Fóruns Paroquias.org
paroquias.org

  A participação no Fórum Paroquias.org está condicionada à aceitação das Regras de Funcionamento.
Inteligência Espiritual
Fóruns Paroquias.org : Bíblia

 

Ir para tópico de discussão: AnteriorPróximo
Ir para: Lista de fórunsLista de mensagensNovo tópicoPesquisarEntrar
Ir para a página: 123456Próximo
Página actual: 1 de 6
Purgatório
Escrito por: do Caminho (IP registado)
Data: 31 de October de 2005 11:55

Gostaria de saber quais as bases bíblicas para o purgatório.
Obrigado

Re: Purgatório
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 01 de November de 2005 18:37

fundamentos bíblicos :

2MC 12,39-46 - apresenta soldados judeus que haviam morrido pidosamente em defesa das suas tradições religiosas, mas portadores de pequenos ídolos ( o que é incoerente), com isso ficavam-lhe aderências do mal, das quais deviam ser purificados a fim d poderem conseguir " a bela recompensa".

Judas Macabeu (160a.c)julgava que , em vista dessa purificação, lhes podiam ser úteis sufrágios dos vivos.

Em 1cor3,10-16 - São Paulo ... sofrerão dores mas não deixaram de se salvar após provar a angústia devida ás suas obras imperfeitas-
MT 5,25s- após a caminhada de vida presente, pode haver um cárcere( metáfora), donde o homem réu sai depois de ter expiado por completo.
Há os fundametos do Magistéiro tb.
Se for útil passo mais tarde.
chris


Re: Purgatório
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 01 de November de 2005 21:15


Côn. Vidigal - Novembro: mês das almas do purgatório





O Catecismo da Igreja Católica ensina: "Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida a sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrarem na alegria do Céu" (n. 1030). No purgatório elas podem ser socorridas com preces e sacrifícios e, sobretudo, no mês de novembro se intensifica tal auxílio àqueles que, uma vez lá no céu, hão de se lembrar de seus benfeitores que ainda perambulam neste mundo. A existência do Purgatório é formalmente atestada pela Bíblia e pela tradição constante da Igreja judaica e cristã. No Livro dos Macabeus está escrito que um santo e salutar pensamento é rezar pelos mortos para os livrar das faltas e imperfeições e, assim, possam se salvar dos pecados (2 Mc 12, 41-46). São Gregório escreveu que as almas culpadas de prevaricações, as quais não tiverem sido suficientemente expiadas durante a vida, serão batizadas no fogo, ou seja, no segundo batismo, necessário para que sejam introduzidos na Igreja do Céu. Conforme São Cirilo e Santo Tomás de Aquino os padecimentos no Purgatório são os mesmos do inferno com uma diferença apenas que são sofrimentos temporários. Cumpre então oferecer a Deus sufrágios para obter logo para estas almas um lugar de luz e para que elas saiam imediatamente da noite na qual estão envoltas. Trata-se, portanto, de testemunho precioso de afeto para com os mortos que ainda não entraram na Casa do Pai. Esta dileção se baseia na fé na vida eterna e nas palavras de Jesus que afirmou: "Todo o que tiver falado contra o Filho do homem será perdoado. Se, porém, falar contra o Espírito Santo, não alcançará perdão nem neste mundo, nem no mundo vindouro."(Mt 12, 32). Portanto, há um lugar intermediário entre o céu e o inferno no qual ainda se pode obter o perdão divino. O documento Lumen Gentium, do Vaticano II, confirma esta doutrina (n.49, 51). O sábio Papa João Paulo II não se esqueceu, em 1998, do milésimo ano da instituição da comemoração dos fiéis defuntos. Com efeito, desde o ano de 998, Santo Odilon, abade do mosteiro de Cluny, no sul da França, promovia esta celebração. O dia 2 de novembro deveria ser uma data particular para rezar pelas almas dos que haviam falecido e por isso foi chamada de festa dos "Fiéis Defuntos" ou "Finados". Esse costume se difundiu primeiramente por toda a França e, depois, por toda a Europa. O Papa reafirmou então que, orando pelos mortos, a Igreja contempla, antes de tudo, o mistério da Ressurreição de Cristo que pela sua Cruz nos obteve a salvação eterna. Trata-se de uma manifestação de fraternidade da única família de Deus, como acentuou o Papa. Assim sendo, o ensinamento da Igreja é muito claro sobre o valor das preces e sacrifícios pelas almas dos fiéis falecidos. Isto é sumamente agradável a Deus que quer receber no céu, quanto antes, aqueles que morreram em estado de graça, mas precisam se purificar. Não há dúvida também que Deus não deixará fiquem privados dos sufrágios dos vivos aqueles que foram caridosos para com os mortos, quando também eles vierem a falecer. De todas as preces a mais valiosa é a Santa Missa que deve ser muitas vezes oferecida pelos falecidos, não sendo necessário que os nomes sejam publicados pelo celebrante. Aliás, em todas as Celebrações Eucarísticas se faz menção de todos os mortos. Novembro, se torna, assim, um mês especial no qual a lembrança daqueles que já partiram deste mundo reforça a esperança de uma existência feliz por toda a eternidade junto de Deus. É sempre também um consolo a visita aos túmulos de parentes e amigos, fazendo-se lá preces que, se lhes não forem mais necessárias, a providência divina, por certo, as reverterá em proveito dos que assim oram. * Professor no Seminário de Mariana - MG




Re: Purgatório
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 01 de November de 2005 23:06

Muito bom Ana, aprendi mais um pouco.
Obrigada
chris

Re: Purgatório
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 02 de November de 2005 04:35

Chris!!!

Não tem nada que agradecer:) Veio do seu Brasil:) Voltou ao Brasil:) A net é um Mundo.

Re: Purgatório
Escrito por: Manuel Pires (IP registado)
Data: 04 de January de 2006 10:52

II Macabeus cap.12
«43. Em seguida, fez uma coleta, enviando a Jerusalém cerca de dez mil dracmas, para que se oferecesse um sacrifício pelos pecados: belo e santo modo de agir, decorrente de sua crença na ressurreição»

Acerca deste versículo muito importante, gostava que consultassem as notas da tradução «a Bíblia de Jerusalém». A 2ª parte deste versículo parece ser o resultado de uma adaptação de duas glosas contraditórias, uma contra e outra a favor desse «sacrifício» pelos pecados (dos mortos).

Para mim, o «purgatório» é apenas uma teoria que vingou na consciência das pessoas.
YHWH tem os seus métodos (que ainda não revelou a ninguém) para agir acerca da condição dos mortos que ainda se encontram indignos de receber o resgate de Cristo.
Penso que os métodos de YHWH superam todas as expectativas e mitos.
====


Os links da Bíblia em Português para seu leitor de MP3 agora encontram-se neste link. . Também há lá links para copiar gratuitamente livros da bíblia ´noutras línguas, incluindo do A.T. em hebraico e o N.T. em grego (coiné).

Obrigado.

Re: Purgatório
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 24 de January de 2006 20:29

A propósito do texto do Con. Vidigal:

"há um lugar intermediário entre o céu e o inferno no qual ainda se pode obter o perdão divino"

" Assim sendo, o ensinamento da Igreja é muito claro sobre o valor das preces e sacrifícios pelas almas dos fiéis falecidos."

As "almas" separam-se dos "corpos" e vão primeiro para o purgatório e depois por causa dos "sufrágios", e no caso destes terem sucesso, vão para o Céu?

Seria possível explicar melhor?

João (JMA)

Purgatório: castigo do fogo dum inferno temporal ?!!!!
Escrito por: Manuel Pires (IP registado)
Data: 25 de January de 2006 10:57

Estas frases:
-----------------------
"há um lugar intermediário entre o céu e o inferno no qual ainda se pode obter o perdão divino"

" Assim sendo, o ensinamento da Igreja é muito claro sobre o valor das preces e sacrifícios pelas almas dos fiéis falecidos."

As "almas" separam-se dos "corpos" e vão primeiro para o purgatório e depois por causa dos "sufrágios", e no caso destes terem sucesso, vão para o Céu? »
-------------------

não fazem parte da revelação de YHWH, nem da doutrina de Jesus Cristo.

São apenas produto de crenças e raciocínios especulativos humanos de teólogos falíveis quer os expressem individualmente, quer por consenso em congregação (igreja).
=====
a 1ª frase «lugar intermédio» parece vir de crenças pagãs.
na teologia «o lugar» dá lugar a um estado de graça que aproxima ou afasta as almas (pessoas) de Deus (vivas ou dormindo no sono da morte).
Inspira-se neste texto biblico (Mt+12,31.32):

«31*Por isso vos digo: Todo o pecado ou blasfémia será perdoado aos homens, mas a blasfémia contra o Espírito não lhes será perdoada. 32E, se alguém disser alguma palavra contra o Filho do Homem, há-de ser-lhe perdoado; mas, se falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo nem no futuro

Ora como há pecados que podem ser perdoados no mundo futuro, os teóLogos concluiram que deveriam ser expiados num lugar que eles inventaram ao qual chamaram de «PURGATÓRIO». Os mórmons têm uma doutrina semelhante, mas chamam-lhe de "inferno temporal", para o distinguir do "inferno eterno".
Quero lembrar que tanto esta doutrina como esta linguagem são muito diferentes da linguagem bíblica em que as palavras têm outro sentido. Quanto aos métodos usados por Deus para essa suposta purificação a Bíblia é totalmente omissa.

====
A 2ª frase que fala acerca do ensino da ICAR e do valor das "preces" em favor dos seus fiéis falecidos é uma consequência da doutrina já exposta e tem o seguinte fundamento biblico tirado do livro Deuterocanónico II Macabeus 12,43-45

«43E mandou fazer uma colecta, recolhendo cerca de duas mil dracmas, que enviou a Jerusalém, para que se oferecesse um sacrifício pelo pecado, agindo digna e santamente ao pensar na ressurreição; 44porque, se não esperasse que os mortos ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles. 45E acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem piedosamente. Era este um pensamento santo e piedoso. Por isso pediu um sacrifício expiatório, para que os mortos fossem livres das suas faltas.»

No entanto se consultarem a nota ao fundo da página da tradução «A Biblia de Jerusalém» verificarão que o verso 44 é o resultado da adaptação de duas «glosas» contraditórias (acrescentos contraditórios), que eram notas marginais que foram adaptados e incorporados no texto.
-----
A 3ª parte deriva da conclusão das duas primeiras.
A teoria das «almas» (aqui significa espírito e não "alma") que se separam dos corpos baseia-se mais em crenças pagãs que na bíblica.
Ora veja: Eclesiastes 9, 5

«5Os que estão vivos sabem que hão-de morrer,
mas os mortos não sabem nada,
nem para eles há ainda retribuição,
pois a sua lembrança foi esquecida.
6O seu amor, ódio e inveja pereceram juntamente com eles;
e nunca mais terão parte
em tudo quanto se faz debaixo do céu.»

Veja também: Eclesiastes 9,10

«Tudo o que a tua mão possa fazer,
fá-lo com todas as tuas faculdades,
pois na região dos mortos para onde irás,
não há trabalho nem inteligência, não há ciência nem sabedoria»

Eclesiastes 12,6-7

«6antes que se rompa o cordão de prata
e se quebre a bacia de oiro;
antes que se parta a bilha na fonte,
e se desenrole a roldana sobre a cisterna.
7Então o pó voltará à terra de onde saiu
e o espírito voltará para Deus que o concedeu.
8*Ilusão das ilusões - disse Qohélet - tudo é ilusão.»

Eclesiastes 3,19

«19Porque é o mesmo o destino dos filhos dos homens e o destino dos animais; um mesmo fim os espera. Como a morte de um assim é a morte do outro. A ambos foi dado o mesmo sopro, e o homem não tem qualquer vantagem sobre o animal, pois tudo é ilusão

( a palavra grega "pneuma" tanto significa "sopro" como "espírito")

Apesar de tudo, a "ICAR" protege a crença do sofrimento temporal num «PURGATÓRIO», para valorizar o uso tradicional da aplicação das suas «missas» pelo alívio das «almas» (aliás "espíritos" humanos desencarnados) que supõe estarem a sofrer num "purgatório" (isto é algo semelhante ao inferno de fogo, não bíblico, mas temporal), até que fiquem completamente reabilitados. Dizem também que o valor das «missas» é "infinito". Se assim fosse bastava uma «missa» para libertar todas as «almas» (passe o termo) desse terrível purgatório.

Mas o sangue de Cristo pelo pecado, esse sim tem valor infinito. Foi derramado uma só vez e para sempre.

A teoria do «Purgatório» é um horror.
Ora se é verdade que segundo os textos bíblicos escritos antes de Jesus, um morto «adormecia» descansado na «morada dos mortos» e ficaria assim para sempre.

Jesus veio libertar-nos dessa morte. A sua ressurreição é a prova disso.

Mas a crença do "purgatório" não é libertação mas castigo, não é uma boa nova, mas uma maldição.

Jesus não morreu para nossa maldição, mas fez-se maldição por amor de nós.




Rom.: Ídolo & sexo!... Veja tb.: O Messias de YHWH é a minha religião. YHWH Deus amou-nos primeiro.




Editado 3 vezes. Última edição em 25/01/2006 11:05 por Manuel Pires.

Re: Purgatório
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 12 de May de 2006 15:08

Manuel Pires. Pensas que a tua alma está limpa? Não está. Nem a tua nem a minha. Pensas que entras no Céu assim sem mais nem menos? Não entras. No céu só entram almas purificadas. O facto de estares no Purgatório já é um simbolo de salvação. Mas precisas primeiro de expiar os teus pecados. No céu não entram almas sujas. Mas se achas que sim, continua a achar. É a tua opinião.

Re: Purgatório
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 12 de May de 2006 20:04

Acho que não "entramos " no Céu !
O Reino está dentro de nós!
Se não aprendi a amar como Deus-agape ama , continuarei em um estado de indiferença , de egoísmo, que perdura após a morte de meu corpo.
Como ver o amor perfeito se não o entendo , não experimentei ?
Como posso brilhar com a luz recebida do Cristo se a coloquei dentro de uma embalagem hermética. Se fui sempre muro , fosso, abismo ...
E aos que se lembrarão de mim ? Quais as lembranças que terão ? O que dirão de mim quando morrer? Sentirão saudades ou alívio?

A Vida Eterna , a nossa Ressurreição começa já dentro do ventre de nossas mães...

Estamos contruindo aqui na terra a nossa morada eterna!

chris

Re: Purgatório
Escrito por: Manuel Pires (IP registado)
Data: 12 de May de 2006 21:59

O purgatório é uma invenção teológica.
Chamam-lhe estado de espírito, assim como ao céu e inferno teológicos. Enfim são apenas abstrações.
O que é real é a sepultura, onde o próprio Jesus esteve durante 3 dias e 3 noites.
Jesus ressuscitou.
O mesmo vai acontecer a nós no seu devido tempo. O resto são especulações da teologia.

Citação:
20... Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram. 21Porque, assim como por um homem veio a morte, também por um homem vem a ressurreição dos mortos. 22E, como todos morrem em Adão, assim em Cristo todos voltarão a receber a vida. 23*Mas cada um na sua própria ordem: primeiro, Cristo; depois, aqueles que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. 24 Depois, será o fim: quando Ele entregar o reino a Deus e Pai, depois de ter destruído todo o principado, toda a dominação e poder.

Rom.: Ídolo & sexo!... Veja tb.: O Messias de YHWH é a minha religião. YHWH Deus amou-nos primeiro.

Re: Purgatório
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 12 de May de 2006 22:13

Manuel Pires Escreveu:
-------------------------------------------------------
> O purgatório é uma invenção teológica.

Não não é. Tu é que simplesmente não acreditas.

> Chamam-lhe estado de espírito, assim como ao céu e
> inferno teológicos. Enfim são apenas abstrações.

Abstracções. Pois. E quando S. Paulo diz que prefere deixar aquele corpo para ir habitar com o Senhor também é uma abstracção. Pois claro. E tu ainda dizes que o Paraíso é uma abstracção.

> O que é real é a sepultura, onde o próprio Jesus
> esteve durante 3 dias e 3 noites.
> Jesus ressuscitou.
> O mesmo vai acontecer a nós no seu devido tempo.


Ok, de acordo. Nós vamos passar todos pela morte e ressureição. Quanto a isso não há dúvidas. Só que Cristo não precisa de passar pelo Purgatório. A Sua alma é a mais pura de todas. Nós pelo contrário não temos a alma pura. E precisamos de a purificar antes de O podermos ver.

Re: Purgatório
Escrito por: Manuel Pires (IP registado)
Data: 13 de May de 2006 17:34

Então onde é que está o purgatório?!
Como é que as pessoas se purificam nesse purgatório ?!
Citação:
5Os que estão vivos sabem que hão-de morrer,
mas os mortos não sabem nada,
nem para eles há ainda retribuição,
pois a sua lembrança foi esquecida.
10Tudo o que a tua mão possa fazer,
fá-lo com todas as tuas faculdades,
pois na região dos mortos para onde irás,
não há trabalho nem inteligência, não há ciência nem sabedoria.

Paulo foi «habitar com o Senhor» em espírito, mas não em corpo e alma. Ficou com Jesus à espera da Ressurreição. Antes de ressuscitar está "morto". Caso contrário a ressurreição o que é para ti?!
Diz Paulo: (2 Timóteo 2,18)
Citação:
«os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição já se deu e perverteram a fé de alguns

Deus sabe como há-de fazer, não nós.
(Isaías 5,8.9)
Citação:
Os meus planos não são os vossos planos, os vossos caminhos não são os meus caminhos - oráculo do SENHOR.

Eu tenho o cuidado de documentar os minhas afirmações, dentro das minhas possibilidades e até me dou ao trabalho de colocar links. Eu gostava que fizesses o mesmo. Está bem ?!
Rom.: Ídolo & sexo!... Veja tb.: O Messias de YHWH é a minha religião. YHWH Deus amou-nos primeiro.

Re: Purgatório
Escrito por: s7v7n (IP registado)
Data: 03 de September de 2006 12:11

Onde fica o Purgatório? Pensas que eu já lá fui para te dizer o caminho?

Em relação à tua afirmação dos mortos não saberem nada é realmente caricata. É sempre utilizada por quem quer renegar o Purgatório. Querem comprar épocas de conhecimento que não têm muito a ver. Então para ti, levando à letra, os que morrem, não têm direito a mais nada no futuro. Que "bonito"! "para eles não há mais recompensa, porque a sua lembrança será esquecida." Realmente tem tudo a ver. É o que dá ler as coisas todas à letra.

Citação:
Paulo foi «habitar com o Senhor» em espírito, mas não em corpo e alma. Ficou com Jesus à espera da Ressurreição. Antes de ressuscitar está "morto". Caso contrário a ressurreição o que é para ti?!

E eu pergunto-te, o que é a alma para ti? O que é que interessa o corpo? Temos a alma que é muito melhor. Claro que um corpo de carne que morre e que transforma em pó, de nada vale. O que vale é a alma. O corpo está morto, mas a alma está bem viva junto de Deus. Tal como os apóstolos queriam fazer. Deixar aquele corpo para ir habitar com o Senhor. Logo, essa conversa de que os mortos não sabem nada, não faz sentido. Faria sentido se não tivéssemos alma e se depois de morrer, não houvesse mais nada.
Citação:
Os meus planos não são os vossos planos, os vossos caminhos não são os meus caminhos - oráculo do SENHOR.

Sim, e?

"Ama e faz o que quiseres" - Santo Agostinho

Re: Purgatório
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 06 de December de 2006 05:28

Depois de ler alguns posts acima, resolvi trazer para cá uma msg antiga que havia escrito em resposta a uma pergunta que me foi feita em outro site. Sobre o purgatório:



A doutrina do purgatório funda-se no seguinte: A salvação é um presente divino que vem com o perdão, ofertado amorosamente. Se aceito e abraçado pelo homem, o perdão divino cura e renova, como um novo nascimento, mas para podermos gozar em profundidade da luz divina, para estarmos unidos a Deus em comunidade de vida, é preciso que sejamos inteiramente amor, como ele é todo amor. O egoismo ficaria, portanto, em oposição a essa união amorosa. Aquele que vai gozar das bem-aventuranças, em participação em Deus, será então consumido de amor, sem resíduo de egoismo, que será purificado em arrependimento. Tal purificação toca o fundo do ser, e por isso não pode deixar de ser tb dolorosa, como é doloroso todo tipo de parto.

O purgatório, portanto, não é um lugar, mas uma condição, um processo de purificação que não se mede em unidade de tempo, mas em intensidade. O morrer para si mesmo e nascer para Deus já é iniciar o purgatório, e esse tempo começa desde o início da obra de conversão. Há um purgatório neste mundo, desde já, e pode continuar para além da morte, de um modo misterioso, misericordioso, mas certo. Não é escandaloso que a tradição católica tenha comparado ao fogo essa purificação. Purgatório significa purificação, e o mesmo "fogo" que dana no inferno, purifica no purgatório e beatifica no céu. Deus não muda, o fogo do seu amor é sempre o mesmo. Nós é que somos diferentes diante do amor imutável e infinito: se somos contrários ao amor, o "fogo" de Deus nos tortura, se somos capazes de purificação, esse "fogo" nos purifica, se estamos unidos a Deus, esse "fogo" nos torna bem-aventurados.

Purgatório não é um sofrimento imposto como castigo, contra o qual nos debateríamos. Deve-se compreendê-lo como um sofrimento voluntariamente suportado na presença fulgurante de Deus. Diante do amor de Deus só podemos nos sentir pequenos, e o arrependimento por ter correspondido de forma medíocre no passado, quando pesamos (nós, não Deus) toda nossa existência na balança, esse arrependimento é a dor do purgatório, sofrimento voluntário que é ao mesmo tempo alegria! Acontece que esquecem a alegria do purgatório, que só entende quem já muito amou. Quem já quis dizer "eu te amo" a alguma pessoa amada, e sentiu que as palavras não eram o bastante, vai talvez entender melhor do que está falando a doutrina do purgatório. Aqui as palavras são pobres.

Sta Catatina de Gênova, no "Tratado do purgatório", escreveu: "Nada, a não ser a alegria do céu, é comparável à alegria do purgatório, pois quanto mais nos queima o fogo do amor purificador, mais nos vemos, nos sentimos tornar a ser puros e capazes de entrar em Deus"

Em suas "Obras poéticas", P. Claudel, falando das almas do purgatório, escreveu: "Orem por nós, não para que o nosso sofrimento diminua, mas para que ele aumente, e que se extinga o mal em nós e a abominação dessa detestada resistência".

Esse tipo de pensamento sempre esteve presente na tradição cristã, e é disso que trata a doutrina do purgatório, é assim que eu entendo (sou católico) qdo falo de purgatório. Se essa doutrina foi mal interpretada, se foi desvirtuada, se foi distorcido o que ela expressa, é algo para se lamentar. Não se trata portanto de uma "terceira via" (!), uma outra opção entre céu e inferno; para iniciar qualquer reflexão sobre o purgatório parece adequado imaginá-lo como um tipo de "processo de adaptação" ao céu. Entendo que essa doutrina é teologicamente cristã e perfeita. É minha cruz conhecer-me como eu sou, o que só é possível iluminado pela luz divina. Purgatório é tb um juízo particular, portanto, é incorreto dizer que o purgatório está depois da morte e antes da bem-aventurança. Antes e Depois estão ligados ao tempo, e falar de tempo no purgatório não é propriamente correto. Falar de um "tempo longo" ou de um "tempo curto" de purgatório é um modo desajeitado de falar, já que o amor não se mede por quantidade, é da ordem da intensidade e da qualidade.



A.M.D.G.

Purgatório
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 06 de December de 2006 10:39

Gostei de ler... muito bom

Em comunhão

Re: Purgatório
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 09 de December de 2006 22:21

Está quase tudo muito bem. Tenho algumas reticencias à frase:

O purgatório, portanto, não é um lugar, mas uma condição, um processo de purificação que não se mede em unidade de tempo, mas em intensidade.

Na verdade apenas sabemos que a "dor" do purgatorio varia conforme a culpa e o arrependimento da pessoa. Não sabemos se é medivel em unidades de tempo, nem sabemos a natureza do tempo depois da ressurreição da carne. É uma pequena nuance mas faz alguma diferença.

Sobre as indulgencias convem esclarecer uma coisa. O papa e os cardeais não são burros, não o são agora e não o eram em tempos passados. Quando referiam uma indulgencia de tantos dias ou anos não queriam significar tantos dias ou anos no purgatorio mas sim a indulgencia do sofrimento equivalente a viver nos dias da perseguição romana aos cristãos de tantos dias ou anos, o que isso significava em termos de alivio do sofrimento no purgatorio era deixado em aberto. Daí que me pareça que a noção de purgatorio como lugar aonde se ficava uns tempos a sofrer tenha sido bastante popular mas parece-me que foi apenas uma forma de fazer compreender um pouco aquilo que é na verdade um misterio. A frase acima é outra forma de tentar tornar compreensivel o misterio.

Re: Purgatório
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 10 de December de 2006 04:38

Oi,

Citação:
camilo
Sobre as indulgencias convem esclarecer uma coisa. O papa e os cardeais não são burros, não o são agora e não o eram em tempos passados. Quando referiam uma indulgencia de tantos dias ou anos não queriam significar tantos dias ou anos no purgatorio mas sim a indulgencia do sofrimento equivalente a viver nos dias da perseguição romana aos cristãos de tantos dias ou anos, o que isso significava em termos de alivio do sofrimento no purgatorio era deixado em aberto. Daí que me pareça que a noção de purgatorio como lugar aonde se ficava uns tempos a sofrer tenha sido bastante popular mas parece-me que foi apenas uma forma de fazer compreender um pouco aquilo que é na verdade um misterio. A frase acima é outra forma de tentar tornar compreensivel o misterio.

Amigo, essa "teologia da indulgência" é, com o perdão da palavra, uma tremenda bola fora. O contexto histórico em que isso surgiu era completamente diferente, as indulgências funcionavam como cartas de recomendação por serviços prestados à igreja. Nesse sentido, um bom exemplo de indulgência pode ser encontrado na carta de Paulo a Filemon, qdo ele intercede por Onésimo. Até aqui vou. Todavia, extrapolar daí para imaginar que se possa fazer contabilidade de indulgências seria transformar a salvação num tipo de comércio. Cada vez que retornam a esse assunto das indulgências chega a me dar pena. Talvez essa seja uma limitação minha, mas acho que esse tipo de linguagem não ajuda. "A caridade cobre uma multidão de pecados". Prefiro falar da caridade. Todo tipo de espiritualidade que me lembra contabilidade não me agrada, deve ter notado que não vejo isso falando sobre o purgatório, senão o teria descartado já. Tento ser sincero comigo mesmo para o ser tb com Deus e com a Igreja.

Paz e Bem.

Re: Purgatório
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 15 de December de 2006 23:18

Descartar uma verdade pelo modo como é apresentada parece-me uma atitude irrefletida. A agradibilidade não é um bom criterio de verdade.
O arrependimento nem sempre passa pelo amor, pela caridade. Por vezes passa apenas pelo temor.
Imperfeição humana.
As indulgencias tinham, têm uma doutrina por trás, pelos visto muito desconhecida.
Em função de determinada acção piedosa, é perdoada parte da pena de expiação, agora não já apenas pela excelsa caridade para tambem pelo mero temor.

O temor está longe da perfeição, mas muitas vezes faz parte do caminho que leva à perfeição cristã. Exclui-lo muitas vezes é excluir uma etapa que muitas vezes ajuda muito a iniciar a caminhada para Deus.

Re: Purgatório
Escrito por: firefox (IP registado)
Data: 17 de December de 2006 17:12

Oi camilo,

Citação:
Descartar uma verdade pelo modo como é apresentada parece-me uma atitude irrefletida. A agradibilidade não é um bom criterio de verdade.

Mas diferente de vc eu não parti do princípio de que a prática das indulgências seja uma verdade a priori. Mostrei as minhas razões, portanto, a minha crítica não está apoiada simplesmente no ser agradável ou não. Aliás, do meu ponto de vista eu é que teria maior razão para suspeitar que a "atitude irrefletida" seja a de quem é favorável às indulgências apenas pelo fato de que a igreja se utilizou delas na idade média. Ora, do mesmo modo como posso criticar a inquisição hoje, apesar de entender o seu contexto histórico, posso criticar também o comércio das indulgências.

Citação:
As indulgencias tinham, têm uma doutrina por trás, pelos visto muito desconhecida.

E que "doutrina desconhecida" seria essa? Tem algum conhecimendo de algo assim ou o disse apenas baseado na esperança de que a igreja da idade média tem que ter sempre razão? A dita "doutrina das indulgências" é praticamente toda ela resultado dos documentos do Concílio de Trento (poderá ter acesso a eles no Enchiridion Symbolorum, vulgo Denzinger). Se estiver interessado no tema, ficaria grato se pudesse debater sobre ele aqui. A título de sugestão, procure alguma fonte mais moderna, já que os documentos de Trento foram escritos naquele clima de marcada oposição anti-protestante, o que (na minha opinião) prejudicou demais a reflexão sobre um dos pontos que era central na crítica protestante: a saber, a venda das indulgências. Encontrará um material talvez mais promissor numa carta de Paulo VI, Indulgentiarum doctrina, que suspeito esteja disponível no site do Vaticano. Estou sempre interessado em conhecer mais sobre a doutrina da minha igreja. Por hora continuo defendendo que é uma bola fora a igreja insistir nesse tema, mas sei como deve ser difícil varrer isso para baixo do tapete.

Citação:
Em função de determinada acção piedosa, é perdoada parte da pena de expiação, agora não já apenas pela excelsa caridade para tambem pelo mero temor.
O temor está longe da perfeição, mas muitas vezes faz parte do caminho que leva à perfeição cristã. Exclui-lo muitas vezes é excluir uma etapa que muitas vezes ajuda muito a iniciar a caminhada para Deus.

Parece-me que estás a fazer alguma confusão. Concordo contigo qdo segue na direção do provérbio "O princípio da sabedoria está no temor de Deus", mas já havia anunciado implicitamente que o "O verdadeiro amor afasta o temor". Não me parece, entretanto, que seja este o caso das indulgências. Sinceramente acredito que houve um desvio em algum lugar na história da igreja qto a isso.

Para ajudar na reflexão vou citar um exemplo mais recente. Vc ou alguém aqui poderia me ajudar a perceber o que existe de bom numa doutrina que levou o papa João Paulo II a proclamar que quem passasse debaixo de uma porta, no jubileu dos 2000, teria seus pecados perdoados? Vc é mesmo capaz de me dizer que isso não tem semelhança com algum rito pagão de magia? Já imaginou as filas? E quem não morrasse perto dessa porta?

Provavelmente alguém vá me citar as "condições" para o resgate da recompença indulgenciária, mas em contraponto alguém sempre poderia lembrar que esse é mesmo o mecanismo de uma ideologia em ação, retórica. Por essa dúvida não escrevi aqui sobre a relação entre a comunhão dos santos e as indulgências. Já no meu primeiro post nesse tópico esclareci que nao vinculo a doutrina do purgatório a das indulgências, e poderia fazer do mesmo modo em relação à comunhão dos santos. No caso das indulgências ainda aguardo alguma coisa que faça sentido. Conheci alguns católicos que viviam fazendo contas de indulgências, e aquilo me dava pena.

Os gatos continuarão amarrados aos postes até quando?

Paz e Bem.

Ir para a página: 123456Próximo
Página actual: 1 de 6


Desculpe, apenas utilizadores registados podem escrever mensagens neste fórum.
Por favor, introduza a sua identificação no Fórum aqui.
Se ainda não se registou, visite a página de Registo.

Nota: As participações do Fórum de Discussão são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, pelo que o Paroquias.org não se responsabiliza pelo seu conteúdo, nem por este estar ou não de acordo com a Doutrina e Tradição da Igreja Católica.