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Virgem Maria
Escrito por: Cleber Monteiro Muniz (IP registado)
Data: 22 de July de 2002 04:34

Considerações sobre a Imagem da Virgem Maria em Ferraz de Vasconcelos
Hoje passei o dia em Ferraz de Vasconcelos. Fui contemplar a imagem de Nossa Senhora que surgiu na vidraça de uma residência humilde.
A Mãe Divina, figura arquetípica identificável em várias religiões do presente e do passado se revelou nesta semana ao mundo desde as profundidades de nossa alma e desceu à matéria. Tornou-se visível com o intuito de tocar os endurecidos corações humanos mas, como sempre sucede, a ciência materialista assassinou o mito e o inutilizou por meio de falaciosas explicações extraídas da mente racional extroversiva.
As explicações encontradas pelos agnósticos expoentes da aversão ao transcendente iludiram e escamotearam a questão em torno da imagem. Serviram exatamente aos interesses das hegemônicas instituições políticas, religiosas e econômicas: a manutenção da estrutura vigente, deste sistema de coisas.
Os aniquiladores do mito argumentaram que o surgimento da imagem na vidraça de Ferraz de Vasconcelos não revela o mais além porque pode ser explicado em termos de física e química. Ignoram, e fazem ignorar, que as manifestações das realidade maiores nem sempre se imcompatibilizam com a lógica tridimensional. O fato do mito se tornar tangível e visível graças a uma dinâmica físico-química não implica na falsidade de seu conteúdo.
Se os pretensos conhecedores estivessem interessados em compreender o fenômeno, tentariam descobrir porque as manchas tomaram aquela forma específica naquele caso singular. E, ainda que atingissem elaborada explicação em termos de lógica usual, restaria o lado do acontecimento que a ultrapassa.
Desvendar o processo físico-químico que culmina na formação de uma imagem da Virgem Maria em uma vidraça é sensato mas usá-lo como base para concluir que nada mais há além dele é falacioso e estúpido. É preciso apenas um mínimo de rigor lógico para se perceber que não se pode trabalhar com cadeias toscas e rompidas de idéias, sentenciando conclusões sobre o desconhecido a partir do conhecido.
Há que se diferenciar o campo da ciência ortodoxa agnóstica do campo da ciência gnóstica dos mistérios da alma: um é o campo dos fenômenos externos tridimensionais e outro o dos acontecimentos internos transcendentes. Estes últimos não são da alçada da ciência ortodoxa, a qual tem sua inestimável importância mas não pode pretender que suas produções abarquem o absoluto, o que implicaria em cair na contradição de negar a possibilidade do conhecimento, do “vir a ser descoberto”.
Todas as explicações científicas que tenho visto na televisão até o momento estão condicionadas pelo pressuposto de que a inteligibilidade de um fenômeno em termos de lógica usual implica forçosamente em sua natureza exclusivamente tridimensional., como se um modo de realidade anulasse o outro. Este é precisamente o ponto nevrálgico da precária, mas perigosa, falácia materialista e sobre o qual precisamos nos debruçar com muita atenção para não nos deixarmos enganar. A capacidade de analisar, refletir e considerar com cuidado todas as possibilidades, caraterística que deveria ser a marca registrada do estudioso, está ausente nesta falácia. É por isso que a Divinal se revela: para nos mostrar os disfarces geniais de nossa ignorância. Mas, cegos e surdos, não sabemos ler as mensagens das realidades maiores.
Ao tentar despistar o caráter intrigante da imagem com evasivas explicações reducionistas, a ciência pode estar assassinando o mito e inutilizando os esforços que o Ser Imaginal Profundo está realizando no sentido de chamar a atenção coletiva para a polarização exagerada de nosso modo de ser.
Como temos cometido coletivamente muitos crimes horríveis contra nós mesmos e contra a natureza, com efeitos sobre quase todo o espaço e boa parte do tempo terrestres, forças opostas estão reagindo, desde o interior da psique, com a intenção de nos mostrar que temos que buscar os aspectos negligenciados de nosso Ser. Os avisos dados pelas partes superiores do homem são muitos mas a consciência coletiva não os assimila, os rechaça. A ciência possui sua parcela de culpa na medida em que dificulta a leitura dos sinais do “além” (o inconsciente, aquilo que está além do conhecido) ao invés de facilitá-la.
A Mãe Divina é uma porção do nosso Ser Infinito, um ente do mundo interno muito anterior ao catolicismo romano. Tem surgido em várias mitologias e religiões sob várias denominações. Lança sobre si os pecados do mundo e se sacrifica pela humanidade. Nos recorda o estado de ninez em que ainda nos encontramos. Às vezes, se revela ao homem individual ou coletivo para tentar ajudá-lo a sair do estado de estupor e sofrimento. Apenas aqueles que a experienciaram diretamente compreendem sua realidade e concretude.
A igreja de Roma e as igrejas protestantes não deveriam se pronunciar a respeito desta aparição porque é universal. A Mãe Interna não é patrimônio de ninguém, não é objeto de posse pois se entrega à humanidade como um todo. Quem são os padres e pastores para se pronunciarem sobre a Eterna? Quem lhes deu autoridade para confirmar ou negar a autenticidade do milagre e o caráter divino da Imagem?
Eu não me pronuncio a respeito. Apenas constato fatos e os comunico aos interessados, respeitando-lhes o direito de discordarem à plena vontade.

Re: Virgem Maria
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 22 de July de 2002 05:13


Não, ninguém tem o direito de negar nada. Mas temos sim o dever de investigar a autenticidade de cada fenómeno e fazê-lo com a maior honestidade.

É necessário relembrar que a Igreja não aceita as aparições como propriedade sua! De onde retirou essa ideia? :o)

A Igreja afirma o que se pode conhecer dos aparentes milagres (através das nossas capacidades de identificação de origem das coisas, que a ciência investiga) e justifica-os na base da sua teologia, do seu alargado paradigma cristão.

Assim, todos sabemos que Maria é essa Mãe de todos nós. Se o arquétipo sempre existiu na humanidade, que NÃO haja confusões! Maria não deixa de ser, "apenas", a mais especial das criaturas de Deus. Isso significa que não existe eternamente, apenas desde há uns 2000 anos. Acontece que na plenitude dos tempos, Deus entregou-Se não só a Si próprio, mas nos apontou também quem é a nossa Mãe. [refiro-me a isto porque não gostei nada de ver budistas em Fátima a dizerem que eles também acreditavam na "mãe natureza"!! - grandes confusões e misturas, não obrigado!!]

Com Cristo, termina o arquétipo: com Ele, sabemos que o mundo tem um Pai. Com Cristo, Deus na carne, temos uma mãe viva, uma mãe plena e exemplar. É então para Maria que dirigimos a nossa devoção ao "arquétipo", tornado agora tão real quanto a mais pura verdade, na plenitude cristã.

Milagres desse tipo sempre terão um carácter divino... Não se deve negar, pelo menos, o carácter do inexplicável, SE existir, e para isso é obviamente necessário investigá-lo, nem que seja não para o desmistificar, mas para apurar o quão divina realmente é. Mas Cleber, diga-nos em pormenor, o que foi que viu? Quando se deu a aparição dessa imagem? Já agora, Ferraz de Vasconcelos fica em Portugal?

Benedicta tu in mulieribus!
João



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