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E os padres?
Escrito por: ViCsnu (IP registado)
Data: 01 de June de 2002 19:43

Já casavam, não?

Re: E os padres?
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 03 de June de 2002 22:29

ViCsnu,

Não entendi aquilo que pretendias dizer... Referiaste ao facto de os padres não poderem casar?

Luis

Re: E os padres?
Escrito por: ViCsnu (IP registado)
Data: 04 de June de 2002 16:09

Bem, pelas reacções que já vi a esta pergunta noutros fóruns, acho que o modo como a deixei pode levantar confusões.

O que eu quero saber é se já não será tempo do Vaticano acabar com o celibato. Afinal, os motivos que o originaram já não o justificam.

Re: E os padres?
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 07 de June de 2002 11:27

Vou deixar aqui a minha colher de chá.

Os padres, presbíteros, sacerdotes católicos não são uns meros evangelizadores que fazem da Teologia um ganha-pão.

É certo que no Rito Oriental é diferente... E isso traz-nos algumas incertezas. Pessoalmente, sou a favor do celibato opcional. Talvez até que possam haver Vigários e Cónegos casados. Bispos e para cima é que já não. É uma questão de dedicação e, francamente, de uma boa "política" de administração. Sou mais a favor de um diaconado profissional, pago e desde já aberto às mulheres. Quanto ao presbiteriado não-celibitário e inclusivo para as mulheres, julgo que temos de ir com calma, deixar estabelecer esse precedente diaconal.

Os homens santos das várias religiões são em larga maioria os celibatários. A Igreja Católica não é uma igreja qualquer. Tem a missão de Cristo nas suas mãos, desde sempre. A velha máxima "Igreja Sempre Reformada" será talvez a melhor opção.

Quero deixar claro que sou CONTRA o Liberalismo e o Feminismo Católicos, que são expressões em grande parte raivosas de anseios absolutistas. Graças a Deus, não temos uma Igreja arbitrária, mas uma em que as conclusões se alcançam ecumenicamente, em diálogo. Por isso, tais correntes que se acalmem, exercendo correcta, humilde e mansamente, o seu direito de expressão. Quando as alterações chegarem, chegarão no seu tempo.

É tão bom que na nossa Igreja se dêm passos firmes, que não caminham ao sabor dos ventos da doutrina, como é bíblico. Não se tomam decisões precipitadas mas quem procura razões para cada decisão certamente as encontrará e profusamente. Se não encontrar, procure mais e exija saber mais fundo.

Quanto a mim, considero-me um católico (quase) radical. Radical no que diz respeito à honestidade e à vivência de uma Fé una, santa, católica e apostólica como a que conheço. É pena a Instituição ainda não se ter emancepido de tantos erros de rigorosidades na Lei Canónica. Mas enfim, caminhamos.

O diálogo é o único caminho. Conheçam-se PROFUNDAMENTE de parte a parte os argumentos.

João

Re: E os padres?
Escrito por: alzira (IP registado)
Data: 10 de June de 2002 21:31

Também eu gostava de entrar neste debate, simplesmente para afirmar, como familiar de um jovem padre, que o celibato dos padres não é uma questão de disponibilidade de tempo ou de energias, mas é uma questão muito mais existencial, pois tem a ver com toda a vida e o ser do célibe.

É uma uma disponibilidade do coração. Ou seja, ele é alguém que pertence todo a Cristo e como tal ele dá-se todo a todos.

Rezo e trabalho, na escola e na catequese, para que muitos jovens desacubram a belçeza de uma entrega total a Cristo e ao Seu Reino.

Re: E os padres?
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 11 de June de 2002 00:29

Existem determinadas questões sobre a Igreja Católica que estão constantemente a vir à baila, e sobre as quais, acho que são "falsas" questões. A questão do celibato dos sacerdotes é uma delas.

De facto, no princípio os sacerdotes não tinham o voto de castidade. Este apenas apareceu mais tarde (não estou certo, mas julgo por volta do séc. V). Foi introduzido por uma questão de disciplina e não por uma questão teológica, i.e. não existe fundamento na Sagrada Escritura para que os padres tivessem que ser celibatários.

Mas, na minha opinião, também não existe razão pela qual se deva acabar com esse voto.

Se pensamos que a hipótese de os padres poderem casar, trará mais vocações à Igreja, basta ver que isso não acontece no Leste, onde na Igreja Ortodoxa, os padres antes de serem ordenados, tem de ser casados, mas nem por isso têm mais vocações que na Igreja Católica.

Por vezes, tenho a sensação que esta questão é colocada como se o celibato fosse uma espécie de "castigo" ao qual todos os sacerdotes tem de ser submetidos para serem ordenados.

Por acaso já alguém teve oportunidade de questionar um padre sobre se a não existência do voto de celibato faria com desempenhassem a sua vocação melhor ou pior?

Luis

Re: E os padres?
Escrito por: ViCsnu (IP registado)
Data: 11 de June de 2002 21:28

Até cerca do século V ou VI, se a memória não me falha, os padres podiam casar. Porém, ao fazê-lo, era muito natural que viessem filhos a acompanhar o casamento. Na altura uma grande percentagem de muitas das terras em qualquer reino pertenciam ao Clero, que tinha grandes poderes na "gestão" do mesmo reino - basta relembrar que qualquer decisão política internacional na época só era aprovada com o consentimento do papa. Voltando aos filhos dos padres: estes, ou escolhiam seguir o Clero, como o Pai, ou escolhiam outra coisa qualquer, pois nada os impedia disso, estavam no seu direito. O que aconteceu foi que, graças a isto, o Clero começou a perder terras. Para impedir que a situação agravasse ainda mais, o Vaticano decidiu que iria implantar o celibato. O Vaticano, ainda hoje, admite que o celibato não é uma lei de Deus, mas sim uma lei da Igreja.

Este é o verdadeiro motivo pelo qual o celibato foi implementado.

Se é melhor ou pior servir Deus e Cristo sem o compromisso núpcial, acho que deve ser deixado à consciência de cada um. Pessoalmente, não me acredito que o amor a uma mulher diminua o amor por Deus. Acho isso até ridículo. Seria como dizer que eu amaria menos a minha mulher porque tive um filho.

Já falei com um padre sobre este assunto, um padre que casaria no dia a seguir ao celibato ser abolido, um padre que já esteve para deixar a Igreja por causa de uma mulher, por quem se apaixonou. Também já conheci quem abdicasse da ideia de ser padre porque, entretanto, encontrou companhia.

Ser padre é uma profissão. Há profissões que são menos compatíveis com família, outras mais, mas mesmo um repórter fotográfico, por exemplo, consegue, se assim o entender, levar ambas as carreiras a bom termo. Porém, se assim escolher, poderá abdicar de uma família. Liberdade de escolha, é o que defendo.

E mais a mais, acabando o celibato, acredito que diminuiriam significativamente certas "irregularidades" carnais que volta e meia populam os noticiários.

Re: E os padres?
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 11 de June de 2002 22:35

A mim não me choca que a Igreja reveja a sua posição sobre o celibato dos padres e a partir de então, que os padres se possam casar, e se possam ordenar homens casados (até porque se o motivo era a questão de herança, isso hoje não se coloca: salvo raras excepções...).

É provável que hajam padres que veriam de bom grado o fim do celibato, mas penso que não é o sentimento generalizado dos padres (pelo menos em Portugal). Embora, como já disse antes, e concordo com o que o ViCsnu disse: esta é uma Lei criada pela Igreja.

Luis

Re: E os padres?
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 22 de June de 2002 21:07


Já agora, para não haver noções erradas, a Igreja criou no seu seio muita coisa correcta. Não se trata daquilo que a Igreja cria ser fora do "original", muito pelo contrário, foi essa mesma Igreja que ao longo dos tempos edificou a doutrina cristã.

O que se trata é que esta "lei" é uma disciplina, de ordenamento do clero. E, como tal, pode ser abolida assim que estejam reunidas as condições para tal. É essencial não ter "pressas" e ao invés disso, orar muito e deixar o Espírito agir. Ele é que sabe qual é a altura certa. Se for assim, acontecerá com pés e cabeça, com primícias de eternidade. E assim, meus amigos, é que deve ser... Sem pressas, mas com divulgação serena e em diálogo ecuménico. E se calhar não acontecer na nossa geração, tenhamos paciência!!

Continuo a afirmar que o episcopado (bispo) esteja reservado a celibatários, como de resto, por razões de logística eclesial e profundidade de dedicação espiritual e intelectual se torna necessário, irá continuar a sê-lo. E talvez o cargo de Prior, Vigário e Cónego também ganhassem com a dedicação total.

Contudo, o essencial, desde já, é que se faça o melhor dos Diáconos permanentes. Ou seja, que o seu papel na Igreja seja o de ministros da palavra, oradores e pregadores. Líderes de grupos de reflexão e oração, bem formados e próximos do povo, em comunhão com a Igreja universal, é ESSE e tão só o grande desafio da Igreja... Seremos capazes DISSO?

A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo permaneça sempre convosco,
João

Re: E os padres?
Escrito por: Leila (IP registado)
Data: 23 de June de 2002 22:45

Padres, bispos, papas e outros membros da igreja, devem todos casar.
F-ornicar crianças, por falta de mulher, não é justo.

Re: E os padres?
Escrito por: Fernando Cassola (IP registado)
Data: 25 de June de 2002 16:29

Concordo plenamente, com aquillo que o João Oliveira disse. pois considero que actualmente o papel dos diáconos permanentes está um bocado "esquecido" pois acho que eles deveriam ser os principais motores de arranque das pequenas comunidades, isto é, cada pequena comunidade deveria têr um diácono permanente, este sim seria o " grande fermento". Penso no entanto que estes deveriam estar muito melhor preparados do que estão hoje, mas isso é um mal geral pois considero também que os próprios presbiteros deveriam estar melhor preparados.
Se o papel dos diáconos fosse aplicado na prática e nas comunidades então não andávamos agora a discutir se os padres se deveriam casar ou não. Pois apesar de não me chocar nada se os padres se casassem, penso que essa é uma falsa questão. Não é por causa desse "problema" que existe uma grande crise de vocações. A grande crise de vocações existe porque a própria sociedade está em crise, e quando uma comunidade não consegue "gerar" no meio da mesma algum "pastor" então essa comunidade está em crise. Que é o que se passa actualmente.

"A paz esteja convosco"


Fernando Cassola Marques
Aveiro

Re: E os padres?
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 01 de July de 2002 05:16


A Leila...

Parece-me estar extremamente mal informada. Os casos de pedofilia são na sua esmagadora maioria perpetrados por homens casados. Ora estes certamente que têm em casa uma mulher para "fornicar" à vontade. Não me quero adiantar nisto, recomendo-a a ler o que bispos e padres têm escrito acerca da pedofilia (Lugo, podes indicar alguns?).

Estou farto de gente que quer pensar como vive (hedónicamente, procurando justificar o que se gosta de fazer, acabando por alegar uma liberdade, ou melhor, libertinagem) em vez de viver como pensam (real estilo de vida cristã).

Sinceramente, não vejo nem por hipótese remota que algum bispo, cardeal ou papa se venha a casar. Bem, talvez, MUITO remotamente, que chegue aos bispos... Mas afinal, os cardeais e os papas são bispos... com cargos particulares, mas são bispos.

O problema aqui é a "selecção" (ou melhor, discernimento sobre se a pessoa tem condições psicológicas para o ministério sacerdotal), formação e acompanhamento sacerdotais. A par disto, também o olhar atento dos bispos a esses problemas e a atenção da comunidade devem ser promovidas. Mas é claro que nunca se pode promover a suspeição, apenas apurar a verdade sem difamações escandalosas.

Foram precisos estes escândalos todos na América para se tomar consciência da dimensão do problema. Acusados correctamente de exagerada discreção e preocupação pela privacidade das famílias, bem como de demasiado perdão aos pedófilos. A QUESTÃO é que a Igreja finalmente encarou de frente o problema e os fiéis estão a reunir-se um pouco por todo o lado para discutir o problema, criando raízes de comunhão eclesial que continuarão a dar frutos depois de ultrapassada esta questão. A crise sempre foi boa para soluções renovadas e cheias de motivação para fazer melhor, se for bem orientada! Se esta o está a ser, basta participarmos e em breve veremos os frutos.

Atentamente,
João

Agora, a reacção e a mudança
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 15 de July de 2002 07:40


No próximo dia 20 deste mês, a VOTF - Voice of the Faithful (Voz dos Fiéis), um grupo formado em reacção aos escândalos na Arquidiocese de Boston, EUA, que promove o apoio às vítimas e aos padres íntegros, bem como a mudança estrutural da Igreja, vai levar a cabo uma Convenção Nacional, intitulada "Response of the Faithful" (Resposta dos Fiéis) que pretende dar voz a representantes paroquianos, todos leigos, acerca deste assunto. O mundo ouviu o que o clero teve a dizer, e bem. Agora é a altura de serem os leigos a pronunciarem-se também. Promete ser MUITO concorrido e acompanhado pela imprensa (mas não se admirem se nada se referir nos nossos telejornais!), com cerca de 4200 participantes! Esta é mais uma prova da vitalidade da Igreja Católica Norte-Americana, um exemplo do qual nós estamos, sinceramente, a LÉGUAS de distância...

[www.voiceofthefaithful.org]

Que o Senhor os acompanhe,
João

Re: Agora, a reacção e a mudança
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 15 de July de 2002 22:38

João,

Obrigado pela divulgação desse "movimento" - Voice of the Faithful. Já estive no site deles e subscrevi uma newsletter para receber notícias sobre as actividades deles.

Luis

Falta pouco...
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 19 de July de 2002 11:20


Aqui fica um link a uma notícia bastante interessante sobre o que se vai no dia 20 em Boston.

[www.csmonitor.com]

Proporciona-nos um olhar sobre o que se passa, pelos olhos da imprensa. Acho-o pelo menos bastante mais informativo do que a VOTF revelou até agora no site oficial.

João

Aconteceu... e foi um êxito!
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 22 de July de 2002 07:55


A Convenção já aconteceu e foi um sucesso. A principal consequência será uma petição, assinada pelos participantes, em que se apela à efectiva aplicação das medidas já anunciadas anteriormente pelos bispos e que será enviada para o Vaticano. Além disso, foi uma oportunidade de reavivamento da vida eclesial e que prevê uma futura revitalização das estruturas eclesiais, com maior fervor e autenticidade.

No site oficial encontrarão mais informações.

[www.voiceofthefaithful.org]


Também deixo aqui duas notícias da imprensa local:

[www2.bostonherald.com]

[www.boston.com]


"Manter a fé, mudar a Igreja."
João

Re: E os padres?
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 31 de July de 2002 07:07


Tenho pena de dizer que a Voice of the Faithful caiu... muito baixo. Tenho vindo a verificar e tentado ser caridoso na forma como interpretar as afirmações e conclusões saídas do seu encontro, em particular as reacções manifestadas publicamente. Agora posso afirmar com segurança que a VOTF está repleta de dissidentes, revolucionários, que pretendem dominar a Igreja, pública e visivelmente através da negação de oblações. Não sabem que o dinheiro não é nosso, é de e para Deus. Além disso, não é forma plausível de protesto: eles não têm autoridade para forçar, com chantagem, a Igreja a nada e ainda por cima, havendo pessoas reais a sofrer com essa falta de subsídios que financiam as actividades sócio-caritativas (talvez mais "úteis" para o mundo, além das pastorais) da maior instituição de caridade que jamais existiu à face da Terra. Mas talvez o mais anti-cristão da sua atitude seja a de apelarem à rebelião e revolução, ao estilo da histórica "Boston Tea Party", acontecimento memorável da rebelia dos EUA em relação à soberania inglesa. Agora querem eles tornar-se a hierarquia, decidindo com votos o que deve ou não deve ser a Igreja, no que deve acreditar... Isso está TÃÃO errado! Não vêm eles que estão tão secularizados que pouco de Deus neles existe? Que andam a vender a alma ao diabo? Não vêm os que ainda permanecem fielmente devotos e ortodoxos que têm de evangelizar também estas pessoas perturbadas, que exigem mudanças abruptas, imediatas e portanto fruto de paixões mal dirigidas? Já se perguntaram acerca da sua fé antes de questionar a Igreja? Não!! A maior parte (ou quase todos), não aceita qualquer tipo de conselho da Igreja em relação à sexualidade (alguns têm um prazer mórbido ao contradizê-la, liberalizando totalmente para se "vingarem" onde podem), já quase não acreditam na Presença Real de Cristo na Eucaristia, já poucas vezes participam na Missa, são grandes difamadores públicos (boa parte deles pessoas de prestígio, literadas, da sociedade norte-americana) da Igreja muitas vezes assemelhando-se ou ultrapassando (!) os assumidamente ateus com as mentiras cegas que dizem, interessam-se meramente pelo plano político da Igreja, apesar de não se ralarem com a importância moral que a acompanha (e ainda apesar de não se entregarem ao voluntariado caritativo que a "política" cristã envolve!), ... Isto é não só espantoso, mas terrível, desprezível e herético, quando vindo da boca de auto-intitulados "Católicos". Aliás, o facto de usarem os recentes escândalos para manipularem a opinião pública no sentido das suas "agendas" é tão hipócrita, aproveitador e enganador... ou talvez sejam vítimas dos dissidentes? Talvez quem está na direcção não queira isso (proclamando que a VOTF está "atenta ao Espírito" - o Espírito Santo, da Verdade e União, ou o espírito do egoísmo e discórdia?), mas a maior parte dos outros viram certamente na VOTF mais uma acção a favor da "democratização" da Igreja, tendo já com poucos meses bons apoios de todos os Continentes. Pois bem, a Verdade não é para todos (no sentido de ser "politicamente correcta" ou de ser liberal ao ponto de qualquer ser humano no planeta não sentir qualquer exigência moral ao aceitá-la) nem precisa de ser popular para ser o que é. Aliás, os Cristãos são livres porque Deus nem sequer precisa que n'Ele se acredite para que exista - Deus é real, de tal forma que não cessa de existir quando se cessa de acreditar n'Ele! A Igreja não tem de estar "bem com o mundo", agradar "a Deus e ao diabo", para estar certa naquilo que acredita e aconselha. Eu, que me considerava um Católico "radical", em termos de (pretender!) estar profundamente empenhado na recuperação das raízes do Cristianismo (espiritualidade monástica vivida agora por leigos, aprofundamento teológico - Bíblia, Padres da Igreja, História, grandes escritores cristãos, biografias de Santos, etc. - ) para um Ecumenismo autêntico, realizado em mim mesmo e em diálogo com os demais, e mesmo liberal em certos campos, descobri que não quero nada disso. Não, isso não faz sentido nenhum!! Olhem para a quantidade de difamação cega e raivosa que provoca! Quanta falta de fé, esperança e caridade, LITERALMENTE!! Não acreditam, não são pacientes, não servem amorosamente!! Daqui para descobrir a autenticidade de TODAS as propostas da Igreja em matérias de sexualidade não foi preciso muito, bastou amar. Ah! E conhecer uma rapariga que por acaso ia para freira (ia ou vai? - o Espírito decide...) até me conhecer. Amamo-nos tanto que encontramos na ortodoxia da Igreja Católica, que não cede a populismos, a verdade "verdadinha". Somos testemunhas em PRIMEIRA mão daquilo que a falta de amor e entrega TOTAL na relação amorosa, levada à consumação na relação sexual, provoca nas nossas vidas. Ambos já experimentámos muita dor, que abalou o nosso sentido de valor nas coisas e nas nossas pessoas (e provavelmente o pior ainda vem pela frente). Pecar não é nada atraente, é feio, corruptor, perigoso, desumanizante, falso e podre. Minha conclusão: parem com isso os dissidentes e se não conseguirem, se os impulsos da carne e da navegação à bolia dos ventos da doutrina da boca dos homens for irresistível, mudem-se logo para a Igreja Episcopal (e percam-se ainda mais, por vossa decisão...), visto não estarem a ser Católicos, muito pelo contrário! Se a Igreja JAMAIS mudar algo (confio na inspiração divina e o que vier de mais "liberal", tenho confiança que será autêntico - senão, será o princípio do fim), será em relação à sua postura perante esta sociedade imperfeita. Ou seja, não condenar mas abrir os braços e explicar clara e amorosamente porque é que é necessário para a mais perfeita santidade aceitar os preceitos morais que promove... e porque é que num mundo imperfeito, as soluções remediadas, irresponsáveis e insustentáveis se vão arrastando, arrastando, tal como as nossas vidas enquanto não levarmos isto da fé a sério e nos tornarmos verdadeiras imagens, imitações de Cristo. Sejam uma Santa Catarina de Sena ou uma Santa Joana d'Arc! Ou nunca souberam muito bem quem foram, o que disseram e fizeram? Perturbador, não é? Mas meus amigos, ter fé é exigente, não é nenhum lazer!! É obra de amor, não de divertimento ou relaxação, nem sequer de simpatização ideológica!! O que querem, um "Catolicismo diluído", apto a uma sociedade relativista e paganizada? ACORDEM! Cristo ama-vos, retribuam de coração inteiro! Entreguem-lhe a vossa vida! É a FAVOR disto que eu sou, e como toda a boa verdade, terei de ser contra o resto, não pelo contra mas pelo "pró". Pró-amor, pró-vida, pró-fé, pró-sacrifício (agradável ao Senhor), ... Não me chamem de "conservador"!! Não sou "conservador", nem "conservadorista"! Por acaso mudou o Evangelho? Tornou-se outra coisa que não o maior apelo à Humanidade que é cada um de nós que jamais existiu? Não mudou, pois não? Então, chamem-me verdadeiramente de CATÓLICO!

"Jesus, fitando nele o olhar, sentiu afeição por ele e disse: «Falta-te apenas uma coisa: vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-me.»" (Marcos 10,21)

João

Re: E os padres?
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 31 de July de 2002 22:21

João,

Não sei quais foram as atitudes da VOTF, nem as suas posições ou intenções. Todavia, deixa-me só fazer um pequeno reparo: a Igreja Católica não é apenas a sua hierárquia. Ou melhor, a Igreja Católica é muito mais que apenas a sua hierarquia.

Não pretendo com isto minimizar o papel da instituição, mas o papel dos Leigos também não pode ser menosprezado. Vejamos por exemplo o número de beatos e santos a que a Igreja já decidiu destacar como exemplo de vida e que foram simples leigos.

Aquilo que a Igreja da América está a passar é sério e muito grave. Mais uma vez a Igreja afastou-se do Evangelho e esqueceu-se de amar a Deus e ao próximo.

Esperemos que o Espírito Santo ilumine leigos e hierárquia para prosseguirem no seu caminho até Cristo.

Luis

Re: E os padres?
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 03 de August de 2002 07:44


Lugo,

Já é desnecessário falarmos disso... Era "novidade" ainda há 30 anos atrás mas hoje é questão de ignorância.

Partindo dessa ignorância é que muitos, na VOTF, Nós Somos Igreja, etc., pensam que a Igreja é uma instituição democrática. Ora bem, não é. Criar movimentos de leigos que se prestam a pressionar a hierarquia a fazer o que eles querem (e muitas das suas reivindicação são repudiáveis, tão só pela forma como são feitas). Assim não pode ser.

"Mais uma vez a Igreja afastou-se do Evangelho e esqueceu-se de amar a Deus e ao próximo." - não acabaste de dizer que "a Igreja Católica é muito mais que apenas a sua hierarquia"?? Logo, é de esperar que os maiores pecadores sejam de facto os leigos e é evidente que é o caso. Já apresentei noutro tópico alguns dados estatísticos comparativos para avaliarmos realmente o "escândalo". Acontece que os padres são aqueles a quem menos culpas podem ser apontadas, não lhes retirando qualquer responsabilidade, claro.

Mas sabes como vai aquilo lá pela América? Os liberais tomaram conta dos seminários!! Foram eles que trouxeram a corrupção à Igreja, precisamente pessoas com ideologias como as de membros da VOTF!! Sabes porque é que há tantos padres pedófilos? É que não são pedófilos, são homossexuais que abusam de crianças, "ebófilos" (não tenho a certeza se se escreve assim). Acontece que esses liberais mandaram para fora do seminário boas vocações e deram preferência a homossexuais!! É esta a triste verdade! Não, não se trata de casar ou não! Até porque a nossa Igreja tem mais vocações, percentualmente, que cada uma das outras igrejas onde SE PODE casar. Por isso, ganhemos juízo!

Há até um bom livro escrito sobre isso: "Goodbye, Good Men". Encontrei duas versões do livro na amazon.com. Podem ver a descrição do livro e do assunto bem como comentários bastante utéis de leitores. Desta crise vai resultar muita coisa boa: por exemplo, dar um "estalo na cara" desses liberais corruptos.

[www.amazon.com]

[www.amazon.com]


Sim, Lugo, que o Espírito Santo nos ilumine a todos...

João

Re: E os padres?
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 03 de August de 2002 13:58

João,

Talvez para nós seja desnessário relembrar que a Igreja não é apenas a sua hierarquia, e que também contempla os leigos. Mas existe ainda uma enorme maioria que não pensa assim.

Quanto aos "maiores pecadores", prefiro não fazer juízos de valor e deixar essas estatísticas para Ele. O que penso, é que seja um padre ou não, cometer abuso sexual com uma criança ou jovem é muito grave. Um padre não é um santo, mas exigesse-lhe maior responsabilidade. O grande erro da Igreja Católica na Améria foi ter tentado esconder o sucedido por tanto tempo, e ter-se preocupado mais com a sua imagem do que com as vítimas.

Como já tive oportunidade de escrever, não conheço as posições e intenções da VOTF. Também não conheço o "Nós somos Igreja", mas gosto do nome, pois eu também me sinto Igreja e sou apenas um leigo.

Luis

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