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SANGUE NA TERRA SANTA
Escrito por: Rui Oliveira (IP registado)
Data: 08 de April de 2002 23:57

«O Forum está muito animado» é uma afirmação apelativa que se encontra no portal deste «site».
Mas, neste momento, em que nos refastelamos frente ao computador para dar largas, muitas vezes, às nossas «idiotices», CORRE SANGUE NA TERRA SANTA.
Alguém que neste Forum conheça a problemática político-religiosa daquele espaço geográfico, faça uma comunicação acerca deste conflito, apresentando, com a maior isenção possível, os diversos e divergentes interesses que ali se enfrentam, de forma a suscitar opiniões e podermos construir uma força de opinião, devidamente fundamentada.
Eia, vamos!, pois ainda continua A CORRER MUITO SANGUE NA TERRA SANTA!

Re: SANGUE NA TERRA SANTA
Escrito por: Lugo (IP registado)
Data: 09 de April de 2002 22:03

Rui, acho que é um tema muito interessante para ser aqui discutido! Mas com pena minha, talvez não seja a pessoa mais indicada para fazer um relato/resumo dos aspectos mais importantes deste conflito.

Ficamos a aguardar...

Lugo

Re: SANGUE NA TERRA SANTA
Escrito por: Susete Gonzaga (IP registado)
Data: 09 de April de 2002 22:20

Pode ser mais uma ajuda... publicado no Expresso desta semana:

OS ISRAELITAS vivem angustiados. Têm medo de ir ao café, ao cinema, ao teatro, evitam os grandes armazéns e receiam qualquer ajuntamento. Alimentado pelos atentados suicidas, que se sucedem e rebentam um pouco por toda a parte em Israel, este medo não poupa ninguém. No mês de Março de 2002, 139 israelitas foram mortos, na sua maioria civis. Proporcionalmente, este número é equivalente ao das vítimas do atentado contra as «Torres Gémeas» de Nova Iorque. A morte que é transportada pelos autores dos atentados suicidas não distingue entre judeus e muçulmanos.

Assim, o «kamikaze» palestino que subiu para um autocarro em Oum el-Fahem, cidade árabe em Israel, a caminho de Nazaré, na Galileia israelita, viu certamente mulheres muçulmanas, com a cabeça coberta por um lenço, e outros viajantes árabes.

Mas isso não o impediu de fazer explodir o seu cinto carregado de explosivos. O balanço foi de 14 feridos entre os árabes palestinos, cidadãos de Israel. Em Haifa, cidade mista, onde judeus e árabes coabitam em paz, um palestino, cidadão de Israel, morreu no decurso de um atentado suicida no restaurante judeu Matza, restaurante gerido por um… árabe.

Enfim, outro pormenor significativo do absurdo de uma situação onde a vida e a morte das vítimas e dos assassinos se confundem: o autor do atentado suicida em Haifa era… cidadão israelita, filho de uma árabe israelita, casada com um palestino de Jenin (Cisjordânia) há 30 anos.

<b>Sem perspectivas</b>

Perante esta situação, contam-se os mortos: as vítimas mortais entre os palestinos foram três vezes e meia superiores às dos israelitas. E continua. Israel mobilizou 20 mil reservistas e está prestes a chamar mais 10 mil para os mandar para a frente de combate.

A operação militar conduzida contra várias cidades palestinas, explica o porta-voz militar, tem por objectivo destruir as oficinas onde se fabricam morteiros e «rockets Kassam», prender o máximo de terroristas, confiscar armas e extinguir a infra-estrutura terrorista.

O deputado trabalhista Avraham Burg, presidente da Knesseth (Parlamento israelita), censura o primeiro-ministro Sharon por não ter «qualquer perspectiva política» e por não dizer à nação para onde vai.

Burg sublinha que não se pode «extinguir» o terrorismo com uma operação militar, qualquer que seja a sua envergadura, e que só uma solução política, negociada, pode criar um clima de segurança para todos.

Para o deputado Yossi Sarid, líder do partido de esquerda Meretz, tanto Sharon como Arafat são incapazes de pôr termo aos confrontos sangrentos. «Só uma força internacional, dirigida pelos Estados Unidos e que se interpusesse entre israelitas e palestinianos, é que poderia pôr fim à violência», diz o deputado Sarid, exortando o Conselho de Segurança da ONU a tomar uma decisão nesse sentido.

É óbvio que isso não agrada ao primeiro-ministro Sharon, que prossegue, imperturbável, as operações militares, ignorando a resolução do Conselho de Segurança da ONU, que exige uma retirada israelita de Ramallah e de outros sectores palestinianos.

Depois de ter designado Arafat como «o inimigo», Sharon e o seu ministro da Defesa trabalhista enviaram tanques para Qalqilia, Tulkarem, Belém, Beth Jalah, Beth Sahur e outras cidades palestinas. O primeiro-ministro de Israel sabe que é apoiado pelo Presidente Bush, que diz compreender a reacção israelita contra o terrorismo palestiniano. Qual é o peso de uma resolução do Conselho de Segurança face à «compreensão» dos Estados Unidos?

<b>Cego pela obstinação</b>

Porquê essa obstinação na perseguição a Arafat? Isto faz parte do «grande desígnio» de Sharon, decidido a liquidar o que resta dos Acordos de Oslo e, antes de tudo, a Autoridade Palestina presidida por Arafat.

Os palestinos sentem-se sós e impotentes face à ofensiva do Exército israelita, que reocupa uma cidade atrás de outra. Ao mesmo tempo, a angústia israelita, causada pelos atentados suicidas, reconforta-os, dá-lhes coragem.

«Os nossos combatentes, armados de revólveres e de 'kalachnikovs', mudaram o equilíbrio do terror entre israelitas e palestinos», disse à estação de televisão Al Jazeera o coronel Jibril Radjub, chefe dos serviços de segurança palestinos na Cisjordânia.

Radjub pergunta qual a razão por que os dirigentes dos países árabes, e sobretudo a Síria, se contentam em pronunciar discursos pró-palestinos, sem os ajudarem concretamente na sua luta contra a ocupação.

«O Golã também é um território ocupado», diz Radjub. E ameaça: «Se Arafat for morto por uma bala israelita - e espero que isso não venha a acontecer - toda a região ficará desestabilizada. Os tronos vacilarão e os regimes serão derrubados. Que todos reflictam nisso antes que seja demasiado tarde».

As manifestações de milhares de estudantes árabes no Cairo, em Amã e noutros locais, que apoiam Arafat e denunciam a apatia dos regimes árabes, ilustram a veracidade deste alerta.

Os «hezbollahs», no Sul do Líbano, começaram a disparar sobre posições israelitas. Israel lançou uma advertência à Síria e ao Líbano. Estaremos nas vésperas da abertura de uma segunda frente, de uma escalada para uma segunda guerra na região?

Re: SANGUE NA TERRA SANTA
Escrito por: Rui Oliveira (IP registado)
Data: 10 de April de 2002 00:08

Suzete,
Obrigada pelo seu contributo. Esta parece-me uma leitura dos factos isenta, embora pouco aprofundada historicamente.

Deixo duas perguntas «provocatórias», a fim de suscitar pontos de vista:
– Se Israel permitir a aceleração do processo para a independência da Palestina – que segundo julgamos é só uma questão de tempo – o terrorismo acabará na Palestina?
Então se eles agora – segundo a lógica que explanam nos «media» – só se considerarão satisfeitos quando prenderem todos os «terroristas» e acabarem com as fábricas onde se fazem as bombas para os suicidas, como é que, depois da independência da Palestina, poderão controlar aquilo que agora pretendem extirpar? Depois da Palestina independente já não será tão fácil invadi-la com os tanques!...

– De futuro, mesmo depois da pacificação «podre» – que o será, dentro de algum tempo, à custa de muitas vítimas inocentes –, os Palestinianos esquecerão todos os mortos, humilhações, perseguições e aquilo que eles consideram ocupação ilegítima do seu território, desde 1945, e Jerusalém, desde 1967?

Re: SANGUE NA TERRA SANTA
Escrito por: Lugo (IP registado)
Data: 10 de April de 2002 22:47

Por norma, considero-me um optimista e embora tenha apenas 31 anos, acho que não vou viver o suficiente para ver o fim deste conflito e ver os palestinianos e israelitas a viverem um clima de paz.

Como li algures: «uma montanha não se aproxima de outra montanha». Parece-me óbvio que existem muitas pessoas de ambos os lados (palestinianos e israelitas) que não querem o processo de paz avance: Por um lado, suspeito que os palestinianos não se vão dar por satisfeitos quando tiverem o estado da Palestina reconhecido internacionalmente e por Israel; por outro, acho que os israelitas vão querer exterminar todo o potencial terrorista e nesta categoria, talvez se consiga incluir uma grande parte dos palestinianos.

Lamento a atitude dos EUA ao longo dos últimos anos pois, na minha opinião, acho que poderiam ter exercido maior pressão sobre ambos os lados. Não é por acaso que 50% do dinheiro dos EUA para ajuda a países estrangeiros vá direitinho para Israel. É este o dinheiro que está a financiar a actual invasão de Israel na Cisjordânia.

Assistimos há poucos dias, a uma tomada de posição por George W. Bush a pedir a retirada das tropas israelitas dos territórios ocupados. Penso que seria mais prático se cancelassem toda a ajuda financeira a Israel até o processo de paz estar concluído. Mas sem este dinheiro, como é que Israel conseguiria comprar o armamento necessário aos EUA para esta ofensiva?

Israel está geograficamente rodeada por estados árabes. Parece-me de elementar prudência tentar um acordo de paz para a toda a região, para não correr o risco de ter relações hostis com os seus vizinhos.

Mas do lado dos palestinianos as coisas não são mais pacíficas: contaram-me, certo dia e não sei se é verdade, que nas escolas palestinianas é ensinado às crianças que toda aquela zona que vai do Mediterrâneo até à Jordânia pertence à Palestina. Logo, não reconhecem o estado israelita e é nesse ambiente que ensinam as crianças...

Espero estar enganado e ver Paz no Médio Oriente.

Lugo



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