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Re: mulheres
Escrito por: rodrigo netto (IP registado)
Data: 28 de April de 2004 14:08

eu entendi pedro só vc ficou confuso. acontece é que só nós é que fazemos distinção das coisas entendeu. ´pra Ul somos todos iguáis, a diferença é que nós não vemos as pessoas da mesma forma(com os mesmos olhos) que yaohu nos ve essa é a diferença ok fique na paz.

Re: mulheres
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 28 de April de 2004 22:24

Bem,tenho de reconhecer que os homens são mais violentos, agressivos e mentalmente perturbados que as mulheres. também é verdade que tem mais parafilias e se suicidam mais. Será essa "especificidade da estrutura psicológica" que os torna mais aptos para serem padres?

Re: mulheres
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 29 de April de 2004 08:56

A propósito das diferenças "psicológicas " determinadas por diferenças biológicas, as coisas não são muito claras, porque nunca sabemos se as diferenças individuais oou as ecventuias diferenças de género do ponto de vista comportamental têm uma origem biológica ou cultural.

De qualquer forma muitos estudos e a análises estatísticas permitem comprovar algumas diferenças COMPORTAMENTAIS ( não me refriro a diferenças espirituias ) entre homens e mulhreses, diferenças essas que ocorrem em todos os países.

Os homens são mais violentos que as mulheres - quase todos os homicídios, maus tratos a terceiros e abusos sexuais são cometidos por homens. Os homens morrem muito mais precocemente que as mulhreses e essa mortalidade mais elevada está relacionada com comportamnetos autodestrutivos como o consumo de alcoól e drogas, condução perigosa, comportamentos violentos, práticas delinquentes e suicídio.
Também os comportamentos violentos para com os outros são tipicamente masculinos - como os homicídios, os actos de tortutar e perversidade, tal como os crimes sexuais.

Alguns investigadores relacionam esta tendência para comportamentos violentos e autodestrutivos á testosterona... De facto, estatísticamente, se um homem for castrado, a sua esperança média de vida aumenta em média treze anos.

Se estas características comportamentias toranm os homens mais aptos para serem padres, é muito curioso

Re: mulheres
Escrito por: Pedro B (IP registado)
Data: 29 de April de 2004 11:24

Talibam

Não nos precipitemos

O primeiro degrau de análise será a discussão se os homens e mulheres têm ou não uma estrutura psicológica e espiritual diferente.

Só se a resposta for positiva é que passamos à segunda análise, que no fundo é saber se essas diferenças serão relevantes para o acesso ou não ao sacerdócio pelas mulheres.

Pedro B

Re: mulheres
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 29 de April de 2004 14:11

ehehehehe... Custa-te mesmo encontrar argumentos para o injustificável...
Já te respondi que Homens e mulheres não têm uma estrutura psicológica e muito menos espiritual ( o que quer que isso seja para ti ) diferentes.

Mas podemos admitir que têm esperanças média de vida diferentes e padrões de comportamentos diferentes, nomeadamente no que concerne a comportamentos de risco, comportamentos violentos e comportamnentos destrutivos. São dados objectivos - as estatísticas demonstram-no.

Se o facto de os homens terem uma esperança média de vida menor que as mulheres, de morrerem muito mais indivíduos do sexo masculino que do sexo feminino, qualquer que seja a faixa etária considerada ( desde a gestação), de se suicidarem muito mais que as mulheres, de cometerem mais crimes violentos que as mulheres, etc e tal, são factos relevantes para apenas os homens terem acesso ao sacerdócio, é o que fico á espera que me expliquem.

Re: mulheres
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 29 de April de 2004 14:36

Do «Público» de hoje:

Notícia 1:

Turquia É Palco de Mais Um "Crime de Honra"


Uma jovem turca de 14 anos foi assassinada pelo pai e pelo irmão por ter sido violada. O facto de o crime ter sido decidido em "conselho de família", que agiu para preservar a sua "honra", provocou uma grande emoção na Turquia, país muçulmano, mas cujo estado é laico, segundo a AFP.

O sucedido reabre o debate sobre os "crimes de honra" na Turquia, país candidato à União Europeia, mas cujas mentalidades familiares e tradições jurídicas nem sempre coincidem com as normas ocidentais. Em Julho de 2003, o parlamento turco aboliu as reduções de pena aos culpados por crimes ditos "de honra". Porém, apesar dos protestos de organizações feministas, o parlamento nem sempre pôs em prática o acordado relativamente aos actos de violência cometidos como resposta a uma "forte provocação", motivo por vezes invocado perante os tribunais.

Para além disso, a definição do que constitui uma "provocação" está sujeita à interpretação de juízes, que muitas vezes fazem associam o comportamento sexual de uma mulher à honra da família. Segundo a legislação, um "crime de honra" é punido com uma pena máxima de 24 anos, mas o assassino pode ser libertado depois de completar 10 de cadeia recorrendo a elementos atenuantes.

A jovem de 14 anos, Nuran Halitoglu, estava num supermercado de Istambul quando foi raptada por um indivíduo de 20 anos. Durante quatro dias foi vítima de violação, mas conseguiu escapar, tendo o criminoso sido detido. Porém, a família originária de Van, uma província desfavorecida onde as tradicões ancestrais são muito respeitadas, considerou que a honra do grupo foi ferida e decidiu encarregar o pai Mehmet e o irmão Alaattin, de 17 anos, de o fazer.

A jovem foi então estrangulada com um fio eléctrico na casa de um membro da família e o corpo foi enterrado numa floresta, precisou o jornal Milliyet. Para tentar dissimular os factos, a família advertiu as autoridades do seu desaparecimento. Mas, na sequência de uma denúncia, as forças de ordem encontraram o corpo e prenderam os 14 responsáveis, altura em que o pai confessou o acto criminoso. Dezenas de crimes de honra são cometidos todos os anos na Turquia, principalmente na região sudoeste do país, onde prevalecem os costumes patriarcais. Husnu Ondul, presidente da associação turca dos direitos do homem, apela a que os autores de "crimes de honra" não beneficiem de circunstância atenuante alguma.

Por LILIANA CARVALHO
«Público», Quinta-feira, 29 de Abril de 2004
[jornal.publico.pt]


Notícia 2:

Mulheres Europeias Marcham em Vigo


A luta por uma Europa igualitária deverá juntar milhares de mulheres em Vigo já no próximo mês. A iniciativa é da Coordenadora Europeia da Marcha Mundial das Mulheres, agendou a manifestação para aquela cidade galega para exprime solidariedade para com as vítimas do "Prestige", o petroleiro que naufragou ao largo do Cabo de Finisterra em Novembro de 2002.

A estratégia nasceu no Quebeque, no Canadá, em 1995. Cerca de 850 mulheres caminharam durante dez dias, ao longo de mais de 200 quilómetros, a pedir, simbolicamente, "pão e rosas". Viajou, depois, até Pequim, palco da IV Conferência Mundial das Mulheres, onde nasceu uma declaração planetária a reivindicar acções concertadas de luta contra a pobreza e contra a violência de género.

Dois terços dos pobres do mundo são do sexo feminino. Para combater essa crua realidade e a violência, as feministas decidiram voltar às acções de rua. Engendraram a Marcha Mundial 2000, que chegou a concentrar mais de seis mil associações de 161 países e angariou mais de cinco milhões de assinaturas. Voltam à carga em 2005, dez anos depois do Quebeque. Com uma carta para a humanidade, que irá circular pelo planeta numa espécie de corrida de estafeta.

Desde Pequim, a plataforma tem organizado diversos eventos. Nos próximos dias 22 e 23 de Maio, instalam-se em Vigo, onde deverá decorrer um feira feminista, três debates, um concerto e uma manifestação.

"Queremos ser escutadas no processo de redacção da futura Constituição europeia", dizem em comunicado. "Lutamos pela igualdade entre homens e mulheres em todos os âmbitos: político, económico, social e cultural", sublinham também. Para além dos contributos feministas à Constituição Europeia, pretendem discutir a "sustentabilidade ecológica" e a sua "resistência".

A feira - que será instalada na zona portuária de Vigo - terá nove espaços temáticos: violência, feminização da pobreza, direitos laborais, imigração, ambientalismo, educação para a igualdade, liberdades sexuais, antimilitarismo, saúde e direitos reprodutivos. Mais para a noite, e para relaxar, está previsto um concerto. Uxía, Mercedes Peón, Amparanoía, Souad Massi e Tucanas já confirmaram as respectivas presenças no palco do Parque de Castrelos.

A manifestação - que se espera vir a congregar milhares de mulheres europeias - planeou-se para domingo. A marcha, sairá da Plaza dos Cabalos por volta das 12h00, sob o lema: "Diferentes sim, desiguais não. Marcha connosco por uma Europa igualitária".

Por ANA CRISTINA PEREIRA
«Público», Quinta-feira, 29 de Abril de 2004
[jornal.publico.pt]

Re: mulheres
Escrito por: rodrigo netto (IP registado)
Data: 29 de April de 2004 16:18

O PESSOAL QUE BESTEIRA ESSA DE FALAR SE AS MULHERES PODEM OU NÃO EXERCER A MESMA FUNÇÃO DE UM SACERDOTE PELO SIMPLES FATO DE ELAS SEREM MULHERES, NÃO FALEI AQUI QUE PARA O PAI ETERNO NÃO EXISTE ESSE TIPO DE PRECONCEITO???? QUE DIFERENÇA FAZ UMA MISSA REGIDO POR UMA PADRE OU POR UMA SACERDOTISA???? SÓ VCS MESMO PARA DISCRIMIAR AS PESSOAS QUE FEIO. VOLTO A DIZER QUE SÓ YAOHU PODE JULGAR-NOS E SÓ ELE PODE DIZER SE MULHERES PODEM OU NÃO EXERCER A MESMA FUNÇÃO DE UM PADRE OK DEIXEM QUE YAOHU NOS FALE. FIQUEM NA PAZ E PAREM DE CALAR A VOZ DO PAI ETERNO.QUE SEJA FEITA A VONTADE DE YAOHU AMNAO.

Re: mulheres
Escrito por: Carlos (IP registado)
Data: 29 de April de 2004 17:15

O Papa gosta apenas de homens.

Agora mulheres de padres. Se elas fossem menos vezes ver os padres e ficassem com os maridos em casa a ver um bom filme. As coisas podiam ser melhor...

Re: mulheres
Escrito por: Pedro B (IP registado)
Data: 29 de April de 2004 20:43

E o segredo confissão???

Como é que seria possível manter este Sacramento? Quem é poderia ter confiança na Confissão com mulheres a confessar?

Então terras pequenas seria a demolição da Igreja

A própria Feliciana grande defensora dos direitos das mulheres e do acesso ao Sacerdócio, já esclareceu que possivelmente não se confessaria a uma mulher.

E que com os Sacramentos não se brinca.

Pedro B

Re: mulheres
Escrito por: Pedro B (IP registado)
Data: 29 de April de 2004 22:52

Que a ana me desculpe a falta de respeito que tenho tido por este tópico mas para me divertir não há como este tópico.

TZM ( ou melhor Tia Beata) Não te percipites e vê lá se analisas bem as minhas intervenções neste tópico e se alcanças alguma coisa.

Mas no coisas tens razão com os sacramentos não se brinca. Vou abandonar esta minha anedota do segredo de confissão e da sua compatibilidade com as mulheres. ´Já farta mas às vezes não resisto.

Pedro B

Re: mulheres
Escrito por: Pedro B (IP registado)
Data: 29 de April de 2004 23:02

Meu Caro TZ Monteiro (Querida Tia Beata)

Os seus amigos de Taizé não a ensinam a ser mais tolerantes com aqueles que não pensam como meu amigo?

Olhe que sim ...

Se calhar devemos começar por ter mais abertura de espirito e pensar que no mundo não é tudo preto ou branco.

(Espero que não lhe tenha interrompido o tercinho tia).

Re: mulheres
Escrito por: rodrigo netto (IP registado)
Data: 30 de April de 2004 13:50

esse negócio de ter que ir na igreja se confessar é besteira, primeiro o padre não é yaohu . e segundo está fora dos ensinamentos de yaohushua que nos ensina que devemos pedir nosso perdão e tudo ao pai eterno por meio do nome dele(peça ao pai em meu nome). se quer se confessar fale a yaohushua e peça a ela pra o pai eterno o perdoar.- igreja, confissão rsssss que piada.

Re: mulheres
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 18 de May de 2005 11:11

E por falar em Direitos Humanos e em abaixo-assinados, aqui está uma petição que vale a pena subscrever:

[marchamulheres.no.sapo.pt]


[publico.clix.pt]

Re: mulheres
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 27 de October de 2005 01:22

Sobre o Congresso "Deus no Século XXI e o Futuro do Cristianismo" que decorreu em Valadares, entre 8 e 11 de Setembro de 2005.

Alguém daqui foi a este congresso?


Congresso em Valadares

Citação:
"Igreja Católica deve um pedido de perdão às mulheres"
António Marujo

Citação:
"Teóloga diz que o discurso católico actual sobre o feminino peca por omissão e defende que as mulheres não devem ser ordenadas para reproduzir o sacerdócio masculino
O discurso actual do catolicismo sobre as mulheres é pautado "mais por omissões do que por afirmações danosas", tendo ficado a faltar a inclusão das mulheres nos pedidos de perdão feitos pelo Papa João Paulo II. Teresa Martinho Toldy, professora universitária e teóloga, sintetiza deste modo a relação actual da Igreja com o feminino.
Falando ontem, em Valadares (Gaia), no congresso Deus no Século XXI e o Futuro do Cristianismo, Toldy referiu-se ao discurso da Igreja sobre as mulheres, no passado. Citou Geoffroy de Vendôme (século XI), que maldizia "esse sexo no qual não existe nem temor, nem bondade, nem amizade e que deve ser mais temido quando é amado do que quando é odiado".
Hoje, contrapôs a teóloga, esse discurso é feito mais de "declarações mitigadas do que explícitas" de condenação das mulheres. Autora do livro Deus e a Palavra de Deus nas Teologias Feministas, Toldy diz que esse discurso "frequentemente" transfere "as afirmações negativas sobre as mulheres para as reservas face aos movimentos feministas".

Igreja sem espaço para as mulheres
Na intervenção, sobre A Democracia e o Feminino na Igreja, Toldy admitiu que o tema é "polémico". Porque há quem conteste a associação de "democracia" à experiência da Igreja; e porque há muitas mulheres "que começam a ter dificuldade em associar o feminino à Igreja" por esta não ter "espaço para elas" - mesmo sabendo que são "sobretudo mulheres que sustentam o quotidiano de solidariedade da Igreja".
Teresa Toldy fez um paralelo entre a psicologia social e o documento católico de referência sobre a mulher - a carta Mulieris Dignitatem (A Dignidade da Mulher), publicada pelo Papa João Paulo II em 1998. Para isso, socorreu-se de um estudo de Teun van Dijk que, em 1997, analisava os discursos de parlamentares europeus e norte-americanos sobre imigrantes e minorias étnicas.
Algumas das ideias dos deputados, na impossibilidade de traduzir preconceitos hoje "politicamente incorrectos", inserem-se na "tolerância oficial" dominante, mas não são mais que um "racismo delicado", citou Toldy. Estabelecendo paralelos entre esse discurso e o texto do Papa, a teóloga enunciou algumas estratégias e características do discurso católico sobre as mulheres - que não é fruto de "um colectivo que incluísse mulheres em situação de decisão ou intervenção directa no discurso".

"Se Deus é masculino, o homem é Deus"
Sobre o acesso das mulheres ao ministério ordenado, ou seja, ao sacerdócio, diz a teóloga que se ele acontecer para reproduzir o modelo actual do sacerdócio masculino, então "não vale a pena". Mas este argumento não deve anular a questão. Seria o mesmo que esperar que todas as pessoas aderissem convictamente à democracia para acabar com as ditaduras, comparou.
A Igreja tem mesmo que decidir o que é mais importante, asseverou: se garantir o direito dos crentes à celebração da eucaristia, tomada como o centro da vida cristã - e hoje impossível em tantos sítios, dada a falta de clero - ou, pelo contrário, perpetuar a masculinidade do sacerdócio.
"Se Deus é masculino, então o homem é Deus; se entendermos que ontologicamente Deus é pai, então não há lugar para as mulheres na Igreja", afirmou ainda, em resposta às perguntas feitas por alguns dos mais de 150 participantes. E "para que o cristianismo continue a ser relevante", esse é um dos temas fundamentais a afrontar, considerou.
A teóloga terminou invocando a figura bíblica de Maria Madalena, "metáfora" do modo da Igreja olhar as mulheres: de "apóstola dos apóstolos", como era considerada nos primeiros séculos, Madalena passou a ser, em virtudes de leituras bíblicas deturpadas, uma prostituta que precisa de ser redimida."

Re: mulheres
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 27 de October de 2005 11:55

"Toldy diz que esse discurso "frequentemente" transfere "as afirmações negativas sobre as mulheres para as reservas face aos movimentos feministas".

Não se trata apenas do discurso desqualificante.

A grande questão diz respeito a posições doutrinárias que afectam especialemente as mulheres, desqualificando-as enquanto pessoas capazes de exercerem um controle conciente sobre o seu corpo, a sua sexualidade, a fertilidae e , sobretudo, a sua vida....


Digamos que os valores éticos transmitidos pela Igreja católica sobre a dignidade das mulheres e o valor das mulheres enquanto pessoas é, no mínimo, contraditório.

Apesar dos documentos doutrinários aparentemente abertos, a Igreja Católica continua a transmitir valores sobre a Mulher que a remetem para a a sua condição de vítima passiva face á violência / discriminação ou de exaltação do seu papel de “reprodutoracomo se o valor da mulher enquanto ser humano passasse apenas pela capacidade reprodutora. ( papel de parideira)

Por exemplo, ao beatificar algumas mulheres como “ modelos de perfeição cristã» transmite-se a mensagem de que as mulheres Católicas devem aspirar a identificar-se com estes comportamentos.

E quais são estes comportamentos?

Como denuncia o Diário Ateísta, João Paulo II beatificou Isabella Canori Mora, uma mulher que suportou a violência física de um marido violento, santificando assim a vitimização face à violência conjugal.

Um dos textos onde se fala das qualidades da beata, é, em si mesmo, duma violência extrema.

O que se valoriza, no comportamento desta mulher, não é o facto de ela ter sido vítima da brutalidade conjugal (afinal, há milhões de mulheres em todo o mundo que passam por esta situação), mas a sua passividade masoquista de aceitação de tal condição, sem nada fazer para se proteger da extrema violência:

À violência física e psicológica de seu esposo, Isabella respondeu sempre com a absoluta fidelidade. Nunca pôs desculpas, conveniências ou interesses para justificar um abandono de seu lar, para ela só primava o código de fidelidade de amor de rendição total “http://www.acidigital.com/biografias/Madres/canori.htm

Claro que quando se fala aqui em rendição total trata-se de um eufemismo

A mensagem que a Igreja passa ás vítimas da mais brutal violência é apenas uma – aguentem o sofrimento, mesmo que isso implique a vossa vida.

Outro modelo de mulher apontado pela Igreja católica é Gianna Beretta Molla (canonizada com o título Mãe de Família), que preferiu morrer a interromper uma gravidez de alto risco. e +por isso acabpou por morrer no meio de um sofrimento atroz.

Confrontada com uma situação de tumor uterino diagnosticado no início da gravidez, decidiu não optar pelo tratamento que poderia salvar-lhe a vida e que implicaria um aborto terapêutico. Note-se que esta escolha foi feita num fase muito inicial da gravidez.

Já nem vou questionar se é lícito para uma mãe de crianças pequenas aceitar passivamente a sua morte que poderia ser evitada e morrer ( no meio de dores horríveis e de um atroz sofrimento físico, conforme consta do documento da beatificação), aos 39 anos deixando três filhos órfãos.

Para mim estamos perante uma forma de suicídio altruísta, ainda por cima extremamente doloroso e prolongado, mas permitido pela Igreja Católica e, até, pelos vistos, santificado.

Ainda ontem ouvi um alto dignatário eclesiástico afirmar que "a morte nunca é digna, Só a vida é digna". ( imediatamente pensei - claro que se for a morte de mulheres este discurso não de aplica... até porque, ao contrário do que sabedor clérigo proclama, há mortes dignas e mortes indignas...)

Mais recentemente, um documento do Vaticano apontou como exemplo “CRISTÃO” uma mulher que decidiu levar até ao fim uma gravidez de um feto anencéfalo, que, como é evidente, “nasceu” ainda a respirar e agonizou lentamente em sofrimento. SEM falar no sofrimento físico e psicológico da mulher que experienciou uma gravidez e a violência de um parto nestas circunstâncias.


Dizer que estas vivências de dor e aberração são a vontade de deus, quando Deus permitiu que os homens, ataras da ciência da sua inteligência pudessem evitar sofrimentos dramáticos como este, é para mim uma blasfémia.

Mas a posição da igreja face á contracepção eficaz, e sobretudo, face ao aborto necessário para salvar a vida da mulher, raiam o absurdo ou a crueldade extrema.


De facto, se sos médicos seguissem á risca a doutrina da Igreja, nem mesmo em situações de gravidez ectópica seria possível intervir medicamente para salvar a vida da mulher, mesmo sabendo que o embrião não tem hipoóteses de sobreviver.


Por isso, nos hospitais católicos de todo o mundo, as mulheres com gravidezes ectópicas correm o riscos de morte se não forem transferidas para outra instituição hospitalar...

Ou seja, para o vaticano, a vida as mulheres tem sempre menso valor do que a potencial vida de um embrião.

È este o modelo apresentado da Mulher “santa” – passiva, masoquista e sem qualquer valor próprio, incluindo o da sua própria vida.

Enfim, são "apenas mulheres"....


Re: mulheres
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 27 de October de 2005 13:41

Cara catolicapraticante:

Creio que o problema que abordas é sério, mas ele merece também uma abordagem igualmente séria... Não quero transformar isto numa «pugna pessoal», como se eu estivesse do «outro lado da barricada» (não se trata disso), mas simplesmente alertar para o facto de que a inclusão de argumentos pouco sérios descredibiliza queixas legítimas, originando às vezes efeitos contrários. E não há necessidade.

1. Escreves:
Citação:
«Como denuncia o Diário Ateísta, João Paulo II beatificou Isabella Canori Mora, uma mulher que suportou a violência física de um marido violento, santificando assim a vitimização face à violência conjugal».
Pasmo... Terão as canonizações de vítimas do nazismo e do comunismo a santificação assim (sic) da vitimização face a essas mesmas formas de violência? É isso que realmente está em causa numa beatificação ou canonização?

2. Falas em «suicídio altruísta» para o caso em que uma mulher rejeite fazer um aborto quando a sua vida esteja seriamente em risco. Reforças a ideia, dizendo que temos, para a Igreja, um caso de suicídio altruísta santificado... Como fundamentas que tal atitude seja rigorosamente um suicídio? Podem tais fundamentos (a existirem) ser aplicados também, por exemplo, a um caso de greve de fome?


3. Escreves ainda:
Citação:
«[...] para o vaticano, a vida as mulheres tem sempre menos valor do que a potencial vida de um embrião».
Em abono da verdade, peço-te que me esclareças neste grave ponto: em que documento do Vaticano te baseias (com as devidas citações) para concluir que para o Vaticano a vida das mulheres vale menos que a vida de um embrião? [E uma pergunta derivada: em que te fundamentas para usar a expressão «potencial vida de um embrião»?]
Peço-te que me respondas a cada destas questões com a devida fundamentação, especialmente à última, que me parece de suma importância.

Alef

mulheres
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 27 de October de 2005 14:17

CP,

Será que Cristo não foi também um suicída altruísta? E o Pe Maximiliano Kolbe? E todos os outros mártires da Igreja?

Quanto à questão abortista posso dizer-te que cada caso é um caso e que hoje em dia a Igreja, pelo menos ao nível paroquial, não se opôe mas é claro que não pode incentivar a prática abortista. Explica-me como a Igreja podia fazer isso sem negar o seu próprio fundador que deu a vida por nós sem levantar a voz?

Quanto à imagem da "mulher passiva, masoquista e sem vontade própria" é muito errada... olha para os muitos exemplos de mulheres determinadas e fortes que se negaram a sofrer e lutaram contra a maré. A realidade é que hoje em dia aos primeiros indícios de problemas há divórcio. Ninguém aplaude ou defende a violência doméstica e muito menos compactuar calado. Mas acho que do exemplo que apresentas (que não conheço mas que me vou informar) o importante realçar é a sua abnegação pelo que acreditava ser o justo para si dando a vida por um filho.

Em comunhão

Re: mulheres
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 27 de October de 2005 14:53

Bem, que ideia mais absurda a de que Deus é masculino.

É uma contradição nos seus próprios termos:
- nega a transcendência;
- transforma religião em antropologia;
- Deus passa a um "deus" com caracteristicas meramente humanos: diferença de sexo é da ordem da Natureza e não da ordem da Graça;
Sugiro esta leitura, para evitar mais disparates: A natureza e a Graça

Mas existirá alguém que o defenda?

João (JMA)

Re: mulheres
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 27 de October de 2005 17:07

Alef:

Embora não tenhas respondido às minhas questões e argumentações num outro tópico, que curiosamente se relaciona com esta problemática, vou tentar não fazer o mesmo contigo.
Para começar acho extremamente incorrecto a tua referencia à utilização de “de argumentos pouco sérios" que podem descredibilizar "queixas legítimas”.

Da minha parte, a argumentação que utilizo é extremamnete séria.

1. Relativamente à beatificação de uma mulher vítima de violência conjugal, os pressupostos da beatificação não são a sua condição de vítima ( como são todas as vitimas da violência extrema, como as por ti referidas), mas a sua atitude face ao processo de que foi vítima.

Ou seja, o que é motivo de santificação é o seu comportamento passivo, a sua aceitação masoquista da brutalidade conjugal.


Passo a citar:

“À violência física e psicológica de seu esposo, Isabella respondeu sempre com a absoluta fidelidade.
Nunca pôs desculpas, conveniências ou interesses para justificar um abandono de seu lar, para ela só primava o código de fidelidade de amor de rendição total “

[www.acidigital.com]

É este comportamento que de aceitação passiva da violência conjugal que faz dela uma beata.
Portanto, trata-se de santificar a vitimização das mulheres face à violência conjugal e de propor este modelo d ecomportamento coimo o exemplo cristão a seguir.
È claro como água. Respondendo á tua pergunta - É isto que realmente está em causa neste processo concreto de beatificação.

2. “Falas em «suicídio altruísta» para o caso em que uma mulher rejeite fazer um aborto quando a sua vida esteja seriamente em risco. “

Não é quando a sua vida esteja em risco.

É quando existe a certeza absoluta de que morrerá ( perderá a vida) se não o fizer. Como foi o caso da “beata”.

Existem vários tipos de suicídios.
Durkheim (1897) identificou vários. Classificou algumas formas de suicídio como suicídio altruísta, que resultaria de insuficiente individualização e de um elevado grau de integração social.
Ou seja , os suicidas altruístas perdem a sua própria vida em função de valores sociais /comunitários, que os próprios consideram mais importantes que a sua individualidade.

São suicídios muito raros, mas são por exemplo os suicídios típicos dos mártires religiosos. ( sejam mártires católicos ou fundamentalistas islâmicos)

Ainda na linha deste conceito, Barcheler (1975) descreve vários tipos de suicídio onde se integra o que ele classificou de suicídio oblativo. – Consiste na destruição da própria vida tendo em conta determinados valores, ou a necessidade de obter fama para além da vida , etc.

Outros autores distinguem claramente entre suicídio intencional – aquele em que as pessoas adoptam um comportamento que conduz à sua morte ( por exemplo, o enforcamento) ou o o suicídio subintencional, em que o indivíduo adopta comportamentos ( por acção ou omissão) que conduzirão inevitavelmente à sua morte. (Shneidman 1981)

É o caso dos toxicodependentes, das pessoas que fazem greve da fome até à morte ou das pessoas que recusam um tratamento médico sem o qual irão morrer.

Posto isto, a atitude de uma mulher que recusa um tratamento médico ( aborto terapêutico) para salvar a sua vida é uma forma de suicídio.

Pode ser subintencional, pode até ser oblativo, mas é, objectivamente uma forma de suicídio.

A pessoa em causa está a dispor da sua vida, a fazer opções sobre o terminus da sua existência e e exercer seu livre arbítrio sobre o seu corpo e o fim da sua vida.

È isto o suicídio. ( Altamente criticado pela doutrina da igreja… a não ser é claro, quando praticado por mulheres nestas circunstãncias…)

Portanto, ao santificar este comportamento suicida a Igreja propõe um determinado modelo de comportamento para todas a mulheres nas mesmas circunstãncias.
Em suma, para o vaticano, a vida as mulheres tem sempre menos valor do que a potencial vida de um embrião.



3. Sobre o ponto três acho que deves colocar esta questão no tópico por ti abandonado.

Podes também reler as argumentações e referencias a documentos da igreja sobre o mesmo tema dispersos pelos vários tópicos.





mulheres
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 27 de October de 2005 18:15

CP,

Desculpa mas acho que estás aconfundir-te...

Primeiro

“À violência física e psicológica de seu esposo, Isabella respondeu sempre com a absoluta fidelidade.Nunca pôs desculpas, conveniências ou interesses para justificar um abandono de seu lar, para ela só primava o código de fidelidade de amor de rendição total “

falta um pormenor que de certeza te esqueceste

"Isabella tratou seu marido com paciência gentil, oferecendo penitências e orações por sua conversão. Nunca pensou em separar-se dele, apesar dos conselhos de familiares e amigos. Em vez disto, sempre amou, apoiou e perdoou a seu esposo esperando sua conversão."


e que,

"Pouco depois de sua morte, como ela mesma predisse, seu marido se converteu unindo-se à Ordem terciária Trinitária e depois ordenou-se sacerdote dos franciscanos conventuais."

Outra coisa, esta beata antes de morrer

"foi abandonada pelo marido, foi forçada a viver trabalhando com suas próprias mãos para seguir ao cuidado de suas filhas Marianna e Luciana. Dedicou muito tempo à oração, aos pobres e aos doentes."

e também que

"Seu lar logo converteu-se em um ponto de referência para muita gente em busca de ajuda material e espiritual. Dedicou-se especialmente a cuidar das famílias em necessidade. Para ela, a família implicava dar um espaço a cada pessoa, um lugar que dê frutos de vida, fé, solidariedade e responsabilidade."

e finalmente

"Em 5 de fevereiro de 1825, enquanto era assistida por suas duas filhas, Isabella faleceu"

por isso nada é referido quanto à necessidade de fazer um aborto e nem se morreu durante o parto.

Quanto à observação sobre os mártires gostava que comentasses a vida do Bispo Romero, de S. Maximiliano Kolbe, de todos aqueles que diaramente morrem porque não negam a sua fé e todos os mártires católicos que devido a se terem recusado deixarem de sercristãos adoptam comportamentos ( por acção ou omissão) que conduzirão inevitavelmente à sua morte.

Em comunhão


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