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Transfusões de Sangue e Testemunhas de Jeová
Escrito por: Rui (IP registado)
Data: 30 de January de 2002 19:08

Leia tudo sobre as TJ e a Questão do Sangue em

[ajwrbportugal.home.sapo.pt]

Re: Transfusões de Sangue e Testemunhas de Jeová
Escrito por: Lugo (IP registado)
Data: 30 de January de 2002 21:39

Olá Rui,

Sem querer tirar o mérito às pessoas, que dentro das Testemunhas de Jeová (TJ), que procuram a verdade, é de louvar que este grupo exista. Sempre me fez muita confusão determinadas posições assumidas pelas TJ, que, como cristão que sou, as encaro como contrárias ao Evangelho: a do Sangue é uma delas.

Se o Evangelho nos diz que a maior prova de amor é dar a Vida pelo nosso próximo, o sangue é apenas uma parte, que muitas das vezes se traduz em vida.

Mas aproveito também para partilhar com todos que se me faz confusão as TJ se recusarem a dar sangue, também me faz confusão muitos cristãos poderem dar sangue mas não o fazerem.

Um abraço,
Lugo

Re: Transfusões de Sangue e Testemunhas de Jeová
Escrito por: Rui (IP registado)
Data: 31 de January de 2002 14:40

Caro Lugo, tomei aliberdade e coloquei o seu comentário no nosso livro de visitas, abreviando Lugo para L.

Cumprimentos, RF

Re: Transfusões de Sangue e Testemunhas de Jeová
Escrito por: Lugo (IP registado)
Data: 31 de January de 2002 18:36

Tudo bem Rui,

Mas podes por Lugo (ou Luis Gonzaga, afinal Lugo é um nick name).

Já agora, normalmente, tenho o hábito de tratar as pessoas com quem falo nos foruns de discussão por 'tu'. Espero que não seja incómodo para ninguém e que ninguém considere uma falta de consideração ou respeito ;-) (e claro, espero que me tratem da mesma forma).

Um abraço,
Lugo

Re: Transfusões de Sangue e Testemunhas de Jeová
Escrito por: Rui (IP registado)
Data: 04 de February de 2002 01:08

Olá Lugo.

Tudo ok quanto ao TU.

Registamos um novo domínio, mais fácil de memorizar. Por favor ajuda a torna-lo conhecido. Só assim a Sociedade Torre de Vigia acelera as alterações à Doutrina do Sangue. Come podes ver no nosso site, desde o inicio da actividadde da AJWRB, a STV já "suavizou" a doutrina. Mas é necessário deixar mais liberdade de consciência e o nosso trabalho poderá ajudar.

Aqui vai:

www.a-questao-do-sangue.tk

Re: Transfusões de Sangue e Testemunhas de Jeová
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 04 de February de 2002 02:11

Com toda a tolerância, até porque estou profundamente ligado a movimentos ecuménicos, não quero deixar de referir ao Rui que pode ler a Bíblia (nem nenhum texto sagrado, como o Corão) de forma literal e descontextualizada, porque assim se corre o risco de encontrar jusificações para tudo (a história está cheia de tristes exemplos).

Re: Transfusões de Sangue e Testemunhas de Jeová
Escrito por: Susete Gonzaga (IP registado)
Data: 04 de February de 2002 22:11

Se somos todos cristãos, como não dar um pouco de nós aos outros?

Bem, também me choca o facto de tantos ditos "católicos" não façam doação de sangue com regularidade... enfim...

Re: Transfusões de Sangue e Testemunhas de Jeová
Escrito por: António Madaleno (IP registado)
Data: 12 de February de 2002 23:56

Gostaria aqui de falar um pouco sobre a posição das T.J. Eu próprio sou T.J e conheço o ensino bíblico sobre o sangue.

Em primeiro lugar, duvido para não dizer que não acredito que o rui, bem como o site que promove seja de Testemunhas de Jeová.

Para quem não conheça em que se baseiam as T.J para não receberem transfusões de sangue deixo aqui alguma informação. Também quem quiser pesquisar matéria fidedigna sobre as crenças das T.J deixo aqui a morada do site oficial das T.J:
www.watchtower.org

Quanto à questão do sangue fica a seguinte informação:

Ordena-se aos cristãos que 'se abstenham de sangue'.

Atos 15:28, 29: "Pareceu bem ao espírito santo e a nós mesmos [o corpo governante da congregação cristã] não vos acrescentar nenhum fardo adicional, exceto as seguintes coisas necessárias: de persistirdes em abster-vos de coisas sacrificadas a ídolos, e de sangue, e de coisas estranguladas [ou: abatidas sem se deixar escoar o sangue], e de fornicação. Se vos guardardes cuidadosamente destas coisas, prosperareis. Boa saúde para vós!" (Neste texto, o comer sangue é igualado à idolatria e à fornicação, coisas em que não devemos desejar empenhar-nos.)


Pode-se comer a carne dos animais, mas não o sangue.

Gên. 9:3, 4: "Todo animal movente que está vivo pode servir-vos de alimento. Como no caso da vegetação verde, deveras vos dou tudo. Somente a carne com a sua alma - seu sangue - não deveis comer."

Todo animal usado para alimento deve ser sangrado devidamente. Um animal estrangulado ou que morre numa armadilha, ou que seja encontrado depois de estar morto, não serve como alimento. (Atos 15:19, 20; compare com Levítico 17:13-16.) De modo similar, todo alimento ao qual se acrescentou sangue integral ou até mesmo alguma fração de sangue não deve ser consumido.


Unicamente o uso sacrificial de sangue é que foi aprovado por Deus.

Lev. 17:11, 12: "A alma da carne está no sangue, e eu mesmo o pus para vós sobre o altar para fazer expiação pelas vossas almas, porque é o sangue que faz expiação pela alma nele. Foi por isso que eu disse aos filhos de Israel: 'Nenhuma alma vossa deve comer sangue e nenhum residente forasteiro que reside no vosso meio deve comer sangue.'" (Todos aqueles sacrifícios de animais, sob a Lei mosaica, prefiguravam o único sacrifício de Jesus Cristo.)

Heb. 9:11-14, 22: "Quando Cristo veio como sumo sacerdote . . . ele entrou no lugar santo, não, não com o sangue de bodes e de novilhos, mas com o seu próprio sangue, de uma vez para sempre, e obteve para nós um livramento eterno. Pois, se o sangue de bodes e de touros, e as cinzas duma novilha, aspergidos sobre os aviltados, santifica até à purificação da carne, quanto mais o sangue do Cristo, o qual, por intermédio dum espírito eterno, se ofereceu a Deus sem mácula, purificará as nossas consciências de obras mortas, para que prestemos serviço sagrado ao Deus vivente? . . . A menos que se derrame sangue, não há perdão."

Efé. 1:7: "Mediante ele [Jesus Cristo] temos o livramento por meio de resgate, por intermédio do sangue desse, sim, o perdão de nossas falhas, segundo as riquezas de sua benignidade imerecida."


Como entendiam os que afirmavam ser cristãos nos primeiros séculos EC as ordens da Bíblia com respeito ao sangue?

Tertuliano (c. 160-230 EC): "Corai de vergonha pelos vossos modos desnaturais, diante dos cristãos. Nós nem mesmo temos o sangue de animais em nossas refeições, pois estas consistem em alimentos comuns. . . . Nos julgamentos dos cristãos, vós [romanos pagãos] lhes ofereceis chouriços cheios de sangue. Estais convictos, naturalmente, de que a própria coisa com a qual tentais fazê-los desviar-se do caminho correto lhes é ilícita. Como é, então, que, quando estais confiantes de que ficarão horrorizados diante do sangue dum animal, credes que se deliciarão ansiosamente com o sangue humano?" - Tertulian, Apologetical Works, and Minucius Felix, Octavius (Nova Iorque, 1950), traduzido por Emily Daly, p. 33.

Minúcio Félix (terceiro século EC): "Evitamos tanto o sangue humano que não usamos o sangue nem mesmo dos animais comestíveis em nossa alimentação." - The Ante-Nicene Fathers (Grand Rapids, Mich., EUA; 1956), editado por A. Roberts e J. Donaldson, Vol. IV, p. 192.


Será que a proibição bíblica inclui sangue humano?

Sim, e os primeiros cristãos entenderam assim. Atos 15:29 diz para 'persistir em abster-se de sangue'. Não diz meramente abster-se de sangue animal. (Compare com Levítico 17:10, onde se proíbe comer "qualquer espécie de sangue".) Tertuliano (que escreveu em defesa das crenças dos primitivos cristãos) declarou: "O interdito do 'sangue', nós entenderemos como sendo (um interdito) ainda mais do sangue humano." - The Ante-Nicene Fathers, Vol. IV, p. 86.


É uma transfusão realmente o mesmo que comer sangue?

Num hospital, quando um paciente não consegue alimentar-se pela boca, ele é alimentado endovenosamente. Ora, será que alguém que jamais poria sangue em sua boca, mas que aceitasse sangue por meio de transfusão, estaria realmente obedecendo à ordem de 'persistir em abster-se de sangue'? (Atos 15:29) A título de comparação, considere o caso de um homem a quem o médico dissesse que precisa abster-se de álcool. Estaria ele obedecendo à ordem, se deixasse de beber álcool, mas fizesse que este lhe fosse injetado diretamente nas veias?


No caso de um paciente que recusa sangue, há tratamentos alternativos?

Com freqüência, uma simples solução salina, a solução de Ringer e o dextrano podem ser usados como expansores do volume do plasma, e estes estão disponíveis em quase todos os hospitais modernos. Na verdade, os riscos acompanhantes do uso de transfusões de sangue são evitados pelo uso dessas substâncias.

O Canadian Anaesthetists' Society Journal (de janeiro de 1975, p. 12) diz: "Os riscos da transfusão de sangue são as vantagens dos substitutos do plasma: evitar a infecção bacteriana ou viral, as reações transfusionais e a sensibilização ao fator Rh." As Testemunhas de Jeová não têm objeção religiosa ao uso de expansores do plasma que não contenham sangue.

Na verdade, as Testemunhas de Jeová se beneficiam de tratamento médico melhor devido a não aceitarem sangue. Certo médico, escrevendo para o American Journal of Obstetrics and Gynecology (de 1.° de junho de 1968, p. 395), reconheceu: "Não resta dúvida de que a situação em que [o cirurgião] opera sem a possibilidade duma transfusão tende a melhorar a sua técnica cirúrgica. É um pouco mais ativo quanto a pinçar cada vaso que sangre."

Todo tipo de cirurgia pode ser realizado com sucesso sem transfusão de sangue. Isto inclui cirurgias cardíacas a céu aberto, cirurgias cerebrais, amputação de membros e a extirpação total de órgãos cancerosos.

Escrevendo para o New York State Journal of Medicine (de 15 de outubro de 1972, p. 2527), o dr. Philip Roen disse: "Nós não temos hesitado em realizar todo e qualquer processo cirúrgico indicado em face da proscrita reposição de sangue." O dr. Denton Cooley, do Instituto de Cardiologia do Texas, EUA, disse: "Ficamos tão impressionados com os resultados obtidos [do uso de expansores do plasma que não contêm sangue] com as Testemunhas de Jeová que começamos a usar tal processo com todos os nossos pacientes cardíacos." (Union de San Diego, EUA, de 27 de dezembro de 1970, p. A-10)

"Cirurgias cardíacas 'sem sangue', a céu aberto, originalmente desenvolvidas para membros adultos da seita das Testemunhas de Jeová, porque a sua religião proíbe transfusões de sangue, foram agora adaptadas com segurança para serem utilizadas em procedimentos cardiológicos delicados, em bebês e crianças." - Cardiovascular News, de fevereiro de 1984, p. 5.

Esta é uma breve informação. Quando alguém deseja obter conhecimento sobre a crença dos outros, o mais lógico é procurar junta da pessoa que crê o porquê dessa crença.

Ao invés disso, muitos procuram nos opositores das T.J respostas e argumentos. Espero que esta informação tenha servido para expôr de forma simples as razões bíblicas da recusa em levarmos transfusões de sangue.

Se alguém desejar mais alguma informação terei muito gosto em partilhá-la
O meu site é a.madaleno@clix.pt

Cumprimentos para todos
António

Re: Transfusões de Sangue e Testemunhas de Jeová
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 13 de February de 2002 01:34

Eu não quero entrar em discussões inter-religiosas mas a forma como V. fazem a leitura da Bíblia é estranha, porque esquecem-se que se trata de textos com milhares de anos e escritos por pessoas impregenadas da cultura da época e do povo de que eram originários, povos esses que se regiam por regras resultantes da realidade em que viviam...

Não me digam que também acham que o mundo tem 6 mil anos e que Deus criou mesmo Eva a partir de uma costela de Adão?

Obviamente que o autor dos textos citados faz essas referências por motivos culturais, se calhar resultantes de práticas ancestrais que a antropologia deve explicar mas que até naturalmente têm a ver com formas ancestrais de conservar alimentos ou de eviatar doenças.

Mais importante do que isso deve ser pensar que:
1-Todas as criaturas de Deus são boas, porque vêm de Deus. Não pode haver seres vivos impuros

2-O valor supremo da criação é a vida! Se para salvar uma vida é necessário fazer uma transfusão de sangue, se Deus dotou a humanidade do conhecimento para poder salvar vidas através desse método ou de outros, isso não pode ser mau.

3- Penso naturalmente que num estado moderno e democrático como o nosso, um cidadão pode recusar a tratar qualquer doença que ele próprio possua, se se encontrar de plena consciência. Já considero inadmissíveis que pais TJ procurem impedir que filhos recebam transfusões de sangue, mesmo em risco de vida. Nessas situações a autoridade deve substituir-se aos pais e garantir que o tratamento é efectuado, uma vez que o próprio não está em condições de decidir.

4- Finalmente expliquem-me como é possível eliminar todo o sangue de um qualquer animal, até ao último leucócito? Assim os TJ consomem sangue, se não forem vegetarianos. Grande incoerência...

5- Será que qd na bíblia se diz "abstende-vos do sangue" não será esta expressão, em sentido figurado, uma forma de dizer abstende-vos da violência?
É a minha modesta opinião!

Re: Transfusões de Sangue e Testemunhas de Jeová
Escrito por: Rui (IP registado)
Data: 13 de February de 2002 20:56

Caro António,
em primeiro lugar asseguro-lhe que sou Testemunha de Jeová e que me estou plenamente associado com a minha congregação. Mais ainda, sirvo num cargo oficial, que não posso especificar detalhadamente para manter o efeito do meu pseudónimo.
Tomei a liberdade de colocar a sua contribuição no nosso livro de visitas. Aí qualquer leitor pode comparar o que diz com os artigos escritos por médicos, anciãos e outros.
Uma comparação semelhante foi possivel (e continua possivel) no site do BMJ (revista médica de grande renome) onde muitos anciãos sairam do anonimato comentando um notável artigo dessa revista, escrito pelo Dr. Osamu Muramoto, voluntário da AJWRB. Acontece que um a um acabaram por se render à realidade. E um bem-conhecido ancião da Escandinavia acabou por ser saudavelmente corrigido em todos os pontos que ele mencionava a favor desta doutrina em constante movimento.

Seu irmão
Rui Fiel

Re: Transfusões de Sangue e Testemunhas de Jeová
Escrito por: Rui (IP registado)
Data: 13 de February de 2002 21:05

Para o António e outros:
este é o link desta discussão em rede enter TJ's e outros:
[bmj.com]

Re: Transfusões de Sangue e Testemunhas de Jeová
Escrito por: Rui (IP registado)
Data: 13 de February de 2002 21:09

TóZe Monteiro disse:

4- Finalmente expliquem-me como é possível eliminar todo o sangue de um qualquer animal, até ao último leucócito? Assim os TJ consomem sangue, se não forem vegetarianos. Grande incoerência...

Ainda há mais do que isso. Ao aceitarmos certas fracções de sangue acabamos por "consumir" sangue de dezenas ou mesmo de centenas dadores diferentes.

E nunca a Bíblia especificou determinadas fracções do sangue.

O nosso site entra em muitos detalhes sobre esta controvérsia.

Re: Transfusões de Sangue e Testemunhas de Jeová
Escrito por: Lugo (IP registado)
Data: 15 de February de 2002 00:23

Ora parece que este fórum não poderia começar melhor que um tema sobre as Testemunhas de Jeová (TJ)! :-)

Caro António,

Como todas as TJ's, a interpretação que fazes dos textos bíblicos não é a mais correcta. Qualquer citação do texto que seja, tirada do seu contexto, tem o valor que se queira atribuir. Senão, como se explicaria Os 1,2: "Começo das palavras de Iahweh por intermédio de Oséias: «Vai, toma para ti uma mulher que se entregue à prostituição e filhos da prostituição, porque a terra se prostituiu constantemente, afastando-se de Iahweh»." (Bíblia de Jerusalém).

Há uns tempos atrás, num curso bíblico, tive oportunidade de ouvir do Frei Fernando Ventura uma metáfora que ilustra um dos problemas das TJ's: Suponhamos que alguém em Castelo Branco começa a escrever uma carta a um amigo seu, e lhe conta um episódio de um projecto da sua vida que não correu como o esperado e o sujeito escreve que "ficou a ver navios". Entretanto, dá-se um terramoto e a carta, dentro do marco do correio, fica soterrada durante anos. Cerca de dois mil anos mais tarde, após estudos arqueológicos, descobre-se a dita carta e os estudiosos ao lê-la concluem que há dois mil anos atrás, existia um grande rio que passava em Castelo Branco a ponto passarem por lá navios. Isto é, ficaram todos a ver navios em Castelo Branco!?!

Este exemplo, ilustra os perigos de uma interpretação da bíblia não cuidada, desatenta, e leviana. No meu entender, não se pode conhecer a bíblia e compreendê-la sem se conhecer o autor do livro em causa (pois a bíblia foi redigida por diferentes pessoas), a sua classe social, o contexto histórico e político, a situação em que se encontravam: cativeiro, monarquia, ...! Em que língua foi escrito: hebraico, aramaico ou grego. Pois só assim se poderá compreender o que foi escrito.

Por exemplo, uma das explicações dos protestantes para a não virgindade de Maria prende-se com o facto do Novo Testamente fazer referência aos 'irmãos de Jesus'. Aquilo que os protestantes não dizem é que o texto encontra-se em hebraico, e que em hebraico o termo que designa 'primo' e 'irmão' é o mesmo. Ora, o autor do texto poderia perfeitamente estar a referir-se aos primos de Jesus ou aos supostos irmãos que o texto seria o mesmo.

Enfim, depois deste preâmbulo, vamos lá à minha opinião sobre aquilo que aqui foi escrito pelo António.

A questão da comida e do sangue. Consultemos o que nos diz Col 2, 16-17: «Portanto, ninguém vos julgu por questões de comida e de bebida, ou a respeito de festas anuais ou de lua nova ou de sábados, que são apenas a sombra de coisas que haviam de vir, mas a realidade é o corpo de Cristo». Existe outra passagem ainda mais esclarecedora que de momento não me lembro da citação, mas diz algo do género que não é o que entra pela boca do homem que o torna impuro mas o que dela sai. Assim que a encontrar, coloco-a aqui.

Quanto às questões médicas e científicas, aí a justificação das TJ ainda é mais controversa. Pergunto: Como provavelmente uma boa parte dos médicos, em todo o mundo, não professam qualquer religião, o que os impediria de usar a melhor técnica para curar os seus pacientes, independentemente das questões religiosas que estivessem por detrás delas? Mais, mesmo os médicos que se consideram cristãos, o que os impede de usar tais técnicas de cirurgia? Será que a vossa justificação vai ser a de que os médicos querem manter o "comércio" do sangue, como em tempos ouvi?

Aquilo que aponto às TJ é que embora se queiram consideram cristãs, de facto não o são! Pois as suas interpretações da bíblia são tão sui generis, que não podem ser considerados cristãos. E não sou eu apenas que o digo: católicos, ortodoxos e todas as Igrejas que sairam da Reforma Protestantes concordam nesse aspecto. Aliás, o conjunto de todos os cristãos concorda na vasta maioria das questões de fé e de teologia. Existem apenas alguns aspectos que diferem. Facto que se justifica pela aceitação plena do Credo de Niceia-Constantinopla por todos os cristãos. Se as TJ não o aceitam, como se podem considerar cristãs?

Lugo

Re: Transfusões de Sangue e Testemunhas de Jeová
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 15 de February de 2002 02:23

Só para subscrever tudo o que o Lugo diz.

E reafirmar que, evidentemente, não se podem considerar as TJ como uma Igreja Cristâ, até por razões que têm a ver com a própria génse histórica dessa corrente religiosa, que não resultou de nenhuma cisão da igreja motivada por razões político-religiosas, mas de um movimento ao que julgo, com origem nos EUA. Como aliás outras ... Outra distinção fundamental é a inexistência de uma teologia estrutrada.

Esta questão do sangue a a interpretação da bíblica fora de qualquer contexto histórico-cultural faz-me lembrar outras posturas ridiculas que às vezes surgem do outro lado do atlântico, do género de nos virem pedir indeminizações por há séculos os portugueses terem praticado a escravatura.... esquecendo-se que os grandes beneficiários dessa prática serão provávelmente os antepassados dos que pedem as indeminizações!

São discussões que se afastam do essencial que é a capacidade de sabermos amar o nosso próximo!

Re: Transfusões de Sangue e Testemunhas de Jeová
Escrito por: Lugo (IP registado)
Data: 15 de February de 2002 13:11

Algumas das posições assumidas pelas Testemunhas de Jeová (TJ) e as suas explicações são de bradar aos ceús, que mesmo justificando com citações bíblicas muitas elas retiradas do seu contexto e não contemplando posteriores parábolas ou frases de Cristo que põe essas citações em causa, são difíceis de sustentar.

De repente, lembro-me de uma mão cheia delas que sempre me deixaram estupefacto: a insistência na existência real de Adão e Eva e a consequente contradição pela sucessão de Adão e o casamento de Caim, a não celebração do Natal, o não festejo de aniversários, a questão de se abterem de algumas comidas mas não repararem na forma de confeccionar os alimentos que também vem no antigo testamento, a questão de no céu só haver lugar para 144.000 pessoas e todas elas apenas das TJ, das sucessivas previsões do fim do mundo e todas elas falhadas, a questão de considerarem Jesus Cristo como não sendo Deus e ser o arcanjo Miguel, o não acreditarem na Santíssima Trindade, etc, etc, etc, ...

São tantas que lhe perco a conta...

Lugo

Re: Transfusões de Sangue e Testemunhas de Jeová
Escrito por: António Madaleno (IP registado)
Data: 16 de February de 2002 20:09

Caro Tozé Monteiro, apreciei o seu comentario tanto mais porque reflecte com sinceridade o seu ponto de vista. Na realidade, aquilo que você diz apresenta uma boa lógica de argumentação.

Você apresentou por isso alguns argumentos, que penso ser meu dever enquanto receptor, responder.
Partindo do princípio, que é católico e que preza tanto a Palavra de Deus, quanto eu, gostaria de responder ponto por ponto àquilo que me trouxe à atenção.

Em primeiro lugar, gostaria de explicar a nossa posição com respeito à sua introdução do argumento.

Você apresenta o argumento de que a Bíblia é um produto humano e que aquilo que ela contêm não pode ser levado à letra. Concordo consigo em parte, visto que a Bíblia realmente contém apresentações simbólicas e de significado nem sempre fácil de entender se levado à letra. Mas creio que estas passagens estão facilmente discerníveis, visto serem escritas numa linguagem simbólica e metafórica. Veja por exemplo, o livro de Daniel no cap. 4 sobre o sonho de Nabucodonosor e o livro do Apocalipse, escrito numa linguagem meramente simbólica, mas com um significado profundo para os nossos tempos.

Mas será que toda ela é apresentada desse modo? O apóstolo Paulo expressou o conceito correcto a ter quando disse em 2 Tim. 3:16 “Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ensinar, para repreender, para endireitar as coisas, para disciplinar em justiça.” A Bíblia é mais do que escrita humana, ela é a palavra viva de Deus para nós.

Esta expressão, “inspirada por Deus”, traduz a frase grega the·ó·pneu·stos, que significa “[por] Deus soprado”. Por ‘soprar’ sobre homens fiéis, Deus fez com que seu espírito, ou força ativa, se tornasse operante neles e dirigisse o que ele queria registrar, pois, como está escrito, “a profecia nunca foi produzida pela vontade do homem, mas os homens falaram da parte de Deus conforme eram movidos por espírito santo”. — 2Pe 1:21; Jo 20:21, 22

A força ativa de Jeová colocava os pensamentos na mente do escritor, e, em certos casos, permitia-lhe expressar o pensamento divino nas suas próprias palavras, deixando assim que características de personalidade e individuais se evidenciassem na escrita, mas, ao mesmo tempo, mantendo uma sublime unidade global no tema e no objetivo. Desta maneira, a Bíblia resultante, refletindo a idéia e a vontade de Jeová, excede em riqueza e em alcance os escritos de meros homens. O Deus Todo-poderoso cuidou de que a sua Palavra escrita da verdade estivesse numa linguagem facilmente entendível e facilmente traduzível para praticamente qualquer língua.

A Bíblia não é um agrupamento ou uma coleção desconexa de fragmentos heterogêneos da literatura judaica e cristã. Antes, ela é um livro organizacional, altamente unificado e interligado nos seus diversos segmentos, o que deveras reflete a sistemática qualidade ordeira do próprio Criador-Autor. Os tratos de Deus com Israel, em dar-lhe um abrangente código de leis, bem como regulamentos governando assuntos até nos mínimos pormenores da vida em acampamentos — coisas que mais tarde se refletiram no reino davídico, bem como no arranjo organizacional entre os cristãos do primeiro século — refletem e magnificam este aspecto organizacional da Bíblia.

A veracidade da Bíblia tem sido atacada de muitos lados, mas nenhum desses esforços de modo algum tem minado ou enfraquecido a posição dela.
Sir Isaac Newton disse certa vez: “Encontro na Bíblia mais indícios indisputáveis de autenticidade do que em qualquer história profana.” (Two Apologies [Duas Apologias], de R. Watson, Londres, 1820, p. 57)

Sua integridade para com a verdade mostra-se sólida em qualquer ponto que possa ser testada. Sua história é exata e se pode confiar nela. Por exemplo, o que ela diz sobre a queda de Babilônia diante dos medos e dos persas não pode ser refutado com êxito (Je 51:11, 12, 28; Da 5:28), tampouco o pode o que ela diz sobre pessoas tais como o babilônio Nabucodonosor (Je 27:20; Da 1:1); o egípcio Rei Sisaque (1Rs 14:25; 2Cr 12:2); os assírios Tiglate-Pileser III e Senaqueribe (2Rs 15:29; 16:7; 18:13); os imperadores romanos Augusto, Tibério e Cláudio (Lu 2:1; 3:1; At 18:2); romanos tais como Pilatos, Félix e Festo (At 4:27; 23:26; 24:27), nem o que ela diz sobre o templo de Ártemis, em Éfeso, e sobre o Areópago, em Atenas (At 19:35; 17:19-34). O que a Bíblia diz sobre estes e outros lugares, pessoas ou eventos é historicamente exato em todos os pormenores.

Os fatos atestam a integridade da Bíblia. A narrativa bíblica está inseparavelmente entrelaçada com a história dos tempos. Fornece instruções francas e verídicas na maneira mais simples. O sincero fervor e fidelidade de seus escritores, seu ardente zelo pela verdade e seu meticuloso esforço de manter a exatidão nos pormenores são o que esperaríamos da Palavra da verdade de Deus. — Jo 17:17.

Com respeito ao mundo ter 6 mil anos não faz parte da nossa crença, no entanto acreditamos sinceramente que tanto o homem como a mulher são uma criação especial, separada do resto da criação.

Gostaria de me concentrar agora nos cinco pontos apresentados por si, com respeito ao uso do sangue na medicina.

Com respeito ao ponto 1 concordo inteiramente consigo. Não existem criaturas impuras aos olhos de Deus. Isto faz-me lembrar a passagem de Atos cap. 10 e a visão que o apóstolo Pedro teve. Na realidade, a Lei mosaica estabelecia várias leis dietéticas aos israelitas, e segundo estas leis eles não poderiam comer determinados animais.

Com a morte de Cristo e o estabelecimento da congregação cristã, estas leis tiveram o seu fim para os verdadeiros servos de Deus. No entanto, queira notar que Atos 15: 28-29 estabelece ali uma directriz para todos os cristãos, no passado, no presente e no futuro. Não se trata de uma lei de homens, visto ser claro a intervenção do próprio espírito santo nesta decisão.

Quanto ao ponto 2, é um bom argumento do ponto de vista humano. Mas que dizer do ponto de vista de Deus? Será que qualquer coisa, mesmo a violação das leis divinas é correcta para salvar uma vida?

A vinculação da vida ao sangue foi feita muito antes de William Harvey ter mapeado o sistema circulatório, em 1628. A ética básica das principais religiões se focaliza num Dador da Vida, que se expressou sobre a vida e sobre o sangue. O apóstolo Paulo disse a respeito dele: “Ele mesmo dá a todos vida, e fôlego, e todas as coisas. Pois, por meio dele temos vida, e nos movemos, e existimos.”

As pessoas que acreditam em tal Dador da Vida confiam que suas orientações são para nosso bem duradouro. Um profeta hebreu descreveu-o como “Aquele que te ensina a tirar proveito, Aquele que te faz pisar no caminho em que deves andar”.


Essa garantia, dada em Isaías 48:17, faz parte da Bíblia, livro respeitado por valores éticos que podem trazer benefícios a todos nós. O que diz ela a respeito da utilização humana do sangue? Será que mostra como vidas podem ser salvas pelo sangue? Na realidade, a Bíblia mostra claramente que o sangue é mais do que um complexo líquido biológico. Ela menciona o sangue mais de 400 vezes, e algumas destas referências envolvem a salvação de vidas.

Em uma das primeiras referências ao sangue, o Criador declarou: “Tudo que vive e se move vos servirá de comida. . . . Contudo não deveis comer carne com vida, isto é, com sangue.” Ele acrescentou: “Pedirei contas de vosso sangue que é vossa vida”, e então condenou o homicídio. (Gênesis 9:3-6, Bíblia Vozes) Ele disse isso a Noé, um ancestral comum e altamente estimado pelos judeus, pelos muçulmanos e pelos cristãos. Toda a humanidade foi assim avisada de que, no conceito do Criador, o sangue representa a vida. Tratava-se de mais do que uma regra dietética. É evidente que estava envolvido um princípio moral. O sangue humano tem grande significado e não deve ser mal empregado. O Criador, mais tarde, acrescentou pormenores, por meio dos quais podemos facilmente depreender as questões morais que ele vincula ao sangue vital.

Ele novamente se referiu ao sangue ao dar a Israel o código da Lei. Ao passo que muitos respeitam a sabedoria e a ética daquele código, poucos estão cônscios de suas sérias leis sobre o sangue. Por exemplo: “Se alguém da casa de Israel, ou dos estrangeiros que residirem entre eles, tomar qualquer sangue, eu porei a Minha face contra a pessoa que toma o sangue, e a cortarei de entre seus parentes. Pois a vida da carne está no sangue.” (Levítico 17:10, 11, versão judaica Tanakh) Deus então explicou o que um caçador devia fazer com um animal morto: “Ele deve derramar o seu sangue e cobri-lo de terra. . . . Não deveis tomar o sangue de carne alguma, pois a vida de toda carne é o seu sangue. Qualquer pessoa que tomar dele será cortada.” — Levítico 17:13, 14, Ta.

Os cientistas sabem agora que o código da Lei judaica promovia a boa saúde. Ele exigia, para exemplificar, que os excrementos fossem colocados fora do acampamento e cobertos, e que as pessoas não comessem carne que contivesse alto risco de doenças. (Levítico 11:4-8, 13; 17:15; Deuteronômio 23:12, 13) Ao passo que a lei sobre o sangue tinha aspectos relativos à saúde, havia muito mais envolvido. O sangue tinha um significado simbólico. Representava a vida concedida pelo Criador. As pessoas, ao tratarem o sangue como algo especial, demonstravam que dependiam Dele para viver. Sim, o motivo principal pelo qual elas não deveriam tomar sangue era, não que o sangue era ruim para a saúde, mas que o sangue tinha um significado especial para Deus.

A Lei repetidas vezes declarava a proscrição do Criador a se tomar sangue para sustentar a vida. “Não o deves comer [i.e., o sangue]. Derrama-o na terra, como água. Não o comas, para seres feliz com teus filhos, fazendo o que é reto.” — Deuteronômio 12:23-25, Bíblia Vozes; ÞDeut.Ü 15:23; Levítico 7:26, 27; Ezequiel 33:25.

Contrário ao raciocínio de alguns hoje, a lei de Deus sobre o sangue não deveria ser desconsiderada numa emergência. Alguns soldados israelitas, em certa crise de tempo de guerra, mataram animais e ‘foram comê-los junto com o sangue’. Tratando-se duma emergência, era-lhes permissível sustentar a vida com sangue? Não. Seu comandante indicou-lhes que seu proceder ainda constituía um grave erro. (1 Samuel 14:31-35) Assim sendo, por mais preciosa que seja a vida, nosso Dador da Vida jamais disse que suas normas poderiam ser desconsideradas em caso de emergência.

Abrangeria a proibição bíblica sobre o sangue o seu emprego na medicina, tal como em transfusões, que por certo não eram conhecidas nos dias de Noé, de Moisés ou dos apóstolos?

Ao passo que a terapia moderna que emprega o sangue não existia lá naquele tempo, o uso medicinal do sangue não é moderno. Por cerca de 2.000 anos, no Egito e em outras partes, o “sangue [humano] era considerado como o remédio eficaz para a lepra”. Um médico revelou a terapia ministrada ao filho do Rei Esar-Hadom quando a Assíria estava no auge da tecnologia: “[O príncipe] está passando bem melhor; o rei, meu senhor, pode ficar feliz. A partir do 22.° dia eu dou (a ele) sangue para beber, ele beberá (isso) por 3 dias. Durante outros 3 dias, eu darei (a ele sangue) para aplicação interna.” Esar-Hadom tinha contatos com os israelitas. Todavia, por terem os israelitas a Lei de Deus, eles jamais beberiam sangue como remédio.

Era o sangue usado como remédio nos tempos de Roma? O naturalista Plínio (contemporâneo dos apóstolos) e o médico Areteu, do segundo século, relatam que o sangue humano era um dos tratamentos da epilepsia. Tertuliano escreveu posteriormente: “Considerai aqueles que, com sede cobiçosa, num espetáculo da arena, pegam sangue fresco de criminosos iníquos . . . e o levam correndo para curar sua epilepsia.” Ele os contrastou com os cristãos, que ‘nem mesmo tinham o sangue dos animais em suas refeições . . . Nos julgamentos dos cristãos, oferecei-lhes chouriços cheios de sangue. Estais convictos, naturalmente, de que [isso] . . . lhes é ilícito’. Assim, os cristãos primitivos preferiam correr o risco de morrer a tomar sangue.

“O sangue, em sua forma mais cotidiana não . . . saiu de moda como ingrediente da medicina e da magia”, relata o livro Flesh and Blood (Carne e Sangue). “Em 1483, por exemplo, Luís XI, da França, estava morrendo. ‘Ele piorava a cada dia, e os remédios de nada lhe adiantavam, embora fossem dum caráter estranho; pois ele esperava veementemente recuperar-se com o sangue humano que ele tirava e engolia de certas crianças.’”

Que dizer de transfundir sangue? Experimentos com isto começaram no início do século 16. Thomas Bartholin (1616-80), professor de anatomia na Universidade de Copenhague, Dinamarca, protestou: ‘Os que introduzem o uso de sangue humano como remédio de uso interno para doenças parecem estar abusando dele e pecando gravemente. Os canibais são condenados. Então, por que não abominamos os que mancham sua goela com sangue humano? Algo similar é receber duma veia cortada sangue estranho, quer por via oral, quer por meio de transfusão. Os autores desta operação ficam sujeitos ao terror pela lei divina, pela qual se proíbe comer sangue.’

Assim sendo, algumas pessoas refletivas dos séculos passados discerniram que a lei bíblica se aplicava ao tomar sangue nas veias, assim como se aplicava ao tomá-lo por via oral. Bartholin concluiu: “Ambas as formas de se tomar [sangue] visam um só e único propósito, o de que, por meio deste sangue, um corpo enfermo possa ser nutrido ou restaurado [à saúde].”

Esta visão geral talvez possa ajudá-lo a entender a posição religiosa definitiva das Testemunhas de Jeová. Elas dão alto valor à vida e procuram bons tratamentos médicos. Mas estão decididas a não violar a norma de Deus, que tem sido coerente: Aqueles que respeitam a vida como dádiva do Criador não tentam sustentar a vida por tomarem sangue.

Quanto ao ponto 3, é necessário esclarecer que o aspecto desse assunto mais altamente carregado de emoções envolva o tratamento duma criança. Todos nós compreendemos que as crianças precisam de cuidado e de proteção. Os genitores tementes a Deus, em especial, avaliam isso. Amam profundamente seus filhos e sentem vividamente sua responsabilidade, dada por Deus, de cuidar deles e de fazer decisões em favor do bem-estar duradouro deles. — Efésios 6:1-4.

Também a sociedade reconhece a responsabilidade parental, admitindo que os genitores são os primariamente autorizados a cuidar de seus filhos e de fazer decisões por eles. Logicamente, as crenças religiosas da família têm que ver com isso. Os filhos são certamente beneficiados se a religião de seus pais sublinha a necessidade de se cuidar deles. Isto se dá com as Testemunhas de Jeová, que de nenhum modo desejam negligenciar seus filhos.

Reconhecem que é sua obrigação, dada por Deus, prover alimento, roupa, abrigo e cuidados médicos para eles. Ademais, o genuíno apreço da necessidade de fazer provisões para os filhos também exige inculcar-lhes a boa moral e o respeito pelo que é correto. Como já foi mencionado, os cristãos primitivos eram exemplares nisso; os pais não só ensinavam a seus filhos, mas também viviam pessoalmente segundo os princípios morais que proclamavam. A história relata que famílias inteiras às vezes ficaram expostas à morte nas arenas romanas porque os pais não violavam suas crenças conscienciosas.

Todos estamos a par de que a falta de ensino e exemplo moral dos pais contribui para que muitos jovens, hoje, não possuam quaisquer valores básicos; não acham nada demais pôr em perigo sua saúde e sua vida, bem como a vida de outros, numa busca irrestrita de emoções. Não é muito melhor que os jovens tenham genitores que promovam a boa moral e o respeito pelos princípios elevados? Os pais que são Testemunhas de Jeová mostram grande amor a seus filhos, bem como a Seu Deus, por usarem a Bíblia para ajudar os filhos a se tornarem pessoas de boa moral. Assim, quando tais filhos crescem o suficiente para saber o que a Bíblia ensina sobre o sangue, eles mesmos apóiam a decisão de seus pais de ‘abster-se do sangue’. — Atos 15:29.

Precisa um médico achar que tem de transfundir sangue em uma criança, apesar da vontade resoluta dos pais, e talvez até mesmo da própria criança?

Francamente, em vista do bem-reconhecido direito da responsabilidade parental, a posição moral, baseada em princípios e coerente dum médico é reconhecer a responsabilidade de os pais amorosos e preocupados fazerem decisões para seus filhos menores.

Neste particular, o Dr. A. D. Kelly, Secretário da Associação Médica Canadense, escreveu que “os pais de menores, e o parente próximo de pacientes inconscientes, possuem o direito de interpretar a vontade do paciente, e deveríamos aceitar e respeitar seus desejos. . . . Não admiro os trâmites dum tribunal simulado, convocado às 2 horas da madrugada, para retirar uma criança da custódia de seu genitor”.

Alguns membros da classe médica e jurídica reconhecem que um adulto capaz tem o direito de recusar uma transfusão de sangue. Mas, sustentam que, se os pais recusam a permissão para seu filho, a transfusão deve ser imposta por mandado judicial.

Tal posição, contudo, carece de coerência e harmonia fundamentais, conforme indicado pelo periódico Forensic Science (Ciência Forense):
“Devemos, então, presumir que os tribunais se dispõem a designar para os filhos uma religião diferente da de seus pais, quando as estatísticas mostram que a maioria absoluta dos filhos são criados, e deveras seguem, a mesma denominação religiosa de seus pais? Não eqüivaleria isso também ao cerceamento dos direitos religiosos dos filhos, por parte dos tribunais, os mesmos direitos que o tribunal tenta proteger para os adultos, de acordo com a Primeira Emenda [da Constituição dos EUA], por não permitirem a transfusão quando o adulto tiver objeções? Não estão os tribunais, em essência, designando uma religião aos filhos, se negam as transfusões por motivos religiosos, para os adultos, e as permitem para os filhos desses mesmos adultos?”

Existe, não raro, outra crassa incoerência moral em impor uma transfusão de sangue a uma criança cujos pais solicitaram que fossem usados outros tratamentos médicos. Em alguns hospitais, os médicos em uma sala talvez imponham uma transfusão a uma criança. Todavia, numa sala vizinha, outros médicos talvez estejam realizando abortos legais, acabando com vidas apenas alguns meses mais jovens do que a criança a quem se impõe sangue ‘para salvar uma vida’. Isto tem levado as pessoas refletidas a imaginar se ‘preservar a vida’ é sempre a verdadeira questão por trás de transfusões impostas.

Considere as implicações do tratamento médico ordenado pelo Estado, que remove à força o direito da responsabilidade parental. Na Escócia, A. D. Farr, conferencista universitário sobre técnicas de transfusão de sangue, escreveu a respeito de impor transfusões a adultos e crianças:
“A decisão superior contrária, com respeito a uma crença religiosa minoritária, se estende à decisão superior contrária ao inteiro princípio de que se permite que um adulto aceite ou rejeite determinada forma de tratamento médico. . . . O Estado está gradualmente assumindo a função decisória do indivíduo. É deste modo que os países livres deixam de ser livres e se tornam totalitários. Foi deveras a tomada das crianças alemãs para o movimento da Juventude Hitlerista que a liberdade e a privatividade foram finalmente suprimidas na Alemanha Nazista. Não se trata de simples especulação fantasiosa. A liberdade é uma possessão preciosa e comparativamente rara, a ser zelosamente guardada naqueles países em que ela existe. Qualquer cerceamento da liberdade individual já é excessivo.”

Adicionalmente, mesmo que o médico creia sinceramente que a criança precisa duma transfusão de sangue, significa isso que nenhum outro tratamento serviria? Ou significa, ao invés, que ele acha que uma transfusão oferece mais possibilidade de êxito do que os tratamentos alternativos? Neste sentido, um conselho de juízes dos Estados Unidos da América escreveu em “Orientações Para o Juiz em Caso de Mandados Médicos Que Atinjam Crianças”:
“Se existir a opção de processos — se, por exemplo, o médico recomenda certo processo que tenha 80 por cento de possibilidades de êxito, mas que os genitores desaprovam, e os genitores não tenham objeção a certo processo que só tenha 40 por cento de possibilidades de êxito — o médico precisa seguir o proceder mais arriscado, do ponto de vista médico, mas que não inclui objeções por parte dos pais.”

Estes magistrados também afirmaram que “o conhecimento médico não é suficientemente adiantado para habilitar um médico a predizer, com razoável certeza, que seu paciente viverá ou morrerá, ou que sofrerá permanente deficiência ou deformação física”. Não existe muita verdade nisso? Não sublinham as autoridades médicas que, no máximo, só podem dizer o que parece provável que aconteça? Assim sendo, muitos médicos e cirurgiões respeitados cooperam com as Testemunhas de Jeová, provendo excelentes tratamentos médicos tanto para jovens como para idosos, ao passo que respeitam suas convicções sobre o sangue, alicerçadas na Bíblia.

Quanto ao ponto 4 é verdade que mesmo sangrando um animal é lógico que no seu organismo provavelmente ainda existirá alguma percentagem de sangue. O caçador israelita que matasse um animal o sangraria. (Veja Deuteronômio 12:15, 16.) Se a sua família não pudesse consumir toda a carne, ele talvez vendesse parte dela. Mesmo no corpo morto do animal devidamente sangrado restaria uma pequena quantidade de sangue, mas nada na Bíblia sugere que o judeu que comprasse carne precisava ir a extremos para saber quantos minutos haviam decorrido entre o abate e a sangria, que artéria ou veia fora cortada para escoar o sangue, como o animal fora pendurado e por quanto tempo. Além disso, o corpo governante não escreveu que os cristãos tinham de tomar precauções extraordinárias nesse respeito, como se precisassem obter respostas detalhadas e conclusivas antes de consumir carne.

Atualmente, em muitos países, a lei, os costumes ou as práticas religiosas determinam que os produtos de carne (exceto os itens incomuns, como o chouriço de sangue) procedam de animais que têm de ser sangrados no abate. De modo que os cristãos, nessas regiões, normalmente não precisam preocupar-se com os métodos de abate ou de processamento. Em sentido amplo, podem simplesmente ‘continuar a comer carne comercializada, sem fazer indagação’, e ter uma consciência limpa no que diz respeito a guardar-se de sangue.

Em relação ao ponto 5, em “Origem e Primórdios do Cristianismo”, o Professor Eduard Meyer comentou que o significado de “sangue”, em Atos 15:29, era o de “tomar sangue, que era proibido pela lei (Gên 9:4) imposta a Noé, e, assim, também à humanidade como um todo”. E, embora muitos clérigos digam que o requisito de Atos 15:28, 29, era apenas uma medida temporária, para não ofender os judeus, o Professor Meyer relata que, mais de um século e um quarto depois, a ‘proibição, de tomar sangue, era observada de modo geral’ pelos cristãos.

Em prova disso, cita o que aconteceu em 177 E. C., quando inimigos religiosos acusaram os cristãos, na Europa, de comerem criancinhas. Uma jovem respondeu: “Como podemos comer crianças — nos, a quem não é nem lícito comer o sangue de animais?”

Muitos escritos, do segundo e do terceiro século, provam que os cristãos daquele período reconheciam que a proibição não era algo já passado; aplicava-se a eles. De fato, As Obras do Rev. Joseph Bingham (publicadas em inglês) salientam este ponto:
“Era costume da Igreja Católica, quase até o tempo de Sto. Ago[stinho], abster-se de comer sangue, em acatamento da regra estabelecida pelos Apóstolos para os conversos gentios: portanto, pelas leis mais antigas da Igreja, todos os clérigos tinham a obrigação de abster-se dele, sob pena de rebaixamento [destituição do cargo].”

Então, por que as igrejas da cristandade não se apegam a esta “regra”? Comentários feitos por Martinho Lutero provêem a resposta. Embora ele estivesse pessoalmente inclinado a rejeitar todos os concílios, Lutero disse sobre Atos 15:
“Daí, se quisermos ter uma igreja que se ajuste a este concílio (visto ser correto, uma vez que é o primeiro e o principal concílio, e foi realizado pelos próprios apóstolos), temos de ensinar e insistir que, doravante, nenhum príncipe, senhor, burguês ou campônio coma ganso, corça, veado ou leitão cozinhados em sangue, . . . [e] têm de abster-se especialmente da morcela e do chouriço com sangue, . . . Ora, pois, que comece então, quem quiser ou puder, a levar a cristandade a harmonizar-se com este concílio; eu terei então prazer em seguir isso.”

Ele achava que, por ser difícil a obediência à decisão de Atos 15:28, 29, e a desconsideração dela era muito comum, seria impossível requerer que todos os freqüentadores de igrejas a cumprissem. Por isso, nem ele mesmo o faria.

Martinho Lutero, e muitos dos seus dias, talvez não estivessem dispostos a obedecer à lei de Deus, e a maioria das pessoas, hoje, na cristandade, talvez não estejam dispostas a isso. Mas não é assim com as testemunhas cristãs de Jeová!

Cada um terá de fazer uma decisão consciênciosa baseada no seu amor a Deus e às suas leis.

Espero que tome em consideração esta esplanação, e peço-lhe desculpa por ser um tanto longa, mas muito poderia ser dito. Tentei fazer um resumo sobre esta informação e desejo que o ajude a entender que as Testemunhas de Jeová não são fanáticas, mas desejam seguir um proceder na vida que esteja em harmonia com a vontade de Deus, em todos os aspectos e não apenas naqueles que possam ser considerados os mais convenientes.

Re: Transfusões de Sangue e Testemunhas de Jeová
Escrito por: Rui (IP registado)
Data: 17 de February de 2002 11:01

Bom dia.

Temos agora uma nova URL:

www.a-questao-do-sangue.tk

Re: Transfusões de Sangue e Testemunhas de Jeová
Escrito por: Rui (IP registado)
Data: 17 de February de 2002 16:06

Vejam estas novidades no nosso site:


Actualização 09.02.2002



- Jeová Deus permite Transfusões de Sangue NATURAIS

Pasta “Testemunhas de Jeová”



Actualização 17.02.2002



- Artigo do Ministro do Tribunal Superior de Justiça do Brasil

Pasta “Médicos”



- Terapia Transfusional/Aspectos Jurídicos

Artigo do Advogado A. Guedes Soriano

Pasta “Médicos”



- Artigo sobre BIOÉTICA e Transfusões

Pasta “Médicos”



- Transfusões de Sangue em Crianças Testemunhas de Jeová

Artigo do Promotor de Justiça Francisco Neto

Pasta “Médicos”



- Transfusões de Sangue vs. Omissão de Socorro

Artigo publicado em “Revista Jurídica”

Pasta “Médicos”



Tudo em:

www.a-questao-do-sangue.tk

Re: Transfusões de Sangue e Testemunhas de Jeová
Escrito por: António Madaleno (IP registado)
Data: 17 de February de 2002 17:34

Caro Lugo,
Aquilo que afirma sobre as T.J não é de forma alguma correcta.

As T.J fazem um estudo profundo da Bíblia e a têm em alta estima, ao contrário de muitos, que apesar de se dizerem cristãos apenas o são de nome e até mesmo negando a inspiração dela da parte de Deus. Isto somente não é grave em si mesmo, como indica que na realidade aquilo que praticam é como a Bíblia diz tradições de homens e não de Deus.

Isto me leva a responder à sua argumentação de que as T.J não são cristãs. Isto é absolutamente falso, e porquê?

O dicionário define cristão como aquele que crê em Cristo e como aquele que professa a religião cristã. Ora quem conhece os ensinos das T.J sabe com certeza que elas crêem em Cristo e esforçam-se em imitá-lo, tanto na conduta pessoal como na maneira de adorar a Deus.

Isto é evidenciado em comentários feitos ao redor do mundo sobre a conduta, o zelo e a pregação desenvolvida pelas T.J, mediante o exemplo do Senhor Jesus Cristo e seus seguidores no 1º século.

Por exemplo, Martin Niemöller, líder protestante da Alemanha antes e depois da Segunda Guerra Mundial, referiu-se às Testemunhas de Jeová como “sérios estudiosos da Bíblia, que, às centenas e aos milhares, foram mandados para os campos de concentração e morreram por se recusarem a servir na guerra e declinarem de atirar em seres humanos”. Em contraste com isso, escreveu: “As Igrejas Cristãs, através das eras, sempre consentiram em abençoar a guerra, as tropas e as armas, e . . . oraram de forma muito anticristã em favor do aniquilamento do seu inimigo.”

Quem, então, se enquadra no sinal identificador de Jesus quanto aos verdadeiros cristãos? Disse ele: “Por meio disso saberão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor entre vós.” (João 13:35) Como 1 João 3:10-12 torna claro, os servos de Deus não matam uns aos outros. São os filhos de Satanás que fazem isso.

Ao escrever no periódico católico Herald Citizen de Madison, em Wisconsin, E.U.A., o sacerdote Andrew Breines disse o seguinte sobre duas Testemunhas de Jeová que o visitaram em sua reitoria: “O zelo [das testemunhas de Jeová] sempre me impressionou. Não importa quão recente tenha sido sua admissão na sociedade, começam imediatamente a fazer visitas aos lares para divulgar as ‘Boas Novas’.” O clérigo mencionou que elas “colocam a obra de Deus à frente de seus próprios interesses e conveniência. Deus ocupa o primeiro lugar na vida delas”. Ele disse: “Pergunto-me sobre quantos de nós [católicos] . . . podemos igualar seu incansável zelo pela evangelização. Vão de casa em casa porque aceitaram a chamada de Deus não só para a sua própria salvação, mas também para transmitir as ‘Boas Novas’ a outros.”

Ao passo que as religiões ortodoxas esperam que as pessoas cheguem a elas, as Testemunhas de Jeová seguem o exemplo de Jesus e de seus apóstolos indo até às pessoas. Mesmo sob proscrição ou perseguição, elas continuam a proclamar as “boas novas”, assim como fizeram os primitivos seguidores de Cristo, sobre os quais se falou:
“Levantou-se grande perseguição contra a congregação que estava em Jerusalém; todos, exceto os apóstolos, foram espalhados através das regiões da Judéia e de Samaria. No entanto, os que tinham sido espalhados iam pelo país declarando as boas novas da palavra.” - Atos 8:1, 4.

Por exemplo, o sacerdote católico John A. O’Brien disse a cerca de 200 sacerdotes no Seminário de São José, em Nova Iorque:
“Para arregimentar conversos e recuperar membros desviados nada melhor do que o contacto pessoal. Isto é conseguido pelo diplomático, cortês e bem treinado apóstolo da campainha da porta. O segredo do fenomenal sucesso de São Paulo era o seu incansável uso do método de arregimentar conversos de casa em casa. É irónico que o método apostólico é usado agora por seitas não-católicas, especialmente as Testemunhas de Jeová, cujo número de conversos envergonha os católicos.” - The Monitor, 7 de Julho de 1961.

E numa conferência de líderes religiosos na Espanha, observou-se o seguinte:
“Talvez [as igrejas] sejam excessivamente negligentes quanto ao que constitui precisamente a maior preocupação das Testemunhas - a visita aos lares, que estava incluída na metodologia apostólica da primitiva Igreja. Enquanto as igrejas, em não poucas ocasiões, se limitam a construir seus templos, a tocar os sinos para chamar as pessoas e a pregar dentro de seus lugares de reunião, [as Testemunhas] seguem o método apostólico de ir de casa em casa e de aproveitar cada ocasião para testemunhar.” - El Catholicismo, Bogotá, Colômbia, 14 de setembro de 1975.

A Nova Enciclopédia Católica (em inglês) menciona que gozam de uma “reputação actual como sendo o grupo de melhor comportamento do mundo”, que tem “zelo incansável” na pregação, e sua “moralidade conjugal [matrimonial] e sexual é bastante rigorosa”.

Note o seguinte trecho de uma carta dirigida ao jornal norte-americano New Haven Register: “Quer você tenha ficado irritado, quer irado [zangado], como eu, pelo proselitismo delas, não se pode deixar de admirar a sua dedicação, sua integridade, seu notável exemplo de comportamento humano e vida salutar.”
De quem falava? Do mesmo grupo mencionado no Herald de Buenos Aires, Argentina, que dizia: “As Testemunhas de Jeová têm provado, através dos anos, ser cidadãos trabalhadores, sóbrios, parcimoniosos e tementes a Deus.” Similarmente, o jornal italiano La Stampa disse: “Não sonegam impostos, nem procuram se esquivar de leis inconvenientes a seus próprios interesses. Os ideais morais de amor ao próximo, recusa de poder, não-violência e honestidade pessoal . . . incorporaram-se no seu modo de vida ‘diário’.”


Il Messaggero di Sant’Antonio (O Mensageiro de S. Antônio), um periódico italiano editado pela basílica católica de Santo Antônio de Pádua, disse a respeito das Testemunhas de Jeová: “A força de vontade, o entusiasmo, [e] o desejo de fazer de todo o mundo ‘o Reino de Jeová’, certamente são dignos de elogio.” Cita o caso duma ‘senhora idosa que, impedida pela idade e por enfermidades, de ir de porta em porta para dar testemunho a respeito de Jeová, escreve cartas, durante duas horas por dia, que os irmãos na congregação deixam então quando não há ninguém em casa’. Tal devoção - acrescenta - “é realmente um exemplo que faz a pessoa pensar, especialmente nós, cristãos, de fé fraca e cheia de dúvidas”.

Certa freira católica escreveu na revista católica da igreja, Andare alle genti: “Quão diferente seria o mundo se todos acordássemos, certa manhã, firmemente decididos a não pegar mais em armas,...como as Testemunhas de Jeová!”

Poderia citar aqui centenas de comentários favoráveis feitos sobre as Testemunhas de Jeová, no entanto estes aqui transcritos são suficientes para se chegar a algumas conclusões.

As T.J vivem à altura do que pregam. Como um todo esforçam-se em seguir uma conduta excelente entre as nações, conforme incentivou o apóstolo Pedro na sua 1ª carta cap.2: 12. Seguem um padrão de comportamento que as identifica como cristãs, até mesmo recusando pegar em armas nos conflitos políticos deste mundo, coisa que as igrejas da Cristandade não o podem dizer. Tanto mais, que o Papa João Paulo II tem pedido repetidamente perdão pelas atrocidades cometidas ao longo dos séculos pela Igreja Católica.

Tendo tudo isto em mente a base de sua acusação é falsa. No entanto refere também como argumento, que por não aceitarmos determinados ensinos e práticas vulgares nas religiões ditas cristãs, não somos por isso cristãos.

Por exemplo, refere como ponto importante que distingue os cristãos: a crença numa Trindade.

É irônico que, no Império Romano, uma das acusações lançadas contra os primitivos cristãos era a de que eram ateus. O Dr. Augusto Neander escreve: “Os repudiadores dos deuses, os ateus, . . . era o apelido comum que o povo dava aos cristãos.”
Que estranho que os cristãos, que adoravam o Criador vivo e não múltiplos deuses, fossem apelidados de ateus por pagãos que adoravam os que “não eram deuses, mas trabalho das mãos de homem, madeira e pedra”. — Isaías 37:19.

Igualmente irónico é que hoje algumas autoridades na cristandade negam que as Testemunhas de Jeová sejam cristãos. Por quê? Porque as Testemunhas rejeitam a Trindade. Segundo a definição tendenciosa da cristandade, “cristãos são aqueles que aceitam a Cristo como Deus”. Em contraste com isso, um dicionário moderno define o substantivo “cristão” como “aquele que crê em Jesus Cristo e segue seus ensinos”, e o “cristianismo” como “religião que se baseia nos ensinos de Jesus Cristo e na crença de que ele era o filho de Deus”. Que grupo se ajusta mais de perto a esta definição?

As Testemunhas de Jeová aceitam o testemunho do próprio Jesus sobre quem ele é. Ele declarou: “Sou Filho de Deus”, não: “Sou Deus, o Filho.” (João 10:36; compare com João 20:31.) Aceitam a declaração inspirada do apóstolo Paulo a respeito de Cristo: “Ele que era de condição divina não reivindicou o direito de ser equiparado a Deus.” (Filipenses 2:6, Missionários Capuchinhos)

O livro The Paganism in Our Christianity (O Paganismo no Nosso Cristianismo) declara: “Jesus Cristo nunca mencionou tal fenômeno [uma Trindade coigual], e, em parte alguma do Novo Testamento aparece a palavra ‘Trindade’. A ideia foi adoptada pela Igreja somente trezentos anos depois da morte de nosso Senhor; e a origem do conceito é inteiramente pagã.”

The New Encyclopædia Britannica diz: “Nem a palavra Trindade, nem a doutrina explícita, como tal, aparecem no Novo Testamento, e nem Jesus ou seus seguidores tencionaram contradizer o Shema do Velho Testamento: ‘Ouve, ó Israel: O Senhor, nosso Deus, é um só Senhor’ (Deut. 6:4). . . . A doutrina desenvolveu-se gradualmente com o decorrer dos séculos, enfrentando muitas controvérsias. . . . Por volta do fim do 4.° século . . . a doutrina da Trindade tomou substancialmente a forma que desde então tem conservado.” — (1976), Micropædia, Vol. X, p. 126.

A New Catholic Encyclopedia diz: “A formulação de ‘um só Deus em três Pessoas’ não foi solidamente estabelecida, de certo não plenamente assimilada na vida cristã e na sua profissão de fé, antes do fim do 4.° século. Mas, é precisamente esta formulação que tem a primeira reivindicação ao título o dogma da Trindade. Entre os Pais Apostólicos, não havia nada, nem mesmo remotamente, que se aproximasse de tal mentalidade ou perspectiva.” — (1967), Vol. XIV, p. 299.

Em The Encyclopedia Americana lemos: “O cristianismo derivou-se do judaísmo, e o judaísmo era estritamente unitário [cria que Deus é uma só pessoa]. O caminho que levou de Jerusalém a Nicéia dificilmente foi em linha reta. O trinitarismo do quarto século de forma alguma refletiu com exatidão o primitivo ensino cristão sobre a natureza de Deus; foi, ao contrário, um desvio deste ensinamento.” — (1956), Vol. XXVII, p. 294L.

Segundo o Nouveau Dictionnaire Universel: “A trindade platônica, que em si é meramente um rearranjo de trindades mais antigas, que remontam aos povos anteriores, parece ser a trindade filosófica racional de atributos que deram origem às três hipóstases ou pessoas divinas ensinadas pelas igrejas cristãs. . . . O conceito deste filósofo grego [Platão, do 4.° século AEC] sobre a trindade divina . . . pode ser encontrado em todas as religiões [pagãs] antigas.” — (Paris, 1865-1870), editado por M. Lachâtre, Vol. 2, p. 1467.

O jesuíta John L. McKenzie, no seu Dictionary of the Bible, diz: “A trindade de pessoas dentro da unidade de natureza é definida em termos de ‘pessoa’ e de ‘natureza’, que são termos filosóficos gr[egos]; na realidade, esses termos não aparecem na Bíblia. As definições trinitárias surgiram em resultado de longas controvérsias, em que estes termos e outros, tais como ‘essência’ e ‘substância’, foram erroneamente aplicados a Deus por alguns teólogos.” — (Nova Iorque, 1965), p. 899.

As Testemunhas de Jeová aceitam o ensino bíblico a respeito de Cristo. São cristãos, não trinitários.

Estes são alguns textos que revelam junto com fontes históricas que a crença da Trindade, não fazia parte nem do ensino do antigo testamento, nem do novo. A crença na trindade tem servido para desviar as pessoas de conhecerem o verdadeiro Deus considerando-o um mistério. Tem servido também para distorcer o papel importantíssimo de Jesus Cristo como o Filho de Deus e a sua posição junto ao Pai, como rei do governo de Deus, conforme ele ensinou na oração do Pai-Nosso: “Venha o teu reino. Realize-se a tua vontade, como no céu, assim também na terra”.

As T.J aderem de perto àquilo que a Bíblia diz e a consideram como autoridade máxima, não filosofias ou tradições de homens.

Gostaria ainda de fazer uma reparação naquilo que disse sobre a virgindade de Maria. Em primeiro lugar o Novo Testamento foi escrito em grego na sua forma final (pensa-se que o livro de Mateus foi escrito primeiro em hebraico e só depois em grego). De qualquer forma, a referência que faz à tradução da palavra irmão e irmãos nos textos em grego não é primo ou primos.

A New Catholic Encyclopedia (1967, Vol. IX, p. 337) admite, relativo às palavras gregas a·del·foí e a·del·faí, empregadas em Mateus 13:55, 56, que estas “têm o significado de irmãos e irmãs consangüíneos no mundo de língua grega do tempo do evangelista, e, naturalmente, seriam entendidas neste sentido pelo leitor grego. Perto do fim do 4.° século (c. 380), Helvídio, numa obra hoje perdida, insistiu neste fato para atribuir a Maria outros filhos além de Jesus, a fim de torná-la um modelo para as mães com família mais numerosa. S. Jerônimo, motivado pela fé tradicional da Igreja na virgindade perpétua de Maria, escreveu um tratado contra Helvídio (383 AD) em que desenvolveu uma explicação . . . que ainda está em voga entre os eruditos católicos”.

Para além disso, e mais importante é o contexto em que a Bíblia fala destes irmãos.

Mat. 13:53-56, BJ: “Quando Jesus acabou de proferir essas parábolas, partiu dali e, dirigindo-se para a sua pátria, pôs-se a ensinar as pessoas que estavam na sinagoga, de tal sorte que elas se maravilhavam e diziam: ‘De onde lhe vêm essa sabedoria e esses milagres? Não é ele o filho do carpinteiro? Não se chama a mãe dele Maria e os seus irmãos [em grego: a·del·foí] Tiago, José, Simão e Judas? E as suas irmãs [em grego: a·del·faí] não vivem todas entre nós?’” (À base deste texto, concluiria que Jesus era o único filho de Maria, ou que ela tinha outros filhos, bem como filhas?)

Mar. 3:31-35, BJ: “Chegaram então a sua mãe e seus irmãos e, ficando do lado de fora, mandaram chamá-lo. Havia uma multidão sentada em torno dele. Disseram-lhe: ‘A tua mãe, os teus irmãos e as tuas irmãs estão lá fora e te procuram.’ Ele replicou: ‘Quem é minha mãe e meus irmãos?’ E, percorrendo com o olhar os que estavam sentados ao seu redor, disse: ‘Eis a minha mãe e os meus irmãos. Quem fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe.’” (Faz-se aqui uma clara distinção entre os irmãos legítimos de Jesus e seus irmãos espirituais, a saber, seus discípulos. Ninguém sustenta que a menção que Jesus fez de sua mãe signifique outra coisa senão aquilo que está expresso. Há, então, lógica em dizer que seus irmãos legítimos não eram realmente irmãos, mas talvez primos? Quando se quer designar, não irmãos, mas parentes, emprega-se outra palavra grega [syg·ge·nón], como em Lucas 21:16.)

Na realidade, não são as T.J que distorcem o que a Bíblia claramente diz. A Igreja Católica, com todo o respeito pela sua crença e religião, tem ela sim distorcido e adulterado as Escrituras Sagradas, fazendo de Maria o que ela nunca foi, nem Jesus e seus discipulos o disseram, mãe de Deus. Criando o culto a Maria, atribuíram-lhe a adoração que pertence exclusivamente a Deus.

Persistem em violar o mandamento bíblico de adorar exclusivamente a Deus, prestando também culto a santos, como intercessores junto a Deus, quando na realidade, foi Jesus Cristo, aquele que afirmam seguir que disse: “Jesus Cristo disse: “Rezai, pois, assim: Pai nosso, que estais nos céus, . . .” Portanto, as orações devem ser dirigidas ao Pai. Jesus também disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim. Se pedirdes alguma coisa em meu nome eu o farei.” (Mat. 6:9; João 14:6, 14) Assim, Jesus excluiu a idéia de que qualquer outro pudesse desempenhar o papel de intercessor.
O apóstolo Paulo acrescentou com respeito a Cristo: “Aquele que morreu, ou melhor, que ressuscitou, aquele que está à direita de Deus e que intercede por nós.” “É capaz de salvar totalmente aqueles que, por meio dele, se aproximam de Deus, visto que ele vive para sempre para interceder por eles.” (Rom. 8:34; Heb. 7:25)

Poderia fazer uma longa lista de práticas contrárias às Escrituras que a Igreja Católica tem ensinado ao longo dos séculos. Algumas destas práticas, foram abandonadas pelas igrejas protestantes na chamada Reforma Protestante em fins do séc.15. No entanto, alguns destes ensinos erróneos foram mantidos pelas igrejas protestantes e ortodoxas.

É talvez por estes séculos de escuridão espiritual, que parece absurdo aquilo que as T.J ensinam como sendo verdades bíblicas. Na verdade, quem deseja agradar a Deus e não a homens pesquisa o que a Bíblia diz ser a vontade de Deus e não a tradição humana, por mais antiga ela possa ser.

Em relação ao texto que menciona sobre as palavras de Jesus em Mateus 15:11, “Não o que entra pela boca é o que avilta o homem; mas o que sai da boca é o que avilta o homem”, é preciso entender o contexto em que Jesus disse essas palavras. Está a fazer o que acusa as T.J de fazer, tirar os textos do contexto e aplicá-los a seu bel-prazer. Se levadas as palavras para o sentido que lhes quer dar sobre ingerir sangue, então Jesus estaria a estimular os judeus a violar uma das leis mais sagradas, dadas por Deus à nação de Israel.( Lev. 7:26; Lev. 17:11; Le 17:13, 14). No entanto, a Bíblia mostra que Jesus não cometeu pecado contra a Lei de Deus, mas cumpriu-a dando um excelente exemplo na obediência a Deus (1Pedro 2:22).

Em que contexto foi que Jesus disse estas palavras e com que intenção?
Jesus disse: “Não percebeis que tudo o que entra pela boca passa para os intestinos e é eliminado para o esgoto? No entanto, as coisas procedentes da boca saem do coração, e estas coisas aviltam o homem. Por exemplo, do coração vêm raciocínios iníquos, assassínios, adultérios, fornicações, ladroagens, falsos testemunhos, blasfêmias. Estas são as coisas que aviltam o homem; mas tomar uma refeição sem lavar as mãos não é o que avilta o homem.”

Jesus não estava aqui desestimulando a higiene normal, nem indicando que se podia violar a Lei de Deus com respeito ao sangue. Ele não argumentava que a pessoa não precisa lavar as mãos antes de preparar alimentos ou tomar uma refeição. Em vez disso, Jesus condenava a hipocrisia de líderes religiosos que enganosamente tentavam burlar as justas leis de Deus por insistirem em tradições não bíblicas. Sim, o que avilta o homem são acções iníquas, e Jesus mostrou que estas se originam do coração da pessoa.

Na realidade, a história da Igreja Católica bem como de outras igrejas denominadas cristãs está manchada com acções iníquas.

Re: Testemunhas de Jeová...
Escrito por: Lugo (IP registado)
Data: 17 de February de 2002 22:02

Caro António,

Vou tentar duma forma sumária responder às questões levantadas. Quando refere a definição de cristão que vem no dicionário, é conveniente referir também que dicionário utilizou, pois ao fazer referência "como aquele que professa a religião cristã" teremos que definir o que significa a "religião cristã". E foi tendo essa definição em mente que volto a afirmar que as Testemunhas de Jeová (TJ) não são cristãs. Os cristãos definem três princípios fundamentais do cristianismo são eles:
- A Divindade de Cristo - Jesus é o Filho de Deus que se fez homem;
- Salvação pela Graça de Jesus - A salvação do homem é pela Graça de Deus e não pelas suas obras ou acções;
- Ressurreição de Cristo - Jesus Cristo foi crucificado, morreu e ressuscitou ao terceiro dia conforme as Escrituras.

Para além destes três princípios, todos os cristãos aceitam a Santíssima Trindade. Dizer que as TJ são cristãs mas não trinitárias é o mesmo que tentar dizer que o são na totalidade mas não aceitando alguns pontos essenciais. Se quiser saber mais sobre a definição de cristianismo poderá ler o <a href=http://sites.uol.com.br/agnus.dei.2002/livr90.htm#amostra target=_blank>texto</a> que é um excerto do <a href=http://www.centroatl.pt/titulos/si/religiao_online.php3 target=_blank>livro</a> que eu e a Susete escrevemos e se encontra à venda nas livrarias.

Se o António consegue citar centenas de comentários favoráreis sobre as TJ, eu poderia citar milhares de obras e acções que ao longo dos séculos, católicos e cristãos fizeram pelo bem do próximo. Aliás, o comportamento das TJ's nunca aqui foi posto em causa, apenas aquilo em que acreditam, ou que não acreditam...

Quanto aos excertos de Evangelho de S.João, talvez seja suficiente ler com atenção Jo 1, 1-18, e perceber que "o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus.", "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós; e nós vimos a sua glória, glória que ele tem junto do Pai como Filho único". "O Verbo era a luz verdadeira que ilumina todo homem; ele vinha ao mundo. Ele estava no mundo e o mundo foi feito por meio dele, mas o mundo não o reconheceu.".

Pergunto-lhe: A quem ou a quê se referia S. João ao "Verbo"? Não esqueçamos que o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus...

Quanto à citação Filipenses 2, 6, ela mostra a natureza divina de Cristo e aquilo que pretende mostrar é que não se trata da igualdade de natureza, suposta pela "condição divina" e da qual Cristo não poderia despojar-se, mas de uma igualdade de tratamento, de dignidade manifesta e reconhecida que Jesus poderia ter reinvindicado mesmo na sua existência humana, mas não o fez.

Quanto à evolução do Cristianismo, parece-me normal que assim tenha acontecido. Aliás, as questões referentes ao primeiro milénio do cristianismo não são exclusivo da Igreja Católica mas sim de toda a Igreja Cristão, que envolvia os patriarcados de Roma, Constantinopla, Jerusalém, Alexandria e Antioquia. Apenas em 1054 se dá a separação da Igreja Cristã e só então se pode falar em Igreja Católica Romana, e Igreja Ortodoxa. Por conseguinte, todas as questões de fé e heresia, eram decididas em concílios onde estavam representados todos os cristãos e participavam todos os cinco patriarcas. Assim, nasce o Credo de Niceia-Constantinopla, para duma forma inequívoca resumir a fé do povo cristão.

Não compreendo portanto quando diz que o conceito da Santíssima Trindade tem por base um culto pagão. Teve sim por base os concílios dos primeiros cristãos, e volto a relembrar-lhe, que não eram exclusivos da Igreja Católica Romana.

Aliás, se as questões formuladas no século IV d.C. nos 'incomodam' por não terem sido 'vividas' por Cristo ou pelos Apóstolos, o que dizer das TJ's que surgem apenas em pleno séc. XIX...

Para terminar, um último comentário à sua última frase "Na realidade, a história da Igreja Católica bem como de outras igrejas denominadas cristãs está manchada com acções iníquas". O Papa João Paulo II apresentou há bem pouco tempo, um histórico pedido de desculpas pelo erros cometidos pela Igreja Católica. E digo histórico pois que me lembre nenhum chefe de outra religião ou igreja teve coragem para tal acto.

Ao ler as suas palavras deduzo que tão "acções iníquas" nunca tiveram lugar na história das Testemunhas de Jeová... pois então sugiro-lhe que leia Deuterónimo 18, 22: «Se o profeta fala em nome de Iahweh, mas a palavra não se cumpre, não se realiza, trata-se então de uma palavra que Iahweh não disse. Tal profeta falou com presunção. Não o temas!», e nos explique como foi possível ao longo dos anos, as Testemunhas de Jeová, através da sua organização <a href=http://www.watchtower.org/ target=_blank>Watch Tower</a> prever uma mão cheia de vezes o fim dos tempos, ou o fim do mundo. Primeiro, para 1914, depois 1917, 1918, 1925 foi referido várias vezes, até chegarmos a 1975. Estamos em 2002 e nada de catastrófico aconteceu que podessemos chamar do fim dos tempos, ou o fim do mundo. Para este episódio, penso que Jesus Cristo o explica muito bem em Mateus 24, 24!

Lugo

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