Preste a iniciar mais uma "epoca" de touradas à portugesa. Avizinha-se mais um ano de debate.

A Igreja tem sobre o assunto um silencio curioso.

Por um lado grande defensora dos dieitos do homem mas não são poucos os Padres aficionados.

Qualquer praça de touros que se preze até tem uma capela e um capelão.

Padres dos mais conhecidos são grandes amantes da tourada.

Por esse país fora não há festa popular que se preze que não tenha uma corrida de touros abençoada pelo Prior local.

Em Barrancos o Prior sempre defendeu os touros de morte mesmo quando eram ilegais.

Enfim não estará a Igreja a cair numa contradição quando defende ou pelo menos não critica as touradas ?

Pedro B

Não gosto de touradas.
É um espectáculo violento, e, muito sinceramente, nada tem de "festa", nem de "bravura"...

Tudo bem que um animal não terá a dimensão ética de um ser humano, mas tem de ser respeitado, quanto mais não seja por ser também obra de Deus. O que se passa na tourada, é uma violência gratuita, totalmente despropositada, sem qualquer objectivo válido.
A única coisa que se vislumbra no meio daquilo é o sofrimento de um animal para gáudio de alguns.
Esperemos que a humanidade evolua no sentido de respeitar os direitos dos animais.

para os que acreditam que jesus foi sacrificado a um deus sádico, as touradas ( sacrifício ritual do touro) são interessantes..

Tens razão, Taliban: para os que acreditam que Deus é sádico, sim, isto das touradas talvez lhes diag alguma coisa...

"Por um lado grande defensora dos dieitos do homem mas não são poucos os Padres aficionados"


Mas os touros são homens???????????????
Sádicos??????
Criou o Homem á sua Imagem e Semelhança. Não o boi.
Não me parece que um boi seja um ser humano.
Daqui a nada não comemos nada para não matar os bixarocos.
A igreja não diz nada, porque não tem nada a dizer.
É simples.

Mas devia dizer
Tudo o que seja um espectáculo bárbaro em que as pessoas se comprazem em assistir á tortura e morte de um animal na arena, para gáudio da populaça , diminui a dignidade humana.

Caro Padre João

O seu merece um esclarecimento:

Em primeiro lugar apenas levantei o tópico não expus (ainda) a minha posição.

Em segundo lugar esclareço que a frase que citou foi mencionada uma vez que, caso não saiba, alguns dos inimigos das touradas invocam os direitos do homem.

(No fundo o direito que cada homem tem que os animais que o rodeiam não sofram).




Pedro B

Caro Pe. João,

Disse que «A Igreja não diz nada, porque não tem nada a dizer.» Ora, eu penso que tem. Tal como a Igreja se pronuncia sobre a Política, a Educação, a Cultura, a Família, a Sociedade, as Ciências, a Tecnologia, o Desporto, a Comunicação Social, entre tantos, tantos outros assuntos importantes para o Homem e para Deus, que talvez fosse importante que a Igreja, na pessoa de um Bispo ou através de uma comissão, se pronuncie sobre as Touradas.

Eu compreendo um certo desconforto que alguns Bispos e Presbíteros sintam em falar sobre as Touradas numa perspectiva Cristã. Ainda estou a ver o Pe. Vítor Melícias, franscicano, a dizer que gosta imenso de Touradas. Claro está que é um contra-senso, e logo um Fransciscano. Mas isto mostra também que o ser humano, mesmo quando religioso e ordenado, tem também as suas fraquezas. Já estou a imaginar o Pe. Vítor Gonçalves, o autor dos textos Palavra da Vida publicada aqui no Paroquias.org na página principal, e pároco de Vila Franca de Xira, a falar que o Evangelho não é compatível com tal espectáculo taurino. :-)

É certo que não se espera uma batalha por parte da Igreja contra as Touradas. Há decerto assuntos muito mais importantes para a Evangelização. Mas se o Papa já disse que o Domingo é do Senhor e que se deveria evitar o excesso de futebol ao Domingo, será assim tão descabido falar-se de Touradas?

Há outro assunto que não tem a ver com Touradas e que a Igreja também se deveria pronunciar, de forma até bastante activa: o uso do Tabaco. Somos ou não somos defensores da vida e contra a Eutanásia? Então e o que é o Tabaco senão uma Eutanásia lenta?

Já estou a imaginar a bota que a Conferência Episcopal Portuguesa teria que descalçar para falar dos perigos do tabaco, com tantos Bispos fumadores ;-)

Luis

OLhem não sei o que diga. Eu não tenho qualquer posição acerca das touradas. Pessoalmente acho uma chatisse. E não tenho paxorra para aguentar horas a ver aquilo. Mas creio que a liberdade dos filhos de Deus deve permitir o descirnimento. Porque será que a Igreja tem de ter uma posição clara sobre tudo devidamente dogamtizada?????
Cheira-me a dogmatismo a mais. Parece que temos de publicar normas sobre todas as coisas. São Paulo refere que o Espirito da vida mas a Lei mata. ja nos acusam de ter tantas normas, tantas leis, que mais uma.
Até parece que os catolicos vão atraz do que dizem os Bispos....... so se for para criticar. Temos uma moral definida e clara. Quantos catequistas defendem o aborto nas salas de catequese???? Quantos catolicos não concordam com a posição da Igreja sobre contraceptivos???Acho que deveriamos pensar mais em Evangelizar, anunciar Jesus Cristo, sair das Igrejas, levar Cristo às ruas, às Escolas a tanto lado. Se calhar até às touradas.
Não dogmatizemos tudo. Só serve para nos dividir.
Agora é infeliz a deixa de que a Igreja nao fala porque ha padres que vão a touradas, e do tabaco porque ha bispos que fumam. Não é assim que as coisas funcionam na Igreja e eu vou a algumas reuniões d Conferencia Episcopal por encargos de oficio e posso testemunhar que NÂO È ASSIM!

Pe. João,

Obrigado pela mensagem.

A posição da Igreja não precisa de ser um dogma ou "dogmatizada", poderá ser suficiente uma breve orientação. Mas volto a repetir, há assuntos bem mais importantes que a Tourada.

Luis

Bem, parece-me que o que se passa em algumas paróquias é uma verdadeira tourada! ;-)

E a história da Igreja também está cheia de autênticas touradas!

Mais a sério, parece-me que, sem termos que cair na discussão filosófica dos direitos dos animais, nós temos o dever de não causar-lhes dano indevidamente. Não creio que para nos divertirmos seja necessário torturar os animais. Uma coisa é que precisemos deles para nos alimentarmos ou para ajuda no trabalho. Outra coisa, bem diferente, é que nos façamos de administradores do jardim em devoradores do mesmo.

Lá virá o tempo em que reconheceremos estas e outras barbáries... Mas se ainda somos tão bárbaros uns com os outros, quando chegará a ver se reconhecermos a barbárie contra os animais?

Afinal, somos nós que nos despersonalizamos...

Alef