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Re: mulheres
Escrito por: Miguel D (IP registado)
Data: 14 de November de 2005 13:29

Religião - instituição não é masculina, garante D. Policarpo

Igreja chama mulheres


Pedro Catarino

A missa de encerramento do congresso decorreu na Igreja dos Jerónimos, em Lisboa
O cardeal patriarca, D. José Policarpo, negou ontem que a Igreja Católica seja “demasiado masculina” e considerou que o “carisma feminino” pode exercer um “papel decisivo na renovação” da instituição e da missão.


“Alguém me disse um dia que uma das ameaças que pesa sobre a Igreja dos nossos dias é o risco de perder a mulher. Seria, de facto, uma perda grave, para a Igreja e para a mulher”, afirmou D. José Policarpo na homilia de encerramento do Congresso para a Nova Evangelização, que decorreu em Lisboa.

“Muitas [mulheres] lamentam que a Igreja seja demasiado masculina. Não é, de facto, e sê-lo-á cada vez menos, na medida em que mais mulheres sejam santas e sejam capazes de abraçar o mundo num acto de amor”, reforçou o cardeal patriarca, destacando ainda a “maneira feminina de ser cristão, de rezar, de amar, de servir, de anunciar”.

(...)

NÚMEROS DO CONGRESSO

BALANÇO


A mensagem do congresso chegou a mais de 500 mil pessoas através das diferentes acções levadas a cabo por paróquias, movimentos, missões internacionais e Noite da Misericórdia, entre outras actividades, sem contar com a Procissão das Velas, que decorreu no sábado.

2500 Congressistas, de 18 nacionalidades

500 Igreja abertas todo o dia (Lisboa e Setúbal)

20 MIL Pessoas em missões internacionais

90 MIL Peregrinos à Sé de Lisboa e à Igreja

de São Domingos

20 MIL Pessoas presentes para celebrar o Sacramento da Reconciliação e da Misericórdia de Deus. (entre a Noite da Misericórdia, quinta-feira, dia 10 – realizado em 40 igrejas – e a Noite dos Jovens, sexta-feira, dia 11).

200 Voluntários para assegurar a logística

2000 Voluntários para assegurar a Procissão das Velas

4000 Voluntários para assegurar o acolhimento nas igrejas

20 MIL Pessoas visitaram o pavilhão Bíblia em Festa montado na Praça da Figueira

500 MIL Fiéis participaram na Procissão de Nossa Senhora de Fátima

in: noticia do correio da manhã

Um abraço

Miguel Dias

Re: mulheres
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 14 de November de 2005 13:40

Obrigada Miguel ploe post ...

Ainda haverá alguém a chamar de feminista ao nosso cardeal...

;))


"Igreja chama mulheres


A missa de encerramento do congresso decorreu na Igreja dos Jerónimos, em Lisboa

O cardeal patriarca, D. José Policarpo, negou ontem que a Igreja Católica seja “

demasiado masculina
” e considerou que o “carisma femininopode exercer

um “papel decisivo na renovação” da instituição e da missão.
"

Re: mulheres
Escrito por: Miguel D (IP registado)
Data: 14 de November de 2005 13:46

Amiga CP

concordo contigo. Acho que a tua analise é pertinente e muito dentro do espirito da Nova Evangelização.

Mas penso que a tua interpretação acerca da população de Lisboa não é muito correcta:

«Dizer que aquele é o retrato fiel da população LX também me parece uma negação da realidade - uma Lisboa envelhecida e rural, com muitas crianças arrebanhadas directamente das catequeses e dos escuteiros . Em suma parece-me que em Lisboa a população católica se caracteriza por ser rural, há predominantemente envelhecida ( constituida sobretduo por mulheres com mais de 65 anos ) e crianças.
Ora tal imagem não é realista.
A população de LX é urbana, multicultural e jovem ( por contraste por exemplo com apopulação do Norte interior d epOrtugal)..
Mas O Portugal que apareceu nas imagens da Procissão ( e no estilo de cerimonial) de LX foi essa mole urbana do portugal rural da década de cinquenta...»
(citação)

Eu tive o privilegio de assitir in loco à procissão. O que vimos é na realidade à imagem do nosso Portugal e da cidade de Lisboa. Existiam mais mulheres do que homens (numa proporção de 1 homem para 1,5 ou 2 mulheres), a faixa etaria mais representada era a de mais de 50 anos. Isto é um retrato de Lisboa. A população de Lisboa-cidade é assim: maioritariamente mulheres e envelhecidas. No entanto, se estivermos a falar da area metropolitana de Lisboa a coisa já é diferente... Mas Lisboa-cidade é assim.

Agora fiquei muito contente com o que vi. Vi muitas familias (3 gerações juntas), muitos e muitos homens leigos de todas as idades, acólitas e acolitos... que mesmo debaixo de periodos de chuva intensa não desmobilizaram, nem perderam a fé. Fiquei maravilhado por ver uma assembleia diversa e multipla... Esperava outro tipo de cerimonia... mas também não se pode ter tudo... ;o)

Agora, quem foi à procissão e assitiu in locco pode constatar que não havia uma desproporção... estava equilibrado...

Um abraço

Miguel Dias

Re: mulheres
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 14 de November de 2005 13:49

Quanto aos números, - confirmas o que eu disse. Números escassos para uma cidade com um milhão de habitantes - sendo que, na mior parte das manifestações mais numerosas estiveram essencialemnte pessoas de fora de LX e estrangeiros de vários movimentos da Icar..

Ou seja- mais do mesmo e voltados para dentro...

"Nova"??? Que Evangelização?

mulheres
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 14 de November de 2005 13:58

CP,

O artigo é do Luís Delgado e saiu no DN... se calhar a visão que tens está filtrada condicionada... e o post do Miguel confirma que se calhar a televisão deu-te uma imagem errada quanto à caracterização dos particpantes.

O modelo do ICNE se calhar não é a Nova Evangelização que se quer todos os dias nem aquele com o qual mais me identifico, mas pode ser rampa de lançamento, pode ser local de comunhão e em que comunidade as pessoas festejem e se encontrem... e acima de tudo se sintam animadas a seguir mais além.

O Cardeal Patriarca e os padres que estiveram contra, aproveitaram-se do encontro de Taizé de uma forma descaradamente desrespeitadora afirmando que o estava inserido na preparação do ICNE para o promover.

Embora isso me tenha revoltado bastante com o tempo fui-me dando conta que havia coisas postivas neste congresso e ainda mais me apercebi durante os dias do encontro... viram-se jovens no metro a tocar e a falar de Cristo, houve exposições sobre temas interessantes, conferências que devem ser divulgadas em massa e sentiu-se que a cidade estava mais cristã.

Claro que não é só isto que é a Nova Evangelização e que esta deve ser feita de muitos outras coisas, mas há sementes que ficam... É exactamente a mesma coisa com os encontros de Taizé que arrastaram milhares de pessoas para os pavilhões da FIL e para a Igreja dos Jerónimos... as sementes que ficam podem ser pequeninas mas muitas vezes cresecem e dão frutos.

Falo dos encontros de Taizé como exemplo que eu conheço que penso se puder adaptar também para o ICNE.

Do encontro europeu de Vienna sairam 2 grupos de visitas regulares a prisões.
Do encontro de Milão vários grupos continuam a encontrarem-se para reflectirem temas da actualidade e sobre o Evangelho.
Do encontro de Lisboa, grupos de discussão, partilha e aprofundamento da fé, encontro entre as pessoas da paróquia, abertura ao encontro, a experiência de acolher o irmão desconhecido.

Para além disto subsistem em muitos sítios pequenos grupos de oração...

Isto não é nada mas é alguma coisa...

A Nova Evangelização não é só para atrair para os não crentes "sedução trazem estas práticas para os não crentes, ou para os católicos afastados Igreja ou para os mais jovesn, ou para a spopulções urbanas, cosmopolitas e multiculturais" é para fortalecer os que vivem sozinhos com a sua fé, para aqueles que são descriminados por acreditarem, por serem olhados como coitadinhos porque os seus valores são mais rígidos do que os da sociedade vigente, pelos que são socialmente olhados de lado porque são virgens e por aí fora.

O impacto mediático foi bastante positivo... Primeiras páginas, os telejornais, até a Visão que normalmente é conectada com a esquerda diz: "O anfitrião do III Congresso Internacional da Nova Evangelização, o cardeal-patriarca dá visibiliade à Igreja e (como no último programa da RTP, Prós e Contras) um testemunho de humanismo e cultura." In Visão nº662 de 10 a 16 de Novembro

Perguntas que desafios... são tantos que o importante é louvar estas iniciativas mesmo que não gostemos tanto ou não percebamos. Mas atenção, não defendo nem show off nem populismos... mas parece-me, bem como à maioria dos católicos comprometidos e jornalistas em geral que foi uma actividade muito saudável que transparece uma imagem de vitalidade e renovação. MAs compreendo a tua preocupação.

Quantos ao modelo de espiritualidade... eu sou mais prós lados de Taizé, há que seja mais inaciano, dominicano... enfim a Igreja tem muitos carismas...

Em comunhão





Editado 2 vezes. Última edição em 14/11/2005 14:05 por Tilleul.

Re: mulheres
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 14 de November de 2005 14:08

Caro Miguel:
Talvez tenhas razão sobre Lx ter essencialmente uma população envelhecida e feminina - nesse caso as imagens da Tv correspondem á realidade.Normalemnte, quando se fala em LX não nos referimos ao centro da cidade mas á AML.
È natural que exista alguma euforia por terem conseguido algum tipo de mobilização e mediatização á volta de relíquias e culto de fátima.
A minha questão de fundo continua sem resposta. É isto a NOva Evangelização?
Surgiu algo de novo?

Re: mulheres
Escrito por: Miguel D (IP registado)
Data: 14 de November de 2005 14:47

Amiga CP

acho que tudo depende da forma como vemos a NE. Se estivermos a falar da cidade de Lisboa e da sua area metropolitana, eu acho que este foi um acontecimento optimo e maravilhoso.

Eu andei pelas ruas de Lisboa e pude observar que a mensagem chegou ao seu destino. Não estou a falar da procissão, mas da forma inovadora como a mensagem foi distribuida nos restantes dias. Foi muito bonito poder observar em Lisboa uma manifestação deste tipo. Foi maravilhoso observar as pessoas que andam sempre cheias de pressa pararem para ver o que se estava a passar, quer fosse para ouvir jovens a cantar ou para verem uma representação...

Pude ver uma Lisboa diferente! Uma Lisboa sem medo de Falar de Deus e de Jesus! Acho que este congresso teve o mérito de trazer Jesus para a rua, para junto das pessoas! Só tenho pena que só tenha sido por uma semana... No meu entender, deveria ser todos os dias.

O mito de que urbanidade e religiosidade têm dificuldade em conviver caiu esta semana em Lisboa. Não se falava noutra coisa em Lisboa. O futebol e a politica cairam para segundo plano nas conversas de café... Mesmo quem estava contra ou quem estava indeferente acabou por ouvir que Cristo está vivo em Lisboa. Só por isto já acho que valeu o esforço.

Se calhar a procissão de sabado, a "coincidencia" da vinda das reliquias, vez pairar ainda uma certa imagem já conhecida e menos nova. Mas quem andou pelas ruas de Lisboa pode observar as equipas de rua e as suas dinamicas de evangelização. Lisboa ficou diferente, mais radiosa, mais jovem, menos stressada... Para mim NE é levar para a rua a alegria de ser cristão, é como leigo ajudar a criar uma ponte de dialogo entre a sociedade urbana e a Igreja-instituição. Como diz o Tilleul, NE não é só cativar os não crentes, mas acima de tudo renovar a fé aos actuais crentes... Porque amiga, não são só os leigos que estão envelhecidos em Lisboa, mas também os seus pastores.

Muitas pessoas ficaram maravilhadas pelo contacto com a diversidade da Igreja. Existem algumas paróquias no centro histórico da capital que quase que perderam o contacto com a realidade da Igreja. Não só porque os seus padres estão muito envelhecidos, mas porque os leigos também estão. Ora, assim é dificil levar os jovens à sua paroquia, sem ser atraves da catequese e dos escuteiros...

Eu acho que este congresso teve o mérito em mostrar à cidade (materialização do espaço urbano) que a Igreja (materialização do espaço religioso) é pural e que o seu interior é muito diverso, abrangendo em si espaço para todos os fieis, de todas as idades. Vi o ICNE como uma montra de tudo o que de bom a Igreja têm... Os jovens poderam contactar com outras realidades e outras experiencias no seu meio de gravitação: o espaço urbano de uma rua, avenida ou praça. Também ajudou a mostrar que a oração não precisa de um espaço fechado e arte nas paredes... que o caminho para o trabalho, o proprio trabalho, o café, a rua, são espaços de oração e de caridade...

Gostei da abertura da Igreja ao espaço e sociedade urbana. Acho que deste ponto de vista o ICNE foi muito importante e meritório.

Claro que há muito para se fazer ainda!! A obra não parou, simplesmente renasceu... Agora temos de aproveitar e explorar estes caminhos, não deixando morrer o que acabou de ressuscitar: a religiosidade no espaço urbano.

Um abraço fraterno

Miguel Dias

Re: mulheres
Escrito por: huguenote (IP registado)
Data: 15 de November de 2005 01:01

Para o senhor Camilo e CP, (como não tive oportunidade de responder!.-p) Primeiro! Eu sou realista, mas não me centro no lado "menos" positivo se isto se pode chamar assim... A Igreja é constituida por pessoas que querem fazer uma caminhada, umas mais sérias do que outras, mais limitadas do que outras...A Igreja é constituida por uma grande diversidade de pessoas... Elas estavam bem patente...Se olharmos e dissermos...50 % eram mulheres onde 35 % eram velhas, temos sempre os outros 50% eram jovens e homens! E isto é uma realidade, chamar a Igreja de velha...É muito forte! Sendo o Evangelho a fonte de água viva...
CP, compreendo o que quer dizer em relação à nova evangelização!Como o nome é nova evangelização...Como se pode dizer isso, se vemos muitas pessoas velhas?! Mas ela é nova evangelização!Pq é algo fora do comum...E há tantas pessoas velhas que transmitem tanta vida!Que dão tantos exemplos!
Não concordo que digam que a Igreja está velha...É "menosprezar" os jovens, e as pessoas que são CRISTÂS no seu ser! Não interessa a quantidade!Mas sim a qualidade!E claro que tudo o que falamos é um pouco ambiguo, porque há n factores...

Para finalizar! A Igreja foi e é sempre de todos!E para todos!As vocações são para todos!Tanto como a vocação da consagração, do sacerdócio e do matrimonio! E se olharmos para as ordens religiosas, vemos a quantidade de ordens de mulheres...Que é uma coisa abismal! Tendo em conta que também existe uma grande quantidade de ordens masculinas!.-p

Re: mulheres
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 29 de November de 2005 10:35

Cultura de vida , precisa-se.

[dn.sapo.pt]

Re: mulheres
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 29 de November de 2005 10:37

Veja-se a argumentação pra despedir uma mulher grávida:

"A ideia de que a Igreja está a discriminar uma mulher grávida porque é mulher é ridícula, porque é óbvio que os homens não engravidam", disse, a propósito, um porta-voz da Liga Católica. "Esse é um problema a discutir com a Natureza, não com a Igreja".

Para a Liga Católica, o que está em causa é o exemplo moral - quando uma mulher engravida fora do casamento isso é visível"


Bando de hipócritas e fariseus.

Re: mulheres
Escrito por: (IP registado)
Data: 29 de November de 2005 10:51

Como ela diz, se tivesse abortado, ninguém saberia do assunto. Dá que pensar.

Re: mulheres
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 01 de December de 2005 14:02

Um texto interessante:

[www.capuchinhos.org]

Re: mulheres
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 01 de December de 2005 22:36

verdadeiramente interessante

Re: mulheres
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 01 de December de 2005 23:44

"Mateus quis tornar claro o programa da vida de Jesus. Porque as suas avós escondem uma realidade simbólica que as transcende. Nas histórias de quedas e de perdão de cada uma delas, está retratada toda a humanidade, pecadora e resgatada, indigna e libertada, abjecta e esperançada. É dessa grande família que o Senhor faz parte.

O evangelista quis mostrar que Jesus nunca se envergonhou dos seus parentes, nem de contar os grandes excluídos entre a sua família. Aceitou-os tal como tinham sido, pois por eles viera ao mundo. E estreitou-os a todos num abraço eterno, único, sentido, como se nunca mais quisesse largá-los.

A genealogia de Jesus, em São Mateus,

não é uma simples lembrança de família.

É o constante convite para uma Igreja

onde todos tenham lugar,

e ninguém se sinta excluído."


- Fantastico CP.

Obrigada pela indicação

Uma lição ainda por aprender.


Re: mulheres
Escrito por: (IP registado)
Data: 02 de December de 2005 17:00

E profundo!

Re: mulheres
Escrito por: Chris Luz BR (IP registado)
Data: 02 de December de 2005 20:48

Cp adorei o site dos Capuchinhos.
Obrigado pela partilha .
chris

Re: mulheres
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 09 de December de 2005 17:40


Re: mulheres
Escrito por: trento (IP registado)
Data: 12 de December de 2005 14:27

Mais um excelente artigo do meu Bispo no jornal diocesano Correio do Vouga, e muito a propósito do tema em causa.


Homenagem à mulher; obreira silenciosa de bem
.
A revista Sal Terrae dedica o seu último número a um tema curioso que titula assim: “Quem cuida dos cuidadores?” Logo na apresentação dos conteúdos se recorda que “as mulheres são as principais responsáveis dos cuidados, mas, ao mesmo tempo, são as mais esquecidas, ou seja, aquelas de quem menos se cuida.” Então se recorda que, frequentemente, exercem a tarefa de cuidar de quem delas precisa, por vezes em verdadeira solidão, carregando em si desgaste e dor, por exemplo, perante o doente incurável que amam e vão perdendo a pouco e pouco. Diz-se ainda que nos esquecemos que a pessoa que cuida também necessita de cuidados. Necessita de desabafar e de alguém que a escute, do oxigénio do descanso e do rosto amável que lhe sorria, da carícia de quem se mostra agradecido e de um ombro sobre o qual tem direito a recostar-se.
Habituei-me a ver, reconhecer e admirar, muitas destas mulheres conhecidas ou anónimas, heróicas e persistentes num heroísmo que se vai traduzindo, cada dia que passa, em dedicação sem limites e silêncios mais eloquentes que as palavras. São multidão de mães, esposas, tias e avós, vizinhas e voluntárias, gente que orientou por aí a sua vida a tempo inteiro, que passa despercebida e não remói ingratidões porque tem um coração que não se nega, porque o seu saber é, sobretudo, amar e cuidar.
Estamos numa semana em que Maria, a “Mulher Eterna”, tem, para os cristãos, que de modo filial a veneram num dia de memória de uma prerrogativa excepcional que Deus lhe fez, a favor de todos. Uma outra mulher, Teresa do Menino Jesus, que nos seus restos veneráveis peregrina pelo mundo, vai chegar até nós com o seu fascínio de jovem, viva e contagiante, que é, para este tempo de vazio, um modelo eloquente. Ela nos dará conta da excepcional sabedoria que pode levar à entrega, sem reservas, ao que é essencial para uma vida feliz e realizada. Estes dois modelos de mulher, devem estimular à contemplação, em silêncio agradecido, da mulher ou das mulheres das nossas vidas, que sempre aqueceram o mundo gélido do egoísmo, e das quais seremos eternos devedores de amor, ternura e reconhecida gratidão.
A sociedade do consumo e do prazer, incapaz de ver além dos sentidos, vem empobrecendo a mulher. Por vezes, também esta, num mundo de novas e justificadas possibilidades, sob as muitas luzes que deslumbram, foi perdendo o sentido da sua singular dignidade, do seu valor e missão, indispensáveis à humanização das relações pessoais, num mundo cada vez mais frio, calculista, superficial, comodista, onde vão deixando de contar os valores morais fundamentais, deixando tudo mais pobre.
A mulher é sempre vocacionada para a maternidade, no sentido mais amplo desta misteriosa missão: mãe biológica, espiritual ou social.
Por isso, a mulher mãe é inseparável de cada um de nós, e mal vai quando deixa de ser referência indispensável na nossa vida.
Feliz daquele que é capaz de olhar e respeitar qualquer mulher, conhecida ou não, com a luz interior mais pura que recebeu do amor único da sua mãe, essa “mulher eterna”, que a memória do coração nunca deixará morrer!
O estrago social de mais graves consequências nos dias de hoje, e que mais afecta o presente e o futuro das pessoas e da sociedade, é o da destruição da mulher, da sua dignidade, da sua missão singular. Isto não quer dizer que ela tem de regressar a casa e voltar a ser apenas doméstica, mas sim que ela mesma tem de ser a casa do acolhimento, do aconchego, da alegria e da paz, a escola diária do amor, que, mesmo quando paciente e sofrido, nunca deixa de ser criador e renovador de esperança.
Cuidar de quem cuida sem horários nem descontos. A mulher ao centro e a sociedade terá futuro.

|António Marcelino, Bispo de Aveiro| 09/12/2005 |



«Que a paz esteja convosco»
Fernando Cassola Marques

Re: mulheres
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 12 de December de 2005 14:41



E logo agora que o alef aboliu as caricaturas é que começam a aparecer posts destes, tão divertidos na sua visão caricatural....

"Cuidar de quem cuida sem horários nem descontos"...

"São multidão de mães, esposas, tias e avós, vizinhas e voluntárias, gente que orientou por aí a sua vida a tempo inteiro".. porque não têm apoios socis nem alternativas.

Naturalmente que ter em permanência em casa, empregadas domésticas para todo o serviço, e ainda por cima silenciosas , dá imenso jeito.

Ainda mais sem pagamento e sem horários. Antigamente isto tinha um nome - escravidão.

SE é este o único modelo de mulheres da ICAR, ( pasivas, sacrificadas, siloenciosas e estúpidas), obrigada, há outros produtos melhores.
Mas, dou um conselho a este tipo de clérigos - se querem empregadas domésticas cuidadoras paguem-lhes.

Em vez de tecerem louvores ás escravas, contribuam para melhorar a sua qualidade de vida.

Invistam em estruturas de cuidados a preços acessíveis e de qualidade.

Talvez assim passem a ter alguma noção do valor económico e social desta profissão.

Re: mulheres
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 12 de December de 2005 14:46

" Uma outra mulher, Teresa do Menino Jesus, que nos seus restos veneráveis peregrina pelo mundo"..

Agora é que fiquei baralhada... Não me digam que a teresa está nos ossos que peregrinam pelo mundo... e eu que pensava que ela estava no céu...
afinal ainda está nos ossos.... ( bem isso, explica a veneração que os restos de ossos suscitam)...

Pasmo....

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