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A PAIXÃO DE JESUS em Alexandrina Maria da Costa
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 27 de February de 2004 20:08


A PAIXÃO DE JESUS
EM ALEXANDRINA MARIA DA COSTA

Uma Mística do nosso Tempo

Escritos da Venerável Alexandrina
Ordenados por: Humberto M. Pasquale



Ao Leitor:

Com o voto de que, lendo e meditando,
suba tão alto que Jesus lhe possa dizer:
«Eu vivo com todo o Amor, porque com todo o Amor por ti sou amado.
Amas-Me quando choras, quando sorris;
Amas-Me na dor e na alegria;
Amas-Me no silêncio, ou falando:
Amas-Me em tudo».

(Diário da Alexandrina, 21-03-1947)

* * * * * * *

O Tribunal eclesiástico da Arquidiocese de Braga iniciou o processo ordinário, sobre as virtudes e a fama de santidade da Serva de Deus Alexandrina Maria da Costa, em 14 de Janeiro de 1967.
Depois de terem sido interrogadas 48 testemunhas e recolhidos os escritos da Serva de Deus, o processo foi encerrado com êxito no dia 10 de Abril de 1973.
Em Maio seguinte, toda a documentação foi remetida para a S. Congregação para as Causas dos Santos.
Em Dezembro de 1975, os dois Teólogos, encarregados de examinarem os escritos da Serva de Deus, emitiram um parecer positivo, confirmado em 2 de Junho de 1979 pela referida S. Congregação.

* * * * * * *



APRESENTAÇÃO

A vocação do Cristão é participar na Paixão de Cristo...
O convite que Jesus dirige ao homem, para que se torne Seu discípulo, implica a "participação e conformação com a Sua Paixão" (Mt 10, 16), a fim de estabelecer uma relação de "semelhança entre o Mestre e o discípulo" (Mt 10, 24).
A inserção n'Ele como "sarmentos na videira" (Jo 15,4), bem como a necessidade de permanecer no Seu Amor, significam que se deve observar a Sua Palavra, tal como para Ele permanecer na Palavra do Pai quer dizer realizar essa mesma Palavra; isto é, a Vontade Divina que Lhe impõe "oferecer a Sua própria Vida pelo rebanho" (Jo 10, 17).
Segundo o ensinamento de Cristo, portanto, verdadeiro discípulo é aquele que revive em si o mistério da Morte de Jesus; ou antes, aquele que recebe Cristo em si mesmo para reviver a Sua Paixão.

Foi assim que o apóstolo Paulo compreendeu e viveu o Mistério de Cristo. O Evangelho está todo aqui. «Nós pregamos a Cristo Crucificado» (1 Cor 1, 23).
A vida de S. Paulo é toda ela uma reprodução viva da existência terrena de Cristo.
«Deus me livre de me gloriar a não ser na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo» (Gal 6, 14).
«Trazemos sempre no nosso corpo os traços da morte de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste no nosso corpo» (2 Cor 4, 10).
E o mesmo Apóstolo sente-se cravado na cruz: «Estou crucificado com Cristo! Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na Fé do Filho de Deus, que me amou e Se entregou a Si mesmo por mim» (Gal 2, 19).
Na sua ânsia de perfeição, S. Paulo só deseja conhecer a força da Paixão do Senhor, como também da Sua Ressurreição, e permanecer configurado com a Sua Morte (Fil 3, 8-11).
«Pelo Baptismo sepultámo-nos juntamente com Ele, para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos, mediante a Glória do Pai, assim caminhemos nós também numa vida nova» (Rom 6, 4); isto é: «Tornamo-nos com Ele num mesmo Ser por uma morte semelhante à Sua» (Rom 6, 5).

Na Vida Cristã, portanto, quando ela atingir todo o vigor da sua floração, haverá forçosamente que se manifestar também essa assimilação com a Paixão de Cristo, com a mesma evidência com que se manifesta a Vida da Graça, ou seja a presença de Cristo na Alma.
Por isso, se essa plenitude é portadora de experiência em razão de uma certa conaturalidade, também Cristo Crucificado será a grande realidade da experiência cristã.
O próprio Jesus falou da presença do Seu Espírito, quando os discípulos forem chamados a dar-Lhe testemunho pela paixão e pela morte. (Mt 10, 20)

A palavra de Jesus é confirmada por toda Tradição Cristã.
S. Inácio de Antioquia escreve: «Pela cruz, na Sua Paixão, Cristo vos convida a todos vós, Seus membros. A cabeça não pode viver separada dos membros» (Trall. 11, 2).

A Hagiografia Cristã é rica de Testemunhas da Presença de Cristo na Vida dos Fiéis, sobretudo como Triunfador do Sofrimento e da Morte.

Na longa lista dos Místicos Cristãos, não são poucos os que reviveram de forma eminentemente realística o drama da Paixão de Cristo no seu espírito.
E é graças à sua experiência da presença de Deus e da Sua acção nas Almas místicas, que a Teologia conhece as relações íntimas entre as Pessoas Divinas da Trindade e a Sua acção nas Almas.


(Continua)

José Avlis


A PAIXÃO DE JESUS em Alexandrina Maria da Costa - I
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 28 de February de 2004 19:01


A PAIXÃO DE JESUS
EM ALEXANDRINA MARIA DA COSTA

Uma Mística do nosso Tempo

Escritos da Venerável Alexandrina
Ordenados por: Humberto M. Pasquale


* * * * * * *

Capítulo I

A PAIXÃO DE CRISTO NA ALEXANDRINA


O fenómeno da Paixão de Jesus na Alexandrina verificou-se durante 17 anos: de 1938 a 1955, ano da sua morte.
Neste longo período de tempo, é necessário distinguir duas fases, durante as quais o fenómeno manifestou-se com características diferentes.
Classificaremos, respectivamente, de “participação física” e de “participação interior”, estas duas formas, ou maneiras, de o fenómeno manifestar-se, para facilidade de denominação.
Frisamos, no entanto, que a Paixão é substancialmente única, pois abrange ao mesmo tempo sofrimentos do corpo e da alma, físicos, morais e espirituais, inseparáveis.


1.ª – Participação Física

Na primeira fase, período de 3 de Outubro de 1938 a 27 de Março de 1942, o fenómeno dava-se em dias e horas fixas: das 12 às 15 horas de cada sexta-feira.
A Alexandrina revivia, umas atrás das outras, as várias fases da Paixão, desde a Agonia no Horto até à Morte na Cruz, em estado de êxtase.
Os seus sentimentos e as suas reacções às dores exteriorizavam-se através de atitudes, gestos, expressões do rosto e do corpo todo, facilmente interpretáveis por quem podia assistir ao fenómeno.

O seu primeiro Director espiritual, Pe. Mariano Pinho, S. J., deixou escrito a esse respeito:
«Nós presenciámos ao vivo o desenrolar do drama da Paixão, embora não fossem visíveis os estigmas, porque a Alexandrina pedira ao Senhor que nada aparecesse exteriormente».
«A Paixão foi violentíssima e as pessoas presentes choravam e soluçavam perante aquele espectáculo visibilíssimo de sofrimento»

(Cf. "Cristo Gesù in Alexandrina", pág. 730).

Monsenhor Mendes do Carmo, professor de Mística no Seminário da Guarda, afirmou:
«É um Anjo crucificado!».
A professora primária de Balasar, D. Maria da Conceição (Sãozinha), e outras pessoas, testemunharam:
«Sentíamo-nos transportados em espírito aos vários sítios da Paixão de Jesus. Ninguém conseguia acompanhar aquelas cenas sem comover-se profundamente».

A irmã da Alexandrina, Deolinda, numa carta dirigida ao Pe. Mariano Pinho, refere-se assim ao fenómeno da Paixão de 7-4-1939:
«Ai, meu Padre, o que foi o dia de Sexta-feira Santa! É bem sexta-feira de Paixão! Antes de principiar, oh, como se via nela uma cara de aflição!
«Ela temia passar esse dia! E dizia-me: "Ai, se eu vejo este dia passado!...
«Eu confortava-a quanto podia e acariciava-a, apesar de estar eu também cheia de medo e muito aflita.
«Durante a Paixão, eu não podia passar sem chorar, e vi correr lágrimas pelas faces de quase todos os assistentes. Que espectáculo tão comovedor!
«A Agonia do Horto foi muito demorada e aflitiva... Ouviam-se gemidos muito profundos e por vezes via-se soluçar.
«Mas a Flagelação e a Coroação de espinhos, isso é que foi! Os açoites foram tomados de joelhos, com as mãos (como que) atadas.
«Eu cheguei-lhe uma almofada para debaixo dos joelhos, e ela retirou-se dela, não a quis. Tem os joelhos em mísero estado.
«Os açoites não tinham conta! Levaram tanto tempo! Ela desfalecia tanto! Os golpes na cabeça (com a cana na coroa de espinhos) foram também inumeráveis!
«Vomitou por duas vezes durante a Paixão: Era água, porque mais nada tinha que vomitar.
«O suor era tanto, que os cabelos estavam empastados e, ao passar-lhe a mão por cima de toda a roupa, ficava molhada.
«Quando acabou a Coroação de espinhos, ela parecia um perfeito cadáver!
«O Sr. Cónego Borlido veio assistir com mais duas pessoas. Também veio o Dr. Almiro de Vasconcelos (de Penafiel) com a esposa e a irmã, D. Judite».


A propósito do peso da Cruz, que oprimia os ombros da Alexandrina durante a fase da subida ao Calvário, referimos o seguinte episódio:
No decorrer da Paixão do dia 29-8-1941, o Médico assistente da Alexandrina, Dr. Manuel Dias de Azevedo, convidou um dos Sacerdotes presentes a levantar do chão a Vidente, que jazia prostrada sob o peso da Cruz (mística).
Prontificou-se o Sacerdote mais robusto; pegou-lhe sob os braços, mas os seus esforços foram baldados, e logo confessou: «Apesar de toda a minha força, não consigo!».
Nessa altura, a Alexandrina pesava cerca de 40 quilos!

Na fase a seguir, quando o Cireneu carregou com a Cruz, o Dr. Manuel Azevedo convidou o mesmo Sacerdote a erguer a Alexandrina, o que ele fez sem o menor esforço.
A explicação é óbvia: Antes, os pesos eram dois (Alexandrina e a Cruz de Jesus); da segunda vez, tratava-se apenas do peso da Vidente.
Noutra ocasião, durante o fenómeno em estado de êxtase, o Pe. Mariano Pinho impusera-lhe que dissesse quanto pesava a Cruz. E Alexandrina respondeu, em atitude muito grave:
«A minha Cruz tem um peso mundial!»

(Continua)


V/ - Nós Vos adoramos e bendizemos, Jesus,
R/ - Que pela Vossa Santa Cruz remistes o Mundo!



José Avlis


A PAIXÃO DE JESUS em Alexandrina Maria da Costa - II
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 01 de March de 2004 16:21


A PAIXÃO DE JESUS
EM ALEXANDRINA MARIA DA COSTA

Uma Mística do nosso Tempo

Escritos da Venerável Alexandrina
Ordenados por: Humberto M. Pasquale


* * * * * * *

Capítulo II

A PAIXÃO DE CRISTO NA ALEXANDRINA



2.º – Participação Interior


Na 2.ª fase, desde 3 de Abril de 1942 até à morte, a Alexandrina revivia a Paixão fora do êxtase, e não mais em dias fixos.
Sofria no seu íntimo sem que nada transparecesse exteriormente, antes ocultava por vezes o drama profundo que nela estava a desenrolar-se com um doce sorriso.

A 19 de Junho de 1946, dizia ela ao seu segundo Director espiritual:
«Outrora estes sentimentos e sofrimentos padecia-os especialmente durante as três horas de sexta-feira, das 12 às 15; as dores da Paixão sucediam-se por ordem; agora, não; o pavor por estas dores dura quase sempre: às terças, às quartas, às quintas, ou às sextas-feiras, em horas distintas, sofro ora este, ora aquele tormento da Paixão».

Jesus, durante a Paixão, sofreu os tormentos que Lhe foram infligidos pelos homens, juntamente com os que Ele próprio infligiu-Se, na medida em que apropriou-Se voluntariamente dos pecados do mundo (1 Pe 2, 24; Is 53, 4).

Entregue à Justiça Divina, ficou totalmente só, não apenas a sofrer a Sua Agonia, mas também a ter conhecimento dela.
O mesmo deu-se com a Alexandrina...

O Pe. Corne, não define Jesus como: «O pecador universal, o pecador de todos os tempos e de todos os lugares, sobre quem Deus descarrega todo o rigor da Sua Justiça»?
E o Pe. Monsabré: «O encontro de todos os ultrajes e de todas as chagas».
Monsenhor Gay, por seu lado, escreve: «Jesus, bênção vivente e infinita, tendo-se feito pecador por todos, deve na verdade ser amaldiçoado em benefício de todos».

A morte física é assim a consequência daquela morte espiritual, sendo esta a separação do homem em relação a Deus.
Segundo Cullmann, "seria esta morte – figadal inimiga de Deus – a causa da angústia que Jesus sofreu no Horto das Oliveiras, mais ainda do que a Crucificação e as circunstâncias que a acompanharam"...
Não, Ele não pode vencer a morte senão morrendo de verdade, sujeitando-se ao próprio domínio da morte, a grande destruidora da Vida, da união com Deus.

Granfield comenta o grito de Jesus Crucificado: «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?», nos seguintes termos: "O peso dos pecados do mundo e a identificação completa de Jesus com os pecadores implicam um abandono não só sentido, mas real, por parte do Pai. Nesse grito de abandono revela-se o total horror pelo pecado do homem".

Só o Amor pode levar a desempenhar semelhante Missão.
O Cristo Sofredor não é apenas uma fulgurante manifestação da Misericórdia Divina; é também uma revelação não menos fulgurante da malícia do pecado e da espantosa catástrofe em que se precipitam os pecadores, precisamente porque afastam-se d’Aquele sem o Qual nada são, e que é a nascente única de toda a Vida e Felicidade.

Todas estas Verdades não vêm anunciadas explicitamente no Evangelho, mas são apresentadas por Mestres nas Ciências Teológicas, e, como experiência vivida, nas páginas do Diário da Alexandrina – a Mística, quase analfabeta segundo a cultura humana –, assim como por outras Almas místicas cristãs.

Justamente, dizia Jesus à Alexandrina: «A Crucificação que tu tens é das mais dolorosas que a história regista».
Ao meditá-la, logra-se verdadeiramente aprofundar o nosso conhecimento sobre o Amor de Cristo Sofredor e Redentor.

Dar-nos-emos conta também da acção desenvolvida na Redenção pela Mãe de Jesus e nossa Mãe, como também do valor salvífico do Sofrimento de toda e qualquer Alma que saiba aceitá-lo com Amor, unida a Jesus.

(Continua)


V/ – Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus,
R/ – Que pela Vossa Santa Cruz remistes o Mundo!



José Avlis


* * * * * * *

ANOTAÇÃO PERTINENTE: A fim de tentar evitar "más interpretações", como infelizmente têm acontecido (julgo que de má fé...), volto a frisar que este novo tema, assim como todos os demais por mim editados no fórum, são destinados, essencialmente, a Instruções e Debates construtivos, ou, no mínimo, a oportuna e positiva Informação moral e religiosa Cristã, em relação à finalidade principal do mesmo fórum, que é, obviamente e sempre, a Evangelização...


A PAIXÃO DE JESUS em Alexandrina Maria da Costa - III
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 04 de March de 2004 01:53


A PAIXÃO DE JESUS
EM ALEXANDRINA MARIA DA COSTA

Uma Mística do nosso Tempo

Escritos da Venerável Alexandrina
Ordenados por: Humberto M. Pasquale


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Capítulo III

A PAIXÃO DE CRISTO NA ALEXANDRINA



3.º – Os Efeitos da Experiência dos Místicos


Uma garantia segura do autêntico carisma místico temo-la num vigoroso dinamismo eclesial e apostólico, em perfeita sintonia com o Magistério da Igreja.
A obediência perfeita e heróica à autoridade eclesiástica, praticada por Alexandrina, foi oficialmente reconhecida pelo Tribunal diocesano, que se ocupou do processo sobre as suas Virtudes excepcionais e aprovou, em primeira instância, os seus escritos.

Todos os escritos da Alexandrina já foram convalidados também pelo voto positivo dos peritos em dogma, moral e mística, das Congregações romanas.
Isto convida-nos a reflectir sobre os principais efeitos que derivam da experiência mística da Serva de Deus:


a) Um conhecimento fora do comum e não fácil acerca dos factos, sentimentos e circunstâncias da Paixão de Cristo, que não aparecem nos Evangelhos, ou neles são apenas abordados.
b) Um conhecimento particularmente profundo e intenso dos Sofrimentos íntimos e espirituais do Salvador, para além dos Seus sofrimentos físicos. Um verdadeiro contributo à compreensão da psicologia de Jesus.
c) A revelação do Amor inefável, misterioso e quase "absurdo" de Cristo pelo homem. Amor que, na Paixão e Morte de Jesus, encontra a sua mais alta expressão.

«Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos» (Jo 15, 13).
Obviamente, este é o aspecto mais impressionante, porque a Alma é conduzida para o abismo daquela Caridade de Cristo que, tal como S. Paulo, a Alexandrina sente aqui, de forma experimental, «como superior a qualquer conhecimento humano» (Ef 3, 19).
Nesta experiência da única oblação redentora de Cristo, realizada de uma vez para sempre (Ef 10, 10), a Alma mística sente mais do que nunca que a Paixão «é a obra maior e mais maravilhosa do amor divino e que, ao mesmo tempo, é um mar de amor e de sofrimento».

S. João da Cruz, ao falar das grandes comunicações que o Senhor faz à Alma nos altos graus da experiência mística, afirma que «lhe comunica especialmente os doces mistérios da Sua Encarnação e as formas e caminhos da Redenção humana».
Noutro passo, diz que «a Alma reveste-se e transforma-se nos mesmos esplendores do Verbo Encarnado e participa das alegrias mais puras do espírito, ainda que este itinerário espiritual seja acompanhado pelo puro padecer».

Motivações e origem deste trabalho:

«O mundo não compreende o que Jesus sofreu» (Diário, 25-10-45).
«Quisera desenhar num quadro todos os Sofrimentos de Jesus que sinto na minha alma e poder gravá-los em todos os corações a fim de que sintam e compreendam o que Jesus sofreu, e assim deixem de pecar, de ofendê-Lo, e só amem-No, para que somente o Amor Divino seja o fogo que alimenta os corações de toda a Humanidade» (Diário, 18-10-45).

Este desejo ardente da Alexandrina apoderou-se também de nós e sentimos a urgente necessidade de o satisfazer.
Particularmente próximos da Alexandrina (na qualidade de Director espiritual), sentimos também o dever de tornar conhecidos os tesouros de que o Senhor a enriqueceu, para bem das Almas.

No nosso volume «Cristo Gesù in Alexandrina», incluímos já a descrição de muitos momentos da Paixão, mas de forma tão fragmentária e desarticulada entre os vários trechos – visto termo-nos proposto elaborar uma autobiografia sumária –, que estes não reproduzem completamente o quadro desejado por Alexandrina.
Penetrando em profundidade na abundante mina de material precioso em nosso poder, recolhemos os passos mais significativos e ordenamo-los num todo, o mais orgânico que nos foi possível.

(Continua)


V/ – Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus,
R/ – Que pela Vossa Santa Cruz remistes o Mundo!



José Avlis


* * * * * * *

ANOTAÇÃO PERTINENTE: A fim de tentar evitar "más interpretações", como infelizmente têm acontecido, volto a frisar que este novo tema, assim como todos os demais por mim editados no fórum, são destinados, essencialmente, a Instruções e Debates construtivos, ou, no mínimo, a oportuna e positiva Informação moral e religiosa Cristã, em relação à finalidade principal do mesmo fórum, que é, obviamente e sempre, a Evangelização, segundo o mandato do Mestre Jesus...



A PAIXÃO DE JESUS, em Alexandrina Maria da Costa - Fim da 1.ª Parte
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 04 de March de 2004 20:03


A PAIXÃO DE JESUS
EM ALEXANDRINA MARIA DA COSTA

Uma Mística do nosso Tempo

Escritos da Venerável Alexandrina

Ordenados por: Humberto M. Pasquale


* * * * * * *

Capítulo IV

A PAIXÃO DE CRISTO NA ALEXANDRINA



(Conclusão da 1.ª Parte, como APRESENTAÇÃO)

Apesar disso, o quadro elaborado não consegue certamente oferecer uma visão completa, por dois principais motivos:

1.º – A experiência ensina como é difícil exprimir por palavras as emoções da Alma, sobretudo quando a linguagem humana deve traduzir realidades e operações Divinas.

Muitas vezes a Alexandrina manifesta o seu sofrimento ao ter que ditar, por obediência, o que se passa na sua Alma. Aparecem com frequência, no seu Diário, frases como estas: «Se a minha ignorância soubesse exprimir...»; «Soube sentir, mas não sei dizer...».

2.º – Devido à grande abundância de material.

Alexandrina reviveu a Paixão de Cristo, na segunda forma (desde 3 de Abril de 1942, até à morte), sofrendo semanalmente ora um aspecto, ora outro, do Martírio de Jesus.
Escolhemos os trechos mais significativos, para oferecer ao leitor um quadro sintético.

Confessamos que nos abalançámos a este não fácil trabalho, apesar das inevitáveis falhas, porque nos pesava que tão preciosas pérolas ficassem escondidas.
Que elas sejam, pois, bem aproveitadas! E que despertem uma sementeira de bem em muitas almas!

Com tais auspícios, dedicamos o nosso trabalho ao leitor, com um íntimo e caloroso voto de que, conhecendo mais, ele consiga amar melhor; e amando melhor, consiga conhecer cada vez mais profundamente a Cristo Jesus, para deixá-Lo viver e crescer em si o mais possível.

# – A sua Estrutura:

O trabalho foi subdividido em "sete momentos". Cada um deles consta de vários "quadros", coordenados cronológica e psicologicamente, entre si.
Cada quadro é bastante completo em si mesmo e suficientemente avulso dos demais, de forma a poder constituir assunto independente de meditação. O conteúdo de cada quadro está enunciado no respectivo subtítulo que lhe juntámos.

Cada quadro compõe-se de diversos "fragmentos". Ao lado de cada um deles há um número, que aparece no fim do livro, juntamente com a data correspondente ao dia em que o trecho foi ditado.
Entre muitos fragmentos semelhantes, escolhemos só um: Aquele que nos pareceu mais expressivo e também mais apropriado ao contexto, e inserimo-lo ao lado dos demais, de maneira a constituir como que um grande mosaico.
Procurámos evitar repetições, e nesse intuito cada fragmento é reportado uma só vez.

Em contrapartida, o leitor deparará com repetições substanciais de conceitos, de sentimentos, de padecimentos, sob formas sempre diversas e com novos cambiantes.
Esta "repetição" deu-se na realidade. Por exemplo, alguns tormentos já são sentidos com antecipação na quinta-feira, depois também durante a Agonia no Horto, e por fim são vividos no cimo do Calvário.

Aparece também, com frequência, a dolorosa amargura provocada por ver que muitos, demasiados, não beneficiam do Sacrifício.
Volta, além disso, insistente, num crescendo contínuo, o motivo do entrelaçar-se da Dor com o Amor, da sua complementaridade, e o triunfo do Amor, custe o que custar.

São os temas fundamentais, essenciais do Cristianismo, nunca repetidos à saciedade, que põem em evidência uma introspecção singular do doloroso Calvário sofrido por Cristo, e revivido por Alexandrina.
É verdade que a conexão dos "fragmentos do mosaico" nem sempre é perfeita, mas optámos por este inconveniente, de preferência a introduzirmos frases não pertencentes ao texto de Alexandrina.


Agradecemos a alguns Amigos, muito queridos, a colaboração que nos prestaram.


Leumann (Turim), 2 de Fevereiro de 1977
Festa da Apresentação do Senhor

Padre Humberto Maria Pasquale,
Salesiano


* * * * * * *

+++ Continua na 2.ª Parte deste mesmo Tema, com o Título:

TODA A VIDA DE CRISTO FOI CRUZ E MARTÍRIO +++



V/ – Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus,
R/ – Que pela Vossa Santa Cruz remistes o Mundo!



Adaptação e Edição no Fórum:

José Avlis


* * * * * * *

ANOTAÇÃO PERTINENTE:
A fim de tentar evitar "más interpretações", como infelizmente têm acontecido,
volto a frisar que este novo tema, assim como todos os demais por mim editados no fórum,
são destinados, essencialmente, a Instruções e Debates construtivos, ou, no mínimo,
a oportuna e positiva Informação moral e religiosa Cristã, em relação à finalidade principal,
que é, obviamente e sempre, a Evangelização, segundo o mandato do Mestre Jesus...


(J.A.)



A PAIXÃO DE JESUS, em Alexandrina Maria da Costa - Capítulo V
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 06 de March de 2004 07:16

A PAIXÃO DE JESUS

EM ALEXANDRINA MARIA DA COSTA


Uma Mística do nosso Tempo

Escritos da Venerável Alexandrina

Ordenados por: Humberto M. Pasquale

* * * * * * *

Caríssimos Leitores:
Aqui têm uma magnífica maneira de meditarem a Paixão de Cristo,
através dos êxtases vividos pela Venerável Alexandrina de Balasar.
Desejamos a todos as melhores bênçãos do Céu,
com a intercessão da Serva de Deus.


+ + + + + + +


Capítulo V

TODA A VIDA DE CRISTO FOI CRUZ E MARTÍRIO



1. Ai, quanto custou a Jesus a Sua vida na Terra!

2. Não foi o Horto e o Calvário sofrimento de umas horas, mas sim de toda a Vida de Jesus.

3. Ele crescia em idade e sabedoria, e n'Ele e com Ele crescia a Cruz. Ele não se separou dela por um só momento. Nela crescia, nela sofria, mas sempre com sorriso e bondade, com os Seus olhares encantadores e atraentes. Assim O vi e senti dentro em mim, a sofrer em mim e comigo.

4. Foi um Ser Humano que sofreu, uma Vida Divina que venceu.
«Pai, chegou a hora»... «Foi contado entre os malfeitores» (Lc 22, 36).

5. Hoje (quinta-feira), de manhã cedo, era tal a dor que sentia em mim, era tal a repugnância e a vergonha que me causava o ver que todo o povo se preparava à espera de novos acontecimentos! Parecia-me ver grupos, aqui e acolá, fazendo conspirações. Meu Deus, espera-me a sexta-feira! Que agonia!

Os meus olhos parecem penetrar no íntimo de toda a multidão que ocupa as ruas. A minha alma sente tudo. Ao lado de uma montanha, perto da entrada da cidade, a figueira amaldiçoada por Jesus. Mais abaixo, alguém traz à cabeça uma bilha de água. Há encontros, falam...

6. Os olhos, mas não os do corpo, só os da alma, é que vêem tudo isto: Movimento de pessoas, que caminham apressadas para um e outro lado, a prepararem-me a traição, o laço para me prenderem.

7. Ai, como eu vejo a traição que me preparam, ou preparam-na a Cristo que está em mim!

8. Vem sobre mim o peso de todas as humilhações. Nada há de mau que contra mim não digam.

9. Ao longe, muito ao longe, há intrigas, o meu nome é falado, enxovalhado, envolto em lama como folha que nela apodrece. Estou envergonhada. A minha alma sente tudo e desfaz-se em dor.

10. Tudo isto que eu sinto e vejo, por Vós passou, meu Jesus. São sofrimentos Vossos, que tanto sofrestes por meu Amor!
«Parto, mas fico convosco».

11. Cravaram-se na minha alma Jesus e os seus Apóstolos. Jesus via aproximar-se a morte e, quase sem poder com aquela separação, dizia:
«É chegada a minha hora: Vou morrer; parto, mas fico convosco».
E o Coração Divino de Jesus ardia em Amor.

Passavam-se as horas: O horror dos sofrimentos aumentava e o Amor crescia também.
Eu sentia como se o meu peito fosse uma fornalha, e o coração uma caldeira sempre a ferver sobre essa fornalha: Quanto mais fervia, mais deitava fora; quanto mais transbordava, mais se enchia.

Jesus fitava a Mãezinha, voltava a fitar os Apóstolos, e, numa dor muito profunda, murmurava:
«Tenho que deixar-vos; não posso separar-me de vós; eu vou, mas fico: prende-me a vós o meu Amor».

E os laços do Amor de Jesus enleavam-se, mais e mais, no Coração Santíssimo da Mãezinha e no dos Apóstolos.
«Tenho que dar o Céu ao mundo».

12. Corre para mim a morte; a sepultura está pronta.

13. A minha alma chora em silêncio; esconde os seus gemidos; vê as trevas negras da morte; vê como já todos se preparam para me prenderem e a todo o custo tirarem-me a vida.
Ó Horto, ó Calvário, ó morte, ó horror, ó pavor! Que rochedo mundial me escondeu o Céu!

14. O meu coração apavorado chora lágrimas de dor e de sangue. Sente as cordas que amanhã vão atar o meu corpo. Sente nele as bofetadas e os escarros que no rosto hão-de cair. Anteciparam-se os sofrimentos: Já hoje sinto tudo.

15. Vejo a grande coroa de espinhos, em forma de capacete, que há-de coroar a minha cabeça. Sinto-me desfalecer ao ver a agonia do Horto e a morte.

16. A minha alma suspira e agoniza. Triste quinta-feira. Oh, o que me espera! Sinto e vejo o sangue que em breve vai correr do meu corpo. Já vejo a Cruz!

17. Sou escândalo no meio da multidão. A alma chora; o corpo estremece.

18. O meu espírito está no Senhor, os meus olhares n'Ele estão. E em silêncio vou exclamando:
«Meu Deus, meu Deus; meu Pai, meu Pai!».

19. Fito os meus olhos no Céu:
«Venha o que vier! Tenho que dar o Céu ao mundo; tenho que comprá-lo com a moeda do meu Sofrimento»
«A minha Alma está numa tristeza de morte» (Mt 26, 38).

20. Durante a tarde sentia-me a passar por entre as ruas. Seguia o meu caminho, e, por todos quantos me viam, era escarnecida e apontada como ré de todas as culpas e a maior criminosa.

21. Vi a terra do Horto, o lugar que havia de ser regado com o meu sangue. Num impulso de Amor, queria beijar e abraçar essa terra.

22. Por mais de uma vez, veio ao meu coração a montanha do Calvário, grande como o céu. A minha alma via nela, junto à Cruz, a Mãezinha lacrimosa, em grande agonia, acompanhada de mais algumas Almas queridas. Vi a Madalena debulhada em lágrimas.

23. O meu coração dizia e repetia: «A minha Alma está triste até à morte».

24. Cuidava de todas as coisas e o meu pensamento estava sempre no Horto. Caminhava para toda a parte e o coração vivia sempre lá. Não valia a pena falar tão cedo daqueles sofrimentos: Não era compreendida.
Dois mares imensos: Um de Dor, outro de Amor...

25. A dor e o pavor esmagavam o coração, destruíam-no. O Amor formava-o novamente. E assim repetidas vezes.

26. O meu coração voava para o Horto a beber na fonte de toda a dor, e levava consigo outra fonte ainda superior, que era a do Amor. Este obrigava a beber a outra fonte.

27. Senti dentro de mim dois mares imensos: um de Dor, outro de Amor. O mar do Amor estava sobre o solo do Horto, e dentro dele despejava-se, mas sem esgotar-se, o mar da Dor. O Amor tudo absorvia.

28. Um fogo devorador queimou todo o meu interior, atingindo-me os lábios, que estavam secos e mirrados. Este fogo era de Amor, era de entrega total, era de Vida.

29. O Amor vibrava, o Amor subia, vencia, encobria a Dor. Que coração eu tinha, grande, enorme como Deus! Oh, como é grande, infinitamente grande, o Amor de Deus!

(Continua)

«Para destruir o pecado pelo sacrifício de Si mesmo» (Heb 9, 26).


V/ – Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus,
R/ – Que pela Vossa Santa Cruz remistes o Mundo!



Adaptado por:

José Avlis


A PAIXÃO DE JESUS em Alexandrina Maria da Costa / Capítulo VI
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 09 de March de 2004 00:57


A PAIXÃO DE JESUS

EM ALEXANDRINA MARIA DA COSTA


Uma Mística do nosso Tempo

Escritos da Venerável Alexandrina

Ordenados por: Humberto M. Pasquale

* * * * * * *


Caríssimos Leitores:
Aqui têm uma magnífica maneira de meditarem a Paixão de Cristo,
através dos êxtases vividos pela Venerável Alexandrina de Balasar.
Desejamos a todos as melhores bênçãos do Céu,
com a intercessão da Serva de Deus.


+ + + + + + +


Capítulo VI

TODA A VIDA DE CRISTO FOI CRUZ E MARTÍRIO



«Jesus padeceu e morreu para destruir o pecado pelo sacrifício de Si mesmo» (Heb 9, 26)

30. O mundo estava todo em trevas e em guerra: Era um mar imenso de revolta contra mim. Eu sentia-me atacada e ferida por todos, mas o coração amava tanto que, para tirar das trevas a todos quantos me feriam, ia dar a Vida.

31. Em todo o dia, não podia desviar do Horto o meu espírito. Mas uma Vida em mim, suprema, suavizava-me a dor. Esta Vida tinha em si a visão e a lembrança de ter descido à Terra, enviada pelo Eterno Pai.

32. Ofereci-me por Seu Amor, para pagar toda a dívida da Humanidade inteira. Só a Sua Divina Vontade era a minha, minha era a Sua Vida, meu era o Seu Amor.

33. A vontade firme e completa de cumprir a Vontade do Altíssimo foi que suavizou a dor deste dia, que não me parecia ser de um dia, mas sim de muitos anos. Falava, caminhava, trabalhava, com o mundo no coração.


«Jerusalém! Jerusalém! Tu que matas os Profetas!» (Mt 23, 37)

34. Do meu coração saíam para a Cidade os mais doces e ternos olhares; eram olhares de chamamento, olhares de compaixão. Mas, oh, o que eu via sair dali, que revolta contra mim!

35. Chorei, chorei; ou melhor, chorou a minha Alma. As minhas lágrimas eram lágrimas de Pai. Eram um incessante convite ao arrependimento. Era a hora da Graça, que não mais voltava!

36. Eu via o que a Cidade era e o que ia ser para mim. E chorava pelo que a esperava e por ela não aproveitar-se da hora da Graça que lhe era dada. Eu encobria a dor, mas a minha Alma chorava e fitava a Humanidade inteira. Penetrava tudo e em todos os corações que nela haviam de existir.


«Judas foi falar com os sacerdotes e com os oficiais, sobre o modo de lhes entregar Jesus» (Lc 22, 4)

37. Sofreu muito a minha Alma com a visão de Judas de porta em porta a contratar a venda de Jesus. Os seus olhos e cabelos já pareciam do maldito do Inferno.

Dentro de mim estavam os Olhos Divinos de Jesus, que o acompanhavam em todos os passos, e cada passo que ele dava, para tão cruel traição, eram punhais a cravarem-se no Coração Divino de Jesus, e duras e negras cordas a cingirem-No duramente.

38. Sentia-me a desesperar. O desespero estava em mim, mas creio não ser meu, porque a minha Alma estava resignada e sentia paz.

Aquele desespero apavorador mexia com o mundo, envolvia o Céu; fez-me mostrar os sofrimentos do Horto, os sofrimentos de Jesus, tudo o que Ele sofreu por nosso Amor. Nessa altura, fez-me o meu Jesus compreender claramente que aquele desespero era o de Judas, e que avivou todos os sofrimentos da Sua Sagrada Paixão.


«Para apagar os pecados de todos os Homens» (Heb 9, 28)

39. Comecei a ver e a sentir uma luz brilhante, a Vida do Céu, a manchar-se e a envolver-se com a Terra. Era Jesus que vinha a sofrer.

40. Parecia-me aparecer do Céu uns raios de Sol, que davam vida à Terra, e a iluminavam de tanta treva que a submergia. Contra este Sol vinham nuvens negras e assustadoras a encobri-lo.

Parecia que tinha Jesus dentro de mim a contemplar, a fitar este Sol e as nuvens formadas de todas as maldades, que tentavam encobri-lo. Jesus lançava-se às nuvens para abraçá-las, embora apavorado com elas. O Seu Divino Corpo cobria-se de suor e sofria sozinho.

41. Ele fitava o mundo, gemia, suspirava, sobre ele derramava as Suas Lágrimas. Ele tinha que vir e queria vir para fora, ser a mesma massa, mergulhar no mesmo lodo, e tinha medo: Era como atirar-se ao fogo para ser queimado.

O Seu Divino Amor era tanto, que obrigou-O a unir-se a nós, a revestir-se das nossas maldades. Ai, não posso dizer, não sei dizer a união de Jesus, a união da Pureza Suma ao lodo imundo!

42. De longe a longe, fitava o Céu e bendizia a Seu Eterno Pai.


«Eu sou um verme, e não um Homem» (Salmo 21, 7)

43. Logo que caiu a tarde, senti como se me tirassem um formoso vestido, que me dava toda a graça e beleza, e me vestissem um vestido mundial, que me tornou o escândalo de toda a gente, tal era a podridão de que ele era feito.

44. Senti como se assumisse em mim toda a maldade humana. Tudo entrou para mim, e eu era o mundo.

45. Parecia-me ter vindo do Céu e transformar-me num verme da terra. Nesta transformação, eu era um verme nojento, apodrecido e carcomido, caminhando e minando sempre em toda a terra imunda.

46. Isso causou-me tal tormento que não sabia como resistir.

47. Principiou o meu coração a arder, e sobre este fogo abrasador caiu um mundo de misérias, que trazia com ele toda a maldade e furor infernal. Sobre este mundo veio o Céu e travou-se uma luta, uma grande guerra: O Céu contra a Terra, a Grandeza contra o nada, a Pureza contra a lama.

48. O Céu descia sobre a Terra, estando esta morta pelo pecado, morta por todos os vícios. Parecia que todo o firmamento se desfazia em fogo. Ó meu Deus, que revolta! Sentia que as almas não temiam a Deus.


«Ele é o mediador de uma Nova Aliança» [entre Deus e os Homens] (Heb 9,15)

49. Toda a justiça do Céu caiu sobre mim!

50. O Céu parecia repelir-me, não querer fitar-me; mas dentro em mim ia uma força que não olhava a ter que sofrer. Abria os braços para abraçar a imensidade daquela dor, e, mergulhada nela, queria dar vida à Terra, queria dar luz.

51. Principiei a sentir vivamente na minha Alma a revolta do Céu contra a Terra. Eu tinha que reconciliar esta com o Céu; eu tinha que ser reconciliada e ao mesmo tempo dar uma nova Vida. Eu era podridão e tinha que, com o meu sangue, fazer apagar a mesma podridão. Eu era nada e ao mesmo tempo estava nas alturas: Tinha a mesma Vida e era a mesma Justiça de Deus.

52. A maldade do mundo foi subindo, subindo; chegou ao Céu, desafiou a Justiça Divina, rejeitou o Amor!

53. Para mim, tudo é desprezo da Terra e do Céu.


«Tenho ardentemente desejado comer convosco esta Ceia Pascal» (Lc 22, 15)

54. A minha Alma vê todo o meu sangue a correr por todo o mundo, e é por ele todo desprezado e calcado aos pés. A minha Carne é pela humanidade comida e por ela logo vomitada. Que grande horror! Melhor seria ser comida pelas feras.

55. Novo fogo acende-se no coração. Tenho ânsias infinitas de dar-me, de ser Hóstia para alimento e Sangue para bebida.

(Continua)


V/ – Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus,
R/ – Que pela Vossa Santa Cruz remistes o Mundo!



* * * * * * *

Adaptado por:

José Avlis


A PAIXÃO DE JESUS... em Alexandrina Maria da Costa / Capítulo VII
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 17 de March de 2004 23:39


A PAIXÃO DE JESUS

EM ALEXANDRINA MARIA DA COSTA


Uma Mística do nosso Tempo

Escritos da Venerável Alexandrina

Ordenados por: Humberto M. Pasquale


* * * * * * *


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através dos êxtases vividos pela Venerável Alexandrina de Balasar.
Desejamos a todos as melhores bênçãos do Céu,
com a intercessão da Serva de Deus.



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Toda a Vida de Cristo foi Cruz e Martírio


Capítulo VII

A CEIA PASCAL / ÚLTIMA CEIA



«Ide preparar o necessário para comermos o Cordeiro Pascal» (Lc 22, 8)


1. Ao cair da tarde, a grande Ceia do Amor. O Amor que tanta ingratidão recebeu!

2. Chegam os ânimos e cuidados com que se prepara a Ceia: Vejo que vai ser a Ceia do Amor, das Maravilhas, como outra jamais seria.

3. Sinto que Jesus vai dando aos Seus as Suas ordens, e, parando de passo a passo, olha com os Seus Olhares Divinos a Cidade ingrata, o Horto de tanta amargura, o Calvário que O espera.

«Pôs-se à mesa e os apóstolos com Ele» (Lc 22, 14).

4. Subi com Jesus e com os Apóstolos para a grande sala, onde foi realizada a Ceia. Quando subia a escadaria, sentia que Jesus estava faminto para ir comer com os Seus Discípulos aquela Ceia.

5. Mas, antes de principiar a cerimónia, vi a Mãezinha louca de dor, lacrimosa, cabelos desgrenhados. Jesus fez-me compreender que, poucas horas depois, Ela iria, assim neste estado, ao Seu encontro nas ruas da amargura.

6. Foi grande a dor do Seu Divino Coração, com a visão das lágrimas da Mãezinha!

7. Vi Jesus a sentar-se à mesa com os Seus Apóstolos. E, ao sentar-se, falou para o Seu Divino Coração: «Manjar Divino, a Ceia do Meu Amor!»
Todo o aposento iluminou-se e todos os Apóstolos ficaram embebidos naquele Amor que Jesus irradiava pelos Seus Divinos Olhos, Lábios e todo o Seu Ser, porque todo Ele era Amor.

8. Jesus era Amor, Amor, só Amor! Amor a enfrentar maldade e ingratidão! Judas, já não era Judas: Via-se nele um verdadeiro demónio!

9. O olhar esgazeado do mau discípulo ficou gravado no meu coração.

10. Desesperado, com o Demónio nele e o fogo infernal, já não recebeu o Amor de Jesus.

«Vede: A mão daquele que Me vai entregar está comigo à mesa!» (Lc 22, 21).

11. Vi Judas à mesa, mas mais retirado um pouco. Queixo comprido, olhos esgazeados, cabelos esticados: Todo ele já não parecia um homem; só via-se nele um desespero infernal.

12. Foi doloroso e arrepiante o ler no Coração de Judas os maus instintos, a falsidade que Judas tinha para com Jesus e o ser por seus olhares venenosos contemplado! Judas fitava Jesus com maldade e, sem querer fazê-lo, esforçava-se para disfarçar. Jesus, porém, fazia-o com doçura e bondade, para convidá-lo a Si.

13. Jesus oferecia-lhe o Coração e queria abraçá-lo.

14. Que doces convites a um coração de pedra, a um rochedo que não se move!

15. Dois quadros tão diferentes: Uma traição sem igual e um Amor sem igual! Quantos convites cheios de Doçura a essa traição! O traidor resiste, a nada se rende! Não se sente bem ao pé do Cordeirinho Vítima Inocente!

16. Tinha dentro em mim, bem gravados na alma, dois olhares: o de Jesus e o de Judas. Que diferença! O de Jesus, terno e a espalhar Amor. O de Judas, esgazeado, desesperador. Via também dois corações: o de Jesus, cheio de Bondade e de santos Convites; e o de Judas, cheio de rancor e ódio.

17. Chega a traição, a venda do que há de mais belo e inocente, a entrega, a pérfida entrega!

18. A amargura da minha alma não pode subir mais alto.

«Depois, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos» (Jo 13, 5).

19. Vi-O depois a tomar em Suas Divinas Mãos uma bacia grande, redonda; a cingir o Seu pescoço com uma toalha, e a seguir o Lava-pés.

20. Senti que um discípulo (Pedro), a quem causava muita impressão lavar-lhe os pés, perante um olhar e poucas palavras de Jesus, até já se despia para, se preciso fosse, lavar-lhe todo o corpo.

21. No Lava-pés, Jesus não só lavava-lhes os pés, mas o Seu Divino Coração baixava tanto que até queria beijar-lhos. Eu sentia que Jesus, com o Seu Espírito, beijava-lhos. Que lição para mim! Que Humildade a de Jesus!

22. Fui aprender a ser pequenina: Jesus, o Senhor de Tudo, fez-se o mais pequenino no meio dos Apóstolos! Ele amava tanto, tanto!

23. Ah! Se eu pudesse exprimir aqui todo o Amor, toda a Bondade e Ternura de Jesus! Quanto bem podia fazer às Almas! Mas não sei melhor.

24. Jesus dava do Seu Divino Coração, a cada um dos Seus Discípulos, o Seu Divino Amor, em raios luminosos, como o Sol a aparecer no horizonte. Todos os Discípulos receberam-no e por ele deixaram-se iluminar. Apenas Judas fechou-se e recusou o seu brilho e luz.


+ + + + + + +

== A seguir:

«Tomai e comei: Isto é o Meu Corpo… Bebei dele todos. Porque este é o Meu Sangue...» (Mt 26, 26-72) ==



V/ – Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus,
R/ – Que pela Vossa Santa Cruz remistes o Mundo!



* * * * * * *

Adaptado por:

José Avlis


A PAIXÃO DE JESUS... em Alexandrina Maria da Costa / Capítulo VIII
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 19 de March de 2004 03:21


A PAIXÃO DE JESUS

EM ALEXANDRINA MARIA DA COSTA


Uma Mística do nosso Tempo

Escritos da Venerável Alexandrina

Ordenados por: Humberto M. Pasquale


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Aqui têm uma magnífica maneira de meditar a Paixão de Cristo,
através dos êxtases vividos pela Venerável Alexandrina de Balasar.
Desejamos a todos as melhores bênçãos do Céu,
com a intercessão da Serva de Deus.



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Toda a Vida de Cristo foi Cruz e Martírio


Capítulo VIII

A CEIA PASCAL / ÚLTIMA CEIA



«Tomai e comei: Isto é o Meu Corpo… Bebei dele todos. Porque este é o Meu Sangue...» (Mt 26, 26-72)


25. Que Noite, que santa Noite! A maior de todas as noites! A Noite do maior Milagre, do maior Amor de Jesus!
O Seu Divino Coração estava preso àqueles que Lhe eram tão queridos. Para poder partir, tinha que ficar entre eles. Para subir ao Céu, tinha que ficar na Terra. Assim O obrigava o Seu Amor Divino.

26. Ó Sofrimento amado, quem te compreenderá?!

27. Queria que todos conhecessem aquele Mistério do Pão e do Vinho transformados no Corpo e Sangue do Senhor! Que Milagre prodigioso! Que abismo insondável de Amor!
Apesar de sentir-me mergulhada nele, não compreendê-lo-ia para saber explicá-lo. Só soube senti-lo, e só no Céu compreendê-lo-ei.

28. Vi o doce Jesus a abençoar o Pão.

29. Queria saber dizer, poder mostrar, no momento da Bênção, os Olhares que Jesus levantou ao Céu.

30. De olhos fitos no Céu, em chamas de fogo, orou por tanto tempo a Seu Eterno Pai.

31. Vi o Seu Rosto de tal forma inflamado, que mais parecia ter em Si só a Vida do Céu, do que ser uma semelhança nossa: Não parecia Homem, mas sim só Deus! Amor, só Amor!

32. Que Encanto! O Seu Santíssimo Rosto era só Luz; parecia que só fogo O rodeava!
Com os Olhos encantadores fitos no Céu e um Sorriso doce, abençoava o Pão, que pouco depois por todos distribuía.

33. Foi tal a Luz, foi tal o Amor, que a todos embebeu: Jesus, os Apóstolos e eu!

34. E naquele momento de Amor e Maravilha sem igual, senti que o Mundo era outro.
Jesus dava-Se ao Mundo em alimento e partia para o Céu, e com o Mundo ficava. Aquele Amor estendeu-se por toda a Humanidade.

«Quem come a Minha carne, e bebe o Meu sangue, fica em Mim e Eu nele» (Jo 6, 56)

35. Que cena tão tocante, que cena só de Amor, só de um Deus! E a Eucaristia, meu Deus, que Maravilha quando Jesus a instituiu!

36. Nunca senti tão ao vivo as Ternuras e o Amor de Jesus com os Seus Discípulos. Todos os Discípulos comungaram das Mãos de Jesus, abrasados em Amor.
Devo dizer que Judas comungou também. Ele estava mais afastado. Jesus estendeu a Sua divina Mão para ele com o Manjar Celeste.

37. Judas ficou logo como um condenado do Inferno, tal era o seu desespero.

38. Jesus falava sempre com a mesma Doçura e com meigos Sorrisos.

39. E os Apóstolos, naquela hora mais que nunca, encheram-se de Jesus, inflamaram-se de Amor, e chegaram a compreender tudo quanto Ele lhes dizia.

40. Só na sala da Ceia experimentei, por alguns momentos, a grandeza do Seu Amor; grande como o Céu e a Terra, grande como a mesma Grandeza de Deus!

41. Como Ele amou e como Ele ama! Os Seus Desejos são que vivamos d’Ele e para Ele.

42. A Mãezinha, retirada um pouco, mas presente, compartilhava de tudo isto.

(Continua)


== A seguir: «Logo após [Judas] receber o bocado de pão, entrou nele Satanás… E saiu imediatamente» (Jo 13, 27-30) ==


V/ – Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus,
R/ – Que pela Vossa Santa Cruz remistes o Mundo!



* * * * * * *

Versão adaptada e editada por:

José Avlis

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OBSERVAÇÃO PERTINENTE: Estas místicas e autênticas Visões, da Venerável Alexandrina de Balasar, destinam-se, prioritariamente, a serem conhecidas e comentadas pelos Leitores e Participantes do Fórum, tal como as Visões da Venerável Ana Catarina Emmerich...


Re: A PAIXÃO DE JESUS em Alexandrina Maria da Costa
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 19 de March de 2004 15:45

Repito a apelo ao luís gonzaga de que não faça censura selectiva e apague estas idiotices repetidas ad infinitum...

Re: A PAIXÃO DE JESUS em Alexandrina Maria da Costa
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 19 de March de 2004 16:05

Ana, não vês que ainda só vai no capítulo VIII? ;-)

Deve estar para começar um novo folhetim: "A vítima do Calvário +++ Divino Agonizante", com vários capítulos e episódios. Há outro também na calha: "O SANGUE DE CRISTO CORRE... E É PROFANADO...! / Os Gritos de Satanás"... E há ainda mais... Ainda não viste nada ;-) Podes dar um saltinho a [foruns.terravista.pt] e ver o panorama...

Para o Avlis isto é Nova Evangelização, que havemos de fazer?

Alef

Re: A PAIXÃO DE JESUS em Alexandrina Maria da Costa
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 19 de March de 2004 16:55

Acho estranho ( ou até não) é haver dois pesos e duas medidas para a censura católica neste forum.

Re: A PAIXÃO DE JESUS em Alexandrina Maria da Costa
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 19 de March de 2004 22:11

Ana,

Não há dois mesos nem duas medidas. Mas neste tópico não existem mensagens repetidas. Existe sim um conjunto de mensagens de divulgação que não têm por objectivo a discussão ou troca de ideias. Penso que isto será ultrapassado quando se implementarem as Regras de Funcionamento do Fórum (ler 2. f.)

Luis

A PAIXÃO DE JESUS... em Alexandrina Maria da Costa / Capítulo IX
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 24 de March de 2004 01:28


A PAIXÃO DE JESUS

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Toda a Vida de Cristo foi Cruz e Martírio


Capítulo IX

A CEIA PASCAL / ÚLTIMA CEIA


«Logo após [Judas] receber o bocado de Pão, entrou nele Satanás… E saiu imediatamente» (Jo 13, 27-30)


43. Não sei como eu era o alimento. Eu era a Hóstia.

44. O meu coração era o cálice: era o Vinho e era o Pão. Todos vinham comer e beber a este cálice. Daí em diante, toda aquela cena seria renovada. Mas, oh! Que horror, o que eu vi: tantos Judas a comerem e a beberem indignamente! Que línguas tão sujas!
Mas mais horror ainda: mãos tão indignas a distribuírem este Pão e este Vinho! Mãos indignas e corações cheios de demónios! Que horror, que horror de morte! Senti tanta dor, que de dor e horror parecia-me rasgar a alma e despedaçar o coração.

45. Senti também em mim a língua de Judas, língua que ardia de fogo infernal, depois que comeu o Pão e bebeu o Vinho abençoado por Jesus.

46. Judas quase logo saiu com a saca do dinheiro, para ir vender Jesus.

47. Fugiu desesperado a vomitar fora aquela Ceia Celeste que por Jesus lhe tinha sido dada. E continuou a sua traição.

«Vós sereis meus amigos... Tudo quanto ouvi de meu Pai dei-vo-lo a conhecer» (Jo 15, 14-15)

48. Toda a assistência ficou em Paz e Amor.

49. Convívio de grande intimidade! As conversas são animadoras.

50. Que conversação de tanta Sabedoria e Paz!

51. Queria poder fazer sentir a todos os corações o que é o Amor de Jesus para com a Alma que verdadeiramente O ama.

52. Senti o Amor com que João se inclinou no Seu santíssimo Peito, e o Amor que, naquele momento, Jesus lhe fez sentir.

53. Como se uniram tão docemente o Coração Divino de Jesus ao coração do Discípulo amado!
Jesus consolava-Se no Seu Discípulo e este no seu Mestre. Esta união suavizou a dor angustiosa de Jesus.

54. Senti que o doce Amor de Jesus dava a gozar e também sofria amargamente.
Naqueles momentos, muito concentrado e em profundo silêncio, Jesus viu todo o Horto e o Calvário. E sobre Ele caiu como fera furiosa toda a humanidade.

Jesus despede-Se da Sua Mãe.

55. Seguiu-se então a despedida de Jesus da Bendita Mãezinha: Foi a despedida mais dolorosa. Ficaram esmagados de dor os Seus Santíssimos Corações!

56. Senti como se a Mãezinha beijasse e abraçasse a Jesus pela última vez.
Que doçura era a d’Ela! Que triste foi a despedida! Oh, como falavam um ao outro aqueles Corações!

57. Uniram-se os Seus Rostos e Lábios santíssimos. Mais unidos ficaram para a dor os seus Inocentes Corações.

58. Uniram-se os Seus Puríssimos e Divinos Corações. Uniram-se os Seus Amores para não mais separarem-se. Choravam as Suas Almas.

59. Jesus beijou a Sua Mãezinha; e aquele Beijo foi de despedida. Deixou no Coração da Mãezinha raios de fogo: Foram fios, foram prisões de Amor que Os deixaram para sempre unidos.
Jesus foi para Horto e ficou com a Mãezinha. A Mãezinha ficou e foi com Jesus.


(Continua)

== A seguir: «Jesus saiu para o Monte das Oliveiras» (Lc 22, 39) ==


V/ – Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus,
R/ – Que pela Vossa Santa Cruz remistes o Mundo!



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Adaptado por: José Avlis


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OBSERVAÇÃO PERTINENTE: Estas místicas e autênticas Visões, da Venerável Alexandrina de Balasar, destinam-se a serem conhecidas e comentadas pelos Leitores e Participantes do Fórum, assim como as Visões da Venerável Ana Catarina Emmerich...


Re: A PAIXÃO DE JESUS em Alexandrina Maria da Costa
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 24 de March de 2004 11:24

Deixa-me então comentar.
Com umas doses de risperdal ou haloperidol, essas alucinações místicas desapareciam em algumas semanas, podes crer. O discurso tornar-se-ia mais corente e os sintomas mais controlados.

A PAIXÃO DE JESUS... em Alexandrina Maria da Costa / Capítulo X
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 28 de March de 2004 07:31


A PAIXÃO DE JESUS

EM ALEXANDRINA MARIA DA COSTA


Uma Mística do nosso Tempo

Escritos da Venerável Alexandrina

Ordenados por: Humberto M. Pasquale

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Capítulo X

A AGONIA DE JESUS NO HORTO



«Caiu por terra e orou» (Mc 14, 35)


1. Arrastada por correntes de amor, subi ao Horto.

2. Via as oliveiras do Horto, o luar empalidecido e o brilho das estrelas triste, como triste estava o Coração Divino de Jesus.
Tudo aparecia por entre a folhagem das oliveiras, mas com tristeza que só convidava ao silêncio e ao retiro.

3. Por entre a escuridão das oliveiras, Jesus apressou o passo, foi para a gruta orar.

4. Vi as próprias oliveiras do Horto com a sua vasta folhagem muito verde, como que a cobrir Jesus, a ser testemunha do Seu sofrimento e como que d’Ele se compadecesse.

5. Os Apóstolos adormeceram.

6. Na solidão, Jesus ajoelhava-se para orar.


Experimenta em Si também os Sofrimentos futuros:

7. Ó Horto cheio de agonia, ó Horto cheio de tristeza!

8. Um Horto mundial ladrilhado de pedra dura, rochedo inquebrável.

9. Oh, quantos sofrimentos a minha alma vê para ela e para o corpo!

10. Sente a dor do beijo ingrato, que este rosto vai levar.

11. Sente a bofetada.

12. O meu rosto escarrado, os olhos vendados.

13. Sinto a negação de Pedro, vejo a lareira rodeada, ouço o galo. A dor é indizível, assim como a da tremenda bofetada.

14. Sinto-me escarnecida, de tribunal em tribunal na algazarra do povo!

15. Vejo a argola que está na coluna; e sinto no coração as prisões que me vão prender a ela.

16. Vejo os açoites que em breve hão-de açoitar meu corpo, e, nesses momentos, açoitam-me a alma: Ouço o zunir das cordas e das varas, e a alma vê o rancor com que é açoitada.

17. Sofro como se fosse coroada de espinhos, com o corpo despedaçado.

18. Após os açoites, sou levada à varanda de Pilatos, com uma cana na mão.

19. Sobre os meus ombros tenho uma velha capa, e encontro-me no maior abatimento, no meio de tantos algozes.

20. Vejo a multidão do povo, ouço as suas exclamações: Tenho que ser condenada à morte!

21. Tenho uns momentos em que me parece morrer, sem poder resistir a tão grande dor.


Ao encontro de um Calvário de muitos Séculos:

22. Vem para o Horto e para o Calvário.

23. Vejo os caminhos por onde hei-de cair com o peso da Cruz.

24. Apavoro-me com a vista da subida da encosta e como vou eu subi-la! Cheia de maus-tratos, principio a tremer, e todo o solo treme comigo.

25. Sinto a crueldade com que hei-de ser despida. Sinto sair dos vestidos a pele e pedaços de carne.

26. Sinto como se me despissem não só no corpo, mas também na alma. A dor que penetra na alma é mortal.

27. Vejo o martelo e os cravos que me vão pregar.

28. A Cruz ao alto, e vejo-me nela crucificada!

29. Todos os sofrimentos antecipam-se!

30. Ai, ai, o que é a dor! O que são os sofrimentos do Horto! O mundo não os conhece, não sabe o que sofreu Jesus!
Mas eu sinto-O sofredor dentro de mim. É em mim que a Sua sagrada Paixão é renovada.

31. Ó meu Jesus! Só sentindo pode avaliar-se quanto Vós sofrestes! Que loucura de amor, o Vosso!

32. O coração é que recebe todos os maus-tratos. Parece-me que ele, desfeito em sangue, rasteja pelo solo do Horto.
Rasteja como se fosse uma serpente venenosa, sobre a qual todos descarregam as maiores barbaridades para lhe tirarem a vida.

33. O coração amava mais do que foi ferido. O Amor venceu.

34. O meu coração fez-se como uma nuvem que, em vez de absorver água, absorvia toda a dor e martírio.
Dor e martírio estes que transformavam-se em sangue que ia regar o Calvário, e, nele, a Humanidade inteira.

35. Tinha a visão do Sangue que ia derramar e, ao mesmo tempo, das flores que nasciam desse sangue.
Por entre as flores estendiam-se sebes espinhosas, de espinhos agudíssimos e a maior parte deles banhados em sangue. Via o fruto e via a ingratidão; via a glória e via a maldade.

36. Senti no coração uma indiferença tão grande a esses sofrimentos, que não há palavras que descrevam a agonia que essa indiferença a tanto sofrimento me causou. Não havia compaixão para a minha alma, para a minha dor – ou melhor, direi – para a Dor de Jesus.

37. Jesus não ia ter o Calvário de um só dia, ia tê-lo de muitos e muitos séculos!


+ + + Continua com a: "Agonia de Jesus no Horto" + + +



V/ – Coração de Jesus, Vítima de Caridade;
R/ – Fazei-nos para Vós uma Hóstia Viva, Santa e agradável a Deus!



José Avlis


Re: A PAIXÃO DE JESUS em Alexandrina Maria da Costa
Escrito por: bernardo teixeira da cunha (IP registado)
Data: 29 de March de 2004 16:29

Para quando a versão da Alexandra Solnado, essa insigne mística que ouve a voz de Jesus ?

Entre a alexandrina e a aalexandra, acho mais piada á última...


Mas eu gostava mesmo era de ter uma Epifania com a Alexandra Lencastre...

Re: A PAIXÃO DE JESUS em Alexandrina Maria da Costa
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 29 de March de 2004 20:55

"Bernardo",

Talvez a versão da Alexandra Solnado não seja a mais indicada para este Fórum pois o tema aqui é Religião, Cristianismo e Igreja Católica. Decerto que encontrará Fóruns de Humor apropriados para o efeito.

Luis

Re: A PAIXÃO DE JESUS em Alexandrina Maria da Costa
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 29 de March de 2004 22:37

:))

a alexandrina está lá?



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