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Re: Os Abortófilos
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 16 de August de 2002 00:35

Cada um tem direito à sua opinião... Talvez na tua opinião a contracepção esteja interligada com o aborto. Mas se há pessoas que estão de acordo com a contracepção é porque são contra o aborto.

Aliás, talvez ainda não tenhas reparado, mas os métodos naturais também são anti-conceptivos. Por isso, tudo aquilo que escreves sobre os métodos contraceptivos não naturais, se aplicam aos naturais.

Existe uma diferença básica entre eles: os naturais não permitem viver a espontaniedade da relação de amor do casal, castrando em certas alturas a vontade do casal em detrimento duma paternidade responsável.

As pessoas tem direito à sua opinião, mesmo sobre algo que não viveram. Mas corre-se o risco de nos ficarmos por opiniões 'teóricas'. Gostava por isso de convidar alguém que utilize os métodos contraceptivos naturais a dar o seu testemunho de vida.

Luis

Re: Os Abortófilos
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 16 de August de 2002 11:39


Luís, vou ver se escrevo mais logo... Deixa-me dizer-te que este teu comentário não tem ponta por onde se lhe pegue. Fizeste um bom trabalho ao coligir todas as "opiniões" que têm vagueado este fórum...

Mas pronto, como é só a tua opinião, eu posso desprezá-la, seguindo o vosso raciocínio (é isso que significa ter "direito a QUALQUER opinião" - não implicando portanto que mudemos assim que encontremos uma que mais coerentemente se adeque àquilo em que acreditamos ou passámos a acreditar)... Apesar disso, recuso-me a fazê-lo e vou provocar fazê-lo o melhor possível. Não podem é exigir de mim tanto tempo na explicação de tantas falácias em que vocês acreditam...

Fundamentalista é aquele que não aceita a verdade quando lha apresentam com boas razões... uma verdade que ele (ainda) não considerou e lhe é estranha.

Talvez te faça proveito (não sei se vais aceitar esta minha opinião "contra" a tua opinião... - nem que orgulho se esconde por trás dessa separação) pensar no que seguinte: mas em que é a própria contracepção é contra o aborto? E contra a SIDA? E a favor do amor?

O problema é que as falácias se tornam cruéis mentiras que custam vidas... abortadas.

Vidas como aquelas que contarão neste site. Tem um contador em movimento que apresenta o número (segundo as estatísticas oficiais, que estão bem perto dos números verdadeiros) dos abortos realizados desde que este está legalizado nos Estados Unidos.

Deixem-se olhar por um minuto e não pensem noutra coisa senão em dor... não em contracepção, não em questões sociais, mas somente em dor... Que seja ela, curada pelo amor de Deus, a guiar-vos na sua resolução.

Não podemos parar enquanto houverem mulheres a dizer que abortaram por não terem quem as ajudasse!!!

Um grande louvor e apoio seja dado, por exemplo, à Ajuda de Berço.

[www.rockforlife.org]

João

Ajuda de Berço
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 16 de August de 2002 11:40


Obra do Padre Gomes: ajuda de Berço
2001-11-10 16:24:41

O padre Gomes tem uma obra magnífica (já salvou 138 bebés do aborto!)de apoio a grávidas de risco.

Estas mulheres foram completamente abandonadas, pelo pai da criança e pela própria família, e optaram por deixar viver os seus bebés. O quadro económico também não é famoso. Sofrem de múltiplas carências, designadamente para alimentar e cuidar dos seus bebés.

O padre Gomes tem um telemóvel, disponível 24 horas, para atender
estes casos de risco. Não abandona a futura mãe que o contacta e procura apoiá-la em tudo o que pode, antes e depois do nascimento.

Assim, o apelo que vos faço é o seguinte: o Padre Gomes tem grande
necessidade de um carrinho de bebé para gémeos. Alguém pode ceder um?

Outras necessidades que, talvez, alguns de nós possam satisfazer sem
grande custo ou incómodo:
- carrinhos de bebé;
- Leite para recém-nascido;
- Casaquinhos e babygrows;
- Fraldas (de todos os tamanhos);
- Toalhitas;
- produtos de higiéne do bebé;
- Mantinhas;
- Outros.

Para contactarem o Padre Gomes: Telem. (24 horas): 96 242 37 14

Para o transporte das coisas, podem contactar-me para: Telef. 261 865 726 (casa) ou 93 616 34 71

Um abraço amigo
Ana Barquinha

Re: Os Abortófilos
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 16 de August de 2002 12:02


Já agora, não admira que quem promova a contracepção, se levar isso mesmo a sério, acabará por promover o aborto, a reforma da Igreja, etc.

Isto é sério. Vejam quão sério o assunto se torna quando se formaliza a questão:

[www.cath4choice.org]

Neste site, verão que as línguas escolhidas são o inglês, o espanhol e o português, o que parece indicar que Portugal está mesmo mal... Entre nós, não admira que se aceite tanto a contracepção e que o aborto seja tão exigido... Segue-se a eutanásia... O que mais virá pela frente só Deus sabe.

Enfim, julgo que o aborto virá mais tarde ou mais cedo e, infelizmente, vocês terão bem na cara uma situação complicada... Aí, decerto que experimentaram um novo fervor ao serem católicos quando descobrirem o quanto a solução passa por um método de planeamento familiar pró-vida e não um anticoncepcional. Bem, assim o espero... Mas seria tão bom que o aborto não chegasse a ser legalizado. Mas enfim, é o que acontece quando não se promovem as soluções certas.

Entrem no site em "Portuguese" e depois escolham "Artigos e Publicações". Gostaria muito que entrassem em contacto com eles, ainda que em inglês, e procurassem justificar como é que se pode aceitar a contracepção e não o aborto. Façam-no e depois digam qualquer coisa... Caso contrário, não continuem a desmentir a questão. Devem enfrentá-la e debatê-la abertamente.

João

Re: Os Abortófilos
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 16 de August de 2002 17:30

« mas em que é a própria contracepção é contra o aborto?»

A contracepção é contra o aborto na medida em que tomam medidas para que o aborto não se coloque sequer como hipótese. Talvez nunca tenhas pensado no assunto, mas a esmagadora maioria das mulheres que recorrem ao aborto não usavam qualquer tipo de contracepção quando engravidaram. Ou melhor... só usaram métodos naturais!?!

Luis

Re: Os Abortófilos
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 16 de August de 2002 17:38

Extracto do site: [www.cath4choice.org]

CONTRACEPÇÃO NA DOUTRINA CATÓLICA: A EVOLUÇÃO DE UM CÓDIGO TERRENO

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Resumo

A Igreja Católica Romana afirma que a contracepção é "uma desordem séria" e que o uso de anticoncepcional é um pecado mortal. Embora os líderes da igreja frequentemente tentem proibir o contraceptivo como uma ordem divina e portanto imutável, o ensino católico tem mudado - por exemplo sobre a escravidão e a usura - e o mesmo também poderá ocorrer com relação à contracepção. A proibição da contracepção tem sido moldada e re-moldada, por razões terrenas, por dois mil anos, e uma análise da história revela as diversas posições, relativas à reprodução, que a igreja tem tomado. Além do mais, a proibição tem sido altamente rejeitada por teólogos e fiéis católicos como algo sem sentido para uma decisão moral. Entretanto, a proibição permanece significativa, porque a igreja trabalha na esfera da política pública para limitar a disponibilidade e uso de contraceptivos.
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Afinal, parece que não são apenas os fiéis católicos. Também alguns teólogos rejeita a proibição... Ah! Mas devem ser os tais dissidentes, liberiais, etc... O que é preciso dizer mais?

Luis

Re: Os Abortófilos
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 17 de August de 2002 09:42


Os teólogos são "fiéis" católicos (leigos), que têm essa opinião. Se tu fizesses o curso de Teologia, terias essas credenciais. E daí? Se já tivesses a tua ideia própria sobre isso, era o curso que te obrigaria a mudar de opinião? NÃO! Eu vou para o curso. Acredito fortemente no valor dos métodos naturais. Quantos haverá como eu? Poucos. Logo, existe diversidade porque é mesmo assim, as pessoas fazem o curso e pronto.

Já agora, são "fiéis" a quê? Essa é uma boa questão. Só se pode ser mesmo fiel é ao Magistério, pois é desse que não dependem os ventos da doutrina dos homens.

São dissidentes e liberais em relação ao Magistério. Não têm qualquer tipo de escrúpulos ao encará-lo. A par disso, condenam-no abertamente como se eles tivessem um tipo qualquer de autoridade substituta. Isso não é nenhuma "opinião": é dissidência. Muitos deles juntam-se a outras igrejas e pior: boa parte mantém contactos intensos e completamente concordatários com os líderes das mesmas.

Claro que se discute o que se quer... Mas o que faz de alguém um fiel?

Não compreendes a irracionalidade desses argumentos?

O que é preciso dizer mais, Luís, pergunto-te eu!

Quanto a dizer que quem procura a contracepção não tem aborto, é falácia. Existem muitos mais abortos hoje que jamais houve na história da humanidade. A MENTALIDADE da contracepção conduz à mentalidade do aborto. Estamos a falar de consciência social, o que a consciência do sexo fácil pelo preservativo provocou e continua a provocar. É o que o próprio método em si faculta, e não a forma como o utiliza o casal. Pois se tu o podes usar numa relação de amor, cada vez mais não é usado para esse fim, mas para sexo precoce e descomprometido.

Quando o aborto vos bater à porta, verão mais claramente o que agora ainda não compreendem.

João

Re: Os Abortófilos
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 17 de August de 2002 12:03


Faltou ainda considerares, Luís, os milhares (serão milhões?) de mulheres que fazem parte daqueles 2-3% (ou mais) em que os preservativos falham... Essas sim, a grande maioria vai mesmo abortar.

As questões sociais, filosóficas e éticas que a contracepção coloca são as mais necessárias, e não o ponto de prevenirem o aborto e a SIDA ou não, até porque cada vez falham mais.

Mas a questão que se coloca, Luís, é sustentares as tuas opiniões confrontando-as com alguém que as leva MESMO a sério de forma COERENTE. Fala lá com alguém do site e depois diz-nos qualquer coisa quanto aos resultados. Ou alguém fale com um católico que ache bem o aborto para acabar com a "hipocrisia" (que vocês criaram, promovendo a contracepção em vez dos métodos naturais - mas eu compreendo que ainda nem sequer estão informados em relação a eles, por isso a culpa não vos é, em grande parte, imputável) e depois diga aqui o que se passou.

Que motivos é que um católico pode ter para aceitar tanto a contracepção como o aborto? Perspectivas filosóficas, axiológicas, que divergem em grande medida das do Magistério. Depois, é uma questão de QUÃO sérios estamos na defesa dessa coerência. Parece que as pessoas nesse site o fazem mais. Isso só é melhor porque ficam bem definidas as suas posições. Claro que é essencial mudá-las (que versão de "catolicismo" pratica essa gente?). Será que alguém aqui o consegue?

João

Re: Os Abortófilos
Escrito por: Hugo Gonçalves (IP registado)
Data: 19 de August de 2002 13:23

Olá!

Devo dizer que gostei especialmente deste Fórum, sobretudo por ter chegado quando a conversa já vai bem avançada e, por isso, ter tido a oportunidade de confirmar o meu ponto de vista com todas as opiniões aqui colocadas.

Lamento dizer, mas concordo mais com o João do que com qualquer outra pessoa aqui.

A Ana e o Tó Zé, parecem ter uma opinião muito apaixonada quanto a esta questão. Mas deixam-me na dúvida se são, ou não católicos...

O João, e penso que não perceberam isso, apresenta a opinião de alguém que acredita naquilo que diz. De alguém se se informou e que foi além de aceitar o que a Igreja lhe diz. Ele aceita, mas sabe a razão e compreende-a.

A Ana e o Tó Zé falam aqui da dimensão extra-religiosa. Do que se pode e do que não se pode fazer. É claro que qualquer um de nós pode fazer o que quiser (Deus deu-nos o Livre Arbítrio, não deu?). E isso não custa nada. O que custa, verdadeiramente, é assumir as consequências do que se fez e sobreviver. E não me digam que uma mulher que recorre ao Aborto, o faz de ânimo leve e sem consequências para TODA A SUA VIDA. Se o dizem, é porque não conhecem ninguém que o tenha feito e falam como quem não vê. Eu conheço pessoas que fizeram abortos, pessoas que viveram aventuras sexuais pouco responsáveis e que não se protegeram com preservativo ou o que quer que fosse. Pessoas que HOJE choram o filho que deixaram de ter.

O problema destas pessoas, à Luz da Fé, foi não terem usado preservativo, ou foi terem embarcado numa relação sexual sem amor?

Onde há Amor, há espaço para tudo. Usar métodos anticoncepcionais no casamento é, um pouco, renunciar a aceitar aquilo que Deus nos dá. Se eu sou católico, submeto-me à Vontade do Senhor. Isso é viver em Obediência e aceitar o que ele quer para a minha vida. Mas Obediência deve ser uma palavra muito forte...

Eu acho que querer ter apenas um ou dois filhos, usando a protecção de um preservativo ou a segurança, mesmo que em último caso, do Aborto, revela falta de fé no Senhor. Ou confio nele, ou não confio. E se não confio, sou mais um dos que se afundam ao tentar caminhar sobre as águas do lago...

A Ana e o Tó Zé, acham que o SEXO é indispensável ao Amor. A minha opinião não interessa, mas gostaria de partilhar aqui uma experiência que tive e que mudou completamente a minha forma de ver as coisas relativamente a este assunto. Alguns de vós devem ter assistido às Catequeses Quaresmais sobre o AMOR que o Cardeal Patriarca deu na Sé de Lisboa...

Num dos Domingos falou-se de Amor e Virgindade (a Virgindade por Amor do Reino dos Céus. Podem ver o texto todo em [www.sdpj-lisboa.org]). No início de cada catequese era apresentado um Grupo ou Movimento da Igreja. Neste dia apresentou-se um Grupo, do qual infelizmente, não retive o nome que era composto por pessoas que tinham escolhido a virgindade para toda a vida. E não eram padres, nem freiras. Eram rapazes e raparigas, homens e mulheres. Havia muitos casais. Pessoas que nunca vão ter filhos, porque escolheram nunca ter relações sexuais. Pessoas que se amam, sem recorrer à "parte mecânica desse Amor", citando o Cardeal Patriarca. Se puderem ler as outras catequeses, especialmente "amor e sexualidade" não deixem de o fazer, porque há ali muita coisa para nos fazer reflectir...

A Paz,
HUGO

Re: Os Abortófilos
Escrito por: Ana Amorim (IP registado)
Data: 20 de August de 2002 09:37

Se Deus fez o Homem e a Mulher com capacidade de se relacionarem sexualmente, é porque o sexo, aos olhos de Deus, é uma coisa boa. O amor é fecundo. Não ter relações sexuais (como disseste que haviam casais nesse tal grupo que interveio nas sessões das catequeses quaresmais) é também fechar-se ao mistério da criação e da Vida.
Quando se fala aqui de preservativos e de pílulas, não nos estamos a denunciar como não-católicos.
Há que confiar em Deus, sim, mas há também que haver, da nossa parte, alguma responsabilidade! Conceber um filho é uma coisa muito séria! E há mulheres cujo organismo não permite um planeamento natural de uma gravidez!
Claro que temos de assumir todas as consequências dos nossos actos. Apesar de não estar a pensar numa gravidez neste momento (a história clínica da minha família anda a ser investigada por causa de uma doença genética), se estivesse grávida, concerteza que iria assumir meu filho! E nunca aqui ninguém afirmou estar a favor do aborto como opção.
Tanto o perservativo como a pílula têm, pelo menos para mim, a função de ajudar ao planeamento familiar e não de ser um meio para se levar o sexo de ânimo leve e de forma leviana. O sexo, mesmo quando não se esteja a pensar numa gravidez, é saudável para o relacionamento do casal, pois reforça fisicamente o compromisso espiritual que têm um para com o outro.
O desenvolvimento integral do ser humano passa também por viver uma sexualidade saudável. Se a mesma não implica só o acto sexual em si, também não implica que, uma vez que haja contacto sexual, deva haver uma gravidez.
Não acho certo que devam haver dias marcados para algo tão espontâneo e belo como o amor físico entre um casal...O controlar-se não deve obedecer a outros factores que não a vontade da própria pessoa. Se nos controlamos apenas porque neste dia não pode ser, deixa de ser uma decisão de livre vontade para ser uma decisão condicionada! E já se tem visto onde é que as decisões forçadas levam as pessoas...


Anna

Re: Os Abortófilos
Escrito por: Hugo Gonçalves (IP registado)
Data: 20 de August de 2002 11:17

Ana,

Já vi que não leste as catequeses do Cardeal Patriarca...

Ninguém diz que o Amor não é fecundo e que Deus não vê o sexo com bons olhos... Mas também ninguém diz que a abstinência mata ou que viver sem sexo nos faz menos comprometidos com o matrimónio.

Não concordo contigo quando dizes que não ter relações sexuais é fechar-se ao mistério da Criação e da Vida. Optar por não ter relações sexuais mesmo sendo casado, é descobrir uma outra dimensão do Amor. Estas pessoas não estão a fechar-se a nada. Pelo contrário, abrem-se para uma outra dimensão do Amor.

É claro que aos nossos olhos que ouvem mais a "Voz do Mundo" este é um caminho incompreensível. A sociedade educa-nos para acharmos que não há fundamento para cultivar a virgindade... Vivemos num Mundo em que a liberdade sexual nos dá uma sensação de controlo, e nem nos apercebemos que o próprio casamento é optar por viver a sexualidade de uma forma diferente.

Ana, eu não te estou a dizer que vives de forma errada, mesmo porque não sou ninguém para julgar quem quer que seja. Apenas penso que deves respeitar as opções de vida, as opções de fé dos outros. Acho que não tens verdadeira dimensão do que dizes, porque parece que falas como se todos os celibatários e virgens assim vivessem porque se sentem obrigados... É uma opção de vida inspirada em Jesus Cristo.

Como o prórpio Cardeal diz nas catequeses: "Mas é em Maria e José que toda esta longa preparação atinge o seu vértice, no anúncio de uma convergência misteriosa, própria do tempo definitivo, entre três valores aparentemente não conciliáveis entre si: o matrimónio, a fecundidade, a virgindade. Esta é a escolha fundamental de Maria, deixando a Deus, em quem confia, que encontre o caminho de conciliação entre a virgindade, que nela é a expressão de uma total entrega a Deus, e o matrimónio inevitável e a fecundidade desejada. (...) Caminho novo de amor, a virgindade não pode ser concebida como negação da sexualidade, ou renúncia ao amor e à fecundidade. Opção que só a fé torna possível, a caminho da virgindade une a pessoa ao amor virginal e esponsal de Jesus Cristo, situa-a no âmago do mistério da Igreja e da sua maternidade fecunda. O âmbito do amor é a edificação do Reino de Deus. O mandamento novo "amai-vos uns aos outros como Eu vos amei", adquire um realismo particular no amor virginal, alarga ao infinito o horizonte das pessoas a amar; o amor simplifica-se no dom total de si mesmo, cada vez mais despojado e gratuito, cujo dinamismo impulsionador é o do próprio Reino de Deus. Que ninguém tenha ilusões: o que torna o amor virginal possível é o próprio amor de Jesus Cristo e a fecundidade espiritual da Igreja."

Re: Os Abortófilos
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 20 de August de 2002 19:51

É curioso que os únicos participantes que têm defendido a abstinência e os métodos de contracepção natural sejam todos solteiros... :-)

Talvez a teoria levada à prática nos leve a compreender melhor o verdadeiro significado do amor, das relações sexuais entre o casal e a paternidade responsável...

Luis

Re: Os Abortófilos
Escrito por: Hugo Gonçalves (IP registado)
Data: 21 de August de 2002 14:21

Luís,

Que interessante tu achares isso curioso, porque eu também acho.

Mas por outra razão. Normalmente, são os solteiros que defendem o uso do preservativo, da pílula do dia seguinte e demais métodos anticoncepcionais... E fazem isso porque, ouvindo a "Voz do Mundo" acham que estão na idade de experimentar tudo, e estas são as formas que lho possibilitam com o mínimo de riscos. Não havendo preservativos, pílulas do dia seguinte, e demais, haveria, concerteza, mais reflexão acerca da altura certa e da forma certa e da pessoa certa para começar uma relação sexual...

Não penso que argumentos como "vocês são teenagers" ou, "vocês são solteiros" sejam argumentos válidos. O meu pai costuma dizer que só usa esses argumentos quando perdeu com todos os outros...

O facto de sermos teenagers, ou solteiros, fez com que estivessemos menos informados? E tu? Quantos filhos já tiveste por usares "métodos naturais?" Como vês, esta questão da "experiência" pode ter muitas vertentes e ser facilmente invertida.

E é muito fácil dizer-se que se conhece alguém que usou os métodos naturais e eles falharam. Convém saber até que ponto os métodos naturais foram usados correctamente... Sabes que como há mulheres que se esquecem de tomar a pílula, também os métodos naturais podem falhar por um engano... E depois, nunca ouviste falar de ninguém que tivesse engravidado com um preservativo? Ou com um DIU? Ou com um diafragma? Ou até com uma Laqueação de Trompas?? Ou de alguém que tomou a pilula e, porque bebeu alcool, engravidou?

Eu não tento dizer que os métodos naturais sejam mais eficazes, não estou a tentar dizer que não são um método anticoncepcional, nem sequer aceito acusações de hipocrisia, porque cada um age de acordo com a sua consciência, cabendo-lhe a si entender-se com Deus. Apenas os defendo porque acho que estes deixam mais hipóteses para a mão de Deus poder actuar no momento em que Ele quiser... Ou se acredita, ou não... Além disso, um casal que usa métodos naturais tem uma maior consciência de que pode engravidar, estando, por isso, mais preparado para aceitar uma situação de gravidez. Enquanto que um casal que usa outro método mais permanente e "menos" falível, não estando preparado para aceitar uma gravidez, equaciona mais frequentemente, a hipótese de aborto...

Re: Os Abortófilos
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 21 de August de 2002 18:34

Não utilizei qualquer argumento descriminatório seja sobre os teenagers, seja sobre os solteiros. Tenho dito várias vezes que todos tem direito à sua opinião.

Apenas acho que a teoria muda com a prática. Nada mais.

Até ao momento, ainda não fui pai exactamente por não usar métodos naturais. Não sou apenas eu que conheço casos em que os métodos naturais não preveniram gravidezes: os próprios estudos dizem isso. Mas se analisarmos qualquer um dos métodos veremos que são falíveis. Veja-se a descrição do método da temperatura: se o casal tiver tido uma relação numa noite, e na manhã seguinte se der a ovulação (mesmo que não estivesse prevista para esse dia) a probabilidade de engravidar é enorme. Logo, com os métodos naturais só é possível garantir que não se engravida se se restringir as relações aos 4/5 dias mais próximos da menstruação, seja antes ou depois desta. Logo, o casal terá um terço do tempo disponível para ter relações.

Também já foi aqui dito que os métodos de contracepção não naturais não são 100% fiáveis. Logo, também estes deixam espaço "para a mão de Deus...".

Dizes «um casal que usa métodos naturais tem uma maior consciência de que pode engravidar». Terá mesmo consciência disso? Na minha opinião, quaisquer dois adultos que tenham relações sexuais, se forem maturos, colocam a gravidez sempre como hipótese, mesmo que sejam uma remota hipótese. Assim sendo, se são contra o aborto e não querem ter filhos, só lhes restará a abstinência.

No meu caso em particular, desde que casei que considerei a hipótese de ser pai. Aliás, o casamento na Igreja contempla o nosso consentimento em acolher todos os filhos que Deus nos proporcione...

Luis

Re: Os Abortófilos
Escrito por: Hugo Gonçalves (IP registado)
Data: 21 de August de 2002 19:34


... Parece-me que a discussão entrou em loop...

Não tenho nada de novo a dizer... Mas onde está o problema de se restringir o tempo para as relações sexuais a 5 dias? Será que isso só traz coisas más?

Será que, com isso, não terão as relações sexuais um significado e intensidade completamente diferentes?

fica para pensar...

Re: Os Abortófilos
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 22 de August de 2002 09:48

Mas a questão é essa: se se restringe as relações sexuais a 9/10 dias por mês (dividindo os dias pelos dias antes e depois da menstruação) estamos a limitar a actividade sexual a apenas um terço dos dias em que tal poderia acontecer.

Penso que foi a Ana a primeira a dizer que os métodos naturais limitam a liberdade e o desejo da mulher. Penso que era a esta limitação que ela se referia. Quando se deseja que as relações sexuais do casal sejam espontâneas, esta limitação não é desejável. Por isso foi dito que isso era uma desvantagem.

Vejo compreendes o nosso ponto de vista, mesmo tendo uma opinião contrária. Mas isso não aconteceu com o João que se limitou a defender o seu ponto de vista e afirmar que nós estavamos contra a posição da Igreja.

Luis

Re: Os Abortófilos
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 22 de August de 2002 19:05


Olá, estou de volta, por agora, a escrever de um quiosque. Hehe. "Católico" é palavra que se ouve pouco por aqui... ;o)

Hugo, digo-te com todas as letras: POR AMOR DE DEUS, não lamentes concordar comigo! Que raio de coisa, seria o mesmo estares a dizer: "lamento ser católico"... Coitadinhos há muitos, escravos de tanta coisa e principalmente do sexo e aqui estamos nós a lutar espiritualmente contra essa miséria de vida.

Bem, andamos sempre no mesmo! Graças a Deus que descobri a verdade sobre os métodos naturais antes de casar!! Aliás, antes de fazer amor pela primeira vez... Sou raro, não? FIXE! Acho que se tivesse começado a usar contraceptivos eles me forçariam automaticamente a justificá-los. Assim, não estando comprometido com nada senão à minha opção radical pela santidade (ai ai, o que estou a dizer... não me cobrem muito por isto! ;o) ), estou totalmente livre para analizar as propostas.

Quanto à diferença entre métodos contraceptivos e métodos naturais de planeamento familiar, vamos lá a ver se nos vamos esclarecendo... Já vi que aqui tem de ser com "água mole"... Leiam bem o que já coloquei e ainda hei-de colocar no fórum sobre este assunto. Mas leiam BEM!!

Ora bem... ESQUEÇAM "TEMPERATURAS", "CALENDÁRIOS" E "RITMOS"! Vá, desencaixem lá isso da cabeça, isso não é nada recomendável. Se é isso aquilo em que pensam quando se fala de "métodos naturais", a conversa está enganada à partida. Não é desses que falo. Já está desencaixado? Vão lá ler o que já escrevi sobre os métodos no tópico apropriado.

FAÇAM-ME UM FAVOR: NÃO FALEM SOBRE AQUILO QUE NÃO CONHECEM! Sabem, é que não conhecem! Os métodos naturais que se baseiam no Billings ou no Sintotérmico (ler no tópico apropriado) são mais de 99% eficazes quando utilizados da melhor forma: quando o casal é muito íntimo e fiel.

Luís, disseste algo de extremamente pretensioso: "os métodos naturais não preveniram gravidezes: os próprios estudos dizem isso"!! :o) Ai, que ingénuo... Cita lá os teus estudos que eu cito os meus! ;o) Era melhor não me obrigares a procurá-los, mas pronto...

Mas o que é essa "espontaneidade"? A mesma que alguém como vocês (sem a sorte de ser católico por "tradição") exige quando parava nos bares, quando namorava e... agora, casado. Claro que é difícil mudar hábitos. Mas o mais incrível nisto tudo é virem-me dizer que o sexo é essencial para uma relação, sem o qual a relação PERDE muito. Engraçado... Então talvez possam explicar-me porque é que cada vez há mais mães solteiras, mais divórcios, mais violência, mais abortos, etc., tudo isto em casais que vivem "espontaneamente" a relação sexual!! Mas se o sexo, por si só, nutre ASSIM TANTO a relação, será inexplicável porque é que o mundo, que acha uma maravilha a contracepção, esteja CADA VEZ PIOR. De facto, nunca houve tanta falta de moralidade, tanto abuso da mulher e das crianças, tanta violência e tristeza, e curiosamente por causa da mesma razão. Meus amigos, do SEXO!! Livre, espontâneo e "contraceptado"! "Wake up and smell the coffee already!!"

Pois é, a derradeira limitação é, pois claro, quando os contraceptivos falham. E logo aí está o aborto a ser exigido como direito, como é evidente. Então se uma pessoa deve ser liberta de "todo o preconceito e restrinção moral" (incluindo, estupidamente, aqueles da lei de Deus, que estão escritos nos nossos corações), deve também ser liberta do fardo de aguentar com uma gravidez indesejada, pois claro... Toda a gente aponta para a "evidência" da gravidez e porquê? Porque cada vez mais usamos contraceptivos... Não fujam às plenas responsabilidades das vossas opções!

Somos todos seres sexuados. A nossa capacidade de nos exprimirmos sexualmente não serve só para ser usada mas sim para ser reservada, dialogada, amada, principalmente quando, por amor, decidimos não usar dessa capacidade, e isso acontece, ou deve acontecer, em várias situações: quando não estamos casados, quando nos sentimos atraídos por alguém que não é nosso cônjuge, quando não queremos ter filhos. Essa mentalidade de dissociar o sexo da procriação é terrível. Que tipo de amor é que brota de uma relação vivida a meias com a plenitude do nosso ser e daquele que é criado pelo nosso amor?

E esse maravilhoso período de abstinência não nos permite aprender que nos amamos mais que o sexo, dialogando sobre isso e aprofundando a relação? É que assim têm-se conversas sérias e íntimas, como falar sobre os filhos e as nossas condições para ter mais, em termos de meses, ao contrário do que acontece aos casais que usam anticoncepcionais, que falam sobre isso apenas quando decidem ter filhos, em termos de anos. Além disso, não têm qualquer espontaneidade para TER FILHOS, já que no caso da pílula é necessário esperar meses até que a mulher esteja de volta ao seu estado NATURAL. E esse maravilhoso período de abstinência não nos permite E já agora 9/10 (possivelmente mais) dias do mês NÃO SÃO SUFICIENTES? Hum... São assim tão pressionados sexualmente que tenham de descarregar essa necessidade com tanta frequência? Pois é... Aí é que está a questão: um casal que viva mais "virginalmente" vai exigir de si próprio um estilo de vida mais são: menos sexo, mais pureza, mais amor, mais abnegação, para que não sejam tentados. Esta é mais uma vantagem séria, porque é esta a solução apropriada para os casais cristãos - e para todas as outras grandes religiões, devemos acrescentar, pois a ideia da contracepção é inaceitável à maioria das culturas; nós é que andamos a exportar os nossos valores e negócios para cima delas, a incitá-las ao sexo e a explorar a sua nova falta de castidade. Mais uma conquista da civilização chamada de "desenvolvida".

Eu limitei-me a "defender o meu ponto de vista e afirmar que vocês estão contra a posição da Igreja"? Pois, para já, se tivesse feito isso, estaria a ser conciso pois é essa a verdade. OU VÃO AGORA TER A LOUCURA DE AFIRMAR QUE NÃO ESTÃO CONTRA A POSIÇÃO DA IGREJA? Ora aí está Luís, deviamos "ser todos Igreja", não é? Mas é que nem assim acertaste: eu não me limitei a nada, dei-te argumentos amplos e credíveis. Parece-me é que tu e os teus pares se LIMITARAM a instalar-se na vossa posição actual com uma fobia qualquer que ainda não foram capazes de identificar em vós mesmos. Que terror é esse à castidade? Que raio de mentalidade "cristã" é essa?

Já agora, EU VOU VIVER OS MÉTODOS NATURAIS e daqui por uns aninhos vou poder (se ainda por cá andar claro, que a vida traz imprevistos que só o Senhor conhece) chegar aqui e dizer-vos que resultam. :o) Percebem, porque resultam! Não é porque, em Portugal, este assunto estar tão atrasado e mal divulgado (até os actuais estudantes de Medicina ainda estão a ser ensinados contra os "métodos naturais" - mais uma vez, sem ninguém lhes ter falado em "Ovulação" e "Billings") que não seja eficaz: apenas não tens exemplos debaixo do nariz. É essa a razão pela qual não existem: católicos como tu não os acham possíveis ou necessários.

E aqui fica uma notícia incrível, que encontrei no www.lifeissues.net:

Trude Born To Defy Abortion, Sterilisation
Rueters
2002-07-26


Oslo — A Norwegian baby girl has proven fighting spirit by being born to a mother who had a bungled abortion and a father who had a failed sterilisation.

"It was hard to believe. No doctors had warned us that this could happen," father Anders Ovretveit said on Thursday.

He was sterilised after a cancer operation and was tested twice to confirm he could not have children.

The 37-year-old warehouseman and his 33-year-old wife Tove had their first big surprise in January last year when she realised she was pregnant, despite his sterilisation.

They already had two sons and decided to have an abortion.

Tove thought the operation had terminated the pregnancy until she felt pains while playing volleyball, prompting her to take a new pregnancy test at four months - which was positive.

Tove, a farm worker, gave birth two months early to a healthy 2,1kg girl on July 14 last year in a car on the way to the hospital in western Norway.

They named her Trude, which sounds like the Norwegian phrase "believe it".

The parents broke their silence on Thursday, saying they wanted to warn other parents that surgery did not always work as planned.

[makeashorterlink.com]

Hum... "Acreditem"...

João

Re: Os Abortófilos
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 22 de August de 2002 23:50

Acho que o Hugo tem razão: "a discussão entrou em loop...".

João, tens tido a mesma atitude que me acusas a mim e "aos meus pares":
«Parece-me é que tu e os teus pares se LIMITARAM a instalar-se na vossa posição actual com uma fobia qualquer que ainda não foram capazes de identificar em vós mesmos.» A tua fobia já nós identificámos. No nosso caso, não poderemos falar de fobia, pois não temos medo de não estar de acordo com o que a Igreja defende. Não temos medo de assumir a nossa sexualidade dentro da fidelidade e do amor do casal.

Dizes «Luís, disseste algo de extremamente pretensioso: "os métodos naturais não preveniram gravidezes: os próprios estudos dizem isso"!! :o) Ai, que ingénuo... Cita lá os teus estudos que eu cito os meus! ;o) Era melhor não me obrigares a procurá-los, mas pronto...». Eu não preciso de estudos! Tenho os casos práticos que se foram cruzando na minha vida. Aliás, logo no momento em que a minha vida começou.

Penso que continuas no plano teórico e dificilmente sairás dele. Continuas a defender um método, que vamos supor para este caso que até é 99% eficaz. Depois afirmas que o método por si é seguro mas o incorrecto uso do método poderá levar ao insucesso. Aquilo que te digo é que temos que analisar todos os métodos aplicados à prática, aos casais.

Se eu te disser que a abstinência é 100% seguro, não há nada de errado nisso. Mas se os casais não conseguem "usar" este método correctamente e então engravidam de que me vale dizer que o método é seguro?

Mas, se me pedes estudos e eles existem, por que não citá-los? Não gosto de usar os EUA como exemplo. Mas como ainda é dos países com mais conteúdos na net aqui fica a lista. Fico à espera que também tu utilizes estudos de fontes médicas com reconhecida independência.

1) O organismo oficial dos EUA sobre os medicamentos (Food and Drugs Administration - FDA) pronunciou-se recentemente sobre os métodos contraceptivos mais eficazes:
[www.fda.gov]
[www.fda.gov]
[www.fda.gov]

Este estudo começa por afirmar que a única forma segura de evitar doenças transmissíveis sexualmente e a gravidez é a total abstinência. Até aqui não há nenhuma novidade. Depois, enumeram-se os vários estudos e os mais eficazes. A unidade de comparação são o número de mulheres de entre 100 mulheres que utilizam determinado método durante um ano e ficaram grávidas.

Resultados: Contraceptivo Oral - 1 ou 2 casos consoante a composição do fármaco; Preservativo masculino - 11 casos; Diagrama com espermicida - 17 casos; Contraceptivo injectável - menos de 1 caso; Dispositivo IntraUterino - menos de 1 caso; Abstinência periódica - 20 casos.

2) A National Center Health Statistics (NCHS) tem uma enorme lista de estudos. Ficam aqui alguns links:
Estudo sobre a utilização de contraceptivos em mulheres dos 15 aos 44 anos:
[www.cdc.gov]

3) Segundo a Science Daily (ver [www.sciencedaily.com]), a Georgetown University Medical Center's Institute for Reproductive Health descobriu um novo método natural de planeamento natural que é 95% eficaz. No final compara os diversos métodos:
* Male condom, 3%
* Birth control pills, 0.1 - 0.5%
* Standard Days Method, 5% (2002 Georgetown study)

4) Embora um pouco mais antigo, fica aqui o link (http://archives.his.com/population-news/msg01387.html) para uma divulgação da American Society for Reproductive Medicine (ASRM) sobre uma campanha de informação sobre os contraceptivos orais e as suas vantagens para a saúde da mulher.

Conclusão: Apresentei dados de estudos científicos. O melhor que existe ao nível de métodos naturais é 95% de eficácia. Melhor, só mesmo a abstinência total.

Para que a discussão não entre em loop, da minha parte, termino aqui a argumentação que poderia fazer sobre este assunto, pois dificilmente acrescentaria algo de novo. Foram apresentados diversos testemunhos de vida e opiniões pessoais. Apresentaram-se estudos de entidades de reconhecida independência. Não encontro motivos para se não acreditar nestes estudos.

É claro que independentemente do que os estudos afirmem, as pessoas podem continuar a terem as suas opiniões: há diversos estudos que dizem que fumar provoca cancro é não é por isso que as pessoas deixam de fumar. O mesmo se passa em relação à sexualidade, contracepção, planeamento familiar, etc.

Nos últimos tempos tem-se falado muito sobre a contracepção e sexualidade. Tem-se falado dos seus prós e dos seus contras. Tem-se comentado que existem comportamentos errados como a violência, o abuso, o aborto entre outros. Analisam-se causas e consequências. Na minha opinião, o que de errado existe neste campo, não é uma causa, mas uma consequência. Por esse motivo, se não concordamos com estas consequências, devemos concentrar os nossos esforços nas causas.

Para mim, a causa é a falta de espiritualidade da nossa sociedade em geral. Quando falo de Espiritualidade, falo da relação que cada indivíduo tem com o Divino, com o Mistério, com o Sagrado. É diferente de religiosidade. Mas o mal é tal que há pessoas que nem sabem sequer distinguir as duas coisas.

Luis

Re: Os Abortófilos
Escrito por: Ana Amorim (IP registado)
Data: 23 de August de 2002 09:29

A espontaneidade que se fala aqui neste fórum não tem nada a ver com libertinagem.
A espontaneidade de amar fisicamente o(a) nosso(a) companheiro(a), obedece a um longo caminho espiritual, a interrogações, a dúvidas, a esclarecimentos...
Ter sexo por dar cá aquela palha, é fruto de inconsequência, de seguir modas ou de ceder a pressões exteriores à nossa pessoa. E isso não é espontaneidade, porque sempre obedece a impulsos, não à minha vontade isenta de outras coisas que não sejam o amor.
Essa atitude de sexo fácil, sim, encontras muito por aí.
E não culpes os contraceptivos por isso. Como tudo na vida, não são as coisas que têm valor moral, mas sim o uso e o fim que lhes dás: utilizar o preservativo para andar a saltar de cama em cama, mas protegido, é uma coisa muito diferente do que o utilizar, em âmbito de fidelidade e de responsabilidade, para ajudar a preparar uma gravidez em casos onde os métodos naturais de planeamento não se aplicam.
Já te dei o meu caso pessoal. Sou mulher, tenho ciclos mentruais irregulares, e não posso engravidar neste momento, pelo menos enquanto a investigação clínica à minha família por causa de uma doença genética terrível não for conclusiva! Sabe-se que a ovulação decorre entre mais ou menos o 8º e o 14º dia entre as mentruações, mas o período fértil estende-se para além desse período, e isto foi-me dito pela minha ginecologista.
Se eu não tomar medidas preventivas, achas que o método do calendário ou das temperaturas é fiável? Claro, sempre me posso abster, mas até quando? Vou viver casada sem vida sexual activa? O ser humano é também ele uno e trino: corpo, mente e espírito num só. E se o sexo fosse mau, Deus nem tinha criado o prazer sexual, ou era ordenada a excisão do clitóris às mulheres como ainda fazem em certos lugares do Mundo.
João, não é o sexo que é mau. É a intenção com que o praticas.


Anna

Re: Os Abortófilos
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 28 de August de 2002 18:06


Isto já está a fugir ao tópico, mas aqui vai... Vou dividir as intervenções para nos entendermos melhor... Primeiro, os comentários ao que o Luís disse, depois comentários aos estudos que ele apresentou, e depois comentários em relação ao que a Ana disse...

Luís, lamentavelmente estás enganado. Já te disse: pergunta antes de onde vem a minha opinião e não te ponhas a analizar-me erradamente, se fazes favor. Quando eu falo de vocês e das vossas razões, falo do que é evidente no que escrevem, relacionando as vossas opiniões com as de "dissidentes" e "liberais" completamente assumidos. Daí olhar para vocês e fazer-vos compreender (claro que a uns muito mais que a outros) a gravidade da vossa apostasia. Chamemos as coisas pelos nomes: vocês têm uma concepção diferente da dignidade da relação amorosa e da vida humana, se compararmos com o que a Igreja ensina. Somos uma Igreja enorme: num meio mais pequeno, certamente que toda a doutrina da Igreja seria bem conhecida . Mas a questão é somos mais de milhar de milhão de fiéis e a formação da fé só agora está a ser fortemente implementada. Claro que, talvez, seja esta a altura apropriada, agora que o comunismo "acabou" de vez (já agora, não vejo ninguém a condenar os comunistas da forma como fazem com o vosso Santo Padre Pio XII, e as diferenças são tremendas - nós não matámos milhões de pessoas: pelo contrário, salvámo-los, colaborando, ainda que conflituosamente, com a Igreja Ortodoxa enquanto eles os matavam) e as nações se abriram à Igreja. Daí o apelo a uma autêntica "Nova Evangelização", que sacuda o mundo! VAMOS A ISSO! Eu não estou aqui a defender-me, até porque não preciso de estar aqui!! O meu único interesse é colaborar com a Igreja, principalmente com aqueles que a ela pertencem.

Então, é o seguinte: eu não tenho medo de estar contra a Igreja!! FICO HORRORIZADO, ISSO SIM, COM A VOSSA IGNORÂNCIA E INDIFERENÇA! A "fobia" a que me referia é a de MUDAR DE ATITUDE. Provoca-vos uma certa insegurança e abalo nas vossas convicções conquistadas até agora, certamente. Claro que "não tens medo de não estar de acordo com o que a Igreja defende"! De facto, TENS PRAZER nisso, literalmente... Apesar de tudo, a tua esposa sofre certamente, apesar talvez de forma difusa ou ainda não acentuada. Falem sobre isso e depois façam o favor de dizer qualquer coisa. Eu também sou novo nestas andanças mas certamente que quando chegar aos 30 anos poderemos confirmar melhor quem tinha razão afinal. Ah! Porque a razão existe Luís, é pena é haverem tão poucos a quererem discerni-la num diálogo contínuo e produtivo. Ainda bem que "não tens medo de assumir a tua sexualidade dentro da fidelidade e do amor do casal", pois é precisamente isso que eu promovo, de uma forma completa. Eu não tenho qualquer receio em discordar com a Igreja: trata-se apenas de uma inquietação na consciência - porque é que eu não compreendo isto que a Igreja me ensina? Isto é motivação e pensamento crítico, que exige saber mais.

Quanto aos casos práticos, já me referi a eles noutro tópico: se não existem cá, é claro que não os vês... Mas como é que é isto? Primeiro dizes que os "próprios estudos dizem isso" e depois não precisas de estudos, como se pela tua vida passassem os casos todos? Como se, noutra localização não necessariamente distante, não pudessem haver pessoas a viver de forma diferente? Ainda por cima quando eu te digo que não estamos a falar dos MESMOS métodos naturais? :o)

Eu estou "no plano teórico"? Claro, não posso praticar os métodos naturais, por enquanto: ainda não me casei e aparentemente, em Portugal, precisamente por toda a gente pensar como vocês, ninguém se preocupa em promovê-los. Assim, graças a Deus que consigo compreender e falar o inglês... Assim descubro que existem mais coisas que aquelas que eu tive a oportunidade de viver... Quanto à eficácia nos casais, comparada à eficácia comprovada dos métodos, é ainda significativamente inferior, na ordem dos 3%.

Não sei se vais mesmo terminar a tua argumentação relativamente a este assunto, mas se o fizeres vai agradar-me porque vou poder com maior tranquilidade partilhar os estudos mais recentes que se têm vindo a desenvolver nesta área, um pouco por todo o mundo. Assim haverá menos confusão e contradição, certamente. O mesmo tipo de contradição que promovem as "instituições oficiais" de países onde o aborto está "mais que" liberalizado: não querem nem perder o negócio, nem o seu poder económico, nem a oportunidade de se sentirem felizes com a promoção das suas ideologias...

Pois é, dizes bem: ainda que se SAIBA QUE SE VAI MORRER, continuamos a fazê-lo. O que tens a dizer sobre essa liberdade anárquica? É o mesmo tipo de pensamento que promove a contracepção (que comparada com outros assuntos vai-se tornando tão banal que é tomada como dado adquirido: assim como vocês o fazem), o aborto, o suicídio, a eutanásia, etc..

Ó Luís, vamos lá a ver: de ONDE vem essa "falta de espiritualidade"? Porque é que as pessoas perderam a relação com o "Divino", o "Mistério" e o "Sagrado"? Uma resposta basta: a tecnologia. "Mistério": existe cada vez menos, já que os cientistas têm hoje a permissividade moral para fazer quase tudo, manipular tudo, muitas vezes movidos por ideais ateus, de "desmistificação" da religião. Hoje, são a nossa autoridade, os nossos "sacerdotes": dantes, a Igreja é que sabia, hoje, "os cientistas é que sabem". "Divino": não existe, porque tudo cada vez mais é controlado pelo Homem, não havendo espaço para intervenções divinas. Vê lá, o mundo foi criado por uma amálgama de matéria que explodiu e a tua existência deve-se à evolução de primatas que eram tão animais como tu. "Sagrado": o sagrado é aquilo que decidimos respeitar e reverenciar, uma liberdade que assiste ao indivíduo e que não deve influenciar a sociedade (não sei porquê, já que a "sociedade" É um conjunto de indivíduos...). Se tu achares o sexo sagrado és doido, se tu achares um animal sagrado és interessante... É mais ou menos assim que vão as coisas... Estudem a história da revolução sexual, da contracepção, daquilo que significou mesmo a "emancipação da mulher", dos interesses e quem os promoveu, através de várias fontes e analizando os pontos de vista das várias religiões e igrejas ao longo dos tempos e vejam lá se não está a acontecer connosco como àquele sapo que vai fervendo, fervendo, na panela, até explodir sem dar por isso...

João

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