Parece que o Padre Rui da Silva Pedro continua a ser o responsável da Obra Católica das Migrações.
Deixo aqui uma notícia do «Público» de hoje a propósito da OCPM.
Alef
Igreja Católica Convoca Encontro Mundial de Emigrantes
A Comissão Episcopal de Migrações e Turismo decidiu convocar um Encontro Mundial de Comunidades Emigrantes para Março do próximo ano, no Porto. De acordo com uma mensagem da Obra Católica Portuguesa das Migrações (OCPM), divulgada a propósito do Dia de Portugal e das Comunidades que hoje se assinala, a iniciativa pretende "questionar" a forma de a Igreja estar na emigração, bem como "actualizar o seu olhar e rever as suas estruturas de acompanhamento pastoral".
A iniciativa, que se realizará entre 29 e 31 de Março do próximo ano, pretende responder ainda à sensação, confessada por muitos emigrantes às estruturas católicas, de estarem "esquecidos" pelo país e "desprezados" pela Igreja.
Na mensagem, assinada pelo
padre Rui da Silva Pedro, director da OCPM, recorda-se que, "na década de noventa, saíram mais portugueses do que entraram [em Portugal] cidadãos estrangeiros". "Por cada imigrante a residir no país há dez emigrantes a viver longe da pátria." Por ano têm saído em média 30 mil portugueses. "Desde 1990 partiram perto de 300 mil portugueses. É urgente que o país recupere o discurso da emigração real para o bem comum nacional."
Para a OCPM, Portugal deve "assumir, sem complexos" a ideia "de que é e será um país de emigrantes" e que estes são "uma dimensão estrutural da economia e cultura". Só que "a preocupação preponderantemente 'administrativa' do país face à actual imigração, em situação de emergência social, caracterizada por desordem no acolhimento e por ensaios legislativos de 'gestão' dúbia, tem deixado na penumbra política e condenado ao silêncio cultural a importante realidade nacional que é a emigração Portuguesa".
Há vários problemas "adiados", recorda o responsável da OCPM: nacionalidade, apoio à língua, dupla tributação fiscal e apoio social. A visão "administrativa" sobre a emigração tem-se limitado "às tentativas de reestruturação consular e dos gabinetes de apoio ao emigrante e emissão de alguns documentos". É altura de passar à intervenção e aos "investimentos concretos no capital humano", afirma ainda.
A mensagem deixa dois apelos: que os emigrantes não deixem de votar nas eleições para o Parlamento Europeu, como ocasião também "para avaliar, nas urnas, algumas ideias de forças políticas xenófobas sobre a actual política de migração e de asilo da União" e "ocasião histórica para continuar a fazer avançar a tão almejada Europa Social, da Paz e dos Povos"; e que sejam olhados com mais atenção os emigrantes com dificuldades em países como a Venezuela, Argentina e África do Sul, que teriam "muito a ganhar, tal como as comunidades imigrantes em Portugal, se o país ratificasse a Convenção Internacional de Protecção dos Direitos dos Trabalhadores Migrantes e Membros de Suas Famílias, em vigor há quase um ano".
Por ANTÓNIO MARUJO
«Público», Quinta-feira, 10 de Junho de 2004
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