Maria Fernanda:

Um grande Abraço.

Não o enviei antes, porque estive fora. E quero reler, com mais calma e tempo o que escreveste.

E contar o que aconteceu, quando na 3ªF. , entreguei uma cópia do que aqui foi escrito até aquela data a um Sacerdote...

Abraço Fraterno para todos.

Tal como disse anteriormente, entreguei uma cópia do que aqui foi escrito, a um dos Sacerdotes com quem lido mais.
Não posso dizer que deu pulos de alegria.
Primeiro, perguntei-lhe se costumava utilizar a Internet. Olhou para mim, com ar severo e respondeu: Não! Nem computador tenho, e se tivesse não teria tempo para o utilizar.
Eu, quase timidamente, ofereci-lhe as tais cópias:- Já que não tem acesso à Net, ofereço-lhe estas opiniões ( tive o cuidado de explicar o que era este site...) que os leigos partilham desta forma. Tome, tente arranjar um tempinho, pode ser que goste de saber. ( Antes de aceitar os papeis, olhou para o molhinho de folhas e para mim, mostrou na cara - não, não estou a exagerar!- grande desconfiança como quem pensa: da Internet? Serão gajas nuas???).
Parece-me que leu as tais opiniões, nomeadamente em relação à preparação da Homilia, porque no Domingo deu-nos uma esfrega de 30 minutos, dissertando maravilhosamente sobre a Parábola do filho pródigo. Uma das melhores que tenho ouvido, com grande clareza e inteligência, e não deixando de mandar o recado que quem precisa de atenção, não é o filho que sempre lá esteve, mas o que andou por longe. Quem precisa de cuidados, não é o saudável, mas o doente. Talvez eu esteja enganado, mas sub-entendi que quem precisa dele (do Padre) não é quem vai à Igreja, mas quem não vai. Terá sido? Também deu um toque valente sobre os críticos farisaicos que se julgam merecedores de mais atenção que os outros. Eu tomei e embrulhei...
Infelizmente ou felizmente, ando numa fase muito complicada, pelo que não tenho tido tempo de o procurar. Mas que isto não fica assim, não fica...;-)
Mas, continuo na minha, que a Igreja deveria "libertar" mais os Padres para um contacto mais pessoal com quem lá vai... às vezes podemos parecer ter muito boa cara, e estar doentes por dentro, e precisar de algumas palavras de apoio. Nem só de Missas vive o Católico...

Abraço fraterno

Porque nao enviam este tema e todo o conteudo ao Patriarcado de Lisboa e ao padre Rui Pedro, presidente da Obra Catolica das Migracoes? Eles mereciam ver tudo o que aqui se escreveu e disse! Alias, ate devia chegar a todos os padres!!!

Ana,

O Fórum é aberto a todos, inclusivé para aqueles que trabalham no Patriarcado :-)

Acho muito curioso o caminho que este tópico levou. Penso que é necessário a Igreja repensar o papel do sacerdote nos dias de hoje. O que aqui fizemos, foi uma discussão do assunto entre leigos (embora possa haver algum não-leigos que tenham particiapdo). O que até certo ponto é importante pois somos os principais clientes dos sacerdotes, ou dos serviços prestados por eles.

Muito se tem falado de uma gestão profissional da Igreja, e, muitas vezes, levantam-se vozes contra tais ideias, defendendo o voluntariado, o que na minha opinião, acaba por levar ao desenrascanso tão tipicamente português. Mas pergunto, não terá a Igreja que, como Instituição composta por homens e mulheres, enraizada na Cultura e Sociedade, aprender os métodos e mecanismos do meio onde está inserida, adaptando-se e tirando partido dos meios técnicos e científicos que estão disponíveis? Isto é, se a Igreja deve aproveitar, entre outras coisas, a Internet como um meio de divulgação do Evangelho, para atingir os seus fins, porque não utilizar os melhores meios e técnicas de gestão comprovados em tantos e tantos momentos na nossa sociedade, e no tecido empresarial em geral?

Vejamos, hoje, as nossas empresas têm uma preocupação tremenda na "Satisfação do Cliente". Chega a haver departamentos inteiros para gerir tal preocupação.

Tem a nossa Igreja preocupação com a "Satisfação dos seus Clientes"? E os nossos sacerdotes?

Luis

Luis

No Canada, nao e permitido o padre tomar conta do dinheiro...mas eles os padres sao tao casmurros, tao idiotas, que arranjam os nomes de 2 pessoas para mandar para a Diocese e nao mostram as contas...aconteceu comigo, mas fui denunciar o padre, so me pediram para escrever uma carta e para a assinar....foi logo fora!
O bispo desta diocese disse num jornal. Nao se consta que haja padres Gays nesta diocese, que haja padres que se portem mal, seja como for...se os descobrir, na minha diocese nao ficam.
Em Portugal, parece que os bispos, padres e freiras defendem-se uns aos outros.
Todo o padre que e serio, nao tem medo de mostrar as contas! Eles nao querem e ser controlados!...Aqui geralmente, cada familia da por semana uma media de 5 Euros para sustentar a igreja e o padre, claro. Aqui o padre ganha 1.600 Euros, comida, casa, empregada domestica, gasolina e secretaria. Mais missas, casamentos, funerais, baptizados. Voces ai nem sabem quanto ganha um padre? Quem sabe do que se passa nas igrejas?
Tivemos aqui um padre bom, maravilhoso. Quando lhe queriam dar dinheiro, dizia, nao me ofendam. Do pouco que tinha dava aos pobres e ajudava os seminarios.
O povo so o chama o Bom Pe. Antonio, um Brasileiro. Quantos padres Antonios conhecem?

"Em Portugal, parece que os bispos, padres e freiras defendem-se uns aos outros."

A excepção não faz a regra. Os padres em Portugal não são todos assim, da mesma forma que aí no Canadá também não. Nós esperamos que eles sejam perfeitos, mas eles são humanos como nós, cometem erros como nós. Não estamos nós a fazer com os padres o mesmo que aqueles homens fizeram ao apedrejar a mulher pecadora?Então quem nunca pecou que atire a primeira pedra.

Os padres vão e vêm para diferentes paróquias. Eu não vou à eucaristia por causa dos padres, nem participo nas diferentes actividades por causa deles. E também pelo que já presenciei também é muito dificil trabalhar com alguns leigos. Temos de ser uns pelos outros e só assim poderemos contruír algo de bom.

Carissimos leitores!...

A Comunidade Portuguesa no Canada, comemorou os 25 anos de sacerdote do Bom padre Antonio, como todos lhes chamam, veio prepositadamente do Mexico de onde dava aulas num seminario. A Comunidade preparou-lhe um bom almoco, mas a sala que tinha mais de 350 pessoas tornou-se pequenina, toda a Comunidade queria assistir. Ele levou com ele mais de 1500 contos...em escudos fiz mais depressa a conversao, do que em euros. Chegou ao Mexico, comunicou a igreja que o povo lhe tinha dado x que seria para ajudar os seminaristas na grande caminhada deles, nao tinha maquina de lavar roupa, nao tinha computador, comprou com o que os Portugueses lhe deram pelo 25 Aniversario de sacerdocio...por la deixou tudo. Quando esteve aqui deixou uma linda igreja, com casa paroquial, com um salao de festas tudo equipado, levou com ele uma malinha pequena...e assim este padre! Ele e Brasileiro, mas adora os Portugueses. Na semana passada esteve na Italia, foi dizer missa a uma igreja de Portugueses e a missa foi em memoria de um padre que fundou a Casa de Santa Zita, era de Casegas, Covilha.
Como ja por ai disse, este padre hoje e Superior da Congregacao CS. em Chicago.
Como podemos ver, temos padres ilustres!!!
Escreveu ha pouco tempo para paroquianos e dizia: apesar de nao estar na paroquia, tenho saudades das boas familias Portuguesas, das festas, das tradicoes, das comidas e do carinho que me deram...!!!

Meus Irmãos e Irmãs:

Este tópico está a levar um caminho que não é de todo a sua finalidade.
Começou por se discutir a gestão da disponibilidade de tempo que os Sacerdotes dispensam aos crentes. Se não seria melhor a Igreja contratar gestores profissionais para certas funções, e libertar em termos de tempo, os Sacerdotes para poderem dar mais atenção à assistência espiritual aos paroquianos.
Estamos a misturar este assunto com outros. O que está aqui em causa, não é a competência profissional ou honestidade dos Padres em geral. Até porque acredito que 99% no mínimo, os Padres são honestos. Por haver alguns maus exemplos, não os vamos tomar por regra.
O que está em discussão, é a má atribuição de responsabilidades a quem terá preparação para funções mais importantes do que gerir empreendimentos ou cargos comerciais. E também, até que ponto, nós, leigos, não teremos responsabilidades nisso pelo nosso absentismo ao voluntariado comunitário. É que também é mais fácil criticar sem apresentar soluções...
Deixemos as "tricas" para outros tópicos, e levar à discussão com os próprios Padres o que aqui está a ser dito, num sentido construtivo, de forma a que eles se apercebam que precisamos mais deles como gestores/pastores espirituais do que como gestores comerciais!

Abraço Fraterno.