneo.

Um abraço, e desculpem se fui repetitivo!

Concede, Senhor, que eu bem saiba se é mais importante invocar-te e louvar-te, ou se devo antes conhecer-te, para depois te invocar. Mas alguém te invocará antes de te conhecer? Porque, te ignorando, facilmente estará em perigo de invocar outrem. Porque, porventura, deves antes ser invocado para depois ser conhecido? Mas como invocarão aquele em que não crêem? Ou como haverão de crer que alguém lhos pregue? Com certeza, louvarão ao Senhor os que o buscam, porque os que o buscam o encontram e os que o encontram hão de louvá-lo (S. Agostinho, Confissões)

Re: Os apócrifos merecem confiança?
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 12 de September de 2010 14:02

O livro O Cânon Bíblico - A Origem da Lista dos Livros Sagrados responde e esclarece uma série de dúvidas que são frequentemente motivo para acusações descabidas contra os católicos.

Como uma das dúvidas mais frequentes é relativa aos deuterocanônicos, já deixei o link numa das páginas que tratam do assunto.

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