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catequese
Escrito por: Ana Paula Almeida (IP registado)
Data: 09 de May de 2002 23:04

A maior parte das crianças e teenagers não sente motivação para a catequese... Aliás, a maior parte das catequistas ( mais uma vez predominantemente mulheres)ou são muito jovens ou muito velhas... Ao acompanhar o percurso dos meus filhos na catequese chego a ficar chocada com os princípios subjacentes a alguns discursos. Houve de facto algumas mudanças?
ou esta igreja que se abre ás nossas crianças é uma igreja do mundo de hoje, com todos e cada vez maiores desafios?

Re: catequese
Escrito por: Susete Gonzaga (IP registado)
Data: 10 de May de 2002 22:47

Agora concordo contigo.
Tens toda a razão, os manuais são maus os catequistas não tem formação.... parece que estamos no nosso tempo de catequese. Também existem bons catequistas mas na realidade são poucos.

Acho que a igreja devia investir mais nesta área porque a catequese é a base para qualquer leigo. Não devia ser só para a infancia mas para toda a vida... sim porque também existe catequese para adultos em algumas paroquias "modelos"...

Acho que os católicos são de entre todas as religiões os que menos sabem sobre a sua própria religião:( É triste mas é verdade.


Susete

Re: catequese
Escrito por: Ana Amorim (IP registado)
Data: 16 de May de 2002 12:59

Concordo convosco, mas, na realidade, se os responsáveis pela catequese numa paróquia não saõ grande coisa, que não se espere que os catequistas o sejam.
Dou o exemplo da minha comunidade: a pessoa ques está à frente da catequese apenas considera válido o manual, seguindo-se fielmente (e quando digo "fielmente" digo "cópia") pelo que está lá escrito. Acontece que o guia do Catequista (o livro de apoio) é apenas isso: um guia. Dá sugestões, não dá lições de catequese.
Infelizmente, mesmo nas reuniões de pais e nas catequeses especiais, essa pessoa insiiste em copiar e incentiva a copiar "ipsis verbis" o guia. E ainda critica quem dá as lições de uma forma diferente (apenas e só apenas com a base no guia) e mais atractiva para os miúdos! Pensa que estamos a desvirtuar o que lá está e pronto...
Para se conseguir chegar ao coração de quem quer que seja, temos de nos pôr no seu lugar...

Ana

Re: catequese
Escrito por: Susete Gonzaga (IP registado)
Data: 16 de May de 2002 21:36

Mas não há paciencia que aguente não é?

Re: catequese
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 16 de May de 2002 23:12

Eu cá nunca fui à catequese!

Desculpem voltar a pegar sempre nos mesmos exemplos, mas gostava que vissem as introduções bíblicas para as crianças em Taizé. Apesar do multilinguismo, conseguem cativar a atenção de miúdos entre os 0 e os 14 anos (sem falar em nós, os pais!). É tudo uma questão de imaginação. Agora, outra questão... quem tem disponibilidade para ser catequista? Ou jovens ou reformados, ou religiosos, e ponto final!

Re: catequese
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 21 de May de 2002 03:38

Quanto a isso, tenho uma palavra a dizer.

Eu sou catequista pela primeira vez este ano, tendo feito o Crisma no ano passado. A única formação que tive (em grande parte esquecida - culpa inteiramente minha) foi a do Curso Incentivo para Catequistas em Fátima, que é realizado em dois Verões, de 9 dias cada. Fiz a minha primeira metade do curso e a partir comecei logo a fazer catequese. O problema principal é que não há nenhum "teste" para averiguar a competência intelectual, lectiva e moral de cada catequista...

Eu, pessoalmente, sinto-me quase a desistir. Sinceramente, acho que não vale a pena toda esta catequese! Tudo nos primeiros 8 anos, pelo menos esses, pode ser aprendido num retiro de fim-de-semana pelo jovem e ainda assim dar-lhe motivação para continuar.

Outra coisa, não gosto nada do método actual. Já sei o que se diz acerca do baptismo de crianças, mas a questão é a seguinte: quanto à salvação do pecado original, não acho saudável tal aplicação teológica. Para já, as responsabilidades dos pais e padrinhos são enormes. Tão grandes que se fossem levadas a sério, raríssimos seriam os baptismos de bebés hoje. De facto, só devia ser permitido se os pais e padrinhos fossem verdadeiros membros comprometidos da comunidade, e mesmo assim, quem garante que permaneceriam como tal durante a sua vida de educadores...? Por isso, o baptismo esclarecido na adolescência seria aconselhável.

Se dependesse de mim, as vias de catecumenato seriam somente aquelas já apresentadas, e muito bem exemplificadas nos movimentos Cursilhos de Cristandade, Convívios Fraternos e no Caminho Neocatecumenal (Neocatecumenato), ou outros movimentos, associações, fraternidades ou ordens dedicadas ao acompanhamento da evangelização, por via de um anúncio kerigmático e de uma primeira experiência localizada de comunhão comunitária e seu consequente aprofundamento. A par disso, as catequeses deveriam ser realizadas no mínimo a partir dos 12 anos de idade (entrada para o 3.º ciclo básico), ajudando essencialmente a criança a desenvolver-se moral, psicológica, espiritual e socialmente, ao invés de ser banhada com "overdoses" de proselitismo religioso que é, basicamente, o que as catequeses muitas vezes são em idades mais tenras, ou então quantas vezes preenchidas por músicas e jogos para passar o tempo dos quais os jovens muitas vezes já não se lembram. E já agora, o que é que acontece quando se vai à catequese passar o tempo, sem sequer abrir a boca para nada, mas sempre numa perspectiva de acabar uma qualquer "carreira religiosa", com o soberbo troféu do Crisma, ocasião faustosa que assim de nada serve, a não ser corromper a Fé?

A Fé é uma coisa muito séria! Prefiro o nada ao mau! E estou farto também de aturar e de ter de me justificar perante as pessoas que viram um terrível testemunho de Fé. Primeiro tenho de desmentir, o que nunca consegui, e depois de conseguir fazer com que a pessoa compreenda que realmente a Fé é outra coisa que aquela que viu. Isto é terrível. Destrói a vida das pessoas, porque lhes dá a ideia de que não têm Salvação pois até a Igreja, o lugar onde a poderiam encontrar, não passa de uma beatice, que não serve de modo algum a essas pessoas.

No futuro, os catequistas serão na grande maioria reformados, pessoas de experiência vivida e com muito para contar, e será um dos principais atractivos: as pessoas precisam de mestres, de que alguém de sabedoria chegue perto deles e lhes fale, mostrando-lhes o Mestre dos Mestres.

Extremamente essencial também é continuamente dar a conhecer a cada geração, com um espírito de catolicidade, universalidade, a cultura de todos os tempos, as grandes obras, literárias, cinematográficas, musicais, etc... A Igreja deverá cada vez mais tornar-se num bastião da cultura "eterna", do património cultural da Humanidade, como tem sido a educação clássica e liberal católica. Seremos assim muito úteis a todos, poços de sabedoria... Ao menos, que se acredite nas obras.

Cumprimentos,
João

Re: catequese
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 23 de May de 2002 23:29

Pois é João, mas quantos tipos como tu têm disponibilidade para dar catequese? Ou como eu, com 4 filhos e trabalho...

Re: catequese
Escrito por: inacia (IP registado)
Data: 28 de May de 2002 19:30

Não desistas João. Concordo contigo, sinto tudo isso muitas vezes, mas se não formos nós ainda novos e com alguma formação deichamos tudo ainda pior.
Eu sintome super carregada, sou professora de Ed.M.R.C. do 1º, 2º e 3º ciclo, dou catequese, sou mãe, tenho uma casa para cuidar e mais um curso a tirar ( da área da teologia). E quando digo que não posso assumir mais nada, ainda duvidam ,julgando não querer ajudar a paróquia. Não é fácil. Como nós quanta gente, já desistiu por não aguentar.
Outro dia fiquei bastante aborrecida com a observação de um pároco. Quando eu disse que ia preparar as minhas aulas, ele perguntou se as aulas de Ed.M.R.C. também se preparava?
O problema que se está a passar na Catequese é esse, não há formação,
e muita gente julga que é só falar de Jesus, outros julgam poder falar de outros temas e aqui está depois a confusão entre Catequese e Ed.M.R.C..
Mas como mostrar a diferença, se as pessoas não a fazem.
Temos de ser nós, e ajudar os que estão mal.
Eutenho muito medo do tipo de catequese e Ed.M.R.C. que se está a fazer no 1º e 2º ciclo, eu vou sentilo no 2º e 3º ciclo. E na Catequese fazem os sacramentos e vão embora. Tudo tem de ser reformulado e esclarecido.
Até em Ed.M.R.C. ainda estão os manuais de à 13 anos.
Como ves não é só problema nosso.
Nós damos o que podemos.
Força, não desistas
cumprimentos
Inácia

Re: catequese
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 03 de June de 2002 23:26

Acho que um dos aspectos mais importantes da catequese é o catequista!
Posso dar a minha experiência pessoal, espero que não se choquem... ;-)

Quando andei na catequese, havia apenas oito anos de catequese: o pré, primeiro, segundo,.... até ao sétimo. Depois mais uns dois ou três anos de grupos de jovens e só no fim desse tempo é que se fazia o crisma.

Lembro-me que em alguns anos gostava de ir à catequese: ou gostava da catequista pela sua maneira de explicar e da forma como tornava a catequese atractiva, ou achava aquilo uma 'seca' de todo o tamanho e só queria que aquela hora de sábado à tarde passasse o mais depressa para ir para casa ver televisão, ou ir jogar à bola com os amigos.

O que eu me lembro do tempo da catequese? Pouca coisa, mas com toda a certeza, lembro-me muito mais do testemunho pessoal que recebi das pessoas que davam catequese, do que a mensagem em si.

Como já aqui foi dito, a falta de formação dos catequistas (e dos católicos em geral) é grande, mas talvez a principal lacuna seja a falta de paixão e a ausência de testemunho que possa por ventura existir.

Quanto à questão que o João coloca da catequese às crianças, acho que é importante a Igreja continuar com a catequese para sensibilizar as crianças para Jesus Cristo. Mas deve tentar adaptar a forma de fazer catequese, de modo a ser algo atractivo e motivador para as crianças e jovens, num mundo onde cada vez existem mais solicitações, desde os quatro canais de TV (de sinal aberto), e mais um sem número de outros para quem tem televisão por cabo. Adicionem a isto a rádio, a internet, os videojogos... qual é a criança ou jovem que troca de bom grado uma hora de brincadeira por uma hora de catequese se esta não for minimamente interessante e atractiva?

Acho que a nossa maior lacuna ainda se encontra na quase completa ausência de catequese para adultos! Se o que aprendemos em criança (quando aprendemos) já não passa de uma remota e vaga ideia, e se não existe algo que nos traga de novo à memória, ir semanalmente à missa é demasiado insuficiente para alimentar a fé de qualquer adulto. Penso que aqui, nós, católicos, poderíamos aprender algo com outras Igrejas Cristãs onde o serviço dominical é dividido em duas partes: uma primeira parte de formação/catequese que dura sensivelmente uma hora, onde crianças e adultos participam, aprendem e relembram aspectos importantes da doutrina e da Sagrada Escritura; e uma segunda parte que consiste na cerimónia ritual ou a celebração litúrgica.

Não espanta pois que nós, católicos, tenhamos pouca formação: quando foi a última vez que tivemos uma hora de formação/catequese? quando foi a última vez que pegámos numa Bíblia, lemos e estudámos um breve trecho? quantos católicos nós conhecemos que já tivessem lido a Bíblia pelo menos uma vez?

Que o Espírito Santo nos ilumine e nos ajude naqueles momentos, em que a desmotivação aumenta e, baixar os braços parece ser a única saída...

Luis

Re: catequese
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 10 de August de 2002 21:05


Acho que se pode sempre encontrar um "lugarzinho" para sermos mais evangelizadores, principalmente quando ainda não temos resposabilidades nesse campo. Uma iniciativa da nossa parte, criativa, ainda que inexperiente, é bastante boa para estimular e acompanhar os jovens. Aliás, sentimos a nossa fé rejuvenescer e animar-se com eles. Tal como acontece a Sua Santidade quando fica rodeado de jovens a gritar por ele! Giovanni Paolo! / John Paul II, we love you! (clap clap clap...) :o)

Mas o problema está todo na qualidade da formação. Nós temos uma Universidade que só este ano se lembrou que TODA a comunidade académica, e não apenas a Faculdade de Teologia, deve ser evangelizada, com iniciativas formadoras, ocasiões de diálogo, ou seja, abrir toda a Universidade à Teologia e enriquecê-la grandemente com essa identidade. Também só no passado ano se levou a cabo a edição dos conteúdos básicos de um curso de Teologia, facilmente acessível aos leigos. Logo, também não admira que ainda não tenhamos um curso intensivo e prolongado (não necessariamente em tempo, mas em conteúdos!), em horário pós-laboral, de (bacharelato em) Catequese ou Pastoral. Um curso que promova também um envolvimento com a obra literária de teólogos e autores cristãos, movimentos e associações de apologética, activismo e caridade, nacionais e internacionais, tendo como principal objectivo INCENTIVAR A FORMAÇÃO CONTÍNUA e proporcionar, num centro catequético universitário, o acesso fácil a recursos bibliotecários, encontros, debates, palestras... Porque, digo-vos, é bem possível cativar alguém pela Teologia (até mais que pela maior parte das coisas!), se soubermos que devemos esperar da pessoa uma formação séria e adulta, que contribua para a formação da sua própria personalidade, que se torne num "hobby" ler e falar sobre isso, uma enorme realização pessoal servir a Igreja de Cristo com o seu testemunho e palavra... Certamente que a quem for transmitido que é ISTO que lhes é oferecido, se sentirão enormemente motivados e fazer disso um projecto de vida. Por exemplo, poderiam surgir MUITÍSSIMAS mais vocações diaconais. Com esse envolvimento, teríamos o contacto necessário com o clero e este aparente afastamento seria cada vez menor...

Isto sim, seria possível e maravilhoso... Mais uma vez, o exemplo da Igreja norte-americana (aquele exemplo que NÃO VENDE nem aparece nas notícias) é muito bom. A quantidade de leigos com elevadíssima formação, que trabalham em Apologética e formação contínua de adultos, é verdadeiramente exemplar. Porquê? A sua elevada formação torna-os totalmente obedientes ao Magistério da Igreja (até porque muitos foram protestantes e sabem o que é uma igreja sem pastor...), levantando a voz apenas para a defender com sensatez, e exigir maior ortodoxia, rigor e santidade da sua parte. Eles sabem o que têm de defender: quando não, acontece todo esse escândalo que conhecemos.

João

Re: catequese
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 11 de August de 2002 01:41

Sobre a educação religiosa das crianças cito um exemplo passado com um dos meus filhos:

Mãe, jesus era muito forte?
Era
E ajudava as pessoas?
Sim
E era imortal?
Sim
Era filho de deus?
Claro
Então era igual ao Hércules.....

as crianças estão mais familiarizadas com algumas personagens da mitologia grega (porque viram um filme, leem livros, conversam diiso com os amigos, do que com o ideário crstão.

Também a acatequese tem de ser renovada e adaptar-se as estratégias e os recursos ás novas realidades. Se hoje temos multimedia, porque não usar esses instrumentos?
Claro que as crinaças não comprerendem como é que se pode ter dois pais (Afinal é o s. José ou Deus?ao mesmo tempo, nem têm capacidade para perceber o que é a santíssima trindade... E quanto ao pecado, eles começam a ter a noção do bem e do mal, mas de pecado, só mais tardiamente.
*Porque, em boa verdade, uma criança não peca...


AS crianças de hoje são inteligentes, curiosas e precoces... não "engolem " qualquer história.


E ficam chocadas com algumas atitudes dos mais velhos.





Mas, volto a referir o exemplo de taize. com uns fantoches e músicas improvisadas, até os mais pequeninos aprenderam a história do Jonas, do José , a parábola do filho pródigo...

Re: catequese
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 11 de August de 2002 02:04

Uma tarde a minha filha veio tristíssima da catequese, quase a chorar. ò mãe, é verdade que há mães que matam os filhos, é verdade que matam os velhinhos quando estão doentes?

Fiquei revoltada. Não é com estes discursos que se faz catequese. Claro que fui falar com a catequista, que aliás é uma jóia. E fiquei a saber que nesse dia tinha faltado por doença e tinha sido substituida por uma senhora idosa.... Não pode ser!
è importante os pais acompanharem muito bem e falarem com os filhos sobre os conteúdos que dão na catequese. Sob pena de os deformarem com ideias cruéis e irracionais.



Vou dar outro exemplo - a leitura da Bíblia . Aquando da Festa da Palavra, as criancinhas são presenteadas com uma Bíblia. A minha filha lê compulsivamente tudo o que encontra, nomeadamente a Bíblia. Tive de lhe explicar que essa leitura tem de ser orientada e dirigida, atendendo à idade, pois a própria bíblia está cheia de relatos de violência, traições e palavras pouco próprias. Por fim, acabei por lha esconder e só lê trechos que eu selecciono..., naturalmente dando relevo ao Novo testamento.

Tenho de facto muitas dúvidas quanto á catequese actual...

ana

Re: catequese
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 12 de August de 2002 12:42

Não sei se a Universidade Católica já tem esse tipo de curso ou não. Em Aveiro no ISCRA (Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro - [www.iscra.pt] ) existem cursos de formação contínua abertos todo o ano. Existe também um curso que está a ter muito sucesso, com bastantes inscrições já para o próximo ano - Licenciatura em Ciências Religiosas.

Este curso de Licenciatura de 5 anos (ou Bacharelato, para frequência dos primeiros 3 anos) possibilita a aprendizagem e aprofundamento da doutrina da Igreja, com especialização em Catequética, Ensino Religioso, Vida Consagrada ou Laicado. O curso funciona no formato de Ensino à Distância. A presença nos seminários quinzenais (aos sábados) não são obrigatórias e os manuais de estudo são muito bons, pelo que o aproveitamento geral tem sido muito positivo.

Luis

Re: catequese
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 12 de August de 2002 22:58

o grande problema é que os cristãos mais empenhados e com capacidade de renovação não têm disponibilidade para se empenhar nas paróquias, que ficam assim entregues aos muito velhos ou aos muito jovens...
Claro que há excepções, como em tudo... mas relativamente á catequese , e segundo os vários testemunhos aqui relatados, há como que um vento de retrocesso e estaganção como se o concíilio vaticano II não tivesse seuqer existido.


ana

Re: catequese
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 13 de August de 2002 05:42


Claro que a Ana se refere à noção de bem e mal na infância. Uns mais que outros sabem o que estão a fazer e a Igreja deixa claro que não é uma questão de idade mas de maturidade, consciência e liberdade, que hoje em dia ora é mais e mais cedo desenvolvida, ora desde cedo deseducada. Essa formação, essa aquisição de valores, essa mobilização da capacidade afectiva para aquilo que é verdadeiramente bom e vale a pena, é um desafio aos pais, que devem ter a noção de que se não o prevenirem e educarem antes com empenho, as crianças só saberão o que está errado depois de o terem feito e isso é que não deve lhes ser imputado como culpa. Assim, acho que é bom as crianças saberem que pecam sim, quando já lhes foi dito o que é certo e errado, bem como a alternativa a tomar. Um pecado não é para ser uma abominação, mas uma oportunidade de nos entregarmos a Deus e reconhecermos a nossa iniquidade, o que é absolutamente saudável e deve ser promovido desde cedo.

Quanto a esses cursos, Luís, sabes se estão bem adaptados à realidade na aplicação catequética? De qualquer modo, é como te disse: os cursos e a formação devem continuar a existir, cada vez mais e melhor, mas depois falta o companheirismo, o associativismo... Isso seria conseguido por centros catequéticos onde se pudesse pura e simplesmente entrar e falar sobre estes assuntos. A verdade emocionante é que cada vez há mais pessoas a frequentar os cursos, incluindo as Licenciaturas a regime "presencial" e assim, daí, surijirá certamente o espírito de associação que motivará esse tipo de coisas. São coisas tão simples, às tantas tratam-se de iniciativas que podem ser tão pessoais...

É nos adultos que se deve começar. Devemos estimular muito mais os catequistas e depois apresentar-lhes uma forma séria de fazer catequese. Aí, com recursos e ideias, exigir deles essa formação, e avaliar o seu trabalho. Sem avaliação, vale todo e qualquer tipo de evangelização. Evidentemente, não é isso que queremos.

Que método para estimular? Para já, os formadores devem ter interiorizado que é essencial serem exemplares. É pelo exemplo, pela noção de heroísmo e vivência prática e destemida, que conquistaremos os jovens evangelizadores. É precisamente mudar os heróis como "Hércules", "Pokémon" e "Action Man" para "Cristo", "Pais", "Família", "Caridade", "Igreja", "Santidade",... Teremos disposição para isso?

Mas esse é o MAIOR problema para os católicos ao redor do mundo, que não são continuamente estimulados para a autenticidade e profundidade na vivência da fé. Aí, perde-se tudo. Perdem-se vocações, perdem-se fiéis, uns que ficam de fora a condenar o teísmo, outros a mudarem de igreja e passarem grande parte das vezes a promover um anti-catolicismo que lhes sabe bem. Assim, vemos que isto é mesmo crucial e implica uma inteira renovação das propostas catequéticas, que devem exigir autenticidade e NUNCA carreirismo sacramental. "Basta" sermos o que devemos ser, mostrar isso com fervor e determinação. Se não ensinarmos pelo menos que é POSSÍVEL e NECESSÁRIO ser mais e saber que nos devemos sentir em dívida em relação a isso (conhecendo as exigências evangélicas), se deixarmos que Catolicismo seja nada mais que idêntico ao que vemos na vida das pessoas que se dizem "católicas". É que muitos ateus que desistiram de ser cristãos dizem que abandonaram a fé porque pura e simplesmente não é verdadeira; é absurdamente exigente e contraditória. A questão de seguir abnegadamente a Cristo é o seu principal ponto de discórdia: só vêm hipocrisia nesse campo.

Logo, não estamos só a falar de uma renovação da catequese, mas também da renovação na consciência de todas as sociedades ao redor do mundo daquilo que significa ser católico: tanto dos que já se acham como tal, como dos que abandonaram a fé, como os que sempre nos olharam de modo condenatório. Isto é muita coisa, mas parte destas iniciativas catequéticas que propomos aqui. Falado não parece tão simples? :o) Vá, vamos lá, sabemos que começa connosco!

João



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