Fóruns Paroquias.org
paroquias.org

  A participação no Fórum Paroquias.org está condicionada à aceitação das Regras de Funcionamento.
Inteligência Espiritual
Fóruns Paroquias.org : Arquivo - Geral

 

Ir para tópico de discussão: AnteriorPróximo
Ir para: Lista de fórunsLista de mensagensNovo tópicoPesquisarEntrar
Vaticano reconhece excesso de centralização
Escrito por: História (IP registado)
Data: 06 de April de 2004 20:41

Autoridade do Vaticano reconhece excesso de centralização



PARIS - O cardeal Joseph Ratzinger, apontado como o segundo homem mais importante do Vaticano, que o Papa João Paulo II foi longe demais na centralização de poderes e na ingerência sobre assuntos locais de igrejas. Os comentários do cardeal, feitos a um pequeno grupo de jornalistas em Viena, foram divulgados por meios de comunicação católicos nesta terça-feira.

As declarações de Ratzinger, feitas após a morte de um contumaz crítico da centralização no Vaticano, são uma rara admissão de que a Santa Sé enfraqueceu o poder dos cardeais e bispos encarregados de administrar Igreja Católica.

A centralização é uma marca de João Paulo II, há 25 anos na chefia do Vaticano. O alemão Ratzinger com freqüência tem criticado essa postura do Papa.

- Não tenho problemas em admitir que talvez tenhamos que ser mais generosos em algumas áreas e que a autoridade central pode ter interferido demais - disse Ratzinger após comandar o funeral do cardeal austríaco Franz Koening, conhecido crítico da estrutura centralizadora do Vaticano, em Viena.

- Não tenho problemas em avaliar algumas áreas nas quais deveríamos ter tido menos centralismo e mais descentralização - disse ele no dia 27 de março.

A questão da autoridade do Vaticano é uma antiga fonte de tensão dentro da Igreja Católica. A declaração de Ratzinger sobre o assunto pode influenciar mudanças no próximo conclave encarregado de eleger o sucessor de João Paulo II, atualmente com 83 anos.

Re: Vaticano reconhece excesso de centralização
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 06 de April de 2004 21:00

"História",

Obrigado pela divulgação da notícia. Queria pedir-te se poderias partilhar connosco a fonte da mesma, e, se possível o endereço da página da Internet onde esta se encontra.
Posteriormente darei a minha opinião sobre o conteúdo da notícia.

Obrigado,
Luis

Re: Vaticano reconhece excesso de centralização
Escrito por: História (IP registado)
Data: 06 de April de 2004 21:33

Olá Luís,

Acho que o artigo é da reuters. Eu recebi no meu e-mail e quem enviou, não mencionou a origem da notícia. Foi um mail tipo spam. Já apaguei o mail.

Ana Lisa

Re: Vaticano reconhece excesso de centralização
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 06 de April de 2004 22:01

Obrigado Ana Lisa,

Vou tentar encontrar a fonte. Se tiver sucesso, partilho convosco.

Luis

Re: Vaticano reconhece excesso de centralização
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 06 de April de 2004 22:26

Como diz o ditado "Quem Googla, sempre alcança...", aqui fica a notícia. Pelo que pude encontrar, a notícia saiu em primeira mão no The Tablet - The Church in the World (Requer um registo prévio gratuito para se poder ler o artigo)

Citação:
Ratzinger regrets church centralism at König funeral
There have been times when the Vatican has intervened too often in the affairs of a local church, Cardinal Joseph Ratzinger, Prefect of the Vatican’s Congregation for the Doctrine of the Faith, has admitted. He made the surprise remarks to journalists following the Requiem Mass in Vienna of its former Archbishop, Cardinal Franz König, who died on 13 March (The Tablet, 20 March). Cardinal Ratzinger frequently clashed with Cardinal König over church governance. In a Tablet article in March 1999, König deplored what he described as the Vatican’s “inflated centralism” and accused the curial authorities of appropriating the tasks which properly belonged to bishops’ conferences.
“Perhaps we could sometimes be more generous in certain matters,” Cardinal Ratzinger told journalists after the Requiem, which the doctrinal congregation prefect conducted on the Pope’s behalf. The German word he used – grosszügig – is variously translated as “generous”, “magnanimous” or “tolerant”.

The prefect also said he was prepared to think about where less centralism and more decentralisation could be applied in the Church. There was “no absolute ban” on the part of the Holy See as far as making readjustments was concerned, he said, adding that it was important both to maintain unity and to allow local Churches to develop their charisms. Local bishops should not be afraid to make unpopular decisions and should not shun conflict, he said. But the right balance between the central authorities and local Churches had not always been found, he admitted.

The day before the Requiem on 28 March, thousands flocked to St Stephen’s Cathedral to pay their last respects to König, a legendary figure to Austrians who knew him simply as “the cardinal”. Among them were the leaders of Austria’s Orthodox Churches, who gathered round König’s open coffin to say the Panichida, the Orthodox prayers for the dead, the first time in Western Europe that they have been said for a Catholic cardinal.

The Requiem itself was restricted to 5,000 invited guests: the thousands outside followed the Requiem on video screens. Twelve cardinals – including Cardinal Ratzinger – joined more than 40 bishops, 300 priests and the leaders of the other 14 Christian Churches in Austria in the chancel. The Austrian President, Thomas Klestil, all the members of his cabinet and many prominent people from in and outside Austria attended, as did the cardinal’s only surviving sister and many of his relations and close friends.

In his will König had asked for a simple funeral but had knowingly added, “if that is possible under the circumstances”. His only real wish was that the Easter candle should be placed next to his coffin during the Requiem.

Opening the Mass, Cardinal Ratzinger said that when the Pope had received the news of König’s death, he had first of all withdrawn to pray. He had then asked the prefect to conduct the Requiem as his personal representative. “The Pope wanted to show how grateful he was to Cardinal König that, at a time when the Iron Curtain had still seemed impenetrable, König had let the Churches in Eastern Europe know that they had not been forsaken. But after the demise of Communism, König also did everything within his power to promote dialogue between the Churches in Eastern and Western Europe so that Europe might once again breathe with both lungs.”

The homily was pronounced by König’s successor, Cardinal Christoph Schönborn. He quoted König’s words on his consecration as Archbishop of Vienna in 1956: “The festive splendour of my entrance into this cathedral today has not prevented me from thinking of my final departure from it as a dead man when I will have to answer for my administration of the Vienna archdiocese.”

Instead of adding a further tribute to the thousands that had come in from all over the world in the past two weeks, Schönborn said he felt that König would have wished him to concentrate on the future. “I have never met an elderly person who lived so completely in the present with his eyes always on the future,” Schönborn said, adding that König’s legacy could be summed up in three injunctions: “Continue to build ecumenical bridges, put that which unites above that which divides, and protect human life in all its forms.”

Schönborn recalled König’s staunch support of the hospice movement and his insistence that the Austrian constitution should expressly forbid euthanasia. Only very recently he had said in a moving letter: “People should be able to hold someone’s hand when they are dying, but a human hand must never be the cause of their death.”

The voice of President Klestil, broke as he ended his address with the words “Austria mourns you, Austria prays for you, Austria thanks you.”

Perhaps the most moving moment of the Requiem was when one of König’s closest Jewish friends, Professor Jacob Allerhand, was led to the front of the cathedral. From there he read Psalm 23, “The Lord is my Shepherd” in Hebrew, the language König loved best after English. It was a fitting tribute to a bridge-builder who had worked untiringly for Catholic-Jewish reconciliation.

Re: Vaticano reconhece excesso de centralização
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 07 de April de 2004 07:25

No «Público» de hoje, com um título mais "benigno":

Ratzinger Admite Menos Centralismo


O cardeal Joseph Ratzinger, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, admitiu que o Vaticano deveria ser mais descentralizador nalgumas áreas e que a autoridade central "interferiu demasiadas vezes" no governo das comunidades católicas locais. Em declarações a um pequeno grupo de jornalistas após o funeral do cardeal austríaco Franz König, feitas na semana passada em Viena e ontem divulgadas, Ratzinger afirmou, citado pela Reuters: "Não tenho problema em considerar que poderíamos ter menos centralismo e mais descentralização". Esta espécie de auto-crítica - Ratzinger é um dos responsáveis pela chamada de atenção aos teólogos e bispos que pedem mais autonomia - é entendida por John Allen, biógrafo do cardeal, como manifestando a sua prioridade em limitar a burocracia vaticana e não em introduzir reformas no papado. "Ele pensa que os bispos têm que ter responsabilidade. Exactamente o que os bispos dos Estados Unidos não tiveram, no caso dos escândalos sexuais."

«Público», Quarta-feira, 07 de Abril de 2004
[jornal.publico.pt]

Re: Vaticano reconhece excesso de centralização
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 12 de April de 2004 22:52

Existem 2 Ratzinger: o teólogo brilhante e o Prefeito da Congregação da Doutrina da Fé.

Quando o 2º assina alguns documentos, o 1º tem arrepios na espinha.

O 2º age por obediência; o 1º por convicção.

Por isso vemos uns quantos documentos do Congregação para a Doutrina da Fé, fracos, redondos, sem espírito (e naturalmente sem Espírito).

É a forma de um teólogo brilhante dizer: "Não é possível defender esta posição. Portanto vou escrever aquilo que vocês bem podem ler que continuarão sem perceber. Logo eu, alemão e teólogo...
Mais tarde eu ou outro colocaremos a Igreja no bom caminho. Porque com o que eu escrevi ( e sobretudo com o que não escrevi) é perfeitamente possível "actualizar a interpretação" em três tempos".

Bom filho à casa torna, não é verdade, ó arcebispo de Munique?

João (JMA)

Re: Vaticano reconhece excesso de centralização
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 13 de April de 2004 00:22

JMA,

E porque os dois não podem ser um só? Não poderá o responsável pela Congregação para a Doutrina da Fé ser simultaneamente um "teólogo brilhante"?

Deixo aqui uma pequena passagem de um texto de Ratzinger (o teólogo brilhante) que recentemente encontrei num livro que acabei de ler.
Citação:
'Above the pope as an expression
of the binding claim of church authority
stands one's own conscience,
which has to be obeyed first of all,
if need be against the demands of church authority.'


Joseph Ratzinger, 1968
Luis

Re: Vaticano reconhece excesso de centralização
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 13 de April de 2004 22:56

Luís,

Os dois podem ser, e são, um só.

O problema só existe porque naquelas funções Ratzinger não apresenta as suas opiniões pessoais mas as opiniões que são consideradas como necessárias de ser apresentadas.

E ele é demasiadamente bom cristão e bom teólogo para não se arrepiar com o que por vezes escreve.

Mas a tal o obrigam as funções que está a desempenhar. Pensadas para cinzentos ultramontanos, são um desperdício para um pensador como o Ratzinger.

Gostei dessa citação. Estou certo que ele medita longamente na melhor forma de servir a Igreja. Espero que o seu imperativo de consciência fale mais alto do que a púrpura dos trajes.

João (JMA)



Desculpe, não tem permissão para escrever ou responder neste fórum.

Nota: As participações do Fórum de Discussão são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, pelo que o Paroquias.org não se responsabiliza pelo seu conteúdo, nem por este estar ou não de acordo com a Doutrina e Tradição da Igreja Católica.