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Re: Testemunhas de Jeová...
Escrito por: António Madaleno (IP registado)
Data: 20 de February de 2002 20:14

Caro Lugo

Em primeiro lugar, aprecio a consideração que tem para comigo, por tomar tempo para ler as respostas às suas questões.

Você volta a enfatizar o assunto da Trindade como dogma cristão e como ponto assente de credo para quem se afirma cristão.
No entanto você menciona três princípios fundamentais do cristianismo. Na realidade, as Testemunhas de Jeová não recusam estes princípios fundamentais.
Acreditamos na divindade de Cristo, conforme você mesmo o diz – Jesus é o Filho de Deus (João 3:16)
A Salvação do homem é pela Graça de Deus. No entanto, deixe-me somente explanar este ponto de vista, segundo a perspectiva cristã e apoiada pelas Escrituras.

Efé. 2:8, 9, ALA: “Pela graça [“benignidade imerecida”, NM] sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.”

A inteira provisão de salvação é uma expressão da benignidade imerecida de Deus. Não há meio de um descendente de Adão poder ganhar a salvação de per si, não importa quão nobres sejam as suas obras. A salvação é uma dádiva da parte de Deus, conferida aos que depositam fé no valor expiatório de pecados do sacrifício de seu Filho.)

Heb. 5:9, ALA: “[Jesus] tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem.”
Está isto em contradição com a declaração de que os cristãos são ‘salvos mediante a fé’? Não, de forma alguma. A obediência simplesmente demonstra que sua fé é genuína.

Tia. 2:14, 26, ALA: “Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo? Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta.”
A pessoa não ganha por mérito próprio a salvação mediante suas obras. Mas, todo aquele que tiver genuína fé terá obras que a acompanham — obras de obediência aos mandamentos de Deus e de Cristo, obras que demonstram sua fé e seu amor. Sem tais obras, a sua fé está morta.

Ressurreição de Cristo – acreditamos profundamente nesta verdade que foi a base das boas novas proclamadas pelos apóstolos e discípulos de Jesus.

Conforme vê acreditamos nestes três princípios fundamentais do cristianismo, conforme você os chama. No entanto, está a Trindade incluída nos princípios fundamentais da doutrina cristã?

Conforme a minha consideração anterior, mostrei à base de fontes extra religiosas, bem como algumas fontes católicas que a crença ou dogma da Trindade surgiu nesta forma, por volta do fim do 4º século depois de Cristo. Também mostram estas fontes que a crença numa Trindade, foi trazida de fontes pagãs, de divindades antigas.

Dá a entender, no entanto que o dogma da Trindade tem que ser verdadeiro, visto ter tido ‘por base os concílios dos primeiros cristãos’.

Poderemos considerar isto nesta perspectiva?
Para se entender como se chegou ao dogma da Trindade, peço-lhe que analisemos os factos históricos sobre estes concílios e como se alcançou a tal unidade na fé cristã, conforme alguns a entendem.

Por muitos anos havia muita oposição, por motivos bíblicos, contra a emergente idéia de que Jesus era Deus. Para tentar resolver a disputa, o imperador romano Constantino convocou todos os bispos a Nicéia. Cerca de 300, uma fração do total, realmente compareceram.

Constantino não era cristão. Supostamente, mais tarde na vida ele se converteu, mas só foi batizado quando estava para morrer. Sobre ele, Henry Chadwick diz em The Early Church (A Igreja Primitiva): “Constantino, como seu pai, adorava o Sol Invicto; . . . a sua conversão não deve ser interpretada como tendo sido uma íntima experiência de graça . . . Era uma questão militar. A sua compreensão da doutrina cristã nunca foi muito clara, mas ele estava certo de que a vitória nas batalhas dependia da dádiva do Deus dos cristãos.”

Que papel desempenhou esse imperador não batizado no Concílio de Nicéia?
A Enciclopédia Britânica diz: “O próprio Constantino presidiu, ativamente orientando as discussões, e pessoalmente propôs . . . o preceito crucial, que expressa a relação de Cristo para com Deus no credo instituído pelo concílio, ‘de uma só substância com o Pai’ . . . Intimidados diante do imperador, os bispos, com apenas duas exceções, assinaram o credo, muitos dos quais bem contra à sua inclinação pessoal.”

Assim, o papel de Constantino foi decisivo. Depois de dois meses de furiosos debates religiosos, esse político pagão interveio e decidiu em favor dos que diziam que Jesus era Deus. Mas, por quê? Certamente não por causa de alguma convicção bíblica. “Constantino basicamente não tinha entendimento algum das perguntas que se faziam em teologia grega”, diz Breve História da Doutrina Cristã. Mas, o que ele deveras entendia era que a divisão religiosa representava uma ameaça ao seu império, e o seu desejo era solidificar o seu domínio.

Nenhum dos bispos em Nicéia promoveu uma Trindade, porém. Eles decidiram apenas a natureza de Jesus, mas não o papel do espírito santo. Se a Trindade fosse uma clara verdade bíblica, não a teriam proposto naquele tempo?

Depois de Nicéia, os debates sobre o assunto continuaram por décadas. Os que criam que Jesus não era igual a Deus até mesmo recuperaram temporariamente o favor. Mais tarde, porém, o Imperador Teodósio decidiu contra eles. Ele estabeleceu o credo do Concílio de Nicéia como padrão para o seu domínio e convocou o Concílio de Constantinopla, em 381 EC, para esclarecer os preceitos.

Esse concílio concordou em colocar o espírito santo no mesmo nível que Deus e Cristo. Pela primeira vez, a Trindade da cristandade passou a ser enfocada.

Todavia, mesmo após o Concílio de Constantinopla, a Trindade não se tornou um credo amplamente aceito. Muitos se lhe opuseram e, assim, trouxeram sobre si violenta perseguição. Foi apenas em séculos posteriores que a Trindade foi formulada em credos específicos. A Enciclopédia Americana diz: “O pleno desenvolvimento do trinitarismo ocorreu no Ocidente, no escolasticismo da Idade Média, quando se adotou uma explicação em termos de filosofia e psicologia.”

A Trindade foi mais plenamente definida no Credo Atanasiano. Atanásio foi um clérigo que apoiou Constantino em Nicéia. O credo que leva seu nome declara: “Adoramos um só Deus em Trindade . . . O Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus; e, no entanto, não são três deuses, mas um só Deus.”

Não obstante, bem informados peritos concordam que não foi Atanásio quem elaborou esse credo. A Nova Enciclopédia Britânica comenta: “O credo era desconhecido à Igreja Oriental até o século 12. Desde o século 17, os peritos em geral têm concordado que o Credo Atanasiano não foi escrito por Atanásio (falecido em 373) mas que, provavelmente, foi elaborado no sul da França durante o quinto século. . . . O credo parece ter tido influência primariamente no sul da França e na Espanha no 6.° e 7.° séculos. Foi usado na liturgia da igreja na Alemanha no 9.° século e um pouco mais tarde em Roma.”

Portanto, levou séculos desde o tempo de Cristo para que a Trindade viesse a ser plenamente aceita na cristandade. E, em todo esse processo, o que foi que guiou as decisões? Foi a Palavra de Deus, ou foram considerações clericais e políticas? Em Origem e Evolução da Religião, E. W. Hopkins responde: “A definição ortodoxa final da trindade era em grande parte uma questão de política eclesial.”

Essa desabonadora história da Trindade se ajusta ao que Jesus e seus apóstolos predisseram que viria depois de seus dias. Eles disseram que viria uma apostasia, um desvio, um abandono da adoração verdadeira até a volta de Cristo, quando então a adoração verdadeira seria restaurada, antes do dia em que Deus destruiria este sistema de coisas.


Sobre tal “dia”, o apóstolo Paulo disse: “Não virá a menos que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem que é contra a lei.” (2 Tessalonicenses 2:3, 7) Mais tarde, ele predisse: “Depois de minha partida, introduzir-se-ão entre vós lobos vorazes que não pouparão o rebanho. Mesmo do meio de vós surgirão alguns falando coisas pervertidas, para arrastarem atrás de si os discípulos.” (Atos 20:29, 30, BJ) Outros discípulos de Jesus também escreveram a respeito dessa apostasia com a sua classe do clero ‘contra a lei’. — Veja, por exemplo, 2 Pedro 2:1; 1 João 4:1-3; Judas 3, 4.

Paulo também escreveu: “Pois virá um tempo em que alguns não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, segundo os seus próprios desejos, como que sentindo comichão nos ouvidos, se rodearão de mestres. Desviarão os seus ouvidos da verdade, orientando-os para as fábulas.” — 2 Timóteo 4:3, 4, BJ.

O próprio Jesus explicou o que estaria por trás desse desvio da adoração pura. Ele disse que lançara boas sementes, mas que o inimigo, Satanás, semearia por cima o joio. Assim, junto com as primeiras lâminas de trigo, apareceu também o joio. Portanto, era de esperar um desvio do cristianismo puro até a colheita, quando então Cristo corrigiria as coisas. (Mateus 13:24-43) A Enciclopédia Americana comenta: “O trinitarismo do quarto século de forma alguma refletiu com exatidão o primitivo ensino cristão sobre a natureza de Deus; foi, ao contrário, um desvio deste ensinamento.” Onde, então, originou-se tal desvio? — 1 Timóteo 1:6.

Por todo o mundo antigo, remontando a Babilônia, a adoração de deuses pagãos agrupados em três, ou tríades, era comum. Esta influência era também prevalecente no Egito, na Grécia, e em Roma nos séculos antes, durante e depois de Cristo. E após a morte dos apóstolos, tais crenças pagãs passaram a invadir o cristianismo.

O historiador Will Durant observou: “O cristianismo não destruiu o paganismo; ele o adotou. . . . Do Egito vieram as idéias de uma trindade divina.” E no livro Egyptian Religion (Religião Egípcia), Siegfried Morenz diz: “A trindade era uma das principais preocupações dos teólogos egípcios . . . Três deuses são combinados e tratados como se fossem um único ser, a quem se dirige no singular. Deste modo, a força espiritual da religião egípcia mostra ter um vínculo direto com a teologia cristã.”
Assim, em Alexandria, no Egito, os eclesiásticos da última parte do terceiro e o início do quarto século, tais como Atanásio, refletiram essa influência ao formularem idéias que levaram à Trindade. A própria influência deles se alastrou, de modo que Morenz considera “a teologia alexandrina como o intermediário entre a herança religiosa egípcia e o cristianismo”.

No prefácio do livro History of Christianity (História do Cristianismo), de Edward Gibbon, lemos: “Se o paganismo foi conquistado pelo cristianismo, é igualmente verdade que o cristianismo foi corrompido pelo paganismo. O puro deísmo dos primeiros cristãos . . . foi mudado, pela Igreja de Roma, para o incompreensível dogma da trindade. Muitos dos dogmas pagãos, inventados pelos egípcios e idealizados por Platão, foram retidos como sendo dignos de crença.”

O Dicionário do Conhecimento Religioso menciona que muitos dizem que a Trindade “é a corrupção emprestada de religiões pagãs e enxertada na fé cristã”. E O Paganismo no Nosso Cristianismo declara: “A origem da [Trindade] é inteiramente pagã.”

É por isso que na Enciclopédia de Religião e Ética, James Hastings escreveu: “Na religião indiana, p. ex., temos o grupo trinitário de Brama, Xiva e Vixenu; e na religião egípcia, com o grupo trinitário de Osíris, Ísis e Hórus . . . Tampouco é apenas em religiões históricas que encontramos Deus sendo considerado como uma Trindade. Vem-nos à mente em especial o conceito neoplatônico da Suprema e Derradeira Realidade”, que é “representada triadicamente”. O que tem a haver com a Trindade o filósofo grego Platão?

Platão, segundo se pensa, viveu de 428 a 347 antes de Cristo. Embora não ensinasse a Trindade na sua forma atual, as suas filosofias pavimentaram o caminho para ela. Mais tarde, movimentos filosóficos que incluíam crenças triádicas floresceram, e estas eram influenciadas pelas idéias de Platão a respeito de Deus e da natureza.

A obra francesa Nouveau Dictionnaire Universel (Novo Dicionário Universal) diz sobre a influência de Platão: “A trindade platônica, que em si é meramente um rearranjo de trindades mais antigas, que remontam aos povos anteriores, parece ser a trindade filosófica racional de atributos que deram origem às três hipóstases ou pessoas divinas ensinadas pelas igrejas cristãs. . . . O conceito deste filósofo grego sobre a trindade divina . . . pode ser encontrada em todas as religiões [pagãs] antigas.”

A The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge (Nova Enciclopédia de Conhecimento Religioso, de Schaff-Herzog) mostra a influência dessa filosofia grega: “As doutrinas do Logos e da Trindade receberam a sua forma de Pais Gregos, que . . . foram muito influenciados, direta ou indiretamente, pela filosofia platônica . . . Que dessa fonte se infiltraram erros e corrupções na Igreja não pode ser negado.”

A Igreja dos Primeiros Três Séculos diz: “A doutrina da Trindade foi formada de maneira gradual e comparativamente tardia; . . . teve a sua origem numa fonte inteiramente estranha à das Escrituras Judaicas e Cristãs; . . . cresceu, e foi enxertada no cristianismo, pelas mãos de Pais platônicos.”
Por volta do fim do terceiro século EC, o “cristianismo” e as novas filosofias platônicas tornaram-se inseparavelmente unidas. Como declara Adolf Harnack em Outlines of the History of Dogma (Linhas Gerais da História de Dogmas), a doutrina da igreja ficou “firmemente enraizada no solo do helenismo [pensamento grego pagão]. Deste modo tornou-se um mistério para a grande maioria dos cristãos.”

A igreja afirmava que as suas novas doutrinas se baseavam na Bíblia. Mas Harnack diz: “Na realidade legitimava em seu meio a especulação helênica, os conceitos e costumes supersticiosos de cultos misteriosos pagãos.”

No livro A Statement of Reasons (Declaração de Razões), Andrews Norton diz sobre a Trindade: “Podemos traçar a história dessa doutrina e descobrir a sua origem, não na revelação cristã, mas sim na filosofia platônica . . . A Trindade não é uma doutrina de Cristo e de seus Apóstolos, mas sim uma ficção da escola de posteriores platonistas.”

Assim, no quarto século EC, a apostasia predita por Jesus e por seus apóstolos veio a florescer plenamente. O desenvolvimento da Trindade era apenas uma evidência disso. As igrejas apóstatas também começaram a abraçar outras idéias pagãs, como o inferno de fogo, a imortalidade da alma e a idolatria. Espiritualmente falando, a cristandade havia entrado na sua predita era obscura, dominada por uma crescente classe clerical, o “homem que é contra a lei”. — 2 Tessalonicenses 2:3, 7.

Porque, por milhares de anos, nenhum dos profetas de Deus ensinou Seu povo a respeito da Trindade? No mínimo, não usaria Jesus a sua habilidade como Grande Instrutor para tornar a Trindade clara a seus seguidores? Inspiraria Deus centenas de páginas de Escritura, e, ainda assim, nada usaria dessa instrução para ensinar a Trindade se esta realmente fosse a “doutrina central” da fé?

Devem os cristãos crer que séculos depois de Cristo, e depois de ter inspirado a escrita da Bíblia, Deus apoiaria a formulação de uma doutrina que era desconhecida a seus servos por milhares de anos, uma doutrina que é um ‘mistério insondável’, “além da compreensão da razão humana”, que admitidamente teve um fundo pagão e era “em grande parte uma questão de política eclesial”?

O testemunho da história é claro: O ensino da Trindade é um desvio da verdade, uma apostasia.

Que dizer de alguns textos bíblicos que aparentemente provam a idéia de que Jesus e Deus são a mesma pessoa?

Contudo, ao ler tais textos, devemos ter em mente que a evidência bíblica e histórica não apóia a Trindade. Qualquer referência bíblica apresentada como prova precisa ser entendida dentro do contexto do coerente ensino da Bíblia inteira. Muitíssimas vezes o verdadeiro significado de textos assim é esclarecido pelo contexto dos versículos circundantes.

O texto que cita de João 1:1-18 é um exemplo disso. Vejamos então o que está por detrás dessa interpretação. Note, porém, que novamente neste caso o contexto estabelece a base para o entendimento correto.

Até mesmo a versão Almeida diz: “O Verbo estava com Deus.” Alguém que está “com” outra pessoa não pode ser ao mesmo tempo aquela outra pessoa. De acordo com isso, a Journal of Biblical Literature (Revista de Literatura Bíblica), editada pelo jesuíta Joseph A. Fitzmyer, observa que se a última parte de João 1:1 fosse interpretada como significando “o” Deus, isso “contradiria a expressão anterior” que diz que a Palavra [ou, o Verbo] estava com Deus.
Note, também, como outras versões traduziram esta parte do versículo:
1808: “e a palavra era um deus.” The New Testament in an Improved Version, Upon the Basis of Archbishop Newcome’s New Translation: With a Corrected Text.
1864: “e um deus era a palavra.” The Emphatic Diaglott, versão interlinear, de Benjamin Wilson.
1928: “e a Palavra era um ser divino.” La Bible du Centenaire, L’Evangile selon Jean, de Maurice Goguel.
1935: “e a Palavra era divina.” The Bible—An American Translation, de J. M. P. Smith e E. J. Goodspeed.
1946: “e a Palavra era de espécie divina.” Das Neue Testament, de Ludwig Thimme.
1950: “e a Palavra era [um] deus.” Tradução do Novo Mundo das Escrituras Gregas Cristãs.
1958: “E a Palavra era um Deus.” The New Testament, de James L. Tomanek.
1975: “e um deus (ou: da espécie divina) era a Palavra.” Das Evangelium nach Johannes, de Siegfried Schulz.
1978: “e da sorte semelhante a Deus era o Logos.” Das Evangelium nach Johannes, de Johannes Schneider.

Em João 1:1 ocorre duas vezes o substantivo grego the·ós (deus). A primeira ocorrência se refere ao Deus Todo-poderoso, com quem a Palavra estava (“e a Palavra [ló-gos] estava com Deus [uma forma de the-ós]”). Este primeiro the-ós é precedido pela palavra ton (o), uma forma do artigo definido grego que aponta para uma identidade distinta, neste caso o Deus Todo-poderoso (“e a Palavra estava com o Deus”).

Por outro lado, não existe artigo antes do segundo the-ós, em João 1:1. Assim, uma tradução literal seria “e deus era a Palavra”. Todavia, temos visto que muitas versões traduzem este segundo the-ós (um substantivo predicativo) como “divino”, “semelhante a Deus”, ou “um deus”. Com que autoridade fazem isso?

A língua grega coiné tinha artigo definido (“o”), mas não tinha artigo indefinido (“um”). Assim, quando um substantivo predicativo não é precedido por artigo definido, pode ser indefinido, dependendo do contexto.

A Revista de Literatura Bíblica diz que expressões “com um predicativo anartro [sem artigo] precedendo ao verbo, têm primariamente sentido qualificativo”. Como diz a Revista, isto indica que o ló-gos pode ser assemelhado a um deus. Diz também a respeito de João 1:1: “A força qualitativa do predicado se destaca tanto que o substantivo [the-ós] não pode ser considerado como determinativo.”

Assim, João 1:1 destaca a qualidade da Palavra, que ela era “divina”, “semelhante a deus”, “um deus”, mas não o Deus Todo-poderoso. Isto se harmoniza com o restante da Bíblia, que mostra que Jesus, ali chamado de “a Palavra” em seu papel de Porta-voz de Deus, era um subordinado obediente enviado à terra por seu Superior, o Deus Todo-poderoso.

Há muitos outros versículos bíblicos nos quais quase todos os tradutores em outras línguas coerentemente inserem o artigo “um” ao traduzirem sentenças gregas com a mesma estrutura. Por exemplo, em Marcos 6:49, quando os discípulos viram Jesus andar sobre a água, a versão Almeida, atualizada (ALA), diz: “Pensaram tratar-se de um fantasma.” No grego coiné não existe “um” antes de fantasma. Mas, quase todas as traduções em outras línguas acrescentam “um” para que a tradução se ajuste ao contexto. Do mesmo modo, visto que João 1:1 mostra que a Palavra estava com “Deus”, a Palavra não podia ser Deus, mas sim “um deus”, ou “divina”.

Joseph Henry Thayer, teólogo e perito que trabalhou na American Standard Version (Versão Padrão Americana), diz simplesmente: “O Logos era divino, não o próprio Ser divino.” E o jesuíta John L. McKenzie escreveu em seu Dictionary of the Bible (Dicionário da Bíblia): “Jo 1:1 deve rigorosamente ser traduzido . . . ‘a palavra era um ser divino’.”

Com respeito à explicação que dá sobre Filipenses 2:6, note como outras versões traduziram esse versículo:

1869: “o qual, sendo em forma de Deus, não achou que ter igualdade com Deus fosse algo de que devesse apossar-se.” The New Testament, de G. R. Noyes.
1965: “Ele — realmente de natureza divina! — nunca se fez, com auto-confiança, igual a Deus.” Das Neue Testament, edição revisada, de Friedrich Pfäfflin.
1968: “o qual, embora sendo em forma de Deus, não achou que ser igual a Deus fosse algo do que gananciosamente se apoderar.” La Bibbia Concordata.
1973: “Ele sempre teve a mesma natureza de Deus, mas não tentou ser, pela força, igual a Deus.” A Bíblia na Linguagem de Hoje.
1985: “O qual, sendo em forma de Deus, não achou que a igualdade com Deus fosse algo do que se apossar.” The New Jerusalem Bible.
1986: “o qual, embora existisse em forma de Deus, não deu consideração a uma usurpação, a saber, que devesse ser igual a Deus.” Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas.

Contudo, alguns afirmam essas traduções significam que (1) Jesus já tinha igualdade, mas não desejava retê-la, ou que (2) ele não necessitava usurpar a igualdade porque já a tinha.

Sobre isso, Ralph Martin, em The Epistle of Paul to the Philippians (A Epístola de Paulo aos Filipenses), diz a respeito do grego original: “É questionável, porém, se o sentido do verbo pode desviar de seu sentido real de ‘usurpar’, ‘arrebatar violentamente’, para o de ‘reter com firmeza’.” The Expositor’s Greek Testament (Testamento Grego do Expositor) diz também: “Não encontramos passagem alguma em que [har-pá-zo] ou qualquer um de seus derivativos tenha o sentido de ‘conservar a posse’, ‘reter’. Parece invariavelmente significar ‘usurpar’, ‘arrebatar violentamente’. Assim, não é permissível desviar o verdadeiro sentido de ‘apossar-se de’ para o sentido totalmente diferente de ‘reter’.”

Do acima fica evidente que os tradutores de versões como a Douay e a Rei Jaime violam as regras para apoiar objetivos trinitaristas. Longe de dizer que Jesus achava ser apropriado ser igual a Deus, o grego, em Filipenses 2:6, ao ser lido objetivamente, mostra justamente o contrário, isto é, que Jesus não achava que isso era apropriado.

O contexto dos versículos circundantes (Filipenses 2 3-5, 7, 8, Dy) esclarece como o Filipenses 2 versículo 6 deve ser entendido. Instou-se aos filipenses: “Em humildade, que cada um considere os outros melhores do que a si mesmo.” Daí, Paulo usa Cristo como notável exemplo dessa atitude: “Exista em vós esta mente, que também existia em Cristo Jesus.” Que “mente”? ‘Achar não ser roubo ser igual a Deus’? Não, isso seria exatamente o contrário do argumento que estava sendo apresentado! Ao contrário, Jesus, que ‘reputava a Deus como sendo melhor do que ele’, jamais ‘se apossaria da igualdade com Deus’, mas, em vez disso, “humilhou-se, tornando-se obediente até a morte”.

Por certo, não se poderia dizer isso a respeito de uma parte do Deus Todo-poderoso. Falava-se a respeito de Jesus Cristo, que ilustrou com perfeição o argumento de Paulo ali — a saber, a importância da humildade e da obediência àquele que é o Superior e Criador, Jeová Deus.

Você tenta comparar a conduta histórica e bem documentada da Igreja Católica em relação àquilo que o Papa João Paulo II pediu desculpa, com as expectativas não realizadas das Testemunhas de Jeová ao tentarem interpretar as profecias bíblicas. Penso que não existe comparação possível. E porquê?

É verdade que as Testemunhas de Jeová tinham a esperança do cumprimento das profecias relacionadas com o fim deste sistema (não fim do mundo). Mas por causa disso poder-se-ão chamar de Falsos Profetas, conforme argumenta?

Note o que alguns textos bíblicos falam sobre isso:

Dan. 12:9: “Vai, Daniel, porque as palavras são guardadas em segredo e seladas até o tempo do fim.”
1 Ped. 1:10, 11: “Os profetas . . . investigaram que época específica ou que sorte de época o espírito neles indicava a respeito de Cristo, quando de antemão dava testemunho dos sofrimentos por Cristo e das glórias que os seguiriam.”

1 Cor. 13:9, 10: “Temos conhecimento parcial e profetizamos parcialmente; mas, quando chegar o que é completo, será eliminado o que é parcial.”

Pro. 4:18: “A vereda dos justos é como a luz clara que clareia mais e mais até o dia estar firmemente estabelecido.”

Os apóstolos e outros primitivos discípulos cristãos tinham certas expectativas erradas, mas a Bíblia não os classifica como “falsos profetas”. — Veja Lucas 19:11; João 21:22, 23; Atos 1:6, 7.
Natã, o profeta, encorajou o Rei Davi a levar avante o que tinha no coração com respeito à construção de uma casa para a adoração de Jeová. Mais tarde, porém, Jeová disse a Natã que informasse Davi que não seria ele quem haveria de construí-la. Jeová não rejeitou a Natã por causa daquilo que ele havia dito antes, mas continuou a usá-lo, porque ele corrigiu com humildade a questão, quando Jeová lha elucidou. — 1 Crô. 17:1-4, 15.

Que conclusão podemos tirar? O que os profetas verdadeiros predizem acontece, mas podem não entender exactamente quando e como sucederá.
As declarações de um profeta verdadeiro promovem a adoração verdadeira e se harmonizam com a vontade revelada de Deus.

Deut. 13:1-4: “Caso se levante no teu meio um profeta ou um sonhador de sonho e ele te dê um sinal ou um portento, e se cumpra o sinal ou o portento de que te falou, dizendo: ‘Andemos seguindo outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los’, não deves escutar as palavras deste profeta ou o sonhador daquele sonho, porque Jeová, vosso Deus, vos está pondo à prova para saber se amais a Jeová, vosso Deus, de todo o vosso coração e de toda a vossa alma. Deveis andar seguindo a Jeová, vosso Deus, e a ele deveis temer, e seus mandamentos deveis guardar, a sua voz deveis escutar, e a ele deveis servir, e a ele vos deveis apegar.”

Visto que a Bíblia diz que um “amigo do mundo” é inimigo de Deus, será que os clérigos que instam com seus paroquianos para que se envolvam nos assuntos do mundo estão promovendo a verdadeira adoração? (Tia. 4:4; 1 João 2:15-17)

O verdadeiro Deus disse que as nações “terão de saber que eu sou Jeová”, e a Bíblia declara que Deus tiraria dentre as nações “um povo para o seu nome”, mas estão agindo em harmonia com esta vontade revelada de Deus as organizações religiosas que minimizam a importância de se usar o nome pessoal de Deus? (Eze. 38:23; Atos 15:14) Jesus ensinou seus seguidores a orar pelo Reino de Deus, e a Bíblia acautela contra depositar confiança nos homens terrenos, portanto, são verdadeiros profetas os clérigos ou as organizações políticas que instam com o povo que deposite sua confiança nos governos humanos? — Mat. 6:9, 10; Sal. 146:3-6; compare com Revelação 16:13, 14.

Os verdadeiros e os falsos profetas podem ser reconhecidos pelos seus frutos conforme manifestos em sua vida e na vida dos que os seguem.

Mat. 7:15-20: “Vigiai-vos dos falsos profetas que se chegam a vós em pele de ovelha, mas que por dentro são lobos vorazes. Pelos seus frutos os reconhecereis . . . Toda árvore boa produz fruto excelente, mas toda árvore podre produz fruto imprestável . . . Realmente, pois, pelos seus frutos reconhecereis estes homens.”
O que caracteriza o modo de vida deles? “As obras da carne são . . . fornicação, impureza, conduta desenfreada, idolatria, prática de espiritismo, inimizades, rixa, ciúme, acessos de ira, contendas, divisões, seitas, invejas, bebedeiras, festanças e coisas semelhantes a estas. . . . Os que praticam tais coisas não herdarão o reino de Deus. Por outro lado, os frutos do espírito [de Deus] são amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, brandura, autodomínio.” — Gál. 5:19-23; veja também 2 Pedro 2:1-3.

As Testemunhas de Jeová não professam ser profetas inspirados. Cometeram enganos. Como no caso dos apóstolos de Jesus Cristo, tiveram às vezes expectativas erradas. — Luc. 19:11; Atos 1:6.
A Bíblia provê o fator tempo com respeito à presença de Cristo, e as Testemunhas de Jeová têm estudado isso com profundo interesse. (Luc. 21:24; Dan. 4:10-17) Jesus descreveu também um sinal de muitos aspectos que se conjugam com o cumprimento das profecias sobre o tempo do fim do iníquo sistema de coisas de Satanás. (Luc. 21:7-36) As Testemunhas de Jeová têm indicado a evidência, em cumprimento deste sinal.
É verdade que as Testemunhas cometeram erros de entendimento, sobre o que ocorreria no fim de certos períodos de tempo, mas não cometeram o erro de perder a fé ou de cessar de ficar vigilantes quanto ao cumprimento dos propósitos de Jeová. Continuaram a ter presente o conselho dado por Jesus: “Portanto, mantende-vos vigilantes, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor.” — Mat. 24:42.

Os assuntos em que foram necessárias correções de ponto de vista têm sido relativamente mínimos em comparação com as verdades bíblicas vitais que discerniram e publicaram. Entre essas, acham-se as seguintes:
Jeová é o único Deus verdadeiro. Jesus Cristo não faz parte de uma divindade trinitária, mas é o Filho unigênito de Deus.
A redenção do pecado só é possível por meio da fé no sacrifício redentor de Cristo.
O espírito santo não é uma pessoa, mas é a força ativa de Jeová, e seus frutos precisam evidenciar-se na vida dos verdadeiros adoradores.
A alma humana não é imortal, conforme afirmavam os antigos pagãos; ela morre, e a esperança de vida futura está na ressurreição.
É por causa da questão da soberania universal que Deus permitiu a iniqüidade.
O Reino de Deus é a única esperança da humanidade. Desde 1914 vivemos nos últimos dias do sistema iníquo, global, de coisas.
Apenas 144.000 cristãos fiéis serão reis e sacerdotes com Cristo no céu, ao passo que o resto da humanidade obediente receberá a vida eterna numa terra paradísica.

Outro fator a considerar a respeito dos ensinamentos das Testemunhas de Jeová é este: Soergueram tais ensinamentos realmente as pessoas em sentido moral? Destacam-se na comunidade por causa de sua honestidade os que aderem a esses ensinamentos? É a vida no círculo familiar influenciada de modo benéfico pela aplicação desses ensinamentos? Jesus disse que seus discípulos seriam facilmente identificados por terem amor entre si. (João 13:35) Nota-se essa qualidade em grau elevado entre as Testemunhas de Jeová? Deixemos que os fatos falem por si mesmos.

Não pretendo, monopolizar este forum, apesar de estar a gostar de partilhar pontos de vista, consigo ou com quem quer que deseje entender o porquê de determinadas crenças das T.J. Não farei questão de continuar a participar nele. No entanto, caso você deseje continuar o diálogo por este meio ou directamente através do meu mail, esteja à vontade.

Peço-lhe que, como pessoa culta e instruída que é, faça uma pesquisa isenta sobre as nossas crenças, e certamente verá que elas têm uma base bíblica sólida.

Despeço-me com cumprimentos para si e para todos os que lerem este forum.

Re: Testemunhas de Jeová...
Escrito por: Susete Gonzaga (IP registado)
Data: 20 de February de 2002 22:19

Sem dúvida que está a ser um grande tema de discussão mas Lugo e António, não se percam por favor ....

Re: António Madaleno
Escrito por: CP (IP registado)
Data: 25 de February de 2002 00:13

Para António Madaleno:

refuta este resumo. uma não-testemunha.



1 - Histórico: Charles Taze Russel, seu fundador, nasceu em 1852 em Pittsburgo, EUA, filho e presbiterianos de linhagem escocês-irlandesa. Russel foi da Igreja Congregacional e, a seguir, Adventista. Em 1874 fundou oficialmente o movimento russelita, que teve vários nomes: Aurora do Milênio, Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia, registrando-se oficialmente em 1884 com o nome deSociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados.



Em 1931, numa convenção realizada em Columbus, Ohio, EUA, o sucessor de Russel, Joseph Franklin Rutherford, disse ter uma revelação que lhes ordenava adotarem o nome deTestemunhas de Jeová. Em 1879, começou a publicação do periódico Torre de Vigia de Sião, hoje chamadoA Sentinela.

Entre 1886 e 1904 Russel escreveu um conjunto de seis volumes que formaram a base doutrinária do movimento, entitulados posteriormenteEstudos das Escrituras.É marcado o Armagedom para 1914. Russel faleceu em uma viagem de trem para o Texas, em 1916, sem ver cumprida a sua profecia.

Em 1917, Rutherford assume a liderança da organização. Em 1920 este publica o livro Milhões que Agora Vivem Jamais Morrerão, profetizando o início do Milênio para 1925.

Rutherford faleceu em 1942, sendo substituído por Nathan Homer Knorr, que lançou, em 1950, a Bíblia Tradução do Novo Mundo. Knorr foi substituído por Frederick W. Franz, após a sua morte em 1977. Com o falecimento deste em 1992, assume o atual presidente, Milton G. Henschel.

Eles começaram no Brasil em 1920. Sua sede nacional permaneceu em São Paulo, capital, até 1980. Atualmente a sede nacional encontra-se em Cesário Lange, interior do estado.



2 - Principais Doutrinas

2.1 - Negam a existência da Trindade

Ensinam que não existe a Trindade, que o Pai é Jeová, o único Deus, e até confundem a idéia, ensinando que são três deuses, ou que Jesus e o Pai não podem ser a mesma pessoa, coisa que não ensinamos.

"Visto que Jesus orou a Deus pedindo que fosse feita a vontade de Deus, não a sua, os dois não poderiam ser a mesma pessoa" (Poderá Viver Para Sempre Num Paraíso na Terra, p. 39)

"A doutrina, em resumo, é de que há três deuses em um: Deus Pai, Deus Filho, e Deus Espírito Santo" (Seja Deus Verdadeiro, p. 80)

"O Espírito Santo não é uma pessoa e, portanto, não é um dos deuses da Trindade" (Reconciliação, p. 115)

"A doutrina da "Trindade" não foi concedida por Jesus nem pelos primitivos cristãos... a conclusão óbvia, portanto, é que Satanás deu origem a doutrina da "Trindade"" (Seja Deus Verdadeiro, pp. 81, 91)

"os que aceitam a Bíblia como a Palavra de Deus não adoram a Trindade que consiste de três pessoas, ou deuses, em um só. De fato, a palavra "Trindade" nem aparece na Bíblia. O Deus verdadeiro é uma só pessoa, distinta de Jesus Cristo" (Conhecimento Que Conduz Á Vida Eterna, p. 31)

2.2 - Refutação Bíblica - Trindade

Trindade significa três pessoas: O Pai, o Filho e o Espírito Santo,distintas em sua personalidade, mas unidas emuma mesma divindade, compartilhando da mesma natureza e dos mesmos atributos. O Pai não é a mesma pessoa do Filho e nem do Espírito Santo: são três pessoas, mas um único Deus. Trindade é diferente de tríade (o conjunto de três deuses) dos antigos povos hindus, egípcios, etc., pois ali eram três deuses entre outros tantos deuses. Trindade é um só e único Deus, formado por três pessoas.

"...não confundindo as pessoas nem dividindo a substância..." Atanásio

A palavra Trindade não está presente na Bíblia porque a revelação plena desta verdade bíblica se deu no início da Igreja, quando já havia sido escrito o Novo Testamento (até porque a pessoa do Espírito Santo não havia sido revelada em sua plenitude), e a palavra em si só foi utilizada pela primeira vez por Teófilo, no século II, porém a doutrina da Trindade está espalhada em toda a Bíblia.

O fato de não constar esta palavra na Bíblia não significa que ela não exista, pois a Bíblia não contém palavras como Via Láctea, gravidade e outras, e isto não significa que estas coisas não existam, apenas não eram conhecidas quando a Bíblia foi escrita. A Bíblia também não cita o cigarro, a heroína e o crack mas o seu conteúdo doutrinário é contrário a estas coisas. Termos técnicos e conceitos organizados acerca de assuntos bíblicos como soteriologia, hamartiologia, imanência, pré-existência, etc. também não são citados na Bíblia, porém são usados e reconhecidos por todos que conhecem e estudam a Bíblia Sagrada.

a) Uma palavra no hebraico traduzida como Deus éElohime está no plural. Ele é empregada em passagens como:

Gn 1.26 – Façamos o homem

Gn 3.22 – O homem é com um de nós

Gn 11.7 – Desçamos e confundamos

Is 6.8 – Quem há de ir por nós

b) Quando a Bíblia fala de único Deus em Dt 6.4, no hebraico a palavra usada éechad, que significa uma unidade composta: "Shema, Israel: Adonai Elohenu Adonai Echad" (Dt 6.4). Esta palavra é usada também em expressões como: uma só carne (duas pessoas): Gn 2.24, um só cacho (várias uvas): Nm 13.23, um só grupo (várias pessoas): Ed 2.64, etc.

c) As pessoas da Trindade são mostradas claramente na Bíblia no batismo de Jesus (Mt 3.16,17), na fórmula batismal: no nome de, e não, nos nomes de (Mt 28.19), na benção dos apóstolos (II Co 13.13) e em muitas outras passagens:



Sl 33.6 – O Pai decreta, o Filho, a Palavra, executa e o Espírito dinamiza o processo
Is 48.13,16– O criador dos céus e da Terra (aqui é o Filho) diz que o Senhor Jeová (o Pai) enviou-lhe o seu Espírito
Jo 20.22– o Pai enviou o Filho, que soprou o Espírito Santo
Ef 4.4-6: sobre todos(o Pai), por todos (o Filho) e em todos (o Espírito Santo).
Ef 2.18: por Ele (o Filho) temos acesso ao Pai, pelo Espírito.
Ef 5.18-20: enchei-vos do Espírito salmodiando ao Senhor (o Filho) e dando graças ao Pai.
I Co 12.4-6: o mesmo Espírito, o mesmo Senhor (o Filho) e o mesmo Deus (o Pai).
I Pe 1.2: a presciência de Deus (o Pai), a santificação do Espírito e o sangue de Jesus (o Filho).
Jo 14.26: o Consolador (o Espírito Santo) enviado pelo Pai em nome de Jesus (o Filho).
Jo 15.26: o Consolador (o Espírito Santo), procede do Pai e testifica do Filho.
Jd 20,21: a oração no Espírito Santo, a caridade de Deus (o Pai) e a misericórdia de Jesus (o Filho).


d) Em Gn 18.1,2, Jeová aparece a Abraão: eram três pessoas. Abraão se dirige a eles como sendo Jeová (v.3). A Bíblia refere-se tanto aos homens falando (vv.9,10) como a Jeová falando (v.13). Quando dois dos homens se despedem, Abraão continua a chamar o que ficou de Jeová ( vv.22,23) e Ló recebe os outros dois como Jeová (Gn 19.1-18). Jesus identifica-se como sendo o que apareceu a Abraão (Jo 8.56-58).

e) O Credo Atanasiano - alguns capítulos:

A fé universal é esta: (3) Adoramos um Deus em Trindade, e a Trindade em unidade; (4) Não confundindo as pessoas, nem dividindo a substância. (5) Pois existe uma pessoa do Pai, outra do Filho, e outra do Espírito Santo. (6) mas a Deidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo é toda uma só; a glória é igual e a majestade é coeterna. (7) Tal como é o Pai, tal é o Filho e tal é o Espírito Santo. (8) O Pai é incriado, o Filho é incriado, e o Espírito Santo é incriado. (9) O Pai é imensurável, o Filho é imensurável, o Espírito Santo é imensurável. (10) O Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno. (11) No entanto não são três eternos, mas há apenas um eterno. (12) Da mesma forma não há três incriados, nem três imensuráveis, mas um só incriado e um só imensurável. (13) Assim também o Pai é onipotente, o Filho é onipotente e o Espírito Santo é onipotente. (14) No entanto, não há três onipotentes, mas sim, um onipotente. (15) Assim o Pai é Deus, o Filho é Deus, e o Espírito Santo é Deus. (16) No entanto, não há três deuses, mas um Deus. (17) Assim o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, e o Espírito Santo é Senhor. (18) Todavia não há três senhores, mas um Senhor. (19) Assim como a veracidade cristã nos obriga a confessar cada pessoa individualmente como sendo Deus e Senhor; (20) Assim também ficamos privados de dizer que hajam três deuses ou senhores... (26) Mas as três pessoas são coeternas, são iguais entre si mesmas; (27) De sorte que por meio de todas, como acima foi dito, tanto a unidade na trindade como a trindade na unidade devem ser adoradas.

2.3 - Negam a eficácia da Bíblia

Como a manipulação dos textos bíblicos é uma constante por parte do Corpo Governante, ensinam que só pode haver compreensão da Bíblia através da inspiração deles, por isso, a Bíblia não deve ser lida sozinha, apenas com a orientação dos seus ensinos.

"Ademais, não só descobrimos que as pessoas ao estudarem apenas a Bíblia não podem discernir o plano divino, mas também descobrimos que, se alguém puser de lado os Estudos das Escrituras, mesmo depois de já os ter usado e de se tornar familiarizado com eles, após os ter lido durante dez anos - se então os puser de lado e ignorá-los indo somente à Bíblia, embora tenha entendido a Bíblia por dez anos, a nossa experiência mostra que dentro de dois anos ficará em trevas. Por outro lado, se tivesse simplesmente lido os Estudos das Escrituras, junto com suas referências, e não lesse uma página da Bíblia sequer, esse alguém estaria na luz no fim de dois anos, porque teria a luz das escrituras" (Atalaia, 15/09/1910; A Sentinela, pp. 511,512 - 15/08/1964)

"Não há dúvida sobre isso. Todos nós precisamos de ajuda para entender a Bíblia, e não podemos encontrar a orientação bíblica de que precisamos fora da organização" (A Sentinela - 15/08/1981, p.19)


2.4 - A Tradução Novo Mundo

Muitas passagens foram modificadas para apoiar suas doutrinas:

Jo 1.1 - "E o verbo era um deus"

Deus com letra minúscula e com um artigo indefinido para apoiar a doutrina ariana.

Lc 23.43 - "Deveras te digo hoje: estarás comigo no Paraíso"

Modificou-se a pontuação para distorcer o sentido.



Hb 1.6 - "E todos os anjos de Deus lhe prestem homenagem"

Até o ano de 1971, as edições continham a expressão "o adorem".

Cl 1.16,17 - "Porque mediante ele foram criadas todas as outras coisas nos céus e na terra... Todas as outras coisas foram criadas por intermédio dele e para ele. Também, ele é antes de todas as outras coisas e todas as outras coisas vieram a existir por meio dele"
Acrescentada a palavra "outras" para dar a idéia de Jesus ter sido criado por Deus.

Gn 1.2 – Ora, a terra mostrava ser sem forma e vazia, e havia escuridão sobre a superfície da água de profundeza, e a força ativa de Deus movia-se por cima da superfície das águas .

Ao invés do Espírito Santo, espírito santo ou a força ativa de Deus.

Gl 6.14 – Que nunca ocorra que eu me jacte, exceto da estaca de tortura de nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem o mundo tem sido para mim pregado numa estaca, e eu para o mundo .

Ao invés da cruz, estaca de tortura, para apoiar a idéia que Cristo foi pregado em um poste ereto, sem trave horizontal.

Lc 2.9 – E, repentinamente, estava parado ao lado deles o anjo de Jeová, e a glória de Jeová reluzia em volta deles,e ficaram muito temerosos.

A inserção do nome Jeová 237 vezes no Novo Testamento, onde ele não consta nos manuscritos gregos

Mt 24.37 – Pois assim como eram os dias de Noé, assim será a presença do Filho do homem.

Ao invés da Segunda Vinda, Presença (que eles acreditam ser invisível).

Tt 2.13 – Ao passo que aguardamos a feliz esperança e a gloriosa manifestação do grande Deus e [do] Salvador de nós, Cristo Jesus .

Separando Deus de Salvador para negar a divindade de Cristo.

2.5 - Refutação Bíblica - A Bíblia Sagrada

A Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus. É o maior livro de todos os tempos: o livro mais lido no mundo (traduzido para um maior número de línguas e dialetos que qualquer outro livro do mundo), o mais vendido (nunca, em nenhuma época, algum livro ultrapassou o número de bíblias vendidas, nem por um momento) e o mais amado, é também o livro mais odiado e mais perseguido do mundo. A existência da Bíblia até os nossos dias é um milagre singular. Ela contém 66 livros, escritos em duas línguas, em sua maioria, por cerca de 40 autores, cobrindo um período de quase 1600 anos. Eles viveram em lugares distantes de três continentes, nas mais variadas condições: no palácio, na choupana, no deserto, no mar, em períodos de paz e de guerra, no campo e na cidade, nas prisões, no calor das batalhas e na alegria das comemorações. Apesar de toda esta diversidade ela apresenta um só pensamento e propósito, uma só mensagem e revelação, com uma perfeita harmonia e sem qualquer contradição.
Toda a Bíblia é inspirada por Deus (II Tm 3.16; II Pe 1.21; At 1.16; II Sm 23.2). Jesus ensinou que Deus inspirou-a nos mínimos detalhes (Mt 5.18) e ele próprio confirmou a veracidade do texto bíblico (Jo 7.16; 8.26). Negar a inspiração plenária da Bíblia é desprezar o testemunho de Cristo (Lc 24.44,45), do Espírito Santo (I Co 2.12,13) e dos apóstolos (II Pe 1.20,21). Suas palavras permanecem para sempre (Is 40.8; Mt 5.18; 24.35; I Pe 1.23,25). Nela não há falhas ou enganos. A Bíblia não mente, ela apenas registra as mentiras proferidas por outros (Is 34.16; Jo 17.17; Sl 93.5; Ez 12.25; Js 21.45). O texto do Cânon Sagrado está completo e não necessita de complemento ou acréscimo algum (Dt 12.32; 4.2; Ap 22.19; Sl 19.7; 119.30). Ela revela aos homens a expressão do amor de Deus para com a humanidade (I Jo 5.3; Rm 13.8-10).

2.6 - Negam a Divindade de Cristo

Ensinam que Jesus foi criado por Jeová, seu Pai, e que o usou para criar as demais criaturas; sendo Cristo a primeira das criaturas de Jeová, ele não é Deus, nem é eterno: assim ensinam.

"Jesus foi a primeira criação direta de Jeová Deus" (Está Próximo o Reino, p. 46)

"Alguns insistem que Jesus, na Terra, era tanto Deus quanto homem. Essa teoria é errada"(Seja Deus Verdadeiro, p.86)

"Jesus foi chamado de Filho Unigênito de Deus porque Jeová o criou diretamente... Depois de Jeová tê-lo trazido à existência, a Palavra passou eras com Deus no céu antes de tornar-se homem na Terra... Através de incontáveis anos de íntima associação, o obediente Filho se tornou muito semelhante a seu Pai, Jeová" (Conhecimento Que Conduz Á Vida Eterna, p. 39)

2.7 - Refutação Bíblica - Divindade de Cristo

Jesus Cristo é Deus. Veja a tabela abaixo.

Título
O Pai
O Filho

Jeová
Sl 83.18; I Sm 2.2; I Cr 17.20
Is 40.3 compare com Mt 3.3; Is 6.1,10 compare com Jo 12.38-41, Jr 23.5,6

Deus
Jo 17.3, I Co 8.6
Jo 1.1; Rm 9.5; Hb 1.8 compare com Sl 45.6,7; Cl 2.9; I Jo 5.20

Senhor
Dt 10.17; Is 40.10
Fp 2.10,11; I Pe 3.15; Ap 17.14; 19.11,16 compare com Mt 24.30; Rm 14.9; At 10.36; Rm 10.9,12; I Co 12.3; Ef 1.20-22

Deus Poderoso
Is 10.20,21; Jr 32.18
Is 9.6

Deus de Israel
Sl 72.18
Lc 1.16,17

Todo-Poderoso
II Cr 20.6
Mt 28.18; Hb 1.3

Eterno
Sl 90.2; 93.2
Is 9.6; Mq 5.2; Jo 8.58; 17.5,24;

Ap 1.17,18; Hb 13.8

Onipotente
Is 14.27; Ef 1.19
Fp 3.21; Ap 3.7

Onipresente
Hb 4.13; Am 9.2,3
Mt 18.20, 28.20; Jo 3.13

Onisciente
Dn 2.20-22; I Cr 28.9
Jo 2.24,25; 16.30; 6.64; 18.4; Mt 9.3,4

Criador
Is 44.24; 45.18; Ne 9.6; Sl 145.5,6
Jo 1.1-3; Cl 1.16-18; Hb 1.2,10

Quem pode dar a vida
Dt 32.39; At 17.24,25
Jo 11.25; 5.21

Quem deve ser adorado
Lc 4.8
Jo 5.23; Mt 28.9; Jo 20.28; Hb 1.6

Salvador
Is 43.11
At 4.12; II Tm 1.10

Primeiro e Último
Is 44.6; Ap 1.8
Ap 1.17,18; 22.13

A Única Rocha
Is 44.8; Sl 92.15
I Co 10.1-4; I Pe 2.5,6

Santo
Lv 19.2; Is 6.3
At 3.14; Ap 15.4

Habita nos fiéis
Jo 14.23; II Co 6.16; I Jo 4.12-16
Jo 17.23; Ef 3.17; Ap 3.20

Inspirou as Escrituras Sagradas
II Tm 3.16; Hb 1.1
I Pe 1.11; Ef 4.11; II Co 13.3



Algumas considerações sobre a divindade de Cristo:

a) Quando Jesus afirmou em Jo 10.30: "Eu e o Pai somos um" utilizou o artigo no gênero neutro (hen) e não no masculino (que seria heis). Ele não estava dizendo que era a mesma pessoa que o Pai, mas a mesma substância.

b) A Bíblia afirma que só há um Deus e não há outro (Is 45.5; 43.10). Se considerarmos que Jesus é Deus diferente do Pai, então isto é politeísmo ou, no mínimo, henoteísmo (forma de religião em que se cultua um só Deus sem que se exclua a existência de outros - Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa).

c) A Bíblia afirma que existe apenas um Salvador (Is 43.11; 45.21). Como pode Jesus ser também o único Salvador, se não forem o mesmo Deus? (At 4.12; II Tm 1.10).

d) Só pode haver um que é o primeiro (o outro seria o segundo) e apenas um que seria o último (o outro seria o penúltimo). Tanto o Pai quanto o Filho assim se chamam (Is 44.6; Ap 21.6; 22.13-16).

e) Deus Pai é Jeová. O Salmo 68.18 diz que Jeová ascendeu ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dádivas. Paulo aplica esta passagem a Cristo (Ef 4.7,8).

f) Isaías profetizou de um que viria desobstruir o caminho de Jeová (Is 40.3). Mt 3.3 afirma que este é João Batista, o que foi confirmado por ele próprio (Jo 1.23). Seu pai profetizou que ele iria à frente de Jeová (Lc 1.76). O próprio João afirmou que o Jeová que ele veio à frente é Jesus (Jo 1.30).

g) Isaías 6.1-3 fala da glória de Jeová. Os vv. 8-10 revelam uma declaração de Jeová. João disse que Isaías fala de Cristo, vendo a sua glória (Jo 12.40,41). Paulo afirma que quem falou a Isaías foi o Espírito Santo (At 28.25,26).

h) Apenas um pode ser o Senhor dos senhores (Dt 10.17 - Ap 17.14; 19.16).

i) Salmo 45.6,7 fala de um Deus ungindo outro Deus. Gn 19.24 fala de um Jeová fazendo descer fogo de outro Jeová. Estas passagens só podem ser entendidas quando cremos que Jesus é Deus e também é Jeová.

2.8 - Negam a existência do Inferno

Acreditam que o inferno é a própria sepultura, e que as pessoas vão ao inferno, portanto, quando morrem. Na ressurreição do último dia os justos serão ressuscitados e os ímpios serão destruídos.

"É tão patente que o Inferno da Bíblia ou sepultura comum da humanidade, que até mesmo uma criança sincera pode entender isso, mas não os teólogos religiosos" (Seja Deus Verdadeiro, p.89)



"O Seol e o Hades não se referem a um lugar de tormento, mas à sepultura da humanidade" (Poderá Viver Para Sempre Num Paraíso Na Terra, p. 83)

2.9 - Refutação Bíblica - Inferno

A palavra "Inferno" vem do latiminfernus, que significa lugar inferior. Foi usada por Jerônimo, na Vulgata Latina, para traduzir do hebraico a palavraSheolno Velho Testamento, e do grego as palavrasGeena,HadeseAbyssosno Novo Testamento.

A palavra hebraicaSheolaparece 65 vezes no Velho Testamento significando lugar invisível dos mortos. Esta palavra só é mencionada em relação à alma dos mortos, e não em relação aos corpos (Sl 16.10; 30.3; 86.13; 89.48; Pv 23.14). A palavra gregaHadesaparece 10 vezes no Novo Testamento (Mt 11.23; 16.18; Lc 10.15; 16.23; At 2.27, 31; Ap 1.18; 6.8; 20.13,14) e em nenhuma delas pode ser traduzida por sepultura.Hadesé o estágio intermediário dos mortos: não é o inferno ainda propriamente dito (Lc 16.23; Ap 20.13,14). A palavra gregaGeenatambém foi usada por Cristo significando condenação eterna (Mc 9.47,48; Mt 5.29,30; 18.9).

A Bíblia revela que:

a) O inferno existe: Mt 10.28
b) Foi preparado para o Diabo e seus anjos: Mt 25.41
c) Os ímpios serão lançados no inferno: Sl 9.17; Mt 25.46; II Ts 1.8,9; Ap 14.9-11

A justiça de Deus é ratificada pela existência do Inferno:

a) Deus é justo: Gn 18.25
b) Cada um escolhe o seu destino eterno; é o livre-arbítro: Gl 6.7
c) Por atos e decisões erradas os homens serão castigados: Na 1.3; Ec 11.9; Ed 8.22

Jesus falou acerca do Inferno:

a) Fornalha de fogo : Mt 13.41,42
b) Prantos e ranger de dentes: Mt 49.50; 24.50,51
c) Choro e ranger de dentes: Lc 13.27,28
d) Trevas externas: Mt 22.13; 25.30
e) Será castigo: Lc 12.46-48
f) Fogo do Inferno: Mc 9.47,48
g) Lançar no Inferno: Lc 12.4,5

2.10 - Negam a Imortalidade da Alma

Visto que as almas dos ímpios serão destruídas, conforme ensinam, a alma dos tais não é imortal e vai deixar de existir.

"A Bíblia, porém, revela a verdade sobre a condição dos mortos. Diz claramente que sua alma é você, não uma parte misteriosa de você que continua viva após a morte" (A Sentinela - 01/02/1997, p. 5)

"Considere o que aconteceu a Adão quando morreu. Quando ele pecou, Deus lhe disse: "[Voltarás] ao solo, pois dele foste tomado. Porque tu és pó e ao pó voltarás" (Gênesis 3.19). Pense no que isto significa. Antes de Deus criar Adão do pó, ele não existia. Após a sua morte, Adão voltou ao mesmo estado de inexistência" (A Sentinela - 15/05/1997, p. 6).

2.11 - Refutação Bíblica - Imortalidade da Alma

A alma é uma substância incorpórea e invisível do homem, inseparável do espírito, embora distinta dele (Hb 4.12, I Ts 5.23).

A palavra alma, na Bíblia, é traduzida com vários significados: como pessoa em si (Gn 2.7; Ez 18.7; Êx 1.5), como sangue (Lv 17.14; Gn 9.4) , como expressão psíquica (Nm 21.5; Dt 12.20; Ec 2.24; Jó 33.20; Sl 107.18; Mq 7.1; Dt 4.29; Jó 7.15), como vida (Jó 12.10) e como entidade ou parte imaterial que sobrevive à morte do corpo (Mt 10.28; Ap 6.9; I Rs 17.21).Nossa esperança é que a nossa alma viverá para sempre com Cristo (Fp 1.23; II Co 5.1,2,6,8).

2.12 - Ensinam que somente 144.000 vão para o céu

Apenas um grupo reduzido de 144.000 pessoas, nascidos a contar de Adão até o ano de 1935 deverão ir para o céu. Os demais que forem fiéis a Jeová habitarão na Terra restaurada, que será o Paraíso: assim ensinam.

"Em 1884, quase todos os associados com o Israel de Deus eram cristãos ungidos. Aos poucos, porém, começou a surgir outro grupo, e em 1935 este grupo foi identificado como "a grande multidão" de Revelação capítulo 7. Estes, tendo esperança terrestre, são "as coisas da terra", que Jeová se propõem a juntar com Cristo (Efésios 1.10). São as "outras ovelhas" da parábola de Jesus a respeito dos apriscos (João 10.16) ... Atualmente, quase todos os anciãos congregacionais são das outras ovelhas". (A Sentinela - 15/05/1997, pp. 18,19)

"Está próxima a união de Jesus com todos os 144.000 no céu para o casamento do Cordeiro" (A Sentinela - 15/05/1997, p. 20)

"A esperança celestial foi mantida, realçada e enfatizada até perto do ano de 1935. Então uma luz brilhou para revelar claramente a identidade da "grande multidão" de Ap. 7.9, a ênfase então começou a ser dada na esperança terrena" (A Sentinela - 01/02/1982, p.28)

"Nascer de novo, gerados como filhos espirituais de Deus, é necessário para os que entram no reino espiritual de Deus" (Certifica-vos De Todas As Coisas E Apegai-vos Ao Que É Excelente, p. 320)


Testemunhas de Jeová

2.13 - Refutação Bíblia - os 144.000 e o Céu

A STV ensina que há duas classes de Testemunhas de Jeová: os ungidos, num total de 144.000, que nasceram de novo e vão morar no céu. Os demais não precisam nascer de novo e não vão para o céu: viverão num paraíso quando a Terra for restaurada, o que vai acontecer após o Armagedom.

A Bíblia fala da necessidade de todos de nascer de novo (Jo 3.3-7; Jo 1.12,13) e os que não nascem de novo não são de Deus, nem o agradam (Rm 8.8,9). Ensina também que a salvação é para todos os creêm em Cristo e o aceitam (At 17.30; Tt 2.11) assim como a esperança celestial (Jo 14.2; Hb 9.28; 11.13-16).

A Bíblia cita a Grande Multidão duas vezes: em Ap 7.9 ela está diante do trono de Deus (se o trono de Deus está no céu – Sl 11.4, é lá que deve estar a grande multidão, e não na terra, como quer a STV) e em Ap 19.1 ela está no céu. As outras ovelhas de João 10.16 são os gentios que não pertenciam à família de Israel e que em Cristo tornaram-se filhos de Deus (Ef 2.11-19) e aqui se trata de um só rebanho e não dois (um na terra e outro no céu).

Ainda segundo a STV, os da Grande Multidão: não podem tornar-se membros do corpo de Cristo (I Co 12.27), não podem compartilhar o reino celestial de Cristo (II Tm 4.18), não são autorizados a compartilhar da comunhão do pão e do cálice (I Cor 10.16,17), não fazem parte de uma nova aliança mediada por Cristo (Hb 12.24) e não podem ser completamente justificados pela fé em Cristo Jesus (Rm 3.26).

Os 144.000 são um grupo de judeus, 12.000 de cada tribo de Israel (Ap 7.5-8). A STV diz que são o Israel espiritual. Paulo porém afirma que o Israel espiritual é a Igreja em sua totalidade (Rm 9.6,7; Gl 3.7)

A Bíblia nos assegura que o Céu é um lugar definido. É um lugar planejado pelo maior dos arquitetos: Deus (Hb 11.10) e é a sua morada (Dt 4.39). Jesus nos prometeu "vou preparar-vos lugar": é promessa divina.



Cristo prometeu levar-nos para onde ele iria (Jo 14.2,3) e ele está no céu (Rm 8.34; Mc 16.19)
O Cristão tem firme esperança do céu, isto é garantido pela ressurreição de Cristo (I Pe 1.3,4)
Nossa morada final é o céu (II Co 5.1,2; Fp 3.20)
Será nossa morada eterna (Sl 23.6)
2.14 - Negam a Ressurreição Corporal de Cristo

Afirmam que quando Cristo ressuscitou, possuia um corpo diferente, não humano.



"O corpo humano, ao qual Jesus renunciou para sempre como um sacrifício redentor, foi despojado pelo poder de Deus, mas não pelo fogo do altar do Templo de Jerusalém. A carne de um sacrifício é sempre despojada e tirada da existência, e assim não se corrompe" (Coisas Em Que É Impossível Que Deus Minta, p. 354)

"Jeová não enviou um anjo à Terra, para este fingir morrer, sacrificando um corpo encarnado, enquanto continuava vivo como espírito" (A Sentinela - 01/02/1997, p. 11)

2.15 - Refutação Bíblica - Ressurreição Corporal de Cristo

O próprio Cristo apresentou-se aos discípulos desfazendo a idéia de ser um espírito (Lc 24.39; Jo 20.20). Ele já havia profetizado acerca disto (Jo 2.19-21). Os líderes religiosos da época tomaram precauções para impedir o roubo do corpo: a guarda (Mt 27.66), a pedra e o selo (Mt 27.60). Era humanamente impossível a intervenção dos discípulos!

A Bíblia relata várias aparições de Cristo após a ressurreição: A Maria Madalena (Mc 16.19), a outras mulheres (Mt 28.9), a Pedro (I Co 15.5), a dois discípulos (Lc 24.15-31), a dez discípulos, estando Tomé ausente (Jo 20.19,24), aos onze (Jo 20.26-28), aos onze novamente, na Galiléia (Mt 28.16,17), a quinhentos irmãos (I Co 15.6), a Tiago (I Co 15.7), a sete discípulos, pescando (Jo 21.1-14) e outras.

Sua ressurreição tornou-se a verdade central do evangelho: At 1.3; 2.23,24; 3.14,15; 4.33; 10.39-41; Rm 1.4; 4.25; 10.9; I Co 15.4; Ef 1.20; I Ts 4.14; I Pe 1.3.


2.16 - Negam a personalidade do Espírito Santo

Ensinam que o Espírito Santo não é uma pessoa. Ele é uma força: a força ativa de Jeová, que é usada pelo mesmo para realizar os seus propósitos.



"O espírito santo de Deus não é uma pessoa. É a força ativa de Jeová, usada pelo Todo-Poderoso para realizar seus propósitos" (Conhecimento Que Conduz À Vida Eterna, p. 31)

2.17 - Refutação Bíblica - Personalidade do Espírito Santo

O Espírito Santo é uma pessoa:

a) Ele tem ações e atitudes de uma pessoa:



Guia, anuncia: Jo 16.13
Intercede: Rm 8.26,27

Fala: At 13.12; Ap 12.7
Revela: II Pe 1.2

Ensina: Jo 14.26
Testemunha: Jo 15.26

Comanda: At 16.13
Decide: At 15.28

Convence: Jo 16.7,8
Dirige: At 8.29


b) Ele tem sentimentos próprios:

Tem vontade: I Co 12.11
Sente tristeza: Ef 4.30

Sente-se magoado: Is 63.10
Podemos mentir a Ele: At 5.3

Podemos blasfemar contra Ele: Mt 12.31,32
Pode ser ofendido: Hb 10.29

Podemos resistir a Ele: At 7.51
Podemos obedecê-lo: At 10.19-21



O Espírito Santo possui atributos divinos. Ele é:

Deus (At 5.3,4; 7.51 compare com Sl 78.18,19; II Cor 3.17,18).
Jeová (Jz 15.14 compare com 16.20; Hb 3.7-9 compare com Sl 95.6-11 e Êx 17.7; At 28.25,26 compare com Is 6.8-10).
Deus de Israel (II Sm 23.2,3)
Senhor (At 7.51 compare com II Rs 17.14)
Onipotente (Lc 1.35; Zc 4.6)
Eterno (Gn 1.2; Hb 9.14)
Onipresente (Sl 139.7-12; I Co 3.16; Jo 14.17)
Onisciente (Ez 11.35; Rm 8.26,27; I Co 2.10,11; I Tm 4.1)
Criador (Jó 33.4; Sl 104.30; Is 40.13)
Doador da vida (Jó 33.4; Lc 1.35; Rm 8.2,11)
Santo (Is 63.10; Rm 15.16)
Inspirador das Escrituras (II Sm 23.1,2; Mc 12.36; II Pe 1.21)
O que habita nos fiéis (Rm 8.8,9,11; I CO 3.16; 6.19; Jo 14.17; II Tm 1.14; Tg 4.5)
Como pode alguém ser batizado em uma pessoa?

Isto acontece em sentido figurado: significa ser totalmente envolvido ou revestido pelo Espírito Santo. A Bíblia fala em ser batizado em Cristo (Gl 3.27; Rm 6.3) e Moisés (I Co 10.2) e eles também são pessoas. A Bíblia fala de também de Satanás, que também é uma pessoa possuindo alguém (Lc 22.3).

A Bíblia fala de derramamento do Espírito Santo (At 2.17). Como pode uma pessoa ser derramada?

Tem o sentido de entrega de forma abundante. A Bíblia fala de Paulo sendo derramado, ou oferecido em libação, que é o derramamento de líquido em cerimonial religioso (Fp 2.17; II Tm 4.6) e Cristo também (Sl 22.14).


- Obras Consultadas

As Testemunhas De Jeová E A Trindade, Walter Martin, Icp (Folheto)
Como Responder Às Testemunhas De Jeová - Comentário Exegético E Explicativo - Vol. I, Esequias Soares Da Silva, Editora Candeia, 1995.
Testemunhas De Jeová - Comentário Exegético E Explicativo - Vol. Ii, Esequias Soares Da Silva, Editora Candeia, 1995.
Desmascarando As Seitas, Natanael Rinaldi E Paulo Romeiro, Cpad, 1996.
As Testemunhas De Jeová - Refutadas Versículo Por Versículo, David Reed, Juerp, 1989.
Evidência Que Exige Um Veredito, Josh Mcdowell, Editora Candeia.
Lições Bíblicas - 2º Trim./1997 - Seitas E Heresias, Cpad, 1997.
Bíblia De Referência Thompson, Editora Vida, 1992.
Bíblia De Estudo Pentecostal, Cpad, 1995.
Enciclopéida De Dificuldades Bíblicas, Gleason Archer, Editora Vida.
Porque Devo Crer Na Trindade, Robert M. Bowman Jr., Editora Candeia, 1996.
A Santa Trindade, Eurico Bergstén, Cpad, 1989
Jesus, Uma Defesa Bíblica Da Sua Divindade, Josh Mcdowell & Bart Larson, Editora Candeia, 2ª Edição, 1994.


OBS.: As obras da Sociedade Torre de Vigia são citadas em cada referência onde aparecem

Re: António Madaleno
Escrito por: CP (IP registado)
Data: 25 de February de 2002 00:17

Ah sim, António:

Por favor não faça aqui um paste de uma versão censurada da vossa história. Se esta versão aqui estiver errada, refute ponto-a-ponto. Obrigada.

Re: António Madaleno
Escrito por: António Madaleno (IP registado)
Data: 25 de February de 2002 21:31

Vou-me esforçar a responder ponto-por-ponto àquilo que apresentou, embora sobre a Trindade já tenha tocado em alguns pontos. Quanto à versão censurada da história, não entendo o que quer dizer, visto algumas das coisas que mencionou com respeito à nossa história foram evidentemente retiradas de relatos nossos sobre a nossa história, embora alguns não estejam assim tão correctos.

Entenderá, contudo que explanar todos os assuntos aos quais se referiu irá demorar algum tempo. Assim que puder lhe enviarei a resposta.

Re: últimos cartuchos...
Escrito por: Lugo (IP registado)
Data: 26 de February de 2002 01:49

Parece que nos estamos a alongar demasiado sobre este assunto, mas não resisto a complementar aquilo que o CP disse com alguns pontos.

Volto a referir que a conduta pessoal das Testemunhas de Jeová (TJ) nunca aqui foi posta em causa, pelo menos, por mim, mas lendo o que o António escreve, parece-me que as TJ se consideram as únicas que tem amor uns pelos outros (Jo 13, 35) e dignas de se considerarem, apenas elas, como reconhecidas como discípulos de Cristo. O que lhe posso garantir, é que todas as TJ que conheci, são pessoas normais como eu ou como o António, que erram e que caiem como os outros... ou não fossemos nós seres humanos.

Quanto ao facto das Testemunhas de Jeová não se intitularem como profetas, isso não é correcto. Isto é, talvez elas não se considerem como profetas mas foi a organização WatchTower (Torre de Vigia) que assim se considerou (ver a revista The Watchtower, número de 1 de Abril de 1972, p. 197, versão original), e por conseguinte, é a esta organização que me referia como Falso Profeta.

Tenho que admitir que sempre achei curioso o número 144.000 e, em tom de brincadeira, nós cristãos sempre vamos dizendo que pelo menos o "nosso" Deus tem lugar para todos os que merecerem ir para o Céu :-) !?! Voltando aos factos, o número dos 144.000 que se salvam vem referido duas vezes no livro do Apocalipse: Ap 7, 4-8 e Ap 14, 4. Na primeira, faz referência as 144.000 judeus, sendo 12.000 de cada uma das tribos dos filhos de Israel; na segunda, faz referência a 144.000 homens e virgens «Estes são os que não se contaminaram com mulheres: são virgens.» Pelo que eu saiba, as Testemunhas de Jeová não são judaicas nem praticam qualquer tipo de celibato. Ora, se então optam por afirmar que o facto de serem judeus, homens e virgens é em sentido figurativo, como explica que o número 144.000 não o seja, quando na Bíblia, acontece precisamente o contrário: a grande maioria das vezes que se utilizam números, estes são usados em sentido figurativo, e que defenda que apenas dos membros das Testemundas de Jeová sairão estes 144.000? É defender o indefensável!

Mais, as TJ defendem que Adão e Eva existiram de facto... vem na Bíblia... Ora, que eu saiba, Deus apenas criou um homem (Adão) e uma mulher (Eva), que tiveram dois filhos: Abel e Caim. Mais tarde Caim matou Abel. Mas então, com quem casou Caim (Gen 4, 17) e teve um filho de nome Henoc?

Porque é que as TJ continuam a afirmar que a Criação do Mundo foi como vem no Génesis quando está mais que provado cientificamente que tal era impossível e não seguem o exemplo dos cristãos que consideram a Bíblia como um livro com uma mensagem de Salvação que é para ser lido dentro do seu contexto. Não se trata de um livro histórico nem científico. (Nota: Deus cria as ervas, árvores e frutos no terceiro dia, mas apenas os luzeiros, Sol e Lua no quarto dia. Ora, sem Sol, como as ervas, árvores e frutos se viveriam?).

Já agora, e por curiosidade, porque é que as TJ não celebram o Natal - Nascimento de Jesus Cristo? Todos nós sabemos que ele não nasceu a 25 de Dezembro. A Igreja Católica Romana convencionou essa data, embora para os Ortodoxos o Natal seja celebrado no dia da Epifania do Senhor, sendo uma festa móvel, tal como é a Páscoa. Mas mesmo assim o celebram!

Aliás, porque é que as TJ não celebram qualquer tipo de aniversário? Ou porque quando estamos todos numa festa e decidimos fazer um brinde as TJ se recusam a brindar? Superstição?

Se a mensagem de Deus é uma mensagem de amor, porque é que sempre que sou abordado por uma TJ a abordagem é sempre através do Medo: "O sol já não brilha como brilhava...", "O mundo está perto do fim..."; e a oposição é sempre contra a Igreja Católica Romana, quando só faz sentido falar de Igreja Católica Romana após a separação com o Oriente já em 1054? Aliás, o Credo de Niceia-Constantinopla é defendido por Católicos, Ortodoxos e Igrejas da Reforma (ou Protestantes) e é nele que são afirmadas as verdades da Fé Cristã...

Quanto à ressurreição de Jesus Cristo, fico na dúvida se as TJ acreditam que Jesus Cristo ressuscitou de facto no mesmo corpo em que foi crucificado, ou não ressuscitou... mas sim, apareceu em forma de criatura espiritual... (Lc 24, 36-43). Já agora, devemos rezar a Jesus Cristo ou a Deus Pai, visto para as TJ Jesus Cristo não é Deus, e Deus é diferente de Jesus Cristo?

Quanto à questão da comida, tanto quanto sei, as TJ abstêm-se do sangue, mas por ventura também seguem os costumes dos judeus e cumprem o que diz Lev 11 (quanto aos animais impuros, animais aquáticos e aves)?

Já agora, o que é que acontece aos elementos das TJ que, por exemplo, por razões profissionais, não tem tempo para andar de porta em porta como é costume das TJ?

Para terminar, gostava que partilhasse connosco o vosso ritual de baptismo, e aquilo que é proferido e é questionado ao baptizado se concorda antes de ser baptizado.


António,

Poderíamos estar aqui o tempo que nos fosse possível que penso que nenhum de nós mudaria de opinião sobre o que fosse. Aliás, é essa uma das coisas que os cristãos apontam às Testemunhas de Jeová, é que após a evidencia que aquilo que defendem está errado, são incapazes de assumir o erro, ou até mesmo colocar a hipótese da dúvida.

Aproveito para recordar que o Paroquias.org é um site católico, e tem por objectivo divulgar a fé cristã, recebida por Jesus Cristo e transmitida ao longo dos anos pela Tradição Viva da Igreja Católica Romana.

Não vejo razão para não estender os assuntos de discussão a outras Igrejas Cristãs e cultos, até porque é importante, no nosso entender, esclarecer algumas ideias pré-concebidas que alguns possam ter. Todavia, não devemos esquecer que o nosso principal objectivo não é apontar os erros dos outros mas sim divulgar a fé cristã.

Lugo

P.S. Uma montanha nunca se aproxima doutra montanha...

Re: António Madaleno
Escrito por: Lugo (IP registado)
Data: 26 de February de 2002 02:05

Espero que a explanação não contenha demasiadas transcrições de textos de enciclopédias ou dicionários, pois o copy/paste dificulta a leitura e a compreensão da ideia base.

Lugo

Re: António Madaleno
Escrito por: Helena (IP registado)
Data: 26 de February de 2002 21:19

Viva António:

Chamo-me Helena, vivo no Minho e estou casada com um "irmão" seu. Se duvidar, também estou disposta para uma conversa telefónica para confirmação de minha identidade.
Já muitas vêzes conversei com o meu marido e outros do salão dele sobre perguntas que não têm respostas lógicas da minha parte.
Encontrei uma carta que foi escrita aos vossos directores ou líderes por uma pessoa que não é e nunca foi TJ. Já vi que isso é importante para vocês, pelo menos o meu marido nada aceita que venha de fontes diferentes.
Tenho seguido a discussão aqui e noutros fóruns. Acho aquelas TJ que correspondem aqui sobre transfusões muito inovadoras. Acho também que o que foi descoberto no Público sobre a vossa casa-mãe nos EUA sobre a ONU é caricato e o meu marido ficou sem reposta a dar-me.:) Levamos as nossas discussões na desportiva, também. Doutra forma nem dava...

Agora ele não foi capaz de refutar ponto - a-ponto esta carta e não a quis levar a outros TJ para saber mais opiniões. Assim pergunto a sí ou a qualquer leitor se conseguem dar a resposta que eta carta nunca recebeu da vossa hirarquia.

Responda no fórum, por favor. Evito contactos pessoais, mas não excluo essa hipótese, até se eventualmente for um homen do norte!

Aqui vai:
Carta de Eric Hunter Para o Corpo Governante das Testemunhas de Jeová

Eric V. Hunter


Façam o favor de responder a esta carta, especialmente porque será enviada simultaneamente para cerca de cinco pessoas que presentemente são Testemunhas. Se forem capazes de refutar qualquer afirmação que faço aqui, façam-no na vossa resposta e eu enviarei uma carta para as mesmas cinco Testemunhas mencionando esse facto. Eu não desejo participar em desonestidades, por isso podem estar certos que eu tomarei nota e distribuirei qualquer refutação honesta dos meus argumentos. Da mesma forma, se fracassarem em refutar qualquer dos pontos, serão enviadas cartas para estas mesmas Testemunhas, assinalando a vossa incapacidade em refutar estas afirmações. Além disso, quaisquer ataques pessoais maliciosos que me façam, directa ou indirectamente, serão encaminhados para o meu advogado.

Peço-vos que enviem informação a respeito da 'Nova Luz' acerca da geração de 1914, bem como assistência financeira, para o meu pai, Edwin Hunter, que está nas Honduras. Há alguns anos, ele casou outra vez, vendeu todas as propriedades que a família tinha em Rockport, Texas, e mudou-se para o país de Belize, para passar o tempo que resta antes do Armagedom servindo “onde a necessidade é maior”. Algum tempo depois desta mudança ele passou a morar nas Honduras e o dinheiro que tinha já desapareceu quase todo.

Não há dúvida que a mudança teocrática do meu pai se baseou na doutrina (que entretanto foi abandonada) acerca da “promessa do Criador de estabelecer um novo mundo pacífico e seguro antes que passe a geração que viu os acontecimentos de 1914”. Esta citação é tirada directamente da Awake! [Despertai!] de 8 de Agosto de 1994, página 4, debaixo do subtítulo “Porque Despertai! é Publicada...” Tanto quanto sei, esta mesma citação é válida para todas as revistas Awake! [Despertai!] até meados de Novembro de 1995. Por volta desta data, na página 4, sob o mesmo cabeçalho “Porque Despertai! é Publicada...”, estas palavras são subtilmente alteradas para a sua forma actual. Citando mais uma vez directamente a revista Awake! [Despertai!] de 8 de Maio de 1996, na página 4, agora lemos: “Promessa do Criador de um novo mundo pacífico e seguro que está prestes a substituir o actual sistema de coisas perverso e anárquico”.

É claro que fizeram esta mudança devido à 'nova luz' que veio na revista Watchtower [Sentinela] de 1 de Novembro de 1995, página 18:

”Ansiosos por ver o fim deste sistema iníquo, o povo de Jeová no passado especulou algumas vezes acerca do tempo em que a “grande tribulação” se iniciaria, até mesmo ligando isto a cálculos acerca de qual é o tempo de vida de uma geração desde 1914. Contudo, nós podemos ter um coração de sabedoria, não por especular acerca de quantos anos ou dias dura uma geração, mas sim pensando em como “contamos os nossos dias” ao trazer louvor agradável para Jeová.”

E no mesmo artigo, na página 19:

Portanto, no cumprimento final da profecia de Jesus hoje, “esta geração” aparentemente refere-se aos povos da terra que vêem o sinal da presença de Cristo mas deixam de emendar os seus caminhos.”

Portanto, conforme os senhores e eu sabemos, e conforme os vossos seguidores estão a começar a aperceber-se, o Armagedom já não está mais ligado de maneira nenhuma à geração que nasceu literalmente em 1914 ou antes dessa data. A revista Newsweek até publicou um artigo sobre esta mudança doutrinal. A edição de 18 de Dezembro de 1995, página 59, num artigo assinado por Kenneth L. Woodard e Joel P. Engadio, diz:

"Parece que agora todas as apostas sobre o milénio estão fora de moda. Na edição do mês passado da revista The Watchtower [A Sentinela], os líderes da seita reconheceram disfarçadamente que Jesus é que tinha razão quando disse que “ninguém sabe o dia nem a hora.” A revista agora deixa subentendido que todas as referências anteriores a tabelas cronológicas para o Armagedom eram especulação e não doutrina fundamentada. O ano 1914 ainda marca o início dos últimos dias. Mas aqueles que esperavam testemunhar a batalha do Armagedom e o estabelecimento do reino de Deus na terra terão de esperar. De agora em diante, qualquer geração que sofra calamidades como a guerra e pragas como a SIDA pode ser aquela que presenciará o tempo do fim. Resumindo, o crescente número de Testemunhas da classe média fariam bem em arranjar um seguro de vida...”

”Representantes oficiais da Watchtower Bible and Tract Society (o título oficial das Testemunhas) negam que a liderança tenha sentido uma pressão das novas gerações para mudar. “O fim ainda está próximo”, disse o porta-voz das Testemunhas, Bob Pevy. “Nós é que não podemos pôr números nas palavras de Jesus...”

Depois de ler a carta mais recente que o meu pai me enviou, vejo que ele ainda acredita numa doutrina que vocês próprios já abandonaram. Portanto façam o favor de lhe escrever e informá-lo da mudança na doutrina, para que ele tome agora decisões quanto à sua situação financeira e geográfica. E se não se importam, como foram os vocês as pessoas que lhe pediram que se mudasse e gastasse todo o seu dinheiro com o ensino errado da 'Geração de 1914', mandem-lhe assistência financeira para que ele possa continuar no trabalho de pregação que, segundo o vosso próprio entendimento, pode continuar durante centenas de anos.

O meu pai também disse, numa carta dirigida à minha irmã, que o corpo governante nunca mencionou datas específicas para o Armagedom. Importam-se de lhe dizer que essa afirmação é falsa? Caso precisem de ajuda para se recordarem das vossas predições falhadas, façam o favor de ler as seguintes citações que se encontram nos vossos livros:

O livro Thy Kingdom Come [Venha o Teu Reino, vol. 3 de Studies in the Scriptures (Estudos das Escrituras)], edição de 1891, disse na página 153:

.... com o fim de 1914 A.D., aquela que Deus chama Babilónia, e que os homens chamam Cristandade, terá morrido, conforme já se mostrou a partir da profecia.

A edição de 1906 do mesmo livro disse na página 228:

É evidente que a libertação dos santos tem necessariamente de ocorrer algum tempo antes de 1914.... Não somos directamente informados quanto tempo antes de 1914 o último membro vivo do corpo de Cristo será glorificado. [negrito acrescentado]

A edição de 1916 do mesmo livro alterou o texto dessa página conforme se pode ver a seguir (as alterações introduzidas relativamente à edição de 1906 estão assinaladas a negrito):

É evidente que a libertação dos santos tem necessariamente de ocorrer algum tempo depois de 1914.... Não somos directamente informados quanto tempo depois de 1914 o último membro vivo do corpo de Cristo será glorificado.

O livro The Finished Mystery [O Mistério Consumado], de 1917, disse nas páginas 62 e 64, de forma autoritária:

A informação apresentada nos comentários acerca de Rev. 1:1... prova que a Primavera de 1918 trará sobre a Cristandade um espasmo de angústia ainda maior do que aquele que sentiram no Outono de 1914. O despertar dos santos adormecidos, em 1878 A.D., estava a meio caminho (três anos e meio para cada lado) entre o começo dos Tempos de Restituição em 1874 e a terminação da Chamada Celestial, em 1881. A nossa afirmação é que a glorificação do Pequeno Rebanho na Primavera de 1918 estará a meio caminho (três anos e meio para cada lado) entre a terminação dos Tempos dos Gentios e a terminação do Caminho Celestial, em 1921 A.D.

O livro Millions Now Living Will Never Die [Milhões que Agora Vivem Jamais Morrerão], edição de 1920, disse o seguinte nas páginas 89-90:

Conforme declarámos aqui, o grande ciclo dos jubileus está destinado a começar em 1925. Nesse tempo a fase terrestre do reino será reconhecida.... Portanto, podemos esperar confiantemente que 1925 marcará o regresso de Abraão, Isaque, Jacó e dos fiéis profetas da antiguidade, especialmente aqueles mencionados por nome pelo apóstolo em Hebreus capítulo onze, à condição de perfeição humana.

Na página 97 esse livro disse:

Então, com base no argumento aqui exposto, segundo o qual a velha ordem de coisas, o velho mundo, está a acabar e portanto a passar, e que a nova ordem está a chegar, e que 1925 assinalará a ressurreição dos fiéis merecedores da antiguidade e o começo da reconstrução, é razoável concluir que milhões de pessoas agora na terra ainda estarão na terra em 1925. Portanto, com base nas promessas apresentadas na Palavra divina, temos de tirar a conclusão definitiva e indiscutível de que milhões que agora vivem jamais morrerão. [negrito acrescentado]

A Watch Tower de 1 de Setembro de 1922 disse na página 262:

.... toda a Europa é como uma panela a ferver, com a intensidade do calor sempre a crescer. Se alguém que estudou a Bíblia viajar através da Europa e não ficar convencido que o mundo acabou, que o dia da vingança de Deus está aqui, que o reino Messiânico está a chegar, então leu a Bíblia em vão. Os factos físicos mostram de modo inquestionável que em 1914 terminaram os tempos dos gentios, e tal como o Senhor predisse, a velha ordem está a ser destruída pela guerra, fome, pestilência e revolução.

A data 1925 é indicada pela Escrituras de forma ainda mais distinta, porque é fixada pela lei que Deus deu a Israel. Vendo a actual situação na Europa, perguntamo-nos como será possível aguentar a explosão durante mais tempo; e talvez mesmo antes de 1925 a grande crise seja alcançada e ultrapassada. [negrito acrescentado]

A Watch Tower de 15 de Julho de 1924 disse:

Que ninguém seja enganado por cálculos quanto ao tempo em que o Senhor terminará o seu trabalho com a Igreja na terra. O ano 1925 é uma data definitiva e claramente assinalada nas Escrituras, até mais claramente do que a data 1914; mas seria presunção da parte de qualquer dos fiéis seguidores do Senhor dizer que sabe exactamente o que o Senhor fará durante esse ano.

Na Watch Tower de Setembro de 1925, página 262, vocês começaram a tentar controlar os danos:

Devemos esperar que Satanás tentará injectar nas mentes dos consagrados o pensamento de que 1925 seria o fim do trabalho. [negrito acrescentado]

Na Watch Tower de 1926, na página 232, os senhores lançaram sobre os vossos leitores a culpa pelas vossas predições falhadas, exactamente como fizeram com o incidente 1975 e como estão agora a tentar fazer com a doutrina da geração de 1914:

Alguns anteciparam que o trabalho terminaria em 1925, mas o Senhor não disse isso. A dificuldade surgiu porque os amigos deixaram a sua imaginação ir além da razão; e porque quando as suas imaginações ficaram destroçadas, eles sentiram-se inclinados a lançar tudo fora.

Como é que as vossas publicações descrevem o que se passou em 1925? O 1975 Yearbook of Jehovah's Witnesses [Anuário das Testemunhas de Jeová de 1975] atribuiu o problema, não à organização que publicou a informação, mas sim aos “irmãos” que a leram (página 146):

O ano 1925 veio e foi-se. Os seguidores ungidos de Jesus ainda estavam na terra como classe. Os homens fiéis da antiguidade - Abraão, Davi e outros - não tinham sido ressuscitados para se tornarem príncipes em toda a terra. (Sal. 45:16) Então, conforme Anna MacDonald recorda: “1925 foi um ano triste para muitos irmãos. Alguns deles tropeçaram; as suas esperanças foram despedaçadas. Eles tinham esperado ver alguns dos “merecedores da antiguidade” [homens como Abraão] ressuscitar. Em vez de considerarem que isto era uma “probabilidade”, eles interpretaram isso como se fosse uma “certeza”, e alguns, na expectativa da ressurreição, prepararam-se para receber os seus entes queridos.

O livro Religion [Religião] disse (p. 336):

As profecias do Deus Altíssimo, cujo cumprimento se torna agora evidente a partir dos factos físicos, mostram que o fim da religião chegou, bem como a completa derrocada de toda a organização de Satanás.... [negrito acrescentado]

A Watchtower de 15 de Setembro de 1941, página 288, disse a respeito da distribuição do livro Children [Crianças]:

Recebendo o presente, as crianças em marcha abraçaram-no, não como um brinquedo para divertimento ocioso, mas antes como o instrumento providenciado pelo Senhor para um trabalho mais efectivo nos meses que restam antes do Armagedom. [negrito acrescentado]

A revista Awake! de 8 de Outubro de 1966 continha um artigo intitulado “Quanto Tempo Ainda Durará?” e debaixo do subtítulo “6.000 Anos Completos em 1975”, argumentava que o milénio seria os últimos 1.000 anos de um dia de descanso de Deus de 7.000 anos. A revista disse nas pp. 19-20:

Portanto, o facto de nos estarmos a aproximar do fim de 6.000 anos de existência do homem é de grande significado. Será que o dia de descanso de Deus corre paralelo ao tempo em que o homem tem estado na terra desde a sua criação? Aparentemente, sim. A partir das investigações mais fiáveis em cronologia bíblica, harmonizadas com muitas datas aceites da história secular, descobrimos que Adão foi criado no Outono do ano 4026 A.E.C. Algures nesse ano, Eva pode muito bem ter sido criada, e imediatamente depois começou o dia de descanso de Deus. Então, em que ano terminariam os primeiros 6.000 anos de existência do homem e também os primeiros 6.000 anos do dia de descanso de Deus? No ano 1975. Isto é digno de nota, especialmente em vista do facto de os “últimos dias” terem começado em 1914, e de os factos físicos dos nossos dias em cumprimento da profecia assinalarem esta como sendo a última geração deste mundo iníquo. Portanto, podemos esperar que o futuro imediato esteja repleto de acontecimentos emocionantes para aqueles que depositam a sua fé em Deus e nas suas promessas. Isto significa que dentro de relativamente poucos anos testemunharemos o cumprimento das restantes profecias relacionadas com o “tempo do fim.” [negrito acrescentado]

A Watchtower de 1 de Maio de 1968 continuou com esta estimulação da antecipação. Usando uma argumentação muito similar à do artigo anterior, a revista disse (p. 272):

O futuro imediato está certamente repleto de eventos que conduzem ao clímax, pois este velho sistema está-se a aproximar do fim. Dentro de alguns anos, no máximo, as últimas partes da profecia Bíblica relativas a estes “últimos dias” terão o seu cumprimento, resultando na libertação da humanidade sobrevivente para o glorioso reino de 1.000 anos de Cristo. Que dias difíceis, mas, ao mesmo tempo, que dias grandiosos estão mesmo à frente! [negrito acrescentado]

Analogamente, a revista Awake! [Despertai!] de 8 de Outubro de 1968, na página 13, enfatizou a escassez do tempo:

É altamente significativo o facto de já terem passado cinquenta e quatro anos do período chamado “últimos dias”. Significa que só restam alguns anos, no máximo, antes de o sistema de coisas corrupto que domina a terra ser destruído por Deus. [negrito acrescentado]

Em 1996, vinte anos mais tarde, tenho de perguntar: O que é que a frase “o futuro imediato” significa? Quantos anos são “alguns anos, no máximo”?

A brochura de 1969 intitulada The Approaching Peace of a Thousand Years [A Paz de Mil Anos Que Se Aproxima] também foi muito definitiva a respeito de 1975. Nas páginas 25 e 26 disse:

Mais recentemente, pesquisadores honestos da Bíblia Sagrada fizeram um ajuste na sua cronologia. Segundo os cálculos deles, os seis milénios de vida da humanidade na terra terminariam a meio da década de 1970. Assim, o sétimo milénio da criação do homem por Jeová Deus começaria dentro de menos de dez anos....

Para que o Senhor Jesus Cristo fosse “Senhor até do Sábado”, o seu reino de mil anos teria de ser o sétimo numa série de períodos de mil anos cada, ou milénios.

Peço que informem o meu pai de que esta lista de citações que reuni é muito abreviada. Esta é, conforme sabem, uma breve lista de citações em que os senhores predisseram, falsamente, a data exacta para o Armagedom.

É claro que vocês alegam não ter 'nenhuma habilidade especial para predizer o futuro'. Mas ao mesmo tempo também dizem que são dirigidos por Deus, dizem que são o “único canal de comunicação” de Deus, “o porta-voz de Deus na terra” e a moderna “classe de Ezequiel”.

Em que é que ficamos? Vocês são ou não são dirigidos ('inspirados') por Deus? Será que só estão a providenciar o alimento espiritual em algumas alturas enquanto noutras o “único canal de comunicação de Deus” providencia apenas ensinos completamente errados? Se for este o caso, como é que pessoas como o meu pai podem distinguir o que é certo e o que é errado?

Parece-vos que estou a ser áspero? Então respondam por favor às seguintes perguntas:


1. Porque é que não são honestos a respeito das citações que menciono acima? Por exemplo, ultimamente vocês têm dito que a organização predisse que 1914 seria o “começo dos problemas” para este mundo. Mas, depois de investigar os vossos escritos anteriores a 1914, descobrimos que na realidade o que vocês afirmaram foi que 1914 seria o “fim dos problemas” para este mundo. É a vossa atitude honesta?

2. Será que a luz brilha mais e mais, ou em vez disso acende e apaga, acende e apaga? Por exemplo, pensem nas mudanças que fizeram na questão de saber se os homens de Sodoma serão ou não ressuscitados. Vocês alegaram ter recebido 'nova luz' neste assunto em meados dos anos cinquenta, mas de facto essa 'nova luz' era o que C. T. Russell ensinava até que veio Rutherford[1] com a sua 'Nova Luz' e mudou os ensinos de Russell neste tópico. Portanto, por outras palavras, foi 'velha nova luz'. Confusos? Vocês deviam estar, pois parece que neste assunto a vossa posição mudou de “sim, eles serão ressuscitados” para “não, eles não serão ressuscitados”, pelo menos umas 6 vezes. Isto sem incluir as mudanças por que este assunto passou no fim dos anos oitenta. Então, será que Deus os dirigiu desta maneira ziguezagueante? Querem mais exemplos de 'luz' intermitente? Que dizer do sangue e dos hemofílicos? Quantos flip-flops é que fizeram neste assunto? E já que estou a mencionar o assunto do sangue, porque é que irmãs que estão grávidas podem tomar a injecção de RH? Não é essa injecção um produto que inclui sangue? Não dizem as Escrituras “abstende-vos de sangue”?

3. Porque é que atacam violentamente a igreja católica por esta apaziguar Hitler, quando vocês próprios tentaram fazer a mesma coisa? Porque é que as Testemunhas hoje desconhecem isto? Deviam conhecer o assunto, pois está registado por escrito no vosso Anuário de 1934. Vocês lembram-se, não? A carta dirigida a Hitler foi ratificada na convenção de Berlim onde o Juiz Rutherford foi presidente.[2] Claro que num anuário dos anos setenta vocês afirmaram que não foi Rutherford que escreveu a carta.[3] Que disparate! Como é que um irmão alemão, que vocês agora dizem que foi o escritor, podia redigir uma carta que incluía expressões idiomáticas americanas e frases com uma estrutura que é típica da língua inglesa? Sabem perfeitamente que foram distribuídas 2.500.000 cópias dessa carta naquela convenção. Por isso eu vou por as mãos num original de uma dessas cópias muito em breve. Especialmente agora que a minha irmã mora na vizinha Suíça. Eles têm umas bibliotecas impecáveis!

4. Porque é que as testemunhas actuais não sabem nada acerca da 'verdade' de C. T. Russell a respeito das pirâmides e da astrologia? Porque é que vocês não são honestos nestes assuntos? Será que esperam que as Testemunhas não tenham nas mãos publicações do início do século? Acham mesmo que uma organização fundada por alguém que acreditava na astrologia, piramidologia, e que estava divorciado da sua esposa por motivo de crueldade, foi julgada por Deus em 1918 como sendo a única organização digna do seu nome? Vocês dizem que foram seleccionados por Deus devido à vossa recusa em servir na I Guerra Mundial. E no entanto, através das publicações daquele tempo, vocês encorajaram a compra de acções [títulos financeiros] de guerra! E já que estamos a falar do assunto da guerra, que é isto que ouço acerca da 'nova luz' segundo a qual os irmãos agora podem aceitar serviço cívico alternativo [em substituição do serviço militar]? Que dizer de todos os irmãos que foram perseguidos, espancados e mortos devido à vossa posição anterior nesta matéria? Não foi essa vossa posição anterior, que recusava o serviço cívico, promulgada por Rutherford? Essa foi, se bem se lembram, 'nova luz' que contradisse a posição de Russell, que era exactamente a mesma que vocês estão agora a anunciar como 'nova luz'. Hmmm...

5. Será que Jeová usa uma organização que reescreve constantemente o seu material escrito sem avisar os seus seguidores? Para mais pormenores, verifiquem a citação acima, onde C. T. Russell mudou certas frases num livro. Quantas vezes é que fizeram isto? Eu cataloguei pelo menos vinte revisões. Acham mesmo que é honesto comportar-se dessa maneira?

6. Vocês menosprezam constantemente o clero da cristandade devido a relatórios em que eles admitem qual é o número de clérigos que estão a viver uma vida de pecado. Vocês citam os números que eles próprios, em toda a humildade e honestidade, apresentam, e no entanto vocês não divulgam qualquer informação desse tipo a respeito de anciãos, superintendentes de circuito, superintendentes de distrito, etc. Porquê? Porque não acontece entre eles? Toda a Testemunha conhece alguém em posições de responsabilidade que enveredou por uma vida de pecado. Será que é realmente honesto diabolizar o clero quando vocês não publicam nenhuns relatórios que provem a vossa suposição de que a Organização [das TJ] é melhor?

7. No fim da década de 1950 vocês sabiam que Johannes Greber usou a sua mulher, que era médium espírita, para o ajudar na sua tradução da Bíblia. E apesar disto vocês citaram essa tradução nos anos sessenta e setenta para apoiar o modo como apresentam João 1:1 na Tradução do Novo Mundo. Depois, no princípio dos anos oitenta, vocês agiram como se nunca tivessem sabido que ele usou uma médium espírita, e disseram que não usariam mais a tradução dele. Mas vocês sabiam tudo acerca dele nos anos cinquenta, pois até escreveram sobre isso na revista Watchtower!
Isso não é honesto!


Bem, tenho de ir andando. E como vocês sabem perfeitamente, estes pontos que mencionei são 'apenas a ponta do iceberg'. Mas por razões de brevidade, termino aqui. Oro sinceramente para que um dia vocês sejam honestos e reconheçam todas estas coisas. E se vocês pensam que são apenas ex-Testemunhas que têm estas questões, estão redondamente enganados. Já alguma vez ouviram falar da AJWR [em português: TJAR]? Estas iniciais significam “Associated Jehovah's Witnesses for Reform” [Testemunhas de Jeová Associadas para a Reforma]. Todos eles são actualmente Testemunhas que fizeram a mesma pesquisa que eu e chegaram às mesmas conclusões. Esperemos que um dia todas as Testemunhas tenham permissão de imitar os cristãos primitivos e possam verificar se VOCÊS estão ou não a transmitir as 'palavras de Deus.'

Pessoalmente, penso que o primeiro exemplo que dei no princípio desta carta é suficiente para sugerir que vós sois de facto “falsos profetas”. Não consigo compreender como é que alguém pode dizer que é a “promessa do Criador estabelecer um novo mundo pacífico e seguro antes que passe a geração que viu os acontecimentos de 1914” e depois mudar essa “promessa do criador” e ainda dizer que Deuteronómio 18:20-22 não se aplica a eles. Será que as escrituras não se aplicam a todos? Bem, não posso ler as vossas mentes e corações mas, como sabem, Jeová pode!

Sinceramente,

Eric V. Hunter



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Notas do Tradutor

[1] Parece-me que aqui Eric Hunter está a confundir o caso dos 'habitantes de Sodoma' com o caso das 'autoridades superiores' de Romanos capítulo 13. Neste último caso a situação é exactamente como Eric Hunter descreve. Não tenho conhecimento de nehuma "nova luz" que Rutherford tenha inventado a respeito da ressurreição dos habitantes de Sodoma, apesar de a WTS ter feito tantos ziguezagues neste assunto que até dá vontade de rir.

[2] Parece que Rutherford planeou minuciosamente o congresso (o cântico de abertura [o n.º 64 do cancioneiro das TJ daquele tempo] tinha exactamente a mesma melodia que o hino nacional alemão), mas fugiu para os Estados Unidos antes de o congresso se iniciar. Pelo menos é isto que o Anuário das Testemunhas de Jeová de 1975 diz na p. 111: "Vários dias antes de o congresso se iniciar, o irmão Rutherford retornou aos Estados Unidos."

[3] O que o Anuário das Testemunhas de Jeová de 1975 diz (p. 110, 111) é que Rutherford "preparara uma declaração junto com o irmão Balzereit", mas este último "atenuara a linguagem clara e inequívoca" do documento. Que as Testemunhas de Jeová mentiram descaradamente nesta acusação lançada contra Balzereit pode ser visto na revista Despertai! (publicada pelas TJ), edição de 8 de Julho de 1998, p. 14. Nesta revista a WTS reconhece que fez de Balzereit um bode expiatório. Balzereit era uma vítima apetecível para a WTS pois mais tarde saíu dessa religião e é facto sobejamente conhecido que as TJ não resistem a caluniar e difamar de todas as maneiras possíveis os dissidentes. Neste caso a calúnia convinha às TJ, pois desta forma tentavam lançar para cima de outros a responsabilidade por um documento muito comprometedor que comprova o seu anti-semitismo e a sua tentativa de compromisso com Hitler e com o regime Nazi.

Re: António Madaleno
Escrito por: Susete Gonzaga (IP registado)
Data: 26 de February de 2002 21:50

Helena:

Se não for pedir de mais como é que é a sua relação com o seu marido sendo ele Testemunha? E você é católica? Tem filhos? Como os educam??
Já falaram sobre isso?

Acho que dava aqui um bom testemunho de amor entre casal... se não se importar claro.

Um abraço,
Susete

Re: António Madaleno
Escrito por: Helena (IP registado)
Data: 27 de February de 2002 17:13

Olá Susete.

Estou ansiosamente à espera da resposta de uma TJ.

Mas aproveito o tempo de espera:

Evitamos o máximo assuntos conflituosos. Os feriados são difílimos ...para ele e para mim...e para o nosso pequeno filho de quase 3 anos.

Em situações pontuais ele leva o filho para o salão. Tive de lhe prometer que quando o pequeno der menos trabalho (refeições frequentes, fraldas) vai mais vêzes. Ele não largava o osso e queria levar o bebé mal nasceu!!

Neste momento estou eu na mó de cima porque vieram cá duas TJ do salão do meu marido falar com ele. Eu tinha insistido muito para ele obter informações sobre a ONU e as TJ. Ele fez isso por mim e houve alguns sarilhos, pelo que compreendi, embor ele me fale pouco do assunto.

Sou católica de nascença, embora me considere agnóstica.
É a forma com a qual consigo estar na vida.
Nomeadamente ao lado de uma TJ que quer constantemente levar-me com ele e envolver-se mais do que já o faz, na religião dele...

Helena

António, onde está?

Re: António Madaleno
Escrito por: António Madaleno (IP registado)
Data: 27 de February de 2002 19:14

Helena, eu li o seu comentário e a transcrição da carta. Assim que puder dou-lhe uma resposta. Como deve compreender tenho que responder a bastantes perguntas dos outros intervenientes e o meu tempo é bastante limitado, e necessito fazer pesquisa.

Obrigado pela compreensão.

Re: António Madaleno
Escrito por: Helena (IP registado)
Data: 27 de February de 2002 19:27

Olá António, obrigado por me responder. Fico, sinceramente, a aguardar.
Até breve.

Helena

Re: António Madaleno
Escrito por: António Madaleno (IP registado)
Data: 27 de February de 2002 19:28

Caro CP,
Vejo que se muniu de vários livros que expõem de uma forma mais ou menos correcta a história hodierna do povo de Jeová. Digo isto, visto que expôs os livros que consultou para fazer este resumo (não tão curto assim).

Na realidade, a história apresentada nestes livros sobre as T.J, foi obviamente tirada das publicações das T.J, inclusive da revista a Sentinela, que tem exposto a nossa história ao longo de muitos anos.

Na realidade, a história das T.J. revela algo. O imenso desejo de adorar a Deus da forma que Ele deseja ser adorado e não, seguindo tradições humanas ou crenças fortemente enraizadas de origem pagã.

Gostaria apenas de tocar em breves pontos de forma a esclarecer
o ponto 1
Quanto ao nome inicial das T.J, nunca foi Aurora do Milénio; esse foi o primeiro dos 6 livros escritos por Russell.

Quanto à formação da Sociedade:

1881 - formou-se a Sociedade de Tratados da Torre de Vigia de Sião

1896 - nome Sociedade Torre de Vigia de Sião muda para Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados

Quanto a Rutherford, você menciona um livro, na realidade é um discurso com o tema “O Mundo Terminou — Milhões Que Agora Vivem Talvez Jamais Morram” é proferido pela primeira vez, em 24 de fevereiro de 1918, em Los Angeles.
Deste discurso foi distribuído um folheto com este assunto.

Quanto ao nome de Testemunhas de Jeová.
É verdade que foi Rutherford que através do Estudo das Escrituras, chegou à conclusão que um nome mais apropriado e bíblico, para os servos de Deus, seria Testemunhas de Jeová.
Mas isso, nunca se deveu a uma revelação sobrenatural, conforme quer dar a entender.

Será para alguns estranho, que tenhamos tido a necessidade de nos distinguirmos com este nome. Porque não somente cristãos, talvez alguém pode perguntar.

Faço em seguida um resumo do porquê deste nome.

Os verdadeiros seguidores de Jesus Cristo, tanto do primeiro século como dos tempos atuais, têm chamado a si mesmos e a seus concrentes de “irmãos”, “amigos” e “a congregação de Deus”. (Atos 11:29; 3 João 14; 1 Cor. 1:2) Além disso, eles têm-se referido a Cristo como “o Amo” e a si mesmos como “escravos de Cristo Jesus” e “escravos de Deus”. (Col. 3:24; Fil. 1:1; 1 Ped. 2:16) Tais designações têm sido usadas amplamente dentro da congregação, e com boa compreensão.

No primeiro século, a maneira de viver centralizada na fé em Jesus Cristo (e, por extensão, a própria congregação) era chamada “O Caminho”. (Atos 9:2; 19:9) Diversas traduções de Atos 18:25 indicam que foi também chamada “o caminho de Jeová”. Por outro lado, alguns de fora da congregação desdenhosamente a chamavam de “seita dos nazarenos”. — Atos 24:5.

Em 44 EC ou não muito tempo depois, os fiéis seguidores de Jesus Cristo começaram a ser conhecidos por cristãos. Há quem diga que foram os de fora que os apelidaram de cristãos, de modo depreciativo. Entretanto, diversos lexicógrafos e comentaristas bíblicos dizem que um verbo empregado em Atos 11:26 dá a entender orientação ou revelação divina. Assim, na Tradução do Novo Mundo, essa passagem reza: “Foi primeiro em Antioquia que os discípulos, por providência divina, foram chamados cristãos.” (Encontram-se traduções similares em Literal Translation of the Holy Bible [Tradução Literal da Bíblia Sagrada], de Robert Young, Edição Revisada, de 1898; The Simple English Bible [A Bíblia em Inglês Simplificado], de 1981; e no New Testament [Novo Testamento] de Hugo McCord, de 1988.)

Em cerca de 58 EC, o nome cristão era bem conhecido até mesmo de autoridades romanas. — Atos 26:28.

Enquanto os apóstolos de Cristo ainda viviam, o nome cristão era distintivo e específico. (1 Ped. 4:16) Todos os que professavam ser cristãos, mas cujas crenças ou conduta negavam isso, eram expulsos da comunidade cristã. Todavia, conforme Jesus predissera, após a morte dos apóstolos, Satanás lançou sementes que produziram cristãos falsos. Esses produtos de falsificação também usavam o nome de cristão. (Mat. 13:24, 25, 37-39) Quando o cristianismo apóstata recorreu a conversões forçadas, alguns professaram ser cristãos simplesmente para evitar perseguição. Com o tempo, qualquer europeu que não professasse ser judeu, muçulmano ou ateu era com freqüência considerado cristão, quaisquer que fossem suas crenças ou sua conduta.

A partir do século 16, essa situação criou um problema para os reformadores. Visto que o nome cristão era usado tão amplamente, como podiam eles distinguir-se dos demais que afirmavam ser cristãos?

Com freqüência, simplesmente anuíam ao uso de um apelido escarnecedor que lhes era dado pelos inimigos. Assim, os oponentes teológicos de Martinho Lutero, na Alemanha, foram os primeiros a chamar seus seguidores pelo seu nome, chamando-os de luteranos. Os que se associaram com John Wesley, na Inglaterra, foram chamados de metodistas porque eram incomumente precisos e metódicos na observância dos deveres religiosos. Os batistas de início resistiram ao apelido anabatista (que significa “rebatizante”), mas, aos poucos, adotaram o nome batista até certo ponto como concessão.

Que dizer dos Estudantes da Bíblia? Foram chamados de russelitas e rutherfordistas pelo clero. Mas a adoção de tal nome teria promovido um espírito sectário. Teria sido incoerente com a repreensão dada aos primitivos cristãos pelo apóstolo Paulo que escreveu: “Quando um diz: ‘Eu pertenço a Paulo’, mas outro diz: ‘Eu a Apolo’, não sois simples homens [isto é, carnais no conceito em vez de espirituais]?” (1 Cor. 3:4) Algumas pessoas os chamavam de “auroristas do milênio”; mas o Reino Milenar de Cristo era apenas um de seus ensinamentos. Outros os chamavam de “povo da Torre de Vigia”; mas isso também era inadequado, pois a Watch Tower (A Torre de Vigia, hoje A Sentinela) era meramente uma das publicações que usavam para disseminar a verdade bíblica.

Com o tempo, tornou-se cada vez mais evidente que além do nome cristão, a congregação dos servos de Jeová precisava realmente de um nome que a distinguisse. O significado do nome cristão deturpara-se na mente do público por causa dos que afirmavam ser cristãos que não raro tinham pouca ou nenhuma idéia sobre quem era Jesus Cristo, o que ele ensinara e o que deviam fazer para serem realmente seus seguidores. Além disso, à medida que nossos irmãos progrediam no seu entendimento da Palavra de Deus, viam claramente a necessidade de estarem separados e de serem diferentes dos sistemas religiosos que fraudulentamente afirmavam ser cristãos.

É verdade que nossos irmãos muitas vezes se referiam a si mesmos como Estudantes da Bíblia e, a partir de 1910, usaram o nome Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia com referência às suas reuniões. Em 1914, para evitarem ser confundidos com a sua recém-formada sociedade legal chamada Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia, adotaram para seus grupos locais o nome Estudantes da Bíblia Associados. Mas a adoração que praticavam envolvia mais do que o estudo da Bíblia. Além do mais, havia outros que também estudavam a Bíblia — alguns, com devoção; outros, como críticos; e não poucos a estudavam porque a consideravam simplesmente uma bela literatura. Daí, após a morte do irmão Russell, alguns ex-associados recusaram cooperar com a Sociedade Torre de Vigia e com a Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia, opondo-se até mesmo à obra dessas sociedades. Tais grupos fragmentados usavam diversos nomes, aderindo alguns deles ao nome Estudantes da Bíblia Associados. Isto causou mais confusão.

Todavia, em 1931, adotamos o nome que realmente nos distingue: Testemunhas de Jeová. O escritor Chandler W. Sterling chama isso de “o maior golpe de gênio” da parte de J. F. Rutherford, então presidente da Sociedade Torre de Vigia (dos EUA). Na opinião desse escritor, foi um passo inteligente que não só forneceu um nome oficial para esse grupo, mas também facilitou a interpretação de todas as referências bíblicas a “testemunho” e “testemunhar” como aplicando-se especificamente às Testemunhas de Jeová. Em contraste, A. H. Macmillan, um colaborador administrativo de três presidentes da Sociedade Torre de Vigia (dos EUA), disse a respeito do anúncio feito pelo irmão Rutherford: “Não há dúvida alguma em minha mente — nem naquele tempo nem agora — de que o Senhor o guiou nisso, e de que é o nome que Jeová deseja que levemos, e estamos felicíssimos e muito contentes de tê-lo.”

Qual desses pontos de vista é apoiado pelos fatos? Foi esse nome ‘um golpe de gênio’ da parte do irmão Rutherford, ou foi providência divina?

Foi no oitavo século AEC que Jeová fez com que Isaías escrevesse: “‘Vós sois as minhas testemunhas’ é a pronunciação de Jeová, ‘sim, meu servo a quem escolhi, para que saibais e tenhais fé em mim, e para que entendais que eu sou o Mesmo. Antes de mim não foi formado nenhum Deus e depois de mim continuou a não haver nenhum. . . . Vós sois as minhas testemunhas’, é a pronunciação de Jeová, ‘e eu sou Deus.’” (Isa. 43:10, 12)

Conforme indicado nas Escrituras Gregas Cristãs, muitas profecias registradas por Isaías têm cumprimento em relação com a congregação cristã. (Compare Isaías 8:18 com Hebreus 2:10-13; Isaías 66:22 com Revelação [Apocalipse] 21:1, 2.) Contudo, Isaías 43:10, 12 nunca fora considerado em pormenores na Watch Tower nos seus primeiros 40 anos de publicação.

Depois disso, porém, o estudo das Escrituras dirigiu a atenção dos servos de Jeová para novos desenvolvimentos significativos. O Reino de Deus, tendo a Jesus como Rei messiânico, nascera nos céus em 1914. Em 1925, ano em que isto foi esclarecido na Watch Tower, a ordem profética, em Isaías, capítulo 43, para serem testemunhas de Jeová, recebeu atenção em 11 diferentes edições da revista.

Em The Watch Tower, de 1.° de janeiro de 1926, o artigo principal trazia a pergunta desafiadora: “Quem Honrará a Jeová?” Nos cinco anos que se seguiram, The Watch Tower considerou partes de Isaías 43:10-12 em 46 diferentes edições da revista, e todas as vezes fez aplicação disso aos cristãos verdadeiros. Em 1929, indicou-se que a questão principal que confronta toda a criação inteligente envolve honrar o nome de Jeová. E com relação à responsabilidade que os servos de Jeová têm nesta questão, repetidamente foi considerada a passagem de Isaías 43:10-12.

Assim, os fatos mostram que, em resultado de estudo da Bíblia, repetidamente se chamava atenção para a sua obrigação de ser testemunhas de Jeová. O assunto em consideração não era o nome de um grupo, mas a obra que haviam de fazer.

Mas, com que nome deviam essas testemunhas ser conhecidas? O que seria apropriado em vista da obra que efetuavam? A que conclusão apontava a própria Palavra de Deus?
Esse assunto foi considerado num congresso em Columbus, Ohio, EUA, de 24 a 30 de julho de 1931.

As grandes letras JW apareciam destacadamente na capa do programa do congresso. O que significavam? Foi só no domingo, 26 de julho, que se explicou seu significado. Naquele dia, o irmão Rutherford proferiu o discurso público “O Reino, a Esperança do Mundo”. Nesse discurso, ao identificar os que são proclamadores do Reino de Deus, o orador fez menção especial do nome Jehovah’s Witnesses (Testemunhas de Jeová).

Mais tarde naquele dia o irmão Rutherford complementou isso com outro discurso em que considerou os motivos de se precisar de um nome distintivo. Que nome indicavam as próprias Escrituras? O orador citou Atos 15:14, que dirige atenção para o propósito de Deus de tirar das nações “um povo para seu nome”. No seu discurso, ele salientou que, conforme declarado em Revelação 3:14, Jesus Cristo é “a testemunha fiel e verdadeira”. Citou João 18:37, onde Jesus disse: “Para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade.” Ele dirigiu a atenção para 1 Pedro 2:9, 10, que diz que os servos de Deus devem ‘divulgar as excelências daquele que os chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz’. Considerou diversas passagens de Isaías, não sendo todas claramente entendidas naquele tempo, mas, daí, culminou sua apresentação com Isaías 43:8-12, que inclui a comissão divina: “‘Vós sois as minhas testemunhas’, é a pronunciação de Jeová, ‘e eu sou Deus.’”

A que conclusão, então, os levava a própria Palavra de Jeová? Que nome estaria em harmonia com a maneira em que Deus efetivamente os usava?

A resposta óbvia foi incluída numa resolução adotada entusiasticamente nessa ocasião. Essa resolução, em parte, dizia:
“A fim de que a nossa verdadeira posição fique conhecida, e crendo que isto se harmoniza com a vontade de Deus, como se acha expressa na sua Palavra, RESOLVE-SE, o seguinte, a saber:
“QUE, apesar de termos grande amor pelo irmão Charles T. Russell, por causa do seu serviço, e reconhecermos gratamente que o Senhor o usou e abençoou grandemente seu trabalho, todavia, para estarmos em harmonia com a Palavra de Deus, não podemos consentir ser chamados pelo nome de ‘russelitas’; que a Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, a Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia e a Associação do Púlpito do Povo são apenas nomes de sociedades que nós, como grupo de cristãos, temos, dirigimos e usamos para efetuar o nosso trabalho, em obediência aos mandamentos de Deus, entretanto, nenhum desses nomes se referem ou se aplicam corretamente a nós como grupo de cristãos seguidores das pisadas de nosso Senhor e Mestre, Cristo Jesus; que somos estudantes da Bíblia, mas, como grupo de cristãos que compõem uma associação, recusamos adotar ou ser chamados pelo nome de ‘estudantes da Bíblia’ ou por quaisquer nomes semelhantes como meio de identificar a nossa devida posição perante o Senhor; recusamos levar o nome ou ser chamados pelo nome de qualquer homem;

“QUE, tendo sido comprados com o precioso sangue de Jesus Cristo, nosso Senhor e Redentor, justificados e gerados por Jeová Deus e chamados para o seu reino, nós, sem hesitação, declaramos nossa inteira lealdade e devoção a Jeová Deus e ao seu reino; que somos servos de Jeová Deus, comissionados a trabalhar em seu nome, e, em obediência ao seu mandamento, a dar testemunho de Jesus Cristo e tornar conhecido às pessoas que Jeová é o Deus verdadeiro e Todo-Poderoso; portanto, é com alegria que aceitamos e levamos o nome pelo qual a boca do Senhor Deus nos chamou, e desejamos ser conhecidos e chamados pelo nome, a saber, Testemunhas de Jeová. — Isa. 43:10-12.”

Os estrondosos e prolongados aplausos que se seguiram a essa apresentação da inteira resolução indicaram o pleno acordo da assistência com o que se declarou.

Que honra é levar o nome do único Deus verdadeiro, o Soberano do Universo! Mas isso vem acompanhado de uma responsabilidade. É uma responsabilidade que outros grupos religiosos não querem assumir. Como disse o irmão Rutherford no seu discurso: “Felizes são os que podem levar um nome que ninguém na Terra deseja, exceto os que estão plena e incondicionalmente devotados a Jeová.” Todavia, quão apropriado é que os servos de Jeová levem o nome pessoal de Deus, que o tornem conhecido e que ele esteja proeminentemente associado com a proclamação de Seu propósito!

Qualquer grupo ou indivíduo que fale em nome de Jeová se coloca sob a obrigação de transmitir Sua palavra com veracidade. (Jer. 23:26-28) Precisa tornar conhecidos não só as provisões de Jeová para a bênção dos que amam a justiça, mas também Seus julgamentos sobre os que praticam a injustiça. Como Jeová ordenou a seus profetas no passado, também hoje, suas testemunhas não devem omitir nada da palavra de Deus, deixando de torná-la conhecida. (Jer. 1:17; 26:2; Eze. 3:1-11) Precisam proclamar tanto “o ano de boa vontade da parte de Jeová” como “o dia de vingança da parte de nosso Deus”. (Isa. 61:1, 2)

Esse nome não é mero rótulo. Sejam jovens ou idosos, homens ou mulheres, todas as Testemunhas de Jeová tomam parte na obra de dar testemunho a respeito de Jeová e seu grandioso propósito. Em resultado disso, C. S. Braden, professor de história religiosa, escreveu: “As Testemunhas de Jeová cobriram literalmente a Terra com seu testemunho.” — These Also Believe (Estes Também Crêem).

De qualquer forma, fez um bom resumo sobre a história hodierna das T.J para quem não conhece, é claro com muitos pormenores interessantes omitidos. Na realidade, convido quer você, quer qualquer pessoa a adquirir o livro “Testemunhas de Jeová – Proclamadores do Reino de Deus”, que faz uma retrospectiva minuciosa sobre a nossa história, bem como outros pormenores relacionados com o nosso conhecimento das Escrituras Sagradas.

Passemos agora ao ponto 2, sobre a Trindade

Quanto à definição de Trindade que você dá, note a definição encontrada num livro das T.J, e me diga se não é semelhante à sua definição.

TRINDADE - A doutrina fundamental das religiões da cristandade. Segundo o Credo de Atanásio, há três pessoas divinas (o Pai, o Filho e o Espírito Santo), sendo cada um destes, alegadamente, eterno, todo-poderoso, não sendo nenhum maior ou menor do que o outro, sendo cada um deles, alegadamente, Deus, e, não obstante, juntos um só Deus. Outras afirmações sobre esse dogma sublinham que estas três “Pessoas” não são entes separados e distintos, mas três formas nas quais existe a essência divina. Assim, alguns trinitários enfatizam sua crença de que Jesus Cristo é Deus ou de que Jesus e o Espírito Santo são Jeová.

Na realidade, conforme já apresentei evidência anteriormente, (volte a ler o diálogo com Lugo sobre a Trindade) a Trindade é definida até mesmo por fontes fora do contexto religioso (enciclopédias, etc) como uma crença de cariz pagão, tendo o seu surgimento no contexto cristão, por volta do IV século depois de Cristo, com o imperador Constantino a pavimentar o caminho para essa crença.

Com respeito ao uso da palavra Trindade, é interessante que The Catholic Encyclopedia nos informa: “Na Escritura não existe ainda nenhum termo de per si pelo qual se indique juntas as Três Pessoas Divinas. A palavra trias (da qual o termo latino trinitas é tradução) é primeiramente encontrada em Teófilo de Antioquia por volta de 180 A.D. . . . Pouco depois, aparece em sua forma latina de trinitas em Tertuliano.”
No entanto, a tríade de Teófilo era composta de “Deus, e Sua Palavra, e Sua sabedoria” - dificilmente a Trindade da cristandade! Quanto a Tertuliano, a enciclopédia admite que “seu ensino trinitário é incoerente”, entre outras coisas porque ele sustentava que “já houve tempo em que não havia Filho”. Assim, o mínimo que se pode dizer é que estes dois homens tinham presente algo bem diferente dos coeternos Pai, Filho e espírito Santo da cristandade.

A Encyclopœdia Britannica declara: “A teologia cristã tomou a metafísica [filosofia] neoplatônica da substância, bem como a sua doutrina da hipóstases [essência ou natureza] como ponto de partida para interpretar o relacionamento do ‘Pai’ com o ‘Filho’.” Seu problema era fazer de “Deus, o Pai”, “Deus, o Filho”, e “Deus, o Espírito Santo” não três Deuses, mas um só. Durante anos, discutiram quanto a se as pessoas da Trindade possuíam similar substância (grego, homoiousia) ou tinham a mesma substância (homoousia). Tal controvérsia foi solucionada em favor de homoousia nos Concílios de Nicéia, em 325 EC, e de Constantinopla, em 381 EC.

Acrescenta a Britannica: “Desde o início, a controvérsia entre ambas as partes [em Nicéia] se deu sobre a base comum do conceito neoplatônico de substância, estranho ao próprio Novo Testamento. Não é de admirar que o prosseguimento da disputa sobre a base da metafísica da substância conduzisse igualmente a conceitos que não encontram respaldo no Novo Testamento.”
Assim, o próprio conceito de um Deus em três pessoas de uma só substância se alicerça na teologia ou na filosofia, e não nas Escrituras.

Usa como argumento para não se encontrar a palavra Trindade, o mesmo que a Bíblia não conter palavras tais como Via Láctea, gravidade, etc. Na realidade, esse argumento é muito pobre. A Bíblia não revela conceitos abstractos sobre Deus. Ela nos indica o seu nome, a sua personalidade, o seu propósito. Ela nos convida a conhecê-lo, conforme Paulo mostrou no seu discurso no Areópago, em Atenas (Atos cap. 17)

Sendo Deus alguém que se revela e que se deixa conhecer, porque é que Ele não se revelou explicitamente como uma Trindade. Será que encontramos na Bíblia alguma expressão clara e irrefutável de que Deus é uma Trindade?
Disse Deus: “Eu Sou o Pai, o Filho e o Espírito Santo”, ou algo parecido? Não encontramos estas expressões.

Se alguém lesse a Bíblia de capa a capa sem nenhuma idéia preconcebida a respeito de uma Trindade, chegaria ele a tal conceito por si mesmo? De modo algum.

O que se torna bem claro para um leitor imparcial é que somente Deus é o Todo-poderoso, o Criador, separado e distinto de qualquer outra pessoa, e que Jesus, mesmo na sua existência pré-humana, era e é também uma pessoa separada e distinta, um ser criado, subordinado a Deus.

Esse ensino bíblico de que Deus é um só é chamado de monoteísmo. E L. L. Paine, professor de história eclesiástica, indica que o monoteísmo em sua mais pura forma não permite uma Trindade: “O Antigo Testamento é estritamente monoteísta. Deus é um ser pessoal, único. A idéia de que ali se encontra uma trindade . . . é totalmente infundada.”

Houve algum desvio do monoteísmo depois que Jesus veio à terra? Paine responde: “Neste ponto não existe descontinuidade entre o Antigo Testamento e o Novo. A tradição monoteísta continua. Jesus era judeu, educado por pais judeus nas escrituras do Antigo Testamento. O ensino dele era judaico até o âmago; um novo evangelho, sim, mas não uma nova teologia. . . . E ele aceitou como crença sua o grande texto do monoteísmo judaico: ‘Ouve, Ó Israel, o Senhor, nosso Deus é um só Deus.’”

Estas palavras se acham em Deuteronômio 6:4. A tradução católica A Bíblia de Jerusalém (BJ), diz ali: “Ouve, ó Israel: Iahweh nosso Deus é o único Iahweh!” Na gramática desse versículo, a palavra “único” não tem modificativos para o plural para sugerir que signifique outra coisa senão um só indivíduo.

O cristão apóstolo Paulo tampouco indicou alguma mudança na natureza de Deus, mesmo depois de Jesus ter vindo à terra. Ele escreveu: “Deus é apenas um.” — Gálatas 3:20; veja também 1 Coríntios 8:4-6.

Milhares de vezes, por toda a Bíblia, fala-se de Deus como sendo uma única pessoa. Quando ele fala, é como indivíduo indiviso. A Bíblia não podia ser mais clara nisso. Como Deus diz: “Eu sou Jeová. Este é meu nome; e a minha própria glória não darei a outrem.” (Isaías 42:8) “Eu sou Iahweh, teu Deus . . . Não terás outros deuses diante de mim.” — Êxodo 20:2, 3, BJ.

Por que todos os escritores bíblicos inspirados por Deus falariam Dele como sendo uma pessoa única se ele fosse realmente três pessoas? A que objetivo isso serviria, senão desencaminhar as pessoas? Certamente, se Deus fosse composto de três pessoas, ele teria feito com que os escritores bíblicos deixassem isso rigorosamente claro, para que não houvesse dúvida a respeito. Pelo menos os escritores das Escrituras Gregas Cristãs, que tiveram contato pessoal com o próprio Filho de Deus, teriam feito isso. Mas não fizeram.

Em vez disso, o que os escritores bíblicos realmente deixaram rigorosamente claro é que Deus é uma só Pessoa — um Ser ímpar, indiviso, sem igual: “Eu sou Jeová, e não há outro. Além de mim não há Deus.” (Isaías 45:5) “Tu, cujo nome é Jeová, somente tu és o Altíssimo sobre toda a terra.” — Salmo 83:18.

Faz referência a algumas expressões, que na realidade quando observadas dentro do contexto do relato, ou da linguística tornam-se claros.

É o caso da palavra hebraica Ehloim. Indica ela uma Trindade?

JESUS chamou a Deus de “o único Deus verdadeiro”. (João 17:3) Jamais referiu-se ele a Deus como uma deidade composta de pessoas pluralizadas. É por isso que na Bíblia ninguém senão Jeová é chamado de Todo-poderoso. Se assim não fosse, isso anularia o sentido da palavra “todo-poderoso”. Nem Jesus e tampouco o espírito santo é alguma vez assim chamado, pois somente Jeová é supremo. Em Gênesis 17:1 ele declara: “Eu sou o Deus Todo-poderoso.” E Êxodo 18:11 diz: “Jeová é maior do que todos os demais deuses.”

Nas Escrituras Hebraicas, a palavra ´elóh-ah (deus) tem duas formas de plural, a saber, ´elo-hím (deuses) e ´elo-héh (deuses de). Estas formas de plural geralmente se referem a Jeová, casos em que são traduzidas no singular por “Deus”. Indicam tais formas pluralizadas a existência de uma Trindade? Não, não indicam. Em A Dictionary of the Bible (Dicionário da Bíblia), William Smith diz: “A fantasiosa idéia de que [´elo-hím] se refere à trindade de pessoas na Divindade dificilmente encontra agora entre os peritos alguém que a apóie. Trata-se daquilo que os gramáticos chamam de plural de majestade, ou denota a plenitude da força divina, a soma dos poderes exibidos por Deus.”

A The American Journal of Semitic Languages and Literatures (Revista Americana de Línguas e Literatura Semítica) diz sobre ´elo-hím: “É quase que invariavelmente construída com um predicado verbal singular, e tem atributo adjetival singular.” Ilustrando, o título ´elo-hím aparece 35 vezes isoladamente no relato da criação, e em todos os casos o verbo que descreve o que Deus disse e fez está no singular. (Gênesis 1:1–2:4) Assim, essa publicação conclui: “[´Elo-hím] deve antes ser explicado como sendo um plural intensivo, denotando grandeza e majestade.”

´Elo-hím não significa “pessoas”, mas sim “deuses”. Portanto, aqueles que argumentam que essa palavra subentende uma Trindade fazem de si mesmos politeístas, adoradores de mais de um Deus. Por quê? Porque significaria que haveria três deuses na Trindade. No entanto, quase todos os defensores da Trindade rejeitam o conceito de que a Trindade se componha de três deuses separados.

A Bíblia também usa as palavras 'elo-hím e 'elo-héh ao se referir a um sem-número de falsos deuses ídolos. (Êxodo 12:12; 20:23) Mas, outras vezes pode referir-se simplesmente a um único deus falso, como quando os filisteus se referiram a “Dagom, seu deus [´elo-héh]”. (Juízes 16:23, 24) Baal é chamado de um “deus [´elo-hím]”. (1 Reis 18:27) Além disso, o termo é usado para humanos. (Salmo 82:1, 6) A Moisés se disse que ele devia servir como “Deus [´elo-hím]” para Arão e para Faraó. — Êxodo 4:16; 7:1.

Obviamente, o emprego dos títulos ´elo-hím e ´elo-héh para deuses falsos, e até para humanos, não significava que cada um deles fosse uma pluralidade de deuses; do mesmo modo, aplicar ´elo-hím ou ´elo-héh a Jeová não significa que ele seja mais do que uma só pessoa, em especial quando levamos em conta o testemunho do restante da Bíblia sobre esse assunto.

Quanto aos três textos citados como apoiando o ensino da Trindade – Mat. 3:16,17; Mt.28:19; 2 Cor. 13:13.
A Nova Enciclopédia Católica apresenta três de tais “textos que provam”, mas também admite: “A doutrina da Santíssima Trindade não é ensinada no A[ntigo] T[estamento]. No N[ovo] T[estamento], a mais antiga evidência se encontra nas epístolas paulinas, especialmente 2 Cor 13.13 [versículo 14 em algumas Bíblias], e 1 Cor 12.4-6. Nos Evangelhos, a evidência da Trindade se encontra explicitamente apenas na fórmula batismal de Mt 28.19.”

Nesses versículos, as três “pessoas” são alistadas do seguinte modo em A Bíblia de Jerusalém. A Segunda aos Coríntios 13:13 (14) põe os três juntos da seguinte maneira: “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós!” A Primeira aos Coríntios 12:4-6 diz: “Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo; diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo; diversos modos de ação, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos.” E Mateus 28:19 reza: “Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.”

Dizem esses versículos que Deus, Cristo e o espírito santo constituem uma Divindade Trina, que os três são iguais em substância, poder e eternidade? Não, não dizem, assim como o fato de alistar três pessoas, como fulano, sicrano e beltrano não significa que sejam três em um.

Esse tipo de referência, admite a Cyclopedia of Biblical, Theological, and Ecclesiastical Literature (Ciclopédia de Literatura Bíblica, Teológica e Eclesiástica), de McClintock e Strong, “apenas prova que existem os três personagens mencionados, . . . mas não prova, em si mesmo, que todos os três pertençam necessariamente à natureza divina, e possuam igual honra divina”.

Embora apóie a Trindade, essa fonte diz sobre 2 Coríntios 13:13 (14): “Não podemos com justiça inferir que elas possuíam igual autoridade, ou a mesma natureza.” E sobre Mateus 28:18-20 diz: “Este texto, contudo, tomado isoladamente, não prova decisivamente nem a personalidade dos três personagens mencionados, nem a sua igualdade ou divindade.”

Quando Jesus foi batizado, Deus, Jesus e o espírito santo também foram mencionados no mesmo contexto. Jesus “viu o espírito de Deus descendo sobre ele como pomba”. (Mateus 3:16) Isto, porém, não diz que os três sejam um. Abraão, Isaque e Jacó são mencionados juntos numerosas vezes, mas isso não os torna um. Pedro, Tiago e João são mencionados juntos, o que tampouco os torna um. Ademais, o espírito de Deus desceu sobre Jesus por ocasião de seu batismo, indicando que Jesus não fora ungido com o espírito até aquele momento. Sendo assim, como poderia ele ser parte duma Trindade em que sempre fosse um com o espírito santo?

Cita vários textos que embora mencionem o Pai, o Filho e o Espírito Santo de forma alguma indicam uma Trindade.

Que dizer do relato de Abraão em Gênesis cap.18?

Os que acreditam na Trindade têm procurado apoio para sua doutrina no relato de Abraão e Ló. Mas, um exame cuidadoso e sincero mostra que o relato não ensina a Trindade, assim como a Bíblia como um todo não o faz.

Abraão recebeu a visita de “três homens” que claramente procediam de Deus. Saudando-os, Abraão disse: “Jeová, se eu tiver agora achado favor aos teus olhos, por favor, não passes por teu servo.” (Gênesis 18:1-3) Naturalmente, o próprio Jeová Deus não havia aparecido na carne a Abraão, pois ‘homem algum pode vê-Lo e continuar vivo’. (Êxodo 33:20; João 1:18)

Portanto, Abraão deve ter-se expressado dessa forma por reconhecer que aqueles “homens”, e talvez um deles em especial, representavam a Jeová. Isso se harmoniza com outras ocasiões em que anjos de Deus apareceram a humanos e foram mencionados como “Jeová”, pois eram representantes celestiais do Altíssimo. - Veja Gênesis 16:7-13; Juízes 6:12-16.

Depois de os “três homens” transmitirem a importante mensagem sobre o predito “descendente”, a atenção foi voltada para Sodoma e Gomorra. Uma comparação entre Gênesis 18:22 e 19:1 prova que os “homens” que visitaram Abraão eram anjos. Enquanto um desses representantes de Jeová permaneceu com Abraão, os outros dois mensageiros celestiais foram para Sodoma. Ali, pela boca de duas testemunhas, asseguraram a Ló e sua família de que sobreviria às cidades uma destruição e que era necessário fugir. Quando Ló e suas duas filhas estavam em segurança, sobreveio a destruição às cidades iníquas. Lemos: “Jeová fez então chover enxofre e fogo sobre Sodoma e sobre Gomorra, da parte de Jeová, desde os céus.” - Gênesis 19:24.

Em muitas traduções antigas da Bíblia, esse versículo fala sobre “o Senhor” fazer chover fogo “do Senhor”. Alguns comentaristas que criam na Trindade afirmaram que isso significava que o Senhor Jesus, o Filho de Deus, trouxe destruição da parte do Senhor Deus, o Pai. Mas, o texto hebraico mostra que ambas as menções se referem a “Jeová”, que era o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, e diferente de Jesus. - Êxodo 6:2, 3; Atos 3:13.

É coerente com a construção gramatical do idioma hebraico falar sobre uma pessoa fazer algo com referência a si mesma. Lemos: “Salomão passou a congregar os anciãos . . . ao Rei Salomão.” “A Moisés [Jeová] disse: ‘Sobe até Jeová . . .’” “[Jeová] prosseguiu, dizendo-lhe: ‘. . . vou salvá-los por Jeová.’” (1 Reis 8:1; Êxodo 24:1, Oséias 1:6, 7; Zacarias 10:12)

Do mesmo modo, Gênesis 19:24 diz-nos que Jeová trouxe o enxofre e o fogo, sem precedentes, de si mesmo, “da parte de Jeová, desde os céus”. Portanto, em vez de ser um apoio forçado a favor da doutrina antibíblica da Trindade, o versículo salienta o ponto mostrado no Salmo 83:18: “Para que as pessoas saibam que tu, cujo nome é Jeová, somente tu és o Altíssimo sobre toda a terra.”

Pode-se mencionar de passagem que há outro aspecto deste relato que os que acreditam ardentemente na Trindade têm procurado usar para sustentar sua doutrina. Têm enfatizado que havia três que apareceram a Abraão e que estes representavam a Deus, de modo que sugerem que isso indica uma trindade.

O fato de haver três anjos, porém, dificilmente é um indício válido duma deidade trina, pois nada no relato fala duma Divindade múltipla. O perito alemão Franz Delitzsch observou que “a idéia de que a Trindade esteja representada nos três é de todos os pontos de vista insustentável”.

Mas, por que enviou Deus três criaturas celestiais para representá-lo? Os anjos vieram para contar a Abraão que ele e Sara teriam um filho. (Gênesis 18:10) Evidentemente, Deus considerou apropriado que essa mensagem profética fosse apresentada por três testemunhas, assim como a Lei disse mais tarde que um “assunto deve ficar de pé”, ou confirmado, “pela boca de duas testemunhas ou pela boca de três testemunhas”. (Deuteronômio 19:15; 1 Timóteo 5:19) Abraão teria motivo para duvidar de que ele e Sara, considerando-se sua idade e sua condição física, pudessem ter um filho. (Hebreus 11:11, 12) Mas, o testemunho de três anjos certamente seria convincente.

ponto 2.3
Negar a Eficácia da Bíblia? De forma nenhuma. Apenas o que se declara é que ler a Bíblia sozinha por si só não trará o benefício mais profundo do que ter ajuda para a entender. Assim como no passado Jeová tinha homens fiéis, que ensinavam ao povo a Lei de Deus e a explicavam, assim também com os primitivos cristãos, assim também Jeová tem hoje um povo na terra que declara o seu nome e o seu propósito eterno, ajudando as pessoas a aprenderem a Bíblia, não de modo superficial, mas de maneira profunda e exacta.

Ponto 2.4
Muitas passagens foram modificadas para apoiar as suas doutrinas.
Modificadas a partir do quê? De traduções inexatas, incorrectas segundo a língua original. Traduções que escondem por vezes o verdadeiro sentido das palavras e frases das linguas hebraica e grega. Traduções que retiram o nome divino identificado pelo Tetagrama IHVH, cuja tradução em será, Javé, Iavé ou mais correctamente Jeová em Português. Traduções que adulteraram até mesmo o uso de palavras para lhes dar um sentido que elas não tinham na língua original, como por exemplo cruz e inferno.

Quanto a João 1:1, já expliquei essa situação anteriormente no diálogo com Lugo. Menciono apenas dois exemplos que você cita.

Por exemplo, o que você cita de Lucas 23:43.
Afirma que a nossa tradução modificou a pontuação para distorcer o sentido.
A pontuação usada pelo tradutor influi no entendimento de Lucas 23:43. Não havia pontuação nos manuscritos gregos originais da Bíblia. The Encyclopedia Americana (1956, Vol. XXIII, p. 16) diz: “Não há nenhuma tentativa aparente de pontuação nos mais antigos manuscritos e inscrições dos gregos.” Não foi senão no nono século EC que tal pontuação passou a ser usada.

Deve Lucas 23:43 rezar: “Em verdade te digo, hoje estarás comigo no paraíso” (CBC), ou ‘Em verdade te digo hoje: Estarás comigo no paraíso’? Os ensinamentos de Cristo e o resto da Bíblia precisam ser a base para se determinar isso, e não uma vírgula inserida no texto séculos depois de Jesus dizer essas palavras.

The Emphasised Bible, traduzida por J. B. Rotherham, concorda com a pontuação usada na Tradução do Novo Mundo, também a versão Trinitária (ed. 1883) em português, que reza: “Na verdade te digo hoje, que serás comigo no Paraíso.” Numa nota ao pé da página sobre Lucas 23:43, o tradutor bíblico alemão, L. Reinhardt, diz: “A pontuação atualmente usada [pela maioria dos tradutores] neste versículo é indubitavelmente falsa e contraditória com o inteiro modo de pensar de Cristo e do malfeitor. . . . [Cristo] certamente não entendia que o paraíso fosse uma subdivisão do domínio dos mortos, mas, ao contrário, a restauração de um paraíso na terra.”

Quando é que Jesus ‘entraria no seu reino’ e cumpriria o propósito de seu Pai de fazer da terra um paraíso? O livro de Revelação, escrito cerca de 63 anos depois de terem sido feitas as declarações registradas em Lucas 23:42, 43, indica que esses eventos ainda ocorrerão no futuro.

Você fala da inserção do nome Jeová no Novo Testamento, onde ele não consta nos manuscritos gregos. É isto verdade?
Jerônimo, no quarto século, escreveu: “Mateus, também chamado Levi, e que de publicano se tornou apóstolo, primeiro de tudo produziu um Evangelho de Cristo na Judéia na língua e nos caracteres hebraicos, para o benefício dos da circuncisão que haviam crido.” (De viris inlustribus, cap. III) Esse Evangelho contém 11 citações diretas de trechos das Escrituras Hebraicas onde aparece o Tetragrama. Não há motivo para se crer que Mateus não transcreveu as passagens conforme estavam escritas no texto hebraico donde ele citou.

Outros escritores inspirados que contribuíram para compor as Escrituras Gregas Cristãs citaram centenas de passagens da Septuaginta (versão dos Setenta), uma tradução das Escrituras Hebraicas para o grego. Muitas dessas passagens traziam o Tetragrama hebraico no próprio texto grego nas primeiras cópias da Septuaginta. Em harmonia com a própria atitude de Jesus Cristo com respeito ao nome de seu Pai, os discípulos de Jesus teriam conservado esse nome nessas citações. — Compare com João 17:6, 26.

Em Journal of Biblical Literature, George Howard, da Universidade da Geórgia, EUA, escreveu: “Sabemos que é um fato que os judeus de língua grega continuaram a escrever IHVH (caracteres hebraicos do nome divino) nas suas Escrituras Gregas. Ademais, é muitíssimo improvável que os primitivos cristãos judeus, conservadores, que falavam a língua grega, mudassem essa prática. Embora em referências secundárias a Deus usassem provavelmente as palavras [Deus] e [Senhor], teria sido extremamente incomum eles excluírem o Tetragrama do próprio texto bíblico. . . . Visto que o Tetragrama ainda era escrito nos exemplares da Bíblia grega, que compunham as Escrituras da primitiva igreja, é razoável crer que os escritores do N[ovo] T[estamento], ao citarem a Escritura, preservaram o Tetragrama dentro do texto bíblico. . . . Mas, quando foi tirado do V[elho] T[estamento] grego, foi também tirado das citações do V[elho] T[estamento] feitas no N[ovo] T[estamento]. Assim, em alguma época por volta do início do segundo século, o uso de sub-rogados [substitutos] deve ter excluído o Tetragrama de ambos os Testamentos.” — Vol. 96, N.° 1, março de 1977, pp. 76, 77.

Ponto 2.7
Qual a razão para nós acreditarmos que Deus e Jesus não são a mesma pessoa?
JESUS nunca afirmou ser Deus. Tudo o que ele disse a respeito de si mesmo indica que ele não se considerava igual a Deus em nenhum sentido — em poder, em conhecimento, em idade.

Em todo o período de sua existência, seja no céu, seja na terra, a sua fala e a sua conduta refletem subordinação a Deus. Deus é sempre o superior, Jesus o menor, criado por Deus.

REPETIDAS vezes Jesus mostrou que ele era uma criatura à parte de Deus e que tinha um Deus acima de si, um Deus a quem adorava, um Deus a quem chamava de “Pai”. Em oração a Deus, isto é, o Pai, Jesus disse: “De ti, o único Deus verdadeiro.” (João 17:3) Em João 20:17 ele disse a Maria Madalena: “Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.” (Soares [So]) Em 2 Coríntios 1:3 o apóstolo Paulo confirma essa relação: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.” Visto que Jesus tinha um Deus, seu Pai, ele não podia ao mesmo tempo ser esse Deus.

O apóstolo Paulo não tinha reservas quanto a falar de Jesus e de Deus como pessoas distintas uma da outra: “Para nós, contudo, existe um só Deus, o Pai . . . e um só Senhor, Jesus Cristo.” (1 Coríntios 8:6, BJ) O apóstolo mostra essa distinção ao usar a expressão “diante de Deus, de Cristo Jesus e dos anjos eleitos”. (1 Timóteo 5:21, BV) Assim como Paulo fala de Jesus e dos anjos como sendo distintos uns dos outros no céu, assim também o são Jesus e Deus.

As palavras de Jesus em João 8:17, 18 também são significativas. Ele diz: “Na vossa própria Lei está escrito: ‘O testemunho de dois homens é verdadeiro.’ Eu sou um que dá testemunho de mim mesmo, e o Pai que me enviou dá testemunho de mim.” Jesus mostra aqui que ele e o Pai, isto é, o Deus Todo-poderoso, têm de ser duas pessoas distintas, pois, senão, como haveria realmente duas testemunhas?

Jesus mostrou adicionalmente que ele era um ser à parte de Deus por dizer: “Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão só Deus.” (Marcos 10:18, BJ) Assim, Jesus dizia que ninguém é tão bom como Deus, nem o próprio Jesus. Deus é bom dum modo que o distingue de Jesus.

REPETIDAS vezes Jesus fez declarações assim: “Não pode o Filho fazer nada por si mesmo se não vir o Pai fazê-lo.” (João 5:19, Missionários Capuchinhos [MC]) “Desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.” (João 6:38) “O que eu ensino não é meu, mas pertence àquele que me enviou.” (João 7:16) Não é aquele que envia superior ao que é enviado?

Essa relação fica clara na ilustração de Jesus a respeito de um vinhedo. Ele assemelhou Deus, seu Pai, ao dono do vinhedo, que viajou para o exterior e arrendou o vinhedo a lavradores, que representavam o clero judaico. Quando o dono do vinhedo mais tarde enviou um escravo para obter alguns frutos do vinhedo, os lavradores espancaram o escravo e o despacharam de mãos vazias. Daí o dono enviou outro escravo, e depois um terceiro, ambos os quais receberam o mesmo tratamento. Por fim, o dono disse: “Enviarei o meu filho [Jesus], o amado. É provável que respeitem a este.” Mas, os lavradores corruptos disseram: “‘Este é o herdeiro; matemo-lo, para que a herança se torne nossa.’ Com isso lançaram-no fora do vinhedo e o mataram.” (Lucas 20:9-16)

Jesus ilustrou assim a sua própria posição como alguém que fora enviado por Deus para fazer a vontade deste, assim como um pai envia um filho submisso.

Os seguidores de Jesus sempre o encararam como servo submisso de Deus, não como igual a Deus. Eles oraram a Deus a respeito de “teu santo servo Jesus, a quem ungiste . . . para se operarem curas, milagres e prodígios em nome do teu santo servo Jesus”. — Atos 4:23, 27, 30, MC.

BEM no início do ministério de Jesus, quando este saiu da água batismal, a voz de Deus do céu disse: “Este é meu Filho, o amado, a quem tenho aprovado.” (Mateus 3:16, 17) Dizia Deus que ele mesmo era seu próprio filho, que ele aprovara a si mesmo, que enviara a si mesmo? Não, Deus, o Criador, dizia que, como superior, estava aprovando o inferior, seu Filho Jesus, para a obra à frente.

Jesus indicou que seu Pai é superior a ele ao dizer: “O espírito de Jeová está sobre mim, porque me ungiu para declarar boas novas aos pobres.” (Lucas 4:18) Ungir é o ato de conferir autoridade, ou uma incumbência, da parte de um superior a alguém que ainda não tenha tal autoridade. Aqui Deus é claramente o superior, pois ungiu a Jesus, dando-lhe autoridade que este não tinha antes.

Jesus deixou claro a superioridade de seu Pai quando a mãe de dois discípulos lhe pediu que seus filhos se sentassem, um à direita de Jesus, e outro à sua esquerda, quando este fosse empossado no Reino. Jesus respondeu: “Sentar à minha direita e à minha esquerda, não cabe a mim concedê-lo; mas é para aqueles aos quais meu Pai o preparou”, isto é, Deus. (Mateus 20:23, BJ) Se Jesus fosse o Deus Todo-poderoso, seria de sua alçada conceder tais posições. Mas, Jesus não as podia conceder, pois isso cabia a Deus, e Jesus não era Deus.

As próprias orações de Jesus constituem um poderoso exemplo de sua posição inferior. Pouco antes de morrer, Jesus mostrou quem era seu superior, por orar: “Pai, se tu quiseres, remove de mim este copo. Não obstante, ocorra, não a minha vontade, mas a tua.” (Lucas 22:42) A quem orava ele? A uma parte de si mesmo? Não, ele orava a alguém inteiramente separado, seu Pai, Deus, cuja vontade era superior e poderia ser diferente da sua própria, sendo Ele o Único capaz de ‘remover este copo’.

Daí, à beira da morte, Jesus clamou: “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?” (Marcos 15:34, BJ) A quem clamava Jesus? A si mesmo, ou a uma parte de si mesmo? Certamente, o brado “Deus meu”, não partia de alguém que considerava a si mesmo como sendo Deus. E, se Jesus fosse Deus, então, por quem teria sido ele abandonado? Por si próprio? Isto não faria sentido. Jesus disse também: “Pai, às tuas mãos confio o meu espírito.” (Lucas 23:46) Se Jesus fosse Deus, por que razão devia ele confiar seu espírito ao Pai?

Depois de morrer, Jesus ficou no túmulo por partes de três dias. Se ele fosse Deus, Habacuque 1:12 estaria errado ao dizer: “Ó meu Deus, meu Santo, tu não morres.” Mas a Bíblia diz que Jesus deveras morreu e ficou inconsciente no túmulo. E quem ressuscitou a Jesus? Se ele estivesse realmente morto, não poderia ressuscitar a si mesmo. Por outro lado, se não estivesse realmente morto, a sua pseudomorte não teria pago o preço de resgate pelo pecado de Adão. Mas, ele deveras pagou esse preço plenamente, por meio de sua morte real. Portanto, ‘Deus ressuscitou [a Jesus] por afrouxar as ânsias da morte’. (Atos 2:24) O superior, o Deus Todo-poderoso, levantou o menor, seu servo Jesus, da morte.

Será que a capacidade de Jesus de realizar milagres, tais como ressuscitar pessoas, indica que ele era Deus? Ora, os apóstolos e os profetas Elias e Eliseu também tinham esse poder, mas isso não fazia com que fossem mais do que homens. Deus deu o poder de realizar milagres aos profetas, a Jesus e aos apóstolos, a fim de mostrar que Ele os apoiava. Mas isso não tornou nenhum deles parte duma Divindade pluralizada.

AO PROFERIR a sua profecia a respeito do fim deste sistema de coisas, Jesus declarou: “Quanto ao dia e à hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu nem o Filho mas somente o Pai.” (Marcos 13:32, BV) Tivesse Jesus sido a parte igual do Filho numa Divindade, teria sabido o que o Pai sabia. Mas Jesus não sabia, pois não era igual a Deus.
Similarmente, em Hebreus 5:8 lemos que Jesus “aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu”. Podemos imaginar Deus precisar aprender algo? Não, mas Jesus precisava, pois ele não sabia tudo o que Deus sabia. E ele tinha de aprender algo que Deus jamais precisaria aprender — a obediência. Deus jamais precisa obedecer a alguém.
Uma diferença entre o que Deus sabe e o que Cristo sabe também existia quando Jesus foi ressuscitado para o céu a fim de estar com Deus. Note as primeiras palavras no último livro da Bíblia: “Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu.” (Revelação [Apocalipse] 1:1, MC) Se o próprio Jesus fosse parte duma Divindade, teria sido necessário dar-lhe uma revelação oriunda de outra parte da Divindade — Deus? Por certo ele teria sabido tudo a respeito dessa revelação, pois Deus sabia. Mas Jesus não sabia, pois não era Deus.

NA SUA existência pré-humana, e também quando esteve na terra, Jesus estava subordinado a Deus. Após a sua ressurreição, ele continuou a estar numa posição subordinada, secundária.

Falando sobre a ressurreição de Jesus, Pedro e aqueles que o acompanhavam disseram ao Sinédrio judaico: “Deus enalteceu a este [Jesus] . . . para a sua direita.” (Atos 5:31) Paulo disse: “Deus o enalteceu a uma posição superior.” (Filipenses 2:9) Se Jesus tivesse sido Deus, como poderia Jesus ter sido enaltecido, isto é, erguido a uma posição superior a que ele tinha antes? Ele já teria sido uma parte enaltecida da Trindade. Se, antes de seu enaltecimento, Jesus já tivesse sido igual a Deus, enaltecê-lo ainda mais o teria feito superior a Deus.

Paulo disse também que Cristo entrou “no próprio céu, a fim de comparecer, agora, diante da face de Deus a nosso favor”. (Hebreus 9:24, BJ) Se você comparecesse à presença de outra pessoa, como poderia você ser aquela mesma pessoa? Não poderia ser. Você teria de ser uma pessoa diferente e à parte.
Similarmente, pouco antes de ser morto por apedrejamento, o mártir Estêvão “fitou os olhos no céu e avistou a glória de Deus, e Jesus em pé à direita de Deus”. (Atos 7:55) Claramente, ele viu duas pessoas distintas — mas nenhum espírito santo, nenhuma Divindade trina.

No relato de Revelação 4:8 a 5:7, mostra-se Deus sentado no seu trono celestial, mas Jesus não. Este tem de se aproximar de Deus a fim de apanhar o rolo da Sua mão direita. Isto mostra que no céu Jesus não é Deus, mas é distinto dele.

Em harmonia com o precedente, o Bulletin of the John Rylands Library (Boletim da Biblioteca John Rylands), de Manchester, Inglaterra, diz: “Na sua vida celestial pós-ressurreição Jesus é representado como retendo uma individualidade pessoal em todo pormenor tão distinto e separado da pessoa de Deus, como tinha na sua vida na terra como o terreno Jesus. Ao lado de Deus, e comparado com Deus, ele aparece, deveras, como ainda outro ser celestial na corte celestial de Deus, assim como os anjos são — embora, como Filho de Deus, pertença a uma categoria diferente e ocupe uma posição bem acima da deles.” — Compare com Filipenses 2:11.

O Boletim diz também: “O que, porém, se diz a respeito de sua vida e funções qual Cristo celestial não significa nem sugere que na sua condição divina ele se encontre no mesmo nível do próprio Deus e seja plenamente Deus. Ao contrário, no quadro que o Novo Testamento apresenta de sua pessoa e de seu ministério celestiais, observamos um personagem tanto à parte de Deus como subordinado a ele.”

No futuro eterno no céu, Jesus continuará a ser uma pessoa à parte de Deus, um subordinado servo Seu. A Bíblia expressa isso do seguinte modo: “Depois será o fim, quando [Jesus, no céu] tiver entregado o reino a Deus e ao Pai . . . Então ainda o mesmo Filho estará sujeito àquele que sujeitou a ele todas as coisas, a fim de que Deus seja tudo em todas as coisas.” — 1 Coríntios 15:24, 28, So.

O CONCEITO da Bíblia é claro. Não apenas é o Todo-poderoso Deus, Jeová, uma personalidade à parte de Jesus, mas Ele é sempre superior. Jesus sempre é apresentado como pessoa à parte e menor, um humilde servo de Deus. É por isso que a Bíblia diz claramente que “a cabeça do Cristo é Deus” assim como “a cabeça de todo homem é o Cristo”. (1 Coríntios 11:3) E é por isso que o próprio Jesus disse: “O Pai é maior do que eu.” — João 14:28, So.

O fato é que Jesus não é Deus e nunca afirmou ser. Isto está sendo reconhecido por um crescente número de peritos. Como diz o Boletim da Rylands: “Deve-se encarar o fato de que a pesquisa do Novo Testamento ao longo dos, digamos, últimos trinta ou quarenta anos tem levado um crescente número de renomados peritos do Novo Testamento à conclusão de que Jesus . . . certamente nunca creu ser ele mesmo Deus.”

O Boletim disse também a respeito dos cristãos do primeiro século: “Quando, pois, eles atribuíram [a Jesus] títulos honoríficos tais como Cristo, Filho do homem, Filho de Deus e Senhor, estes eram maneiras de dizer, não que ele era Deus, mas sim que ele fez a obra de Deus.”

Assim, até mesmo alguns peritos religiosos admitem que o conceito de Jesus ser Deus é inteiramente contrário ao testemunho da Bíblia. Ali, Deus é sempre o superior, e Jesus é o servo subordinado.

Quanto ao ponto 2.8 sobre a crença no Inferno de Fogo é preciso em primeiro lugar considerar a crença na imortalidade da Alma ponto 2.11

Gên. 2:7: “Jeová Deus passou a formar o homem do pó do solo e a soprar nas suas narinas o fôlego de vida, e o homem veio a ser uma alma vivente.” (Note que não diz aqui que se deu ao homem uma alma, mas que ele veio a ser uma alma, uma pessoa viva.) (A parte da palavra hebraica traduzida aqui por “alma” é né·fesh. ALA, IBB e So concordam com essa tradução. VB, BJ e BMD vertem-na “ser”. So diz entre parêntesis “pessoa”.)

1 Cor. 15:45: “Até mesmo está escrito assim: ‘O primeiro homem, Adão, tornou-se alma vivente.’ O último Adão tornou-se espírito vivificante.” (Portanto, as Escrituras Gregas Cristãs concordam com as Escrituras Hebraicas sobre o que a alma é.) (A palavra grega traduzida aqui por “alma” é o caso acusativo de psy·khé. Al, IBB, PIB, BJ, BMD e So também rezam “alma”. ALA, BLH e NTI dizem “ser”.)

1 Ped. 3:20: “Nos dias de Noé . . . poucas pessoas, isto é, oito almas, foram levadas a salvo através da água.” (A palavra grega traduzida aqui por “almas” é psy·khaí, o plural de psy·khé. Al, IBB, VB e CT também rezam “almas”. ABV, PIB, BMD, BV e So dizem “pessoas”.)

Gên. 9:5: “Além disso, exigirei de volta vosso sangue das vossas almas [ou: “vidas”; em hebraico, de né·fesh].” (Diz-se aqui que a alma tem sangue.)

Jos. 11:11: “Foram golpear toda alma [em hebraico, néfesh] que havia nela com o fio da espada.” (Mostra-se aqui que a alma é algo que pode ser tocado pela espada, de modo que essas almas não poderiam ter sido espíritos.)

Onde diz a Bíblia que os animais são almas?
Gên. 1:20, 21, 24, 25: “Deus prosseguiu, dizendo: ‘Produzam as águas um enxame de almas viventes* . . .’ E Deus passou a criar os grandes monstros marinhos e toda alma vivente que se move, que as águas produziram em enxames segundo as suas espécies, e toda criatura voadora alada segundo a sua espécie. . . . E Deus prosseguiu, dizendo: ‘Produza a terra almas viventes segundo as suas espécies . . .’ E Deus passou a fazer o animal selvático da terra segundo a sua espécie, e o animal doméstico segundo a sua espécie e todo animal movente do solo segundo a sua espécie.” (*Em hebraico, a palavra aqui é né·fesh. Al reza “alma”. Algumas traduções a vertem “animais”.)

Lev. 24:17, 18: “Caso um homem golpeie fatalmente qualquer alma [hebraico, né·fesh] do gênero humano, sem falta deve ser morto. E quem golpear fatalmente a alma [hebraico, né·fesh] dum animal doméstico deve dar compensação por ela, alma por alma.” (Note que a mesma palavra hebraica para alma é aplicada tanto à humanidade como aos animais.)

Rev. 16:3: “Este se tornou em sangue como de um morto, e morreu toda alma* vivente, sim, as coisas no mar.” (Assim, as Escrituras Gregas Cristãs também mostram que os animais são almas.) (*Em grego, a palavra aqui é psy·khé. VB, Al e Tr vertem-na “alma”. Algumas traduções usam o termo “seres”; NTI diz “peixes” e Pe, “animal”.)

Reconhecem outros eruditos que não são Testemunhas de Jeová que é isso que a Bíblia diz ser a alma?

“Não existe nenhuma dicotomia [divisão] do corpo e da alma no V[elho] T[estamento]. O israelita via as coisas de modo concreto, na sua totalidade, e assim considerava os homens como pessoas, não como compostos. O termo nepe_s [né·fesh], embora traduzido pela nossa palavra alma, jamais significa alma distinta do corpo ou da pessoa individual. . . . O termo [psy·khé] é a palavra do N[ovo] T[estamento] que corresponde a nepe_s. Pode significar o princípio de vida, a própria vida ou o ser vivente.” — New Catholic Encyclopedia (1967), Vol. XIII, pp. 449, 450.

“O termo hebraico para ‘alma’ (nefesh, aquilo que respira) foi usado por Moisés . . ., significando um ‘ser animado’ e aplicável igualmente a seres não-humanos. . . . O emprego de psych_e (‘alma’) no Novo Testamento era comparável a nefesh.” — The New Encyclopædia Britannica (1976), Macropædia, Vol. 15, p. 152.

“A crença de que a alma continua sua existência após a dissolução do corpo é um assunto de especulação filosófica ou teológica e não de simples fé, e, concordemente, não é expressamente ensinada em parte alguma da Escritura Sagrada.” — The Jewish Encyclopedia (1910), Vol. VI, p. 564.


Eze. 18:4: “Eis que todas as almas — a mim me pertencem. Como a alma do pai, assim também a alma do filho — a mim me pertencem. A alma* que pecar — ela é que morrerá.” (*Em hebraico reza “o né·fesh”. VB, IBB, ALA, Al, So e Tr vertem-no “a alma”. Algumas traduções dizem “a pessoa”, “aquele” ou “quem”.

Mat. 10:28: “Não fiqueis temerosos dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma [ou: “vida”]; antes, temei aquele que pode destruir na Geena tanto a alma* como o corpo.”
(*Em grego é o caso acusativo de psy·khé. PC, ABC, So, BMD, BJ, PIB, MC e LR o vertem “alma”.)

Atos 3:23: “Deveras, toda alma [grego, psy·khé] que não escutar esse Profeta será completamente destruída dentre o povo.”

Após esta consideração bíblica de que a alma não é nenhuma parte imaterial separada do corpo, consideremos a crença no inferno de fogo.

Mostra a Bíblia que os mortos sofrem dor?
Ecl. 9:5, 10: “Os viventes estão cônscios de que morrerão; os mortos, porém, não estão cônscios de absolutamente nada . . . Tudo o que a tua mão achar para fazer, faze-o com o próprio poder que tens, pois não há trabalho, nem planejamento, nem conhecimento, nem sabedoria no Seol,* o lugar para onde vais.” (Se não estão cônscios de nada, é óbvio que não sentem dor.) (*“Seol”, “Xeol” ou “Cheol”, IBB, BJ, BMD; “a sepultura”, Al, So; “inferno”, Dy; “região dos mortos”, MC.)

Sal. 146:4: “Sai-lhe o espírito, ele volta ao seu solo; neste dia perecem deveras os seus pensamentos.*” (*“Pensamentos”, Al, MC; “desígnios”, ALA; “planos”, BJ.)

“O conceito de ‘alma’, significando uma realidade puramente espiritual, imaterial, distinta do ‘corpo’, . . . não existe na Bíblia.” — La Parole de Dieu (Paris, 1960) de Georges Auzou, professor de Escrituras Sagradas, Seminário de Rouen, França, p. 128.

“Embora a palavra hebraica nefesh [nas Escrituras Hebraicas] seja freqüentemente traduzida por ‘alma’, seria inexato atribuir-lhe por inferência um significado grego. Nunca se imagina que nefesh . . . atue de modo separado do corpo. No Novo Testamento, a palavra grega psyche é amiúde traduzida por ‘alma’, mas neste caso tampouco se deve entender precipitadamente que tenha o significado que lhe davam os filósofos gregos. Usualmente significa ‘vida’ ou ‘vitalidade’, ou, às vezes, ‘o ego’.” — The Encyclopedia Americana (1977), Vol. 25, p. 236.

Que espécie de pessoas vão ao inferno bíblico?
Será que a Bíblia diz que os maus vão para o inferno?
Sal. 9:17, Al: “Os ímpios serão lançados no inferno* e todas as gentes que se esquecem de Deus.” (*“Inferno”, 9:18 em So 36.a ed.; “túmulo”, So, 8.a ed.; “região dos mortos”, CBC; “Seol”, IBB; “Xeol”, BJ; “Sheol”, VB, MC [9:18].)

Diz a Bíblia também que os bons vão ao inferno?
Jó 14:13, Dy: “[Jó orou:] Quem me dera isto: que me protegesses no inferno,* e me escondesses até que passasse a tua ira, e me fixasses um tempo em que te lembrarias de mim?” (O próprio Deus disse que Jó era “homem inculpe e reto, temendo a Deus e desviando-se do mal.” — Jó 1:8.) (*“Sepultura”, Al; “região dos mortos”, CBC, “Xeol”, BJ; “Cheol”, BMD; “Seol”, IBB, NM.)

Atos 2:25-27, PIB: “Davi . . . diz a seu respeito [de Jesus Cristo]: . . . porque não abandonarás a minha alma no inferno,* nem deixarás que o teu Santo experimente a decomposição.” (Não indica o fato de Deus não ‘abandonar’ Jesus no inferno que Jesus esteve no inferno, ou Hades, por pelo menos algum tempo?) (*“Inferno”, ABV, “morte”, ALA; “mundo dos mortos”, NTI; “região dos mortos”, BV; “Hades”, Al, BJ, VB, NM.)

Pode alguém sair algum dia do inferno bíblico?
Rev. 20:13, 14, Al: “Deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno* deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo.” (Portanto, os mortos serão livrados do inferno. Note também que o inferno não é o mesmo que o lago de fogo, mas será lançado no lago de fogo.) (*“Inferno”, So, LR; “região dos mortos”, BF; “o mundo dos mortos”, BLH; “Hades”, IBB, ABV, MC, BJ, NM.)

Por que há confusão sobre o que a Bíblia diz a respeito do inferno?
“Muita confusão e compreensão errônea foram causadas pelo fato de os primitivos tradutores da Bíblia terem traduzido persistentemente o termo hebraico Seol e os termos gregos Hades e Geena pela palavra inferno. A simples transliteração destas palavras por parte dos tradutores das edições revisadas da Bíblia não bastou para eliminar apreciavelmente esta confusão e equívoco.” — The Encyclopedia Americana (1942), Vol. XIV, p. 81.

Os tradutores permitiram que suas crenças pessoais afetassem seu trabalho, em vez de serem coerentes em verter as palavras da língua original.
Por exemplo:
(1) A versão de Matos Soares, 36.a ed., traduziu she’óhl por “inferno”, “terra”, “morte”, “habitação dos mortos”, “sepulcro”, “sepultura” e transliterou uma vez por “cheol”; haí·des é também traduzido ali tanto por “inferno” como por “habitação dos mortos”; gé·en·na também é traduzida por “inferno”.
(2) A versão A Bíblia na Linguagem de Hoje traduz haí·des por “inferno”, “morte”, “lugar onde estão os mortos” e “mundo dos mortos”. Mas, além de traduzir haí·des por “inferno”, usa esta mesma tradução para gé·en·na.
(3) A tradução do Centro Bíblico Católico traduz haí·des por “inferno”, “região dos mortos” e “morada subterrânea”. Traduz também gé·en·na por “inferno”, além de transliterar gé·en·na por geena. O significado exato das palavras na língua original fica assim obscurecido.

Há punição eterna para os ímpios?
Mat. 25:46, ALA: “Irão estes para o castigo eterno [“truncamento”, Int.; grego, kó·la·sin], porém os justos para a vida eterna.” (The Emphatic Diaglott reza “decepamento” em vez de “castigo”.
Uma nota ao pé da página declara: “Kolasin . . . deriva-se de kolazoo, que significa, 1. Decepar; como no truncamento de ramos de árvores, podar. 2. Restringir, reprimir. . . . 3. Castigar, punir. Extirpar alguém da vida, ou da sociedade, ou mesmo restringir, é tido como castigo; — por conseguinte, surgiu este terceiro uso metafórico da palavra. Adotou-se a primeira acepção, porque concorda melhor com a segunda parte da sentença, preservando-se assim a força e a beleza da antítese. Os justos vão para a vida, os ímpios para o decepamento, sendo cortados da vida, ou para a morte. Veja 2 Tes. 1.9.”)

2 Tes. 1:9,

Re: António Madaleno
Escrito por: António Madaleno (IP registado)
Data: 27 de February de 2002 19:48

2 Tes. 1:9, ALA: “Sofrerão penalidade de eterna destruição,* banidos da face do Senhor e da glória do seu poder.” (*“Ruína eterna”, BJ, NAB; “perdição eterna”, CBC; “punição eterna na destruição”, Dy.)

Judas 7, Al: “Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se corrompido como aqueles, e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno.” (O fogo que destruiu Sodoma e Gomorra cessou de arder há milhares de anos. Mas o efeito daquele fogo tem sido duradouro; essas cidades não foram reconstruídas. O julgamento de Deus, porém, não foi meramente contra aquelas cidades, mas também contra seus habitantes iníquos. O que lhes sucedeu serve de exemplo de advertência. Em Lucas 17:29, Jesus diz que eles foram ‘destruídos’; Judas 7 mostra que a destruição foi eterna.)

Qual é o sentido do ‘tormento eterno’ mencionado em Revelação?
Rev. 14:9-11; 20:10, Al: “Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão, também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. E o fumo do seu tormento [grego: ba·sa·ni·smoú] sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome.” “E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.”

Que é o ‘tormento’ mencionado nesses textos? É digno de nota que em Revelação 11:10 (Al) se faz menção de ‘profetas que atormentam os que habitam sobre a terra’. Tal tormento resulta da exposição humilhante por meio de mensagens que esses profetas proclamam. Em Revelação 14:9-11 (Al), diz-se que os adoradores da simbólica “besta, e a sua imagem”, são ‘atormentados com fogo e enxofre’. Isto não pode referir-se a tormento consciente após a morte, porque “os mortos não sabem cousa nenhuma”. (Ecl. 9:5, Al) Então, o que faz com que sintam tal tormento enquanto ainda vivos? É a proclamação feita pelos servos de Deus de que os que adoram a “besta, e a sua imagem”, sofrerão a segunda morte, que é representada pelo “lago de fogo e enxofre”. O fumo, associado com a destruição deles no fogo, ascende para sempre, porque tal destruição será eterna e jamais esquecida. Quando Revelação 20:10 diz que o Diabo será ‘atormentado para todo o sempre’ no “lago de fogo e enxofre”, o que significa isso? Revelação 21:8 (Al) diz claramente que o “lago que arde com fogo e enxofre” significa “a segunda morte”. Portanto, ser o Diabo ‘atormentado’ ali para sempre significa que não haverá livramento para ele; ele será mantido restrito para sempre, na realidade na morte eterna. Este uso da palavra “tormento” (do grego bá·sa·nos) faz lembrar o emprego dessa palavra em Mateus 18:34, onde a mesma palavra grega básica é aplicada a um ‘carcereiro’. — RS, AT, ED, NM.

O que é a ‘geena ardente’ mencionada por Jesus?
Faz-se 12 vezes menção de Geena nas Escrituras Gregas Cristãs. Cinco vezes está diretamente associada com fogo. Alguns tradutores traduziram a expressão grega gé·en·nan tou py·rós por “fogo do inferno” (Al, Ne), “inferno de fogo” (Pe), “abismo de fogo” (AT) e “Geena do fogo” (PC).

Fundo histórico: O Vale de Hinom (Geena) ficava fora dos muros de Jerusalém. Por algum tempo foi o lugar de adoração idólatra, incluindo sacrifício de crianças. No primeiro século, a Geena era usada como incinerador para o lixo de Jerusalém. Os corpos de animais mortos eram lançados no vale para serem consumidos pelo fogo, ao qual se acrescentava enxofre para alimentá-lo. Também os corpos de criminosos executados, considerados indignos de sepultamento num túmulo memorial, eram lançados na Geena.
Assim, em Mateus 5:29, 30, Jesus falou a respeito de ser lançado ‘todo o corpo’ da pessoa na Geena. Ao cair o corpo dentro do fogo, que era constantemente mantido aceso, tal corpo era consumido, mas se caísse numa saliência da profunda ravina, sua carne em decomposição ficava infestada dos vermes ou gusanos sempre presentes. (Mar. 9:47, 48) Pessoas com vida nunca eram lançadas na Geena; portanto, não era um lugar de tormento consciente.

Em Mateus 10:28, Jesus avisou seus ouvintes a ‘temer aquele que pode destruir na Geena tanto a alma como o corpo’. Que significa isso? Note que não se faz menção aqui de tormento no fogo da Geena; antes, ele diz para ‘temer aquele que pode destruir na Geena’. Fazendo referência à “alma” separadamente, Jesus sublinha aqui que Deus pode destruir todas as perspectivas de vida de uma pessoa; assim, não há esperança de ressurreição para tal pessoa. De modo que as referências à ‘Geena de fogo’ têm o mesmo significado que o “lago de fogo”, de Revelação 21:8, a saber, a destruição, “a segunda morte”.

Qual é o castigo pelo pecado, segundo a Bíblia?
Rom. 6:23: “O salário pago pelo pecado é a morte.”

Após a morte da pessoa, está ela ainda sujeita a castigo adicional pelos seus pecados?
Rom. 6:7: “Aquele que morreu foi absolvido do seu pecado.”

Será que o tormento eterno dos maus é compatível com a personalidade de Deus?
Jer. 7:31: “[Os judeus apóstatas] construíram os altos de Tofete, que está no vale do filho de Hinom, para queimarem no fogo a seus filhos e suas filhas, coisa que não havia ordenado e que não me havia subido ao coração.” (Se nunca veio ao coração de Deus, certamente ele não possui nem utiliza tal coisa em escala maior.)
Ilustração: Que acharia de um genitor que segurasse a mão de seu filho sobre o fogo para castigá-lo por causa de uma transgressão? “Deus é amor.” (1 João 4:8) Será que ele faria aquilo que um genitor humano com mente sã não faria? Certamente que não!

Pelo que Jesus disse sobre o rico e o Lázaro, ensinou Jesus o tormento após a morte dos que são maus?
É a narrativa, em Lucas 16:19-31, literal ou meramente uma ilustração de outra coisa? A Bíblia de Jerusalém, numa nota ao pé da página, reconhece que é uma “história-parábola, sem qualquer nexo histórico”. Se fosse tomada ao pé da letra, significaria que os que gozam do favor divino caberiam todos no seio de um só homem, Abraão; que a água na ponta do dedo duma pessoa não seria evaporada pelo fogo do Hades; que uma mera gota de água traria alívio à pessoa que ali estivesse sofrendo. Parece-lhe isso razoável? Se fosse literal, entraria em choque com outras partes da Bíblia. Se a Bíblia fosse tão contraditória, será que alguém que ama a verdade a usaria como base de sua fé? Mas, acontece que a Bíblia não se contradiz.

Que significa essa parábola? O “homem rico” representava os fariseus. (Veja o versículo 14 Þde Luc. 16Ü.) O mendigo Lázaro representava o povo judeu comum que era desprezado pelos fariseus, mas que se arrependeu e cujos membros se tornaram seguidores de Jesus. (Veja Lucas 18:11; João 7:49; Mateus 21:31, 32.) A morte deles também era simbólica, e representava uma mudança de circunstâncias. Assim, os que outrora eram desprezados passaram a ter uma posição de favor divino e os que anteriormente pareciam favorecidos foram rejeitados por Deus, ao passo que eram atormentados pelas mensagens de julgamento proferidas pelos que eles haviam desprezado. — Atos 5:33; 7:54.

Qual é a origem do ensinamento do inferno de fogo?
Nas crenças da antiga Babilônia e Assíria “o mundo inferior . . . é retratado como um lugar cheio de horrores, e é presidido por deuses e demônios de grande força e ferocidade”. (The Religion of Babylonia and Assyria, Boston, EUA, 1898, de Morris Jastrow, Jr., p. 581) Uma evidência antiga do aspecto ardente do inferno da cristandade encontra-se na religião do antigo Egito. (The Book of the Dead, New Hyde Park, N. I., EUA, 1960, com introdução por E. A. Wallis Budge, pp. 144, 149, 151, 153, 161) O budismo, que data do 6.° século AEC, com o tempo apresentou infernos tanto quentes como frios. (The Encyclopedia Americana, 1977, Vol. 14, p. 68) Descobriu-se que gravuras do inferno, representadas nas igrejas católicas na Itália, remontam a raízes etruscas. — La civiltà etrusca (Milão, Itália, 1979), de Werner Keller, p. 389.

Mas as verdadeiras raízes desta doutrina que desonra a Deus são muito mais profundas. O conceito hediondo associado com um inferno de tormento é uma calúnia contra Deus e se origina do principal caluniador de Deus (o Diabo, cujo nome significa “Caluniador”), a quem Jesus Cristo chamou de “pai da mentira”. — João 8:44.

Queira notar que ainda à pouco tempo, salvo o erro, o Papa João II, renovou o entendimento sobre o Inferno segundo a versão católica afirmando que não era um local de tormento literal, mas um estado de separação de Deus.

Quanto à questão dos 144.000 – ponto 2.13

Vão para o céu todas as pessoas boas?

Atos 2:34: “Davi [a quem a Bíblia se refere como sendo ‘um homem que agradou ao coração de Jeová’] não ascendeu aos céus.”

Mat. 11:11: “Deveras, eu vos digo: Entre os nascidos de mulheres não se levantou ninguém maior do que João Batista; mas aquele que é menor no reino dos céus é maior do que ele.” (De modo que João não foi para o céu quando morreu.)
Sal. 37:9, 11, 29: “Os próprios malfeitores serão decepados, mas os que esperam em Jeová são os que possuirão a terra. . . . Os próprios mansos possuirão a terra e deveras se deleitarão na abundância de paz. Os próprios justos possuirão a terra e residirão sobre ela para todo o sempre.”

Se Adão não tivesse pecado, teria ele por fim ido para o céu?
Gên. 1:26: “Deus prosseguiu, dizendo: ‘Façamos o homem à nossa imagem, segundo a nossa semelhança, e tenham eles em sujeição os peixes do mar, e as criaturas voadoras dos céus, e os animais domésticos, e toda a terra, e todo animal movente que se move sobre a terra.’” (Portanto, o propósito de Deus para Adão era que ele fosse o guardião da terra e da vida animal nela. Nada se disse sobre ele ir para o céu.)

Gên. 2:16, 17: “Jeová Deus deu também esta ordem ao homem: ‘De toda árvore do jardim podes comer à vontade. Mas, quanto à árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau, não deves comer dela, porque no dia em que dela comeres, positivamente morrerás.’” (Não era o propósito original de Jeová que o homem morresse algum dia. A ordem de Deus citada aqui mostra que ele o avisou contra o proceder que conduziria à morte. A morte seria o castigo pela desobediência, não a porta para uma vida melhor no céu. A obediência seria recompensada com vida contínua, vida eterna, no Paraíso que Deus dera ao homem. Veja também Isaías 45:18.)

É necessário a pessoa ir para o céu para ter um futuro realmente feliz?
Sal. 37:11: “Os próprios mansos possuirão a terra e deveras se deleitarão na abundância de paz.”

Rev. 21:1-4: “Eu vi um novo céu e uma nova terra . . . Ouvi uma voz alta do trono dizer: ‘Eis que a tenda de Deus está com a humanidade, e ele residirá com eles e eles serão os seus povos. E o próprio Deus estará com eles. E enxugará dos seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem clamor, nem dor. As coisas anteriores já passaram.’”

Miq. 4:3, 4: “Não levantarão espada, nação contra nação, nem aprenderão mais a guerra. E realmente sentar-se-ão, cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os faça tremer; porque a própria boca de Jeová dos exércitos falou isso.”

Abriu Jesus o caminho do céu para os que morreram antes da própria morte dele?
Que significa 1 Pedro 3:19, 20? “Neste estado [em espírito, após a sua ressurreição], também, ele [Jesus] foi e pregou aos espíritos em prisão, os quais outrora tinham sido desobedientes, quando a paciência de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se construía a arca, na qual poucas pessoas, isto é, oito almas [“almas”, Al, IBB; “pessoas”, PIB, So], foram levadas a salvo através da água.” (Eram esses “espíritos em prisão” as almas dos humanos que haviam recusado atender à pregação de Noé antes do Dilúvio e estava então aberto o caminho para eles irem para o céu? Uma comparação de 2 Pedro 2:4 e de Judas 6 com Gênesis 6:2-4 mostra que esses espíritos eram filhos angélicos de Deus que se materializaram e se casaram nos dias de Noé. Em 1 Pedro 3:19, 20 a palavra grega para “espíritos” é pneú·ma·sin, ao passo que a palavra traduzida por “almas” é psy·khaí. Os “espíritos” não eram almas desencarnadas, mas eram anjos desobedientes; as “almas” mencionadas aqui eram pessoas viventes, humanos, a saber, Noé e sua família. O que foi pregado aos “espíritos em prisão” deve, portanto, ter sido uma mensagem de julgamento.)

Qual é o significado de 1 Pedro 4:6? “De fato, com este objetivo se declararam as boas novas também aos mortos, para que fossem julgados quanto à carne, do ponto de vista dos homens, mas vivessem quanto ao espírito, do ponto de vista de Deus.” (Eram esses “mortos” as pessoas que morreram antes da morte de Cristo? Conforme já se mostrou, os mortos não são os “espíritos em prisão”. Esses espíritos eram os anjos desobedientes. E a pregação não poderia beneficiar humanos fisicamente mortos, porque, conforme Eclesiastes 9:5 diz, eles “não estão cônscios de absolutamente nada”, e Salmo 146:4 acrescenta que na morte ‘perecem deveras os pensamentos’ da pessoa. Mas Efésios 2:1-7, 17 refere-se realmente a pessoas que estavam espiritualmente mortas e que foram vivificadas espiritualmente em resultado de aceitarem as boas novas.)

É a vida celestial apresentada no “Novo Testamento” como esperança para todos os cristãos?
João 14:2, 3: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não, eu vos teria dito, porque vou embora para vos preparar um lugar. Também, se eu for embora e vos preparar um lugar, virei novamente e vos acolherei a mim, para que, onde eu estiver, vós também estejais.” (Jesus mostra aqui que seus fiéis apóstolos, com os quais ele estava falando, estariam, com o tempo, na “casa” de seu Pai, no céu, com Jesus. Mas ele não diz aqui quantos outros iriam também para o céu.)

João 1:12, 13: “A tantos quantos o [a Jesus] receberam, a estes deu autoridade para se tornarem filhos de Deus, porque exerciam fé no seu nome; e nasceram, não do sangue, nem da vontade carnal, nem da vontade do homem, mas de Deus.” (Note que o contexto, no versículo 11 Þde Jo. 1Ü, diz “os seus”, isto é, de Jesus, os judeus. Tantos quantos deles receberam a Jesus quando este veio a eles no primeiro século se tornaram filhos de Deus, com a perspectiva da vida celestial. Os verbos no texto estão no passado, de modo que esta passagem não se refere a todos os que se tornaram cristãos desde então.)

Rom. 8:14, 16, 17: “Todos os que são conduzidos pelo espírito de Deus, estes são filhos de Deus. O próprio espírito dá testemunho com o nosso espírito de que somos filhos de Deus. Então, se somos filhos, somos também herdeiros: deveras, herdeiros de Deus, mas co-herdeiros de Cristo, desde que soframos juntamente, para que também sejamos glorificados juntamente.” (No tempo em que isto foi escrito era fato que todos os que eram conduzidos pelo espírito de Deus eram filhos de Deus, cuja esperança era que seriam glorificados com Cristo. Mas nem sempre foi assim. Lucas 1:15 diz que João, o Batizador, seria cheio de espírito santo, mas Mateus 11:11 esclarece que ele não participará da glória do Reino celestial. Portanto, também, após o ajuntamento dos herdeiros do Reino celestial, haveria outros que serviriam a Deus quais seguidores de seu Filho e que, contudo, não participariam da glória celestial.)



Que referências específicas há no “Novo Testamento” quanto à provisão para que cristãos sejam recompensados com a vida eterna na terra?
Mat. 5:5: “Felizes os de temperamento brando, porque herdarão a terra.”
Mat. 6:9, 10: “Nosso Pai nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu reino. Realize-se a tua vontade, como no céu, assim também na terra.” (Qual é a vontade de Deus com respeito à terra? O que indicam Gênesis 1:28 e Isaías 45:18?)

Mat. 25:31-33, 40, 46: “Quando o Filho do homem chegar na sua glória, e com ele todos os anjos, então se assentará no seu trono glorioso. E diante dele serão ajuntadas todas as nações, e ele separará uns dos outros assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à sua esquerda. . . . O rei lhes dirá [às ovelhas] . . .: ‘Deveras, eu vos digo: Ao ponto que o fizestes a um dos mínimos destes meus irmãos, a mim o fizestes.’

E estes [os cabritos] partirão para o decepamento eterno, mas os justos [as ovelhas], para a vida eterna.” (Note que essas “ovelhas” não são o mesmo que os irmãos do Rei, que são “participantes da chamada celestial”. [Heb. 2:10–3:1] Mas esses semelhantes a ovelhas estariam vivos no tempo em que Cristo estivesse no trono e no tempo que alguns de seus “irmãos” ainda estivessem sofrendo tribulação na terra.)

João 10:16: “Tenho outras ovelhas, que não são deste aprisco; a estas também tenho de trazer, e elas escutarão a minha voz e se tornarão um só rebanho, um só pastor.” (Quem são essas “outras ovelhas”? São seguidores do Pastor Excelente, Jesus Cristo, mas não estão no aprisco do “novo pacto”, dos que têm esperança celestial. Contudo, chegam realmente a se associar intimamente com os que estão nesse aprisco.)

2 Ped. 3:13: “Há novos céus e uma nova terra que aguardamos segundo a sua promessa, e nestes há de morar a justiça.” (Também Revelação 21:1-4.)

Rev. 7:9, 10: “Depois destas coisas [depois de o apóstolo João ter visto o número completo dos “selados” que “foram comprados da terra” para estarem com Cristo no monte Sião celestial; veja Revelação 7:3, 4; 14:1-3] eu vi, e, eis uma grande multidão, que nenhum homem podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, trajados de compridas vestes brancas; e havia palmas nas suas mãos. E gritavam com voz alta, dizendo: ‘Devemos a salvação ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro.’”

A quantos oferece a Bíblia a esperança de vida celestial?
Luc. 12:32: “Não temas, pequeno rebanho, porque aprouve a vosso Pai dar-vos o reino.”

Rev. 14:1-3: “Eu vi, e eis o Cordeiro [Jesus Cristo] em pé no monte Sião [no céu; veja Hebreus 12:22-24], e com ele cento e quarenta e quatro mil, que têm o nome dele e o nome de seu Pai escrito nas suas testas. . . . E estão cantando como que um novo cântico . . . e ninguém podia aprender esse cântico, exceto os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra.”



São os 144.000 compostos apenas de judeus naturais?
Rev. 7:4-8: “Ouvi o número dos selados: cento e quarenta e quatro mil, selados de toda tribo dos filhos de Israel: . . . Judá . . . Rubem . . . Gade . . . Aser . . . Naftali . . . Manassés . . . Simeão . . . Levi . . . Issacar . . . Zebulão . . . José . . . Benjamim.” (Tais não podem ser as tribos do Israel natural, porque nunca houve uma tribo de José, as tribos de Efraim e de Dã não estão incluídas nesta lista aqui, e os levitas foram colocados à parte para o serviço em relação com o templo, mas não eram contados como uma das 12 tribos. Veja Números 1:4-16.)

Rom. 2:28, 29: “Não é judeu aquele que o é por fora, nem é circuncisão aquela que a é por fora, na carne. Mas judeu é aquele que o é no íntimo, e a sua circuncisão é a do coração, por espírito, e não por um código escrito.”

Gál. 3:26-29: “Todos vós sois, de fato, filhos de Deus, por intermédio da vossa fé em Cristo Jesus. . . . Não há nem judeu nem grego, não há nem escravo nem homem livre, não há nem macho nem fêmea; pois todos vós sois um só em união com Cristo Jesus. Além disso, se pertenceis a Cristo, sois realmente descendente de Abraão, herdeiros com referência a uma promessa.”

É o número 144.000 meramente simbólico?
A resposta é indicada pelo fato de que, após a menção do número definido de 144.000, Revelação 7:9 faz referência a “uma grande multidão, que nenhum homem podia contar”. Se o número 144.000 não fosse literal, não teria sentido contrastá-lo com a “grande multidão”. O entendimento de que é um número literal concorda com a declaração de Jesus em Mateus 22:14; com respeito ao Reino dos céus: “Há muitos convidados, mas poucos escolhidos.”

Será que os da “grande multidão”, mencionados em Revelação 7:9, 10, vão também para o céu?
Revelação não fala deles, como o faz dos 144.000, que são “comprados da terra” para estarem com Cristo no monte Sião celestial. — Rev. 14:1-3.

A descrição deles como ‘estando de pé diante do trono e diante do Cordeiro’ indica, não necessariamente um local, mas uma condição aprovada. (Compare com Revelação 6:17; Lucas 21:36.) A expressão “diante do trono” (em grego, e·nó·pi·on tou thró·nou; literalmente, “à vista do trono”) não requer que estejam no céu. Sua posição é simplesmente “à vista” de Deus, quem nos diz que dos céus ele observa os filhos dos homens. — Sal. 11:4; compare com Mateus 25:31-33; Lucas 1:74, 75; Atos 10:33.

A “grande multidão no céu”, mencionada em Revelação 19:1, 6 não é a mesma que a “grande multidão” de Revelação 7:9. Os no céu não são descritos como sendo “de todas as nações”, ou como atribuindo a sua salvação ao Cordeiro; são anjos. A expressão “grande multidão” é empregada numa variedade de contextos na Bíblia. — Mar. 5:24; 6:34; 12:37.


O que farão no céu os que forem para lá?
Rev. 20:6: “Serão sacerdotes de Deus e do Cristo, e reinarão com ele durante os mil anos.” (Também Daniel 7:27.)
1 Cor. 6:2: “Não sabeis que os santos julgarão o mundo?”
Rev. 5:10: “Fizeste deles um reino e sacerdotes para o nosso Deus, e reinarão sobre a terra.” (A mesma palavra grega para “sobre” e a mesma construção gramatical se acham em Revelação 11:6. Todas as traduções dizem “sobre”.)

Quem seleciona os que irão para o céu?
2 Tes. 2:13, 14: “Somos obrigados a agradecer sempre a Deus por vós, irmãos amados por Jeová, porque Deus vos selecionou desde o princípio para a salvação, por santificar-vos com espírito e pela vossa fé na verdade. Para este mesmo destino vos chamou por intermédio das boas novas que declaramos, para a adquisição da glória de nosso Senhor Jesus Cristo.”
Rom. 9:6, 16: “Nem todos os que procedem de Israel são realmente ‘Israel’. . . . Depende, . . . não daquele que deseja, nem daquele que corre, mas de Deus, que tem misericórdia.”

Quanto ao ponto 2.15 sobre a Ressurreição corporal de Cristo.
1 Cor. 15:42-50, ALA: “Assim também é a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo na corrupção, ressuscita na incorrupção. . . . Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual. . . . Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito ser vivente. O último Adão [Jesus Cristo, que foi humano perfeito assim como Adão era no início], porém, é espírito vivificante. . . . Isto afirmo, irmãos, que carne e sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção.”

1 Ped. 3:18, ALA: “Também Cristo morreu, uma única vez, . . . morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito [“no espírito”, BJ, IBB, BLH, PIB].”

Ilustração: Se um homem paga uma dívida por um amigo, mas daí toma imediatamente de volta tal pagamento, obviamente a dívida perdura. De modo similar, se, ao ser ressuscitado, Jesus tivesse reassumido seu corpo humano de carne e sangue, o qual havia sido dado como sacrifício para pagar o preço do resgate, que efeito teria tido isso sobre a provisão que fazia para aliviar os fiéis da dívida do pecado?

É verdade que Jesus apareceu em forma física aos seus discípulos após sua ressurreição. Mas, em certas ocasiões, por que de início eles não o reconheceram? (Luc. 24:15-32; João 20:14-16) Certa ocasião, em benefício de Tomé, Jesus apareceu com a evidência física das marcas de pregos nas suas mãos e dum ferimento de lança no seu lado. Mas, como foi possível naquela ocasião ele aparecer repentinamente no meio deles apesar de as portas estarem trancadas? (João 20:26, 27)

Jesus, evidentemente, materializou corpos nessas ocasiões, assim como anjos fizeram no passado quando apareceram a humanos. A eliminação do corpo físico de Jesus por ocasião de sua ressurreição não representava problema para Deus. É interessante que, embora o corpo físico não fosse deixado por Deus no túmulo (evidentemente para fortalecer a convicção dos discípulos de que Jesus realmente havia sido ressuscitado), o linho em que ele havia sido envolvido foi deixado; contudo, o ressuscitado Jesus sempre aparecia inteiramente vestido. — João 20:6, 7.

Ponto 2.16 Espírito Santo
O USO que a Bíblia faz de “espírito santo” indica que se trata duma força controlada que Jeová Deus usa para realizar uma variedade de propósitos. Até certo ponto, pode ser comparada com a eletricidade, uma força que pode ser adaptada para realizar grande variedade de operações.

Em Gênesis 1:2 a Bíblia declara que a “força ativa de Deus [“espírito” (hebraico: rúJahh)] movia-se por cima da superfície das águas”. Aqui, o espírito de Deus era sua força ativa, trabalhando para moldar a terra.

Deus usa seu espírito para esclarecer os que o servem. Davi orou: “Ensina-me a fazer a tua vontade, porque tu és o meu Deus. Teu espírito [rúJahh] é bom; guie-me ele na terra da retidão.” (Salmo 143:10) Quando 70 homens capazes foram nomeados para ajudar a Moisés, Deus lhe disse: “Terei de tirar um pouco do espírito [rúJahh] que há sobre ti e colocá-lo sobre eles.” — Números 11:17.

As profecias bíblicas foram registradas quando homens de Deus foram “movidos por espírito santo [no grego, de pneúJma]”. (2 Pedro 1:20, 21) Neste sentido a Bíblia foi “inspirada por Deus”, sendo que a palavra grega para isso é TheJóJpneuJstos, que significa “soprado por Deus”. (2 Timóteo 3:16) E o espírito santo guiou certas pessoas a terem visões ou sonhos proféticos. — 2 Samuel 23:2; Joel 2:28, 29; Lucas 1:67; Atos 1:16; 2:32, 33.

O espírito santo impeliu Jesus a ir ao deserto depois de seu batismo. (Marcos 1:12) O espírito era como fogo dentro dos servos de Deus, fazendo com que ficassem energizados por essa força. E isso os habilitou a falar destemida e corajosamente. — Miquéias 3:8; Atos 7:55-60; 18:25; Romanos 12:11; 1 Tessalonicenses 5:19.

Por meio de seu espírito, Deus executa seus julgamentos em homens e em nações (Isaías 30:27, 28; 59:18, 19) E o espírito de Deus pode alcançar toda parte, agindo quer a favor quer contra as pessoas. — Salmo 139:7-12.

O ESPÍRITO de Deus pode também suprir “poder além do normal” aos que servem a Deus. (2 Coríntios 4:7) Isto os habilita a suportar provações da fé ou fazer coisas que, de outra forma, não conseguiriam.

Por exemplo, sobre Sansão, Juízes 14:6 relata: “O espírito de Iahweh veio sobre ele e, sem nada ter nas mãos, despedaçou-o [o leão].” (BJ) Será que uma pessoa divina realmente ‘veio’ sobre Sansão, ou se apossou dele, manipulando seu corpo para fazer o que ele fez? Não, foi realmente “o Espírito do Deus Eterno que fez Sansão ficar forte”. — BLH.

A Bíblia diz que, quando Jesus foi batizado, desceu sobre ele espírito santo na aparência de uma pomba, não em forma humana. (Marcos 1:10) Esta força ativa de Deus capacitou Jesus a curar os doentes e a levantar os mortos. Como Lucas 5:17 diz: “E ele [Jesus] tinha um poder do Senhor [Deus] para operar curas.” — BJ.
O espírito de Deus também deu poderes aos discípulos de Jesus para fazerem coisas milagrosas. Atos 2:1-4 relata que os discípulos estavam reunidos em Pentecostes quando “repentinamente, ocorreu do céu um ruído, bem semelhante ao duma forte brisa impetuosa, . . . e todos eles ficaram cheios de espírito santo e principiaram a falar em línguas diferentes, assim como o espírito lhes concedia fazer pronunciação”.

Assim, o espírito santo deu a Jesus e a outros servos de Deus o poder para fazer o que seres humanos normalmente não podem fazer.

MAS, não há textos bíblicos que falam do espírito santo em termos pessoais? Sim, mas note o que o teólogo católico Edmund Fortman diz sobre isso em O Deus Trino: “Embora esse espírito seja amiúde descrito em termos pessoais, parece bem claro que os escritores sagrados [das Escrituras Hebraicas] jamais conceberam ou apresentaram este espírito como sendo uma pessoa distinta.”

Nas Escrituras não é incomum que algo seja personificado. Diz-se que a sabedoria tem filhos. (Lucas 7:35) O pecado e a morte são chamados de reis. (Romanos 5:14, 21) Em Gênesis 4:7, A The New English Bible (Nova Bíblia em Inglês [NE]) diz: “O pecado é um demônio de tocaia na porta”, personificando o pecado como espírito iníquo de tocaia nos passos de Caim. Mas, naturalmente, o pecado não é uma pessoa espiritual; personificar o espírito santo tampouco o torna uma pessoa espiritual.

Similarmente, em 1 João 5:6-8 (BLH) não apenas o espírito mas também “a água e o sangue” são mencionados como sendo “testemunhas”. Mas, a água e o sangue obviamente não são pessoas, e tampouco o espírito santo é uma pessoa.

Em harmonia com isso, há o uso comum que a Bíblia faz de “espírito santo” de modo impessoal, como, por exemplo, colocando-o num paralelo com água e fogo. (Mateus 3:11; Marcos 1:8) Insta-se às pessoas a ficarem cheias de espírito santo, em vez de de vinho. (Efésios 5:18) Fala-se delas como estando cheias de espírito santo do mesmo modo como estão cheias de qualidades como sabedoria, fé e alegria. (Atos 6:3; 11:24; 13:52) E, em 2 Coríntios 6:6, o espírito santo é incluído entre várias outras qualidades. Tais expressões não seriam tão comuns se o espírito santo fosse realmente uma pessoa.

Além do mais, ao passo que alguns textos bíblicos dizem que o espírito fala, outros textos mostram que isso era realmente feito através de seres humanos ou de anjos. (Mateus 10:19, 20; Atos 4:24, 25; 28:25; Hebreus 2:2) A ação do espírito nestes casos é comparável à de ondas de rádio que transmitem mensagens entre pessoas distantes uma da outra.

Em Mateus 28:19 faz-se referência ao “nome . . . do espírito santo”. Mas, a palavra “nome” nem sempre significa um nome pessoal, quer em grego quer em português. Quando falamos “em nome da lei”, não nos referimos a uma pessoa. Referimo-nos ao que a lei representa, sua autoridade. O Word Pictures in the New Testament (Quadros Verbais no Novo Testamento), de Robertson, diz: “O uso de nome (onoma) aqui é comum na Septuaginta e nos papiros para poder ou autoridade.” Assim, o batismo ‘em nome do espírito santo’ reconhece a autoridade do espírito, que é de Deus, e que opera pela vontade divina.

JESUS falou do espírito santo como sendo “ajudador” e disse que este ensinaria, guiaria e falaria. (João 14:16, 26; 16:13) A palavra grega que ele usou para ajudador (paJráJkleJtos) está no gênero masculino. Assim, quando Jesus se referiu ao que o ajudador iria fazer, ele usou pronomes no masculino. (João 16:7, 8) Por outro lado, quando se usa a palavra grega neutra para espírito (pneúJma), emprega-se apropriadamente um pronome neutro (por exemplo, “it” em inglês).

A maioria dos tradutores trinitaristas oculta este fato, como admite a New American Bible (Nova Bíblia Americana), católica, a respeito de João 14:17: “A palavra grega para ‘Espírito’ é neutra, e, ao passo que usamos pronomes pessoais em inglês (‘ele’, ‘seu’, ‘lhe’), a maioria dos MSS [manuscritos] gregos empregam ‘it’ [pronome neutro].”
Assim, quando a Bíblia usa pronomes masculinos em conexão com paJráJkleJtos em João 16:7, 8, isto se harmoniza com regras de gramática, e não expressa uma doutrina.

VÁRIAS fontes reconhecem que a Bíblia não apóia a idéia de que o espírito santo seja a terceira pessoa duma Trindade. Por exemplo:

Enciclopédia Católica: “Em lugar algum do Velho Testamento encontramos indicação clara da existência duma Terceira Pessoa.”

Teólogo católico Fortman: “Os judeus jamais consideraram o espírito como sendo uma pessoa; tampouco existe evidência sólida de que qualquer escritor do Velho Testamento tivesse tido tal conceito. . . . O Espírito Santo é usualmente apresentado nos Sinópticos [Evangelhos] e em Atos como força ou poder divino.”

A Nova Enciclopédia Católica: “O V[elho] T[estamento] claramente não considera o espírito de Deus como pessoa . . . O espírito de Deus é simplesmente o poder de Deus. Se, às vezes, é representado como sendo distinto de Deus, é porque o fôlego de Yahweh age exteriormente.” Diz também: “A maioria dos textos do N[ovo] T[estamento] revelam o espírito de Deus como sendo algo, não alguém; isto se vê especialmente no paralelismo entre o espírito e o poder de Deus.”

A Catholic Dictionary (Dicionário Católico): “Como um todo, o Novo Testamento, bem como o Antigo, fala do espírito como sendo energia ou poder divino.”

Assim, nem os judeus e tampouco os cristãos primitivos encaravam o espírito santo como parte duma Trindade. Esse ensino surgiu séculos mais tarde. Como diz o Dicionário Católico: “A Terceira Pessoa foi asseverada num Concílio de Alexandria, em 362 . . . e finalmente pelo Concílio de Constantinopla, de 381” — cerca de três séculos e meio depois que os discípulos ficaram cheios de espírito santo em Pentecostes!

Não, o espírito santo não é uma pessoa, e tampouco parte duma Trindade. O espírito santo é a força ativa de Deus que ele usa para realizar a sua vontade. Não é igual a Deus, mas está sempre à sua disposição e subordinado a Ele.

Caro CP e todos os que possam analisar estes dados aqui expostos:
As T.J têm como autoridade máxima das suas crenças a Bíblia Sagrada. Tudo o que nós fazemos e dizemos, bem como ensinamos é um esforço sincero de usar a Bíblia da forma como ela nos foi conferida por Deus – uma dádiva.

Não somos nós quem distorcemos os seus ensinos. Quando conferimos os ensinos bíblicos como um todo, analisando todos os textos bíblicos em questão e a base das crenças tanto dos judeus como dos primitivos cristãos, chegamos então a conclusões que as tradições impostas por homens não podem apagar. A Palavra de Deus é viva e exerce poder. Embora muitos no passado e no presente tentem desvirtuá-la classificando-a como um conjunto de lendas e superstições, nós Testemunhas de Jeová encaramo-la com seriedade e muita responsabilidade. Ensiná-la não significa apenas ter um conceito sobre ela, por mais filosófico que seja. É preciso estudá-la livre das filosofias e tradições recalcadas por séculos de ignorância e deturpação.

Aquilo que apresentei aqui é bastante extenso, mas penso que quem analisar com cuidado os dados aqui expressos, poderá ao consultar a Bíblia, entender o porquê das T.J nos seus conceitos sobre ela.

Agradeço desde já, a leitura destas respostas ponto por ponto. É lógico que seria preciso uma explicação mais pormenorizada texto por texto, no entanto, o tempo e o espaço não permitem. Penso que considerei os pontos principais. Obrigado.

Re: António Madaleno
Escrito por: Vergel (IP registado)
Data: 27 de February de 2002 20:01

Estás a perder tempo. Todas as passagens biblicas que transcrevestes, já foram lidas e relidas por milhoes de pessoas no mundo inteiro, mas o mundo não muda, continua a piorar. Achas que a solução dos problemas dos humanos, está nas escrituras?

Re: António Madaleno
Escrito por: Viajante (IP registado)
Data: 27 de February de 2002 20:08

"Não ajuda o silêncio a fazer com que a mentira passe por verdade?"

Revista A Sentinela de 15 de Julho de 1974, p. 419



"O erro procura sempre a obscuridade; enquanto a verdade é sempre realçada pela luz. O erro nunca deseja ser investigado. A luz sempre procura uma perfeita e completa investigação.”

Livro Milhões que Agora Vivem Nunca Morrerão, 1920, p. 16




"Parte da mentalidade dos cultos é que as pessoas só vêem as coisas em termos de 'preto e branco'. Tudo se reduz a crenças extremistas do tipo 'bem versus mal' e 'nós e os outros'. Os membros de cultos são doutrinados para exercer estrita obediência à figura carismática no topo da pirâmide de seu grupo. Estão em uma espécie de transe... A realidade é redefinida... Eles crêem que são parte de uma elite seleta, escolhidos por Deus para um propósito especial, que sempre serão lembrados como heróis pelo que fizeram."

Steve Hassan, autor do livro "Combatendo o Controle Mental dos Cultos"



"Tudo, evidentemente, é uma interpretação muito
pessoal do que apresentam como uma 'VERDADE ETERNA'... No fundo, todas as religiões querem ser absolutamente puras e se consideram o único instrumento de Deus. Nesse anseio, os fundamentalistas se isolam, erguem barreiras psicológicas para se manterem à distância. Dessa forma, o mundo fica dividido em dois: os seus seguidores e os seus inimigos."

Martin E. Marty, Especialista em Religiões, Universidade de Chicago.

Re: António Madaleno
Escrito por: Viajante (IP registado)
Data: 27 de February de 2002 20:11

"...É verdade que a raça branca exibe algumas qualidades de superioridade sobre qualquer outra...”

- Zion’s Watch Tower de 15/7/1902, pág. 3043 (reimpressão)

“Deus pode mudar a pele etíope [negra] no seu devido tempo.”

- Zion’s Watch Tower de 15/7/1904, pág. 3320 (reimpressão)

"Eles [os negros] têm sido e são uma raça de serviçais... Não há no mundo um serviçal tão bom quanto um bom serviçal de cor, e a satisfação que ele obtém por prestar um fiel serviço é uma das mais puras satisfações que há no mundo."

A Idade de Ouro de 24/7/1929, pág. 207 (em inglês)

"Deus... evidentemente tem sido um respeitador das raças, e tem abençoado especialmente certos ramos da raça Ariana na Europa e América... a raça branca tem sido mais abundantemente abençoada com a luz das boas novas do que outras... a Igreja eleita provavelmente será composta principalmente da altamente favorecida raça branca.."

A Bíblia versus a Teoria da Evolução (1898), págs. 30,31 (em inglês)

"As raças negra e latina provavelmente sempre serão inclinadas à superstição."

Zion's Watch Tower de 1/4/1908, pág. 99

"...as diversas raças da humanidade provavelmente terão seus interesses espirituais como Novas Criaturas melhor preservados por alguma medida de separação."

Estudos das Escrituras - Vol III (1904), pág. 490 (em inglês)

"EDUCAÇÃO DE NEGROS EM CINCINNATI - Negros por toda a cidade vão a esta escola por opção. Eles sentem que podem ter melhores oportunidades permanecendo em seu próprio grupo, e estão provavelmente certos... sob as condições imperfeitas presentes, uma sábia segregação é provavelmente uma vantagem para todos os envolvidos."

A Idade de Ouro de 1/10/1919, pág. 8 (em inglês)

"Hispânicos.. e outras raças retrógradas..."

A Idade de Ouro de 30/11/1927, pág. 141 (em inglês)

"Cuidadosas observações em uma escola em Londres mostraram que as crianças davam suas melhores risadas, não com comédias 'pastelão', mas...olhando um mineiro negro comer um prato cheio."

A Idade de Ouro de 1928, pág. 684 (em inglês)



Nota: Não seria correto afirmar que as Testemunhas de Jeová, hoje, constituem uma comunidade racista (pelo menos, não mais do que outras religiões ou culturas o são). Não obstante, não se pode deixar de perceber em seus artigos, tais como os acima transcritos, a representação do pensamento tradicional da época em que foram escritos, os quais não conseguem disfarçar, em seu teor, uma forma, por assim dizer, sutil e 'piedosa' de racismo.

Re: António Madaleno
Escrito por: Helena (IP registado)
Data: 27 de February de 2002 20:16

Não Vergel, não concordo,

o António responde ao que o CF disse. Estou a seguir a resposta dele quase em tempo real :)).

Já ouvi parte disso lá em casa, mas acho mais pacífico aqui do que em controvérsia com o meu marido.

Mas mais uma vêz parece-me que as TJ têm ao seu dispor um arsenal de palavras que, quando vistas de perto, não permanecem de pé. Mas é de louvar o desafio aceite pelo António. Talvez o CF tenha resposta?

Acabei de encontrar estas fotos do túmulo de Russel, o fundador do movimento deles...achei incrível![geocities.com]

Re: António Madaleno
Escrito por: Susete Gonzaga (IP registado)
Data: 27 de February de 2002 21:36

Cara Helena,

não sei como consegues gerir esta situação.
Acho que ainda por cima com uma criança é e vai ser cada vez mais complicado, mas FORÇA!!

Uma das coisas que me irrita nas testemunhas é a constante necessidade de "converter". Acabam por sufocar as pessoas não lhes dados espaço.

Se precisares de ajuda para desabafar podes usar o e-mail do paroquias, caso não queiras partilhar com o pessoal todo :)

No teu caso penso que só o amor te consegue fazer viver com ele... por amor vale tudo....

Eu só católica de nascença e por opção pessoal. Sou casado com um católico tb por opção, e acho que não aguentava o que tu aguentas :))

Um grande beijinho e conta connosco.

Susete

Re: António Madaleno
Escrito por: Lugo (IP registado)
Data: 28 de February de 2002 00:42

Sinceramente não me parece que o António conseguiu responder às questões do CP. Aliás, lamento que a argumentação tenha sido na base do copy/paste de artigos já previamente elaborados em vez de argumentar com as suas palavras, recorrendo aqui ou ali a uma ou outra citação.

As Testemunhas de Jeová tentam a todo o custo provar que estão certas e justificar as veracidade das suas posições com citações bíblicas completamente fora do contexto e de interpretação detorpada. E para que o António não se dê ao trabalho de copiar para aqui mais uma enciclopédia :) dou como exemplo a justificação que ele deu quanto ao número 144.000! Simplesmente "espantosa"! Claro que temos que dar o mérito à criatividade e "jogo de cintura" que as TJ conseguem nestes aspectos.

Mas sinceramente, algum cristão consegue ter a mesma interpretação que as TJ fazem desta passagem bíblica? É óbvio que não. Não seria mais fácil dizer que estes homens seriam homens virgens, religiosos, por ventura padres ou pastores cristãos? Decerto que as TJ arranjarão uma justificação para desmontar a questão dos "homens virgens".

Aquilo que as TJ nunca referem, nem discutem são os factos da organização WatchTower. Aliás, convém até que isso vá passando despercebido! Por aquilo que aqui tem sido dito sobre esta organização é bastante grave e até ao momento nem uma palavra foi dita, e tudo isto foi retirado da revista da WatchTower, algumas citações da versão original, outras da Sentinela:
- a WatchTower considerou-se Profeta de Deus;
- a WatchTower considera a sua revista o único meio de comunicação de Deus na terra;
- a WatchTower foi prevendo ao longo dos anos o "fim do sistema" (como o António prefere chamar);
- a WatchTower ensina os seus membros a 'aprenderem' os ensinamentos da Bíblia através do que diz a WatchTower e em caso de dúvida dever-se-á, sempre, esperar pela versão da WatchTower;
- aqueles que seguem os ensinamentos da Bíblia, mas fora do que diz a WatchTower, são seguidores de Satanás;
- não podemos amar e ser fiéis a Deus se não aceitarmos a WatchTower; e a WatchTower será a única a conseguir transmitir os ensinamentos da Palavra de Deus!

Isto não sou eu que o afirmo! Foi a organização WatchTower através da sua revista, versão original em inglês ou em português (a Sentinela).


Para mim, este assunto termina por aqui! Como já tive oportunidade de o dizer, este é um site católico, e foi criado com o intuito de divulgar a Fé Cristã. As Testemunhas de Jeová não são cristãs e isso ficou aqui provado ao longo das muitas linhas que foram escritas. Mas, este fórum de discussão é livre, pelo que, quem quiser poderá continuar a discutir os assuntos que bem entender (dentro do tema religião, é claro).

Sempre tive alguma curiosidade em saber, já que as TJ tem tanto que dizer e tantos argumentos, porque nunca criaram um site na internet em Portugal e feito por portugueses? Talvez até podesse ter um fórum semelhante a este onde poderiamos discutir estes assuntos de forma mais aprofundade e decerto mais enquadrados no tema!?!

Lugo

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