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Re: Venerável Alexandrina de Balasar / Prof. José Ferreira
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 13 de May de 2004 21:56


Prezado Sr. José Ferreira,

Se me permite tratá-lo assim, só queria dizer-lhe, por agora, mais o seguinte:

É com grande alegria que constato o seu regresso a este fórum, mas apenas pela sua grande bondade e espírito de apostolado, à imagem e semelhança da nossa tão querida e bem-aventurada Beata Alexandrina Maria.

Como provavelmente já saberá, abri, algum tempo antes da beatificação, outro tópico no fórum "Paroquias.org", com o título "Beata Alexandrina Maria da Costa", no qual, se preferir, passarei a dialogar consigo, a menos que para si esse pormenor seja indiferente.

Gostaria, entretanto e independentemente disso, de fazer-lhe duas ou três perguntas, caso queira dignar-se responder, a saber:

a) Como surgiu o seu especial interesse, como historiador e divulgador apaixonado que é, pela Beata Alexandrina de Balasar?

b) Como membro da ex-Comissão de Beatificação da Alexandrina (salvo erro, era assim que se chamava), qual a sua reacção quando soube que ela iria, justa e finalmente, ser beatificada? E quando assistiu, em Roma, à sua Beatificação?

c) Qual o seu parecer sobre a profunda Santidade e Mística da Alexandrina de Balasar, no sentido dela vir a ser realmente considerada Doutora da Igreja, como já foi profetizado por alguém?

d) Como lhe parece que poderíamos estudar e divulgar melhor a vida e obra da Beata Alexandrina, no sentido de torná-la cada vez mais conhecida e honrada – para a maior glória de Deus e salvação das almas –, e, sobretudo, como já sugeriu o Sr. Arcebispo D. Jorge Ortiga, no respeitante à "teologia" dos seus preciosos exemplos e ensinamentos, baseados nos seus frequentes e magníficos êxtases da Paixão de Cristo e nos inúmeros colóquios e revelações com e de Jesus em particular?

Atenciosa e solicitamente, em Jesus e Maria,

José Avlis


Re: Venerável Alexandrina de Balasar
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 14 de May de 2004 02:18


Para os devidos efeitos e suas consequências óbvias, declaro que este tópico é a retrospecção lógica do tema seguinte/correlativo, subordinado ao título "Beata Alexandrina Maria da Costa", cujo link é precisamente o seguinte:

[www.paroquias.org]


E mais não digo por ora, devido a não ser oportuno nem vir a propósito.


Avlis


Re: Venerável Alexandrina de Balasar
Escrito por: José Ferreira (IP registado)
Data: 14 de May de 2004 09:21


A expressão de Alexandrina é viva, perfeita, afectuosa, boa e acariciadora

Ainda em via da Beata Alexandrina, geraram-se em redor do seu nome acesas polémicas. Isso proporciona-nos às vezes respostas interessantes para objecções que hoje se queiram levantra contra ela. É o caso do que poderíamos chamar a sua sanidade mental. Veja-se o que a este respeito escreveu o conceituadíssimo neurologista Dr. Araújo no seu relatório:

«A expressão de Alexandrina é viva, perfeita, afectuosa, boa e acariciadora; atitude sincera, sem pretensões, natural. Não há nela ascetismo, nada untuoso, nem voz tímida, melíflua, rítmica; não é exaltada nem fácil a dar conselhos. Fala de modo natural, inteligente, mesmo subtil; responde sem hesitações, até com convicção, sempre em harmonia com a sua estrutura psíquica e a construção sólida de juízos bem delineados em si e pelo ambiente, mas sempre, repetimo-lo, com ar de espontânea bondade que o clima místico que desde há tempos a circunda e que, parece, não foi por ela provocado, não modificaram.»

Re: Venerável Alexandrina de Balasar
Escrito por: José Ferreira (IP registado)
Data: 14 de May de 2004 14:19

Sr. José Avlis

Quando escrevi a mensagem acima, não tinha reparado nas suas perguntas. Como só quero escrever uma vez por dia - esta é excepção - começarei amanhã a responder-lhe.

Re: Venerável Alexandrina de Balasar
Escrito por: Ana Amorim (IP registado)
Data: 14 de May de 2004 16:00

Eu partilho a opinião do Taliban.

E não consigo conceber como é que tamanho sofrimento autoinfligido pode ser alvo de louvor. Só podem estar a brincar!
Como é que alguém pode acreditar que se prova amor a Jesus com actos completamente insanos? Julgo que nem o próprio Jesus o aceitaria...

Para mim, Alexandrina de Balasar não é santa, nem beata nenhuma! Para mim, trata-se de um caso sério de doença mental! Procurar deliberada e obcecadamente o sofrimento físico só pode ser derivado de uma doença mental! Penso que nosso Senhor não quererá o sofrimento de ninguém, muito menos autoinfligido!

Re: Venerável Alexandrina de Balasar
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 14 de May de 2004 18:56

Ana Amorim:

A tua mensagem merece alguns "matizes". Tens alguma parte de razão quanto aos princípios, mas não quanto às consequências judicativas sobre o caso concreto da Alexandrina. Ou, pelo menos, considero mais prudente "suspender o juízo" antes de afirmações categóricas.

Dizes que «Para mim, Alexandrina de Balasar não é santa, nem beata nenhuma! Para mim, trata-se de um caso sério de doença mental! Procurar deliberada e obcecadamente o sofrimento físico só pode ser derivado de uma doença mental! Penso que nosso Senhor não quererá o sofrimento de ninguém, muito menos autoinfligido!».

Mesmo não aprofundando muito, acho que devemos ir por partes.

1. Acho que tu e outros têm razão quando afirmam que não é o sofrimento como tal que nos faz santos. A santidade não se mede pelo sofrimento, mas pelo amor. Isto é o que parecem esquecer muitos dos ditos católicos pietistas que mostram um cristianismo que parece mais próximo de uma relação com Deus de tipo sado-masoquista e, portanto, idolátrica.

2. Mas acho também que não se devem misturar alhos com bugalhos. Mesmo que admitamos que Alexandrina de autopuniu, isso seria recriminável se o fosse conscientemente e disso estamos seguros que não o foi. Uma pessoa que se conscientemente autopune não ama. Não creio ser justo, de modo nenhum, dizer isso de Alexandrina.

De resto, há mais: mesmo que estejamos diante de alguma patologia de tipo mental, pergunto: só as pessoas sem patologias podem ser santas? A santidade está vedada aos que não são completamente normais? E quem define o que é "normal"? Podia ou não Alexandrina, na sua condição particular, mesmo que a definas como patológica, ser santa? Pode ou não ser de referência para alguém que passe por situações semelhantes?

Talvez a questão mais correcta a fazer seja a seguinte: é ou não verdade que Alexandrina deu um sentido de amor à sua vida e ao sofrimento?

Não confundamos as coisas. Muitos santos eram pessoas bastante normais, mas muitos também tinhas as suas "pancas" e grandes, pelo menos para os nossos parâmetros de hoje. Mas o facto de terem "pancas" não foi razão para amarem muito. Outra coisa é que sobrevalorizemos as "pancas" e esqueçamos o essencial das suas vidas.

No caso de Alexandrina, não podemos sacralizar sem mais a sua vida só porque passou muitos anos sem consumir alimentos. Isso não garante a santidade. É certamente um caso parapsicológico, como outros já registados noutros sítios, inclusivamente entre não católicos e não cristãos. Sugiro a releitura de um texto que deixei aqui há uns tempos, em [www.paroquias.org], ou aqui. Mas não podemos pôr de parte (sem mais) que isso seja um impedimento para a santidade. Creio que isto deixa abertas mais algumas possibilidades para nós... ;-)

Não podemos sacralizar o sofrimento como tal, como se ele fosse querido por Deus (a agonia de Jesus no Horto da Oliveiras mostra que não!), mas não deitemos fora o bebé com a água de o lavar! Uma pessoa pode ser santa, mesmo com uma outra patologia. A pergunta central a fazer em relação a uma "candidato a santo" não é se sofreu muito, mas se amou muito. Afinal, a mesma questão se aplica a Jesus. A cruz de Cristo é salvadora, não porque Jesus sofreu muito, mas porque amou muito!

Alef

Re: Venerável Alexandrina de Balasar / Beata Alexandrina Maria
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 14 de May de 2004 19:12


Sr. José Ferreira,

Efectivamente, Alexandrina era/é isso mesmo – e muito mais ainda! –, graças a Deus!
E eu próprio sou disso testemunha, pois tive a honra e a graça de conhecê-la pessoalmente, "tête-à-tête" (na companhia da minha avó), como depreendo que o sr. José Ferreira tenha tido o mesmo privilégio e experiência... Que maravilha!

Folgo, assim, que nos tenha recordado tamanhos carismas, qualidades e virtudes da Beata Alexandrina, hoje em dia tão arredios da maior parte dos cristãos, dos católicos, dos religiosos, dos presbíteros, de alguns bispos!...

Por isso mesmo, nunca é demais repetir, entre outras coisas sumamente puras e santas, o que o sr. José Ferreira publicou agora acerca da Bem-aventurada Alexandrina, a saber:

«A expressão de Alexandrina é viva, perfeita, afectuosa, boa e acariciadora;
atitude sincera, sem pretensões, natural.
Não há nela ascetismo, nada untuoso, nem voz tímida, melíflua, rítmica;
não é exaltada, nem fácil a dar conselhos.
Fala de modo natural, inteligente, mesmo subtil;
responde sem hesitações, até com convicção, sempre em harmonia com a sua estrutura psíquica,
e com a construção sólida de juízos bem delineados em si, pelo ambiente,
mas sempre, repetimo-lo, com ar de espontânea bondade,
que o clima místico, que desde há tempos a circunda,
e que parece não foi por ela provocado, não modificou».


(Dr. Gomes de Araújo, neurologista)


* * * * *

A Beata Alexandrina, como, aliás, testemunhou e declarou o Cardeal Patriarca de Lisboa D. Manuel G. Cerejeira: «É um Serafim que se consome de Amor»!

O Cónego Dr. Mendes do Carmo afirma: «A primeira vez que vi a Alexandrina de Balasar, deu-me a impressão de um Anjo crucificado»!

E o Arcebispo Primaz de Braga D. António Bento Júnior, em 1957 (apenas dois anos após a morte da Alexandrina), declara a seu respeito: «Ela é a jóia da nossa terra»!


* * * * *

Avlis


Re: Venerável Alexandrina de Balasar / Beata Alexandrina Maria
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 14 de May de 2004 21:01


Sr. José Ferreira,

Esteja completamente à vontade...

Apenas dever-se-á dignar responder, a mim ou a quem quer que seja, se isso for do seu inteiro critério e agrado, e ninguém tem algo a ver com isso, a começar por quem é indiscreto ou mal-educado consigo.
Aproveito para lhe pedir desculpa se disse ou perguntei algo que não devia, mesmo inconscientemente.

Um abraço.

Avlis

P.S.: Dar-me-ia, porém, imensa honra e alegria se continuasse a escrever, como tão bem sabe fazê-lo, neste fórum, apesar de tantas provocações e graves faltas de respeito de alguns participantes, o que realmente é trágico, chocante e esmorecedor, e infelizmente falo por experiência própria, como poderá verificar...


Re: Venerável Alexandrina de Balasar
Escrito por: Taliban (IP registado)
Data: 14 de May de 2004 23:05

"Mesmo que admitamos que Alexandrina de autopuniu, isso seria recriminável se o fosse conscientemente e disso estamos seguros que não o foi. Uma pessoa que se conscientemente autopune não ama".

Então podemos pensar que a alexandrina se autopunia inconscientemente, isto é sem o pleno domínio das suas faculdades, muito provavelmente devido a uma patologia psiquiátrica grave. Muito provavelmente aquilo que foi interpretado como" extases místicos", alguns de conteúdo altamente erótico e bastante masoquista, não passaram de alucinações e ideias delirantes ou então um quadro histérico bastante complexo ( que é o mais provável).
Aliás, a cena de se ter atirado pela janela é um indício de uma personalidade com traços histriónicos, na medida em que na altura do episódio ela estava acompanhad por outras raparigas e mais nenhuma se atirou da janela abaixo para fugir aos maus...

Partindo do princípio que a alexandrina era uma pessoa profundamente doente, do ponto de vista físico e mental, temos também de contextualizar historicamente a sua vida. Estamos a falar de uma pessoa de um meio rural, que vivia como vivia a maior parte da população portuguesa daquela época - na miséria, numa situação em que as pessoas passavam fome, sem qualquer tipo de assistência médica ou medicamentosa. Numa época de obscurantismo religioso e dificuldades socaisi, multiplicaram-se em Portugal como cogumelos as aparições, visões, os santinhos a as santinhas populares.

Por outra lado, a medicina da altura em Portugal era também muito rudimentar e os diagnósticos clínicos feitos merecem pouca credibilidade.
Mas o Alef faz uma pergunta interessante:

"Mesmo que estejamos diante de alguma patologia de tipo mental, pergunto: só as pessoas sem patologias podem ser santas? A santidade está vedada aos que não são completamente normais? "

Quando os pressupostos de santidade se baseiam apenas em sintomas psiquiátricos, podemos colocar a pergunta ao contrário. Será que só por uma pessoa ser doente mental grave e ter sintomas psiquiátricos de conteúdo místico ( situação muito frequente em certos tipos de contextos sociais) deve ser considerada santa??

Teríamos então de construir milhares de altares pelo mundo fora!

Vamos deixar de tratar todos os doentes psiquiátricos que têm aparições, que ouvem as vozes de deus e do diabo, que se julgam "possuidos", que têm uma mensagem de deus para revelar ao mundo, ou uns que pensam que a são a encarnação actual de jesus cristo( não estou a falar de casos teóricos mas de casos muito concretos)????

Deverá a alexandrina ser considerada uam referência por esses doentes mentais? Mas que tipo de referência? Alguém que se automutila e recusa alimentar-se? Alguém , que não é alvo de tratamento médico e cujos graves sintomas são explorados de uma forma indigna pelos que a rodeiam , a acomeçar pelos directores espirituais?

Re: Venerável Alexandrina de Balasar
Escrito por: Taliban (IP registado)
Data: 14 de May de 2004 23:24

Quanto a viver sem coMER, isso é uma impossibilidade clínica.

Aqui deixo um texto recente da net:

"Publicitária afirma ser possível viver sem comer

No início de outubro, cerca de 90 pessoas estiveram presentes no primeiro encontro Nacional Viver de Luz, em São Paulo. Jovens e adultos se encontraram para ouvir a publicitária Evelyn Torrence, 41, falar três coisas: não é preciso comer para viver, não é preciso beber para viver e o sol é suficiente para a sobrevivência. A idéia dessas pessoas é ingerir o mínimo de nutrientes, na esperança de um dia poder fazer fotossíntese, como as plantas. Marcello Bronstein, chefe do setor de neuroendocrinologia do Hospital de Clínicas de São Paulo afirma que ficar mais de uma semana sem água e comida é um risco muito grande. "Pode desidratar ou causar um colapso circulatório", diz.

mAIS UMA TANGA, MAS ESTA É PERIGOSA.

Re: Venerável Alexandrina de Balasar
Escrito por: Taliban (IP registado)
Data: 14 de May de 2004 23:28

"Por causa de um ligeiro problema de saúde para o qual o médico me prescreveu, durante algumas semanas, um determinado tipo de dieta, fui à Internet – num gesto que é vulgar para mim e para um número cada vez maior de pessoas -, à procura de informações sobre o problema em questão e respectiva dieta.

De busca em busca, rapidamente me vi entre inúmeros sites que fazem a apologia da magreza, dos medicamentos-milagre de fácil aquisição, das dietas drásticas e... do não comer.
Exactamente como digo, há sites na Internet – bastante bem construídos tanto no aspecto quanto no conteúdo – que defendem que é possível viver sem comer absolutamente nada, apenas com um ou outro ocasional sumo de fruta. Sem riscos para a saúde, garantem, e muito melhor, vantajoso a todos os níveis para o corpo, para a mente, para a bolsa e até com a vantagem adicional de não se perder tempo na compra, confecção de alimentos e limpeza da cozinha. Que maravilha! É só vantagens...

Viver sem comer, como? Pois, vivendo da luz, respirando de uma determinada maneira, fazendo determinadas meditações e exercícios e não sei que mais... E todas estas teorias acompanhadas da fundamentação “científica” de tais postulados - inclusive com citações de Albert Einstein - e com fotos e entrevistas de vários adeptos. Já agora acrescento, entre os depoimentos de adeptos apareceu-me um que me chamou a atenção por ser de um nome relativamente conhecido ligado ao jornalismo televisivo. E, quanto às fotos, eram bem apelativas..., em especial as fotos de uma praticante e guru desta “ciência” da alimentação à base da luz solar. É que a dita senhora, ou menina, tem umas curvas... luminosas. Isto na foto, claro.

Claro que já sou crescidinho que baste para não acreditar em tais tangas. E, assim espero, a maior parte das pessoas que lêem estas coisas.
Mas, quantos jovens com a pancada da esbelteza e da magreza, alguns até com doenças ligadas aos distúrbios alimentares, não se poderão deixar tentar por tão sedutoras “doutrinas”? Com a agravante de tais sites ensinaram todos os passos, truques e conselhos para se chegar à pretendida meta de não comer.


Publicado por vmar em fevereiro 28, 2004 07:17 PM | TrackBack


E já agora, não haverá por aí sites que ensinem como se pode viver sem respirar?...
É que a mim até me dava um certo jeito poder viver sem ter que ter a trabalheira de inspirar e expirar ar.:)"

Re: Venerável Alexandrina de Balasar
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 15 de May de 2004 02:51

Ana "Taliban":

E que comentário fazes à notícia que referi, em [www.bbc.co.uk]?

Alef

Re: Venerável Alexandrina de Balasar
Escrito por: José Ferreira (IP registado)
Data: 15 de May de 2004 12:22


OPINIÃO CONTRA OPINIÃO

Hoje escolhi as palavras da Ana Amorim como orientadoras da minha intervenção. E começo por colocar aqui dois poemas da Beata Alexandrina, que dedico a todos os participantes do forum:


Só por amor

Só por amor me deixei ferir.
Só por amor meu coração sangra.
Só por Ti, Jesus, a dor tem doçura.
Só na cruz contigo se me alegra a alma.

Duro é meu penar por Te saber ofendido.
Só por amor direi sempre: «Tem encantos o amor.»
Aqui tens, meu doce Jesus, o meu peito para abrigo.

Meu coração foi ingrato contra o meu Deus e Senhor.
Foi assim que lhe paguei o Seu infinito amor.
Agora só quero amá-Lo e suavizar-Lhe a dor.

Dizer-Te quanto Te amo não preciso, Jesus.
Tu vês o meu coração e quanto ele ama a cruz.
Porque é que ele sofre? É só por Ti, meu Jesus.

Beata Alexandrina (5/3/1949)


Mãe da humanidade

Desde domingo sinto-me mãe da humanidade, mãe terna.
Contra este amor vem ao mesmo tempo a dor: dor causada pelas desordens destes irmãos que sinto serem meus filhos.
Queria apresentar-me aos governantes de todas as nações para lhes pedir que se reconciliem uns com os outros; mas queria uma reconciliação feita de perdão duradouro,
Para que não aconteçam mais as mesmas desordens.
O desejo de fazer isto é às vezes tão grande que me parece voar até eles.
Para obter esta paz, submeteria o meu corpo aos maiores suplícios e sacrifícios,
Mesmo que devesse ser arrastada de nação em nação e fazer o que há de mais custoso.
Queria tomar nas minhas mãos o Coração de Jesus e dizer-lhes:
Vede quanto está ferido! São os nossos pecados que o ferem assim!...
Beata Alexandrina (6/3/45)


Qualquer destes dois poemas foi copiado em Balasar da versão dactilografada dos escritos da autora. O primeiro, em termos de forma, é bastante moderno, como facilmente se pode concluir. Em relação ao segundo, no original aparece disposto em prosa. Mas, ao modo do que fazem alguns editores italianos, dispu-lo em verso livre, o que mostra melhor os altos voos poéticos de quem o escreveu.
Estes poemas ajudam a arrumar ideias: que é isso de autoglagelação, autopunição, masoquismo?
Quando ela, uma vez, num impulso de paixão, escreveu com o seu sangue uma declaração de amor a Jesus, até a própria irmã a criticou e nunca (nunca!) mais tal se repetiu.
Não vou agora alongar-me em explicações sobre o sofrimento vivido por amor («Só por amor») e passo a justificar o meu título.
Aqui vai a minha opinião sobre a Beata Alexandrina:

A Beata Alexandrina de Balasar é uma das maiores santas de toda a história da Igreja e uma séria candidata ao título de «Doutora da Igreja» (e só existem neste momento três: Santa Catarina de Sena, Santa Teresa de Ávila e Santa Teresinha de Lisieux...)
É uma das maiores figuras de toda a história da Humanidade (... e que dizer em relação à nossa história nacional?)

Eu afirmo isto, conhecendo bastante da história da Igreja e da história nacional e um pouco da história universal. Os Evangelhos, esses gosto de os ler no original grego, sem a intervenção de tradutor.
E posso acrescentar ainda que, durante muitos anos, não tive uma opinião muito favorável à Beata Alexandrina. Mas, desde que há três anos, com a preparação cultural que me deram cinco décadas de vida cristã empenhada e quase três décadas de professor, a minha opinião mudou. Hoje é esta.

Re: Venerável Alexandrina de Balasar
Escrito por: carlos (IP registado)
Data: 15 de May de 2004 12:57

"""É uma das maiores figuras de toda a história da Humanidade "Safa!

Que exagero!!

A santinha da Ladeira ou o Padre souisa martins, a par da santinha Maria Adelaide são bastante mais conhecidos em portugal do que esta "santinha" ( porque no resto do mundo, ninguém sabe quem ela é)

Re: Venerável Alexandrina de Balasar
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 15 de May de 2004 13:03

alefa:
Quanto á notícia de que falas é mais uma tanga. Há milhares dela na net. Pareces muito crédulo...

Mas dava um certo jeito vivermos sem comer... Como a história do burro do cigano... O cigano andou semanas a treinar um burro para trabalhar sem comer... e quando animal já estava mesmo habituadinho a viver sem comida... morreu..
e que tal responderes ás minhas perguntas?

Re: Venerável Alexandrina de Balasar
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 15 de May de 2004 13:05

Vocês acreditam mesmo que a santinha de balasar escreveu sonetos em versão dactilografada?


Quanta ingenuidade...

Re: Venerável Alexandrina de Balasar
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 15 de May de 2004 15:36

Ana "taliban". Não é tanga, coisa nenhuma. Foi noticiada por inúmeros jornais em todo o mundo. E não é um caso único, como podes ver nos livros do Padre Quevedo.

Alef

Re: Venerável Alexandrina de Balasar
Escrito por: José Ferreira (IP registado)
Data: 16 de May de 2004 11:14



OPINIÃO CONTRA OPINIÃO II

O que aqui escrevi ontem pode até ter perturbado alguns dos mais fiéis amigos da Beata Alexandrina. Também eles terão pensado: «Nisto deve haver exagero!»
Em meu entender, não há. Repito: considero-a uma das maiores figuras de toda a história da humanidade.
Uma vez em Balasar falei para um grupo de 16 pessoas. Mas veja-se: no meu auditório havia pelo menos dois arcebispos (ou seriam quatro?) e o resto eram todos bispos. Na altura, fui um pouco mais moderado, mas no fundo já pensava mais ou menos como hoje.

O homem que mais estudou a Beata Alexandrina foi o salesiano italiano Pe. Humberto Pasquale. Só para se avaliar da credibilidade das suas palavras, vou referir as obras que lhe dedicou. Como vou fazer a lista de cor, é possível que não vá completa.
«Alexandrina»: uma grande biografia, de quase 400 páginas, publicada originalmente em italiano e depois traduzida para português.
«Sob o céu de Balasar»: pequena biografia, publicada originalmente em italiano e depois traduzida para português.
«Alma de vítima e de apóstolo»: biografia em italiano, não traduzida para português.
«Cristo Gesù in Alexandrina»: monumental antologia, de 838 páginas; obra fundamental; não traduzida para português.
«Tu sei amore che tutto vince» e «Tu sei dolore che da la vita»: antologias. Não traduzidas para português.
«Eis Alexandrina»: profundo estudo das virtudes da Alexandrina em ordem ao processo arquidiocesano. Publicada originalmente em italiano, traduzida depois para português.
Outros estudos menores, como «Fátima e Balasar, duas terras gémeas», etc.
Muitos artigos de revistas e jornais.

Foi este Pe. salesiano, segundo director espiritual da Beata Alexandrina, que escreveu o texto que se segue:


A beleza, o requinte e o heroísmo da virtude da Alexandrina

Ao ser interrogado frequentemente acerca da Alexandrina, eu costumo afirmar:
«Na minha já não breve vida sacerdotal abeirei-me de muita gente, de todas as categorias, mas nunca encontrei nenhuma (inclusive sacerdotes e religiosos) tão humana e espiritualmente perfeita, sob todos os aspectos, como a Alexandrina. Nunca!»
Recordando os frequentes contactos que tive com aquela alma de escol, iluminando-os com os conhecimentos ascéticos que as leituras espirituais da minha vida sacerdotal me fornecem diariamente, não consigo descobrir nela a mais pequena sombra de imperfeição. Antes pelo contrário, descubro cada vez melhor a beleza, o requinte e o heroísmo da virtude da Alexandrina. Sinto-me cada vez mais levado a admirar a maravilhosa acção da graça de Deus naquela alma.
Se eu tivesse de apontar a virtude em que ela mais se distinguiu, não saberia fazê-lo, porque não houve uma que brilhasse nela mais do que as outras: foi excelente em todas, numa harmonia perfeita. Mesmo naquelas que exteriormente foram mais provadas: por ex. na obediência à Autoridade eclesiástica e aos seus directores; na paciência posta tão rudemente à prova quer pela doença, quer pelas pessoas que a visitavam de maneira importuna; na caridade para com o próximo, sobretudo com os que lhe causavam gravíssimos desgostos.
A sua personalidade verdadeiramente gigante era escorada por um espírito de humildade muito convicta e evidente que aflorava dos seus lábios e mais ainda das suas atitudes interiores, como facilmente se pode deduzir da leitura atenta dos seu diários: por um total desapego da sua vontade, sempre ansiosa em buscar e cumprir a vontade de Deus à custa da renúncia total dos seus desejos e gostos pessoais.
Era verdadeiramente uma criatura consagrada de uma forma total ao seu Deus, em espírito de imolação, para reparar as ofensas que lhe são continuamente dirigidas, e para salvar-lhe almas, todas as almas. Uma tal consagração não se explica sem um grau eminente de amor de Deus: amor insaciável, ardoroso, avassalador. Não saberia melhor definir esse amor do que aplicando-lhe o adjectivo «seráfico», no sentido mais completo da palavra.
Não encontro paralelo desse amor a não ser na vida dos grandes amantes de Deus, reconhecidos pela Autoridade da Igreja.
Mais ainda que os factos, que podiam causar impressão, foram estas virtudes sólidas e excepcionais que me ligaram à Alexandrina: foi delas que me ocupei e preocupei tomando, no devido tempo, a sua defesa à custa de muitas amarguras.
Foi igualmente o mesmo motivo que me levou a exigir que ditasse os seus sentimentos de alma, sem os quais teriam ficado ignoradas as suas riquezas espirituais nos seus aspectos mais íntimos e, portanto, mais preciosos.
Turim (Itália), 2 de Julho de 1965.
In fide (em fé).
P. Humberto M. Pasquale

Para bom leitor, meia palavra basta. Eu só conhecei este texto há meia dúzia de meses, mas já antes pensava o que penso hoje.

Para habituar os membros do forum a ler textos da Beata Alexandrina, veja-se esta pequena maravilha:


Chegaste ao Infinito, vives do Infinito, falas do Infinito!

Eu quisera que alguém fizesse o que tu não podes fazer.
Folhas soltas, folhas soltas o que dizes, o que de ti observam!
Tu fazes subir as almas para Mim.
Tu vais à frente; subiste tanto, subiste tanto!
Chegaste ao Infinito,
Vives do Infinito,
Falas do Infinito!
Oh vida de Deus nas almas!

Palavras de Jesus à Alexandrina

Proximamente, voltarei ao tema.

P.S. No poema rimado que transcrevi ontem (e que não é soneto...), havia um erro. No verso:
«Só por amor direi sempre: «Tem encantos o amor.»
deve-se substituir a última palavra por «martírio». É assim que está na fotografia que tenho da cópia dactilografada que se encontra em Balasar.
Uma coisa porém são erros, lapsos, outra ingenuidades...
Bom domingo!

Re: Venerável Alexandrina de Balasar
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 16 de May de 2004 12:46

SEnhora alefa:

Como não sabes, a ciência não s faz de notícias de jornais. faz-se de investigação consistente , com resultados credíveis, corroborados por pares e publicados em revistas científicas internacionais com credibilidade científica - revistas de referência. è assim que hoje se faz ciência. o facto de os jornais relatarem episódios bizarros não significa sequer que eles sejam verdadeiros.

Uma coisa é verdadeira : nenhuim ser humano consegue sobreviver sem alimentos, e, muito mais iumportante, sem água.

toas as tangas de viver sem comer, viver da hóstia, viver da ´luz, atrvés de fotossíntese ou de viver do ar merecm a amesma credibilidade. e vê lá ó alefa, se respondes ás questões que te colocam.

Re: Venerável Alexandrina de Balasar
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 16 de May de 2004 12:49

Quanto ás imperfeições da alexandrina, já naão bastaria a beatificação da pobre mulher, agora querem endeusá-le...

parece-me mais que evidente que uma pessoa quase anlafabeta como ele não seria minimamente capaz de escrever sonetos.
E tenho a certeza absoluta que não usava uma máquina de escrever para os dactilogarfar.


Ou será mais um milagre?

Já agora, em vez de textos dactilografados, porque não textos impressos a laser???

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