Fóruns Paroquias.org
paroquias.org

  A participação no Fórum Paroquias.org está condicionada à aceitação das Regras de Funcionamento.
Inteligência Espiritual
Fóruns Paroquias.org : Arquivo - Geral

 

Ir para tópico de discussão: AnteriorPróximo
Ir para: Lista de fórunsLista de mensagensNovo tópicoPesquisarEntrar
A mulher e a publicidade. Papéis sociais e preconceitos
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 20 de February de 2004 16:27

Este tópico foi-me suscitado por dois elementos. O primeiro é um livro que estou para ler, no âmbito de uma pequena investigação sobre epistemologia e filosofia feminista, de Beatriz Preciado, Manifiesto contra-sexual (não estou a recomendá-lo, nem a atacá-lo, antes pelo contrário ;-); apenas aviso que não é para "meninos de coro"), ao que parece muito iconoclasta, que, entre muitas outras coisas, ataca a “máquina social” que faz “homens” e “mulheres”, cujo funcionamento começa sempre que o médico que vê uma ecografia diz “é um rapaz” ou “é uma rapariga” (a tese é a de que estas frases são "performativas", verdadeiramente "criadoras". O segundo tem a ver com o debate promovido pelos “Verdes” contra a publicidade sexista.

Aqui está o tema que pretendo levantar: a imagem que tem sido alimentada pela publicidade e pelos “media” no que respeita à mulher e, como aspecto complementar, a questão dos “papéis” sociais.

E aqui vai uma “provocação”: não deixa de ser curioso que um dos aspectos da “libertação feminina” e da revolução sexual esteja ligado com a “liberdade de mostrar”... Já por aqui foi lembrado o caso da “mini-saia” e por aí fora... Da parte de sectores tidos por mais conservadores, concretamente por parte da Igreja surgiram reacções contra a “degradação dos costumes e dos valores”, mas também surgiram boas argumentações que alertavam para o absurdo de a mulher se ter transformado em “objecto sexual” explícito. Claro que se pode perguntar se não o era já antes...

Contudo, não deixa de ser irónico e curioso que os mesmos sectores que antes se orgulhavam da “libertação” venham agora chamar a atenção precisamente para aspectos comuns: a publicidade tende a fazer da mulher um objecto sexual, com a agravante de claramente a subalternizar em muitos aspectos em relação ao homem.

Estaremos diante de mais um caso de “regresso à moral”? Ou "ironia histórica"?

Venham daí as vossas reflexões!

Alef

Re: A mulher e a publicidade. Papéis sociais e preconceitos
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 20 de February de 2004 16:28

E aqui fica a notícia que referi.
Alef
«Os verdes» contra publicidade sexista

Homem «inteligente» e mulher «bonita». Parlamento discute imagem do sexo feminino nos anúncios

Enquanto o homem aparece retratado na publicidade como «racional» e «lógico», a mulher surge, na maioia dos anúncios, ora como «dona de casa», ora como «objecto sexual».
A conclusão do Observatório Permanente da Publicidade é citada num trabalho recente efectuado em parceria pela Comissão para a Igualdade e Direitos da Mulheres (CIDM) e a Direcção Geral da Comunidade de Madrid. As conclusões resultaram da análise de 13 semanas de publicidade, entre 1 de Janeiro e 31 de Março de 2002.
Os resultados não surpreendem Madalena Barbosa, membro da Comissão. A única preocupação das mulheres de anúncio é «ter camisas muito branquinhas» e «preparar boas refeições para a família», lamenta.
Se a CIDM apresentasse queixa por cada anúncio ou reclamo sexista que aparece, «então não fazíamos mais nada». Reservam, assim, as queixas para os casos mais graves, «como aquele cartaz, à porta de um hipermercado, que exibia uma mulher em biquini. Por baixo lia-se: Esta é a única coisa que não pode comprar no nosso hipermercado». No caso em questão, a empresa pediu desculpa e retirou imediatamente os cartazes.
Colocar uma mulher semi-nua ao lado de um carro para estimular as vendas, ou fazer do sexo feminino o guardião da cozinha e das criancinhas «é seguramente errar o alvo da publicidade», diz Madalena Barbosa. Todos os estudos provam que 80 por cento das compras familiares dependem do aval feminino e «publicidade que diminui a mulher tem o condão de a irritar, logo é mal sucedida». Os poucos anúncios que já vão aparecendo com homens na cozinha ou mulheres executivas «são tão raros, que toda a gente os aponta a dedo».


«Os Verdes» apresentam projecto sobre a imagem da mulher na publicidade

Contra os estereótipos na publicidade o Parlamento discute esta semana um projecto de resolução do Partido Ecologista «os Verdes» que enuncia medidas de incentivo aos anúncios «não sexistas».
Se for aprovado, o Parlamento deverá recomendar ao Governo a constituição de um grupo interministerial, que integre representantes das associações, designadamente de mulheres e consumidores, e que analise a publicidade, sugerindo eventuais alterações legislativas. A responsabilização dos profissionais de publicidade e o incentivo à criação de anúncios não sexistas são algumas das propostas apresentadas.
Entendem «Os Verdes» que a legislação nacional sobre publicidade «regrediu» no que respeita à protecção da imagem da mulher. A deputada Heloísa Apolónia, uma das autoras do projecto, recorda que: a lei anterior dedicava um artigo à mulher para dizer que a publicidade não podia ofender a sua dignidade. Mas o actual código da publicidade retirou esse artigo, mantendo, contudo, o mesmo preceito em relação às crianças.
«Pode argumentar-se que a lei foi alterada porque já não fazia sentido proteger as mulheres. Mas a publicidade mostra exactamente o contrário». Se é verdade que alguns publicitários retiraram a mulher da cozinha, outros porém, reservam-lhe exclusividade nesses domínios.
«É só recordar aquele anúncio do esquentador que atribuía ao homem a inteligência e à mulher a beleza. E concluía: inteligência+beleza= (a marca do esquentador)».
Maior celeridade nos processos de denúncia ao Instituto do Consumidor, para evitar as prescrições muitos frequentes nestes casos, é outro objectivo da proposta.

Cláudia Rosenbusch
«Portugal Diário», 19-02-2004 15:23
[www.portugaldiario.iol.pt]

Re: A mulher e a publicidade. Papéis sociais e preconceitos
Escrito por: Robespierre (IP registado)
Data: 20 de February de 2004 20:15

Mulher que se preze usa minissaia. É uma questão cultural, símbolo da pujança revolucionária de uma Europa magnífica e laica. Vejamos a moda francesa: qual era a piada de andarem todas tapadas? Tapadas são essas ditas deputadas de uma "gauche" muito "démodée": parecem as "arrependidas" do Maio de 68...
TODOS EM DEFESA DA MINISSAIA
VIVA O SACROSSANTO LAICISMO DA DIVINA REPUBLICA!

Re: A mulher e a publicidade. Papéis sociais e preconceitos
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 20 de February de 2004 20:32

Venho aqui manifestar-me contra a utilização em publicidade dos homens como objecto sexual. Inda por cima todos homens muito bonitos, bem vestidos depilados, perfumados e com um ar inteligente e gentil - o look metrossexual que está tão na moda e é contra todos os meus princípios religiosos e os dos machos aqui no Forum... Já há uns tempos atrásum anúncio sexista a uma marca de pael higiénico utilizava essa imagem ignóbil de um homem-objeto, atirado no chão de uma casa de banho e a ser despido por uma mulher...

Inda por cima já há anúncios publicitários com homens a lavar a louça, homens com criancinhas ao colo, homens a limpar o chão da casa! isto é o cúmulo!!
Sim há publicidade idiota e ofensiva..
Agora pretender afirmar que ela existe porque as mulheres começaram a usar minisaias é uma verdadeira falácia...

Re: A mulher e a publicidade. Papéis sociais e preconceitos
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 20 de February de 2004 20:38

Não deixa de ser fascinante que um país como os USA, um país onde se praticam as maiores orgias em termos sexuais, o país da grande indústri pornográfica, o país onde existe em todo o lado tráfico de mulheres, o páis da liberdade dos costumes, finja um escândalo nacional porque uma mulher mostrou um seio...
PPl, venham ao brasil no carnaval..
As mulheres têm um belo corpo!



Desculpe, não tem permissão para escrever ou responder neste fórum.

Nota: As participações do Fórum de Discussão são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, pelo que o Paroquias.org não se responsabiliza pelo seu conteúdo, nem por este estar ou não de acordo com a Doutrina e Tradição da Igreja Católica.