mantenho a pergunta - acha que neste Forum só você é filha de deus?

deixa a lá, ela é feliz assim!

O ensinamento católico refere o que a Andréia está a dizer, caso não saibam. A paternidade de Deus é espiritual, mediante a redenção de Cristo, não algo de naturalmente imediato. Ou seja, a paternidade de Deus é algo que se assume, não que "nasce" connosco mas que só nascemos "do Alto" através do Baptismo, em Jesus Cristo, e aí somos feitos filhos de Deus.

Portanto, não somos "filhos" de Deus pelo simples facto de Ele ser Criador de Deus, mas sim por assumir essa relação de paternidade espiritual através da Encarnação e Paixão d'Aquele que nos "incorpora" nessa relação com Deus, Jesus Cristo filho da Nova Eva, na Igreja. E essa é a plenitude da filiação divina, por separação à perversão da relação com Deus no pecado.

Quanto ao que diz o Catecismo, leiam especificamente o parágrafo 845. Todos somos chamados a ser filhos de Deus, aliás é essa a nossa verdadeira vocação. Normalmente, a Igreja parece falar de modo "inclusivo" sobre todos aqueles que procuram essa relação filial com Deus.

Também é comum que católicos menos fiéis fiquem cheios de comichões quando lhes falam no maior valor da consagração celibatária e das ordens sagradas em relação a uma vocação laical: uma acusação frequente é "serei eu menos filho de Deus?"... Estamos a falar de uma relação que se estabelece e se vai fidelizando (mais ou menos não é questão), mas também de uma questão de vocação ao serviço da Igreja. Nesse sentido, o celibato implica uma consagração e dedicação ampla e total para viver essa paternidade de Deus. Se alguém em particular é "mais ou menos" filho, não sou eu que o vou dizer...

Comentários que não dizem nada ficam melhor no silêncio da sua falta de propósito do que, sendo ditos, ficarem como falta de simpatia, manifestação do vazio de nada mais saber dizer do que fazer pouco de outra pessoa a quem não se compreende. E atrapalha conversas com conteúdo.

Deus é teu pai porque ele te ama até ao limite, e isso é que é importante.

João, se quiseres orientar a tua fé pelas prescrições, virgulas e alíneas do catecismo, estás à vontade... mas toma nota duma coisa: não és tu, nem ninguém, mesmo o Papa que tem o direito a dizer que este ou aquele são católicos menos fiéis... só Deus pode julgar. ~

Eu não ponho em causa a sinceridade da tua fé , só que me parece que a baseias mais num conjunto de regras e normativos quue na capacidade de percurtares, no mais fudo da tua alma, o que Deus te quer dizer em cada momento. E ele fala-te muitas vezes através da vida e dos outros, não dos livros e dos documentos.

Como vai a tua busca interior?

Deus é Pai, é Jesus Cristo que revela isso em Si mesmo. E se me ama infinitamente, não tenho como dizer-me seu filho senão por essa configuração a Cristo, através de Nossa Senhora.

Acho que não estás a perceber uma coisa: não és tu que dizes como é que Deus estabelece quem é mais ou menos fiel. Isso já está estabelecido, é continuamente ensinado pelo Magistério, e o Santo Padre, sucessor de Pedro, aquele que confirma a relação de comunhão da família de Deus. Essa é a extensão da nossa filiação pessoal: uma comunidade de irmãos, filhos do mesmo Pai, com a Igreja por Mãe.

Que outro Evangelho propões tu, para uma fé que não encontra na Escritura e na Tradição, no ensino perene da Igreja, nos documentos pontifícios e no Catecismo, a sua fonte segura de inspiração espiritual na verdade que Deus é? Supostamente passaríamos a vida toda sem saber o que é realmente fiel ao Evangelho e depois seríamos julgados por Deus segundo as suas leis que nos são desconhecidas? Eu não faço apostolado da ignorância e do relativismo em nome da liberalização e panteísmo da vida religiosa, de sacralização de consciências egocêntricas e subservientes...

Eu não baseio a minha fé "num conjunto de regras e normativos". (?) Deus fala sim, e por isso não me tomo como blasfemo na defesa da unidade da Igreja e dos seus santos dogmas. E isto é dito por alguém que sim, perscruta a sua alma e reza.

O que falta aqui é ortodoxia, para depois passarmos da identificação de Cristo à nossa identificação de vida com Ele. Só não dou mais testemunho disso aqui porque não encontro aquela situação de partilha e fidelidade, não me dão ocasião de partilha, apenas de debate. O que é para mim cansativo, como já disse. Para esse tipo de partilha, frequento esporadicamente outros fóruns e blogs, norte-americanos.

A nível de busca interior, já me encontrei com Cristo, claro, continuo a tentar mergulhar mais profundamente nas riquezas espirituais da Igreja, tenho tido algumas dificuldades pessoais, não necessariamente sofrimentos mas questões complicadas na descoberta de vocação e de comunidade, responsabilização como testemunha credível do Evangelho, coisas de jovens em crescimento até à mais pequena semelhança com a estatura de Nosso Senhor Jesus Cristo... :o)