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Re: Maternidade Divina de Maria
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 02 de January de 2004 10:23

"Bem aventurados os artífices da Paz; serão chamados Filhos de Deus".
Maria só profetizou que lhe chamariam "Bem-Aventurada".
Mas a veia poética tem o mão hábito de fazer travessuras (mas cuidado com as palavras)
...
Avé Maria Cheia de Graça,
O Senhor é convosco,
bendita sois Vós entre as mulheres
e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.
Santa Maria, Mãe admirável,
rogai pela Igreja e por nós pecadores,
agora e na hora da nossa morte. Amen.
...
AOMSoares


Re: Maternidade Divina de Maria
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 04 de January de 2004 20:48


Mas afinal se jesus nasceu homem e de uma mucomo hoemem, para quê endeusar a mãe?
E que significa ser imaculada? por acaso as restantes mães têm mácula?
Deificar maria só dá razão aos pr otestantes.

Re: Maternidade Divina de Maria
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 05 de January de 2004 11:25

Taliban,
Por causa dos talibans de que ouvi falar na televisão, li o Corão e fiquei intrigado... afinal os tipos nem sequer respeitam o que lá está escrito sobre o adultério, sobre a maneira como ligar com os não crentes ou os crentes de outras religiões... e a parte final assemelha-se muito à oração do Pai-Nosso. A diferença fundamental em relação ao Cristianismo está no conceito de Família de Deus. É que nós acreditamos, que Deus gerou para si um Povo e que, deste Povo, os membros são filhos de Deus, nascidos pelo Espírito no dia do Baptismo. No Baptismo aspergimos ou mergulhamos o neófito com água (a vida como sabes surgiu na água) e acendemos uma vela. O Baptismo traduz ou comunica-nos, portanto, o renascer para uma nova vida, nova luz, libertos do pecado (professo um só baptismo para remissão dos pecados, dizemos nós no Credo). Eu tenho um problema real. Tenho filhos para educar e eles olham com desconfiança tudo o que cheira a religião, que para eles tem mais a ver com Inquisição, Pedofilia, 11 de Setembro, Pena de Morte (por exemplo, numa tradução da carta aos Hebreus que tenho em minha casa está escrito: quem desrespeita a Lei de Moisés e se de tal houver 2 ou 3 testemunhas, será condenado implacavelmente à morte. Noutra tradução, o assunto está um pouco mais amaciado, mas deixa bem claro que a apostasia é condenada com a pena de morte). O que o colectivo dos crentes deveria fazer, era tirar das Escritura as ervas daninhas: aquelas que violam os princípios essenciais... Deus diz "não matarás". Jesus diz "perdoai e sereis perdoados". S. Paulo diz na 1ª carta ao Coríntios capítulo 13 "A Caridade tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta etc. Se nunca leste a Bíblia deves começar por aqui e depois ler o Apocalipse. Se nunca leste o corão, deves ler o Capítulo 24 e depois o último... Se eu fosse dizer aos meus filhos que Maria, a Mãe de Jesus, tinha dado umas dicas a Deus sobre a forma de criar o Universo, eles certamente que me davam o nº de telefone do psiquiatra mais próximo.
Na Vigília Pascal canta-se: "Das fontes da salvação saciai-vos n'alegria", texto tirado de Isaías 2, texto também recomendável. A religião, a política, as ideologias deveriam estar associados à alegria, aquela que Beethoven canta na 9ª Sinfonia. espero que ouças 4º andamento e que leias o guião do texto. (mas cuidado, pos há quem edite música sacra ou coral sem os guiões dos textos, o que é lamentável).
Ontem cantávamos:
"Proclamai com alegria ás nações do mundo inteiro: o Senhor salvou o seu Povo. Aleluia", mas, sem boas obras, disse o celebrante: a Fé é inútil. As boas obras são o penhor da Fé e em última análise o que conta. A Fé é o caminho para lá chegarmos.
Talvez o Papa devesse convocar um Congresso ou um Concílio para limpar a Dogmática das ervas daninhas.
A Fé critã nasceu em Jerusalém, quando todos estavam reunidos. E assim deverá continuar...
Quanto à Imaculada Conceição eu diria que toda a concepção, se não é imaculada é no mínimo extraordinária.
E Jesus disse:
"Bem-aventurados os pacificadores; serão chamados Filhos de Deus".

Um abraço,
AOMSoares

Re: Maternidade Divina de Maria
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 05 de January de 2004 11:25

Taliban,
Por causa dos talibans de que ouvi falar na televisão, li o Corão e fiquei intrigado... afinal os tipos nem sequer respeitam o que lá está escrito sobre o adultério, sobre a maneira como ligar com os não crentes ou os crentes de outras religiões... e a parte final assemelha-se muito à oração do Pai-Nosso. A diferença fundamental em relação ao Cristianismo está no conceito de Família de Deus. É que nós acreditamos, que Deus gerou para si um Povo e que, deste Povo, os membros são filhos de Deus, nascidos pelo Espírito no dia do Baptismo. No Baptismo aspergimos ou mergulhamos o neófito com água (a vida como sabes surgiu na água) e acendemos uma vela. O Baptismo traduz ou comunica-nos, portanto, o renascer para uma nova vida, nova luz, libertos do pecado (professo um só baptismo para remissão dos pecados, dizemos nós no Credo). Eu tenho um problema real. Tenho filhos para educar e eles olham com desconfiança tudo o que cheira a religião, que para eles tem mais a ver com Inquisição, Pedofilia, 11 de Setembro, Pena de Morte (por exemplo, numa tradução da carta aos Hebreus que tenho em minha casa está escrito: quem desrespeita a Lei de Moisés e se de tal houver 2 ou 3 testemunhas, será condenado implacavelmente à morte. Noutra tradução, o assunto está um pouco mais amaciado, mas deixa bem claro que a apostasia é condenada com a pena de morte). O que o colectivo dos crentes deveria fazer, era tirar das Escritura as ervas daninhas: aquelas que violam os princípios essenciais... Deus diz "não matarás". Jesus diz "perdoai e sereis perdoados". S. Paulo diz na 1ª carta ao Coríntios capítulo 13 "A Caridade tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta etc. Se nunca leste a Bíblia deves começar por aqui e depois ler o Apocalipse. Se nunca leste o corão, deves ler o Capítulo 24 e depois o último... Se eu fosse dizer aos meus filhos que Maria, a Mãe de Jesus, tinha dado umas dicas a Deus sobre a forma de criar o Universo, eles certamente que me davam o nº de telefone do psiquiatra mais próximo.
Na Vigília Pascal canta-se: "Das fontes da salvação saciai-vos n'alegria", texto tirado de Isaías 2, texto também recomendável. A religião, a política, as ideologias deveriam estar associados à alegria, aquela que Beethoven canta na 9ª Sinfonia. espero que ouças 4º andamento e que leias o guião do texto. (mas cuidado, pos há quem edite música sacra ou coral sem os guiões dos textos, o que é lamentável).
Ontem cantávamos:
"Proclamai com alegria ás nações do mundo inteiro: o Senhor salvou o seu Povo. Aleluia", mas, sem boas obras, disse o celebrante: a Fé é inútil. As boas obras são o penhor da Fé e em última análise o que conta. A Fé é o caminho para lá chegarmos.
Talvez o Papa devesse convocar um Congresso ou um Concílio para limpar a Dogmática das ervas daninhas.
A Fé critã nasceu em Jerusalém, quando todos estavam reunidos. E assim deverá continuar...
Quanto à Imaculada Conceição eu diria que toda a concepção, se não é imaculada é no mínimo extraordinária.
E Jesus disse:
"Bem-aventurados os pacificadores; serão chamados Filhos de Deus".

Um abraço,
AOMSoares


Re: Maternidade Divina de Maria
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 05 de January de 2004 14:22

amigo infiel:
Não sei porque te admiras pela beleza do Corão, que nos fala de um Alá misericordioso e compassivo. Alguns "tipos", respeitam tudo o que está no Corão. Tu, que te dizes cristão também devias ler o Evangelho com mais atenção e verificarias que afinal, os tipos da tua religião também não cumprem nada do que lá está escrito, sobre o adultério, só para dar um exemplo. Além disso o Islão sempre foi profundamente tolerante relativamente ás outras religiões e crenças - durante a ocupação islâmica da península Ibérica, só para te dar um exemplo, as perseguições nada foram se comparadas ás perseguições feitas pelos cristãos quando ocupavam território alheio.
Essa da Imaculada é que não dá para perceber. Porque é Imaculada?

Re: Maternidade Divina de Maria
Escrito por: Justiniano (IP registado)
Data: 06 de January de 2004 03:56


"Essa da Imaculada (Conceição) não dá para perceber?! Porquê Imaculada"?!

- As mães e as mulheres dos deuses pagãos gregos e romanos não eram "deusas"?
Ou "semi-deusas"?

- As mães e as esposas dos reis e imperadores não são rainhas e imperatrizes, ou princesas?

- Até no islamismo, as mulher, que têm geralmente um estatuto de simples escrava do homem - quase ao nível dos aminais! -, sendo mãe do califa ou dos filhos do califa, mãe do chefe religioso ou dos filhos dele, não passam porventura a ter um estatuto superior ou especial?

- E, por outro lado, qualquer maometano, por mais corrupto e devasso que seja, não é obrigado a casar, segundo o corão, com uma mulher virgem e pura, pelo menos em teoria?

- E se uma mulher casada comete adultério, não é apedrejada até à morte, ainda hoje?

- Por outro lado, quando um muçulmano entra na mesquita, não é obrigado a descalçar-se, a fim de não profanar o templo dedicado a Alá?


Pois, acontecendo assim com os simples mortais - por mais tiranos que sejam, e que por vezes até se armam em deuses! -, Maria, a Mãe de Jesus Cristo, sendo Mãe de um Deus Verdadeiro, deveria ser Pura e Imaculada desde a sua concepção, justa e necessariamente, lógica e obviamente!

E deveria ser cheia de Graça, isto é, cheia de virtudes, dons e qualidades - superiormente a qualquer outra criatura! -, e por isso mesmo isenta de qualquer mancha ou pecado, original ou actual...

Como é que o Templo, por excelência, do próprio Filho de Deus Encarnado, Jesus Cristo -- o Corpo e a Alma da Santíssim Virgem Sua Mãe -- não deveria ser inteiramente puro e santo?!

Afinal, qual a o motivo de tanto espanto, dúvida e confusão, inclusivamente entre "cristãos protestantes"?!


V. "Avé Maria, cheia de Graça, o Senhor é Convosco, Bendita sós Vós entre as mulheres, e bendito é o Fruto do Vosso ventre, Jesus!
R. "Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amen".

V. "Rogai por nós, Santa Mãe de Deus!
R. "Para que sejamos dignos da promessas de Cristo. Amen."


Justiniano


Re: Maternidade Divina de Maria
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 06 de January de 2004 12:43

Justiniano,
A Igreja também precisa que a Virgem Santa Maria interceda por ela.
"Todo aquele que diz que não tem pecados é mentiroso"; estou a citar de cór. A arrogância é um mal evidente da Igreja Católica, que vê sempre os argueiros nos olhos dos outros, mas não enxerga a trave no seu. Devia dar o exemplo, até porque tanto quanto sei Eclésia significa comunhão.
Que comunhão é essa de ter um indivíduo isolado a debitar Dogmas. Quando isolado e abandonado Jesus não debitou dogmas (frente ao tirano), mas disse simplesmente: Vim ao Mundo para dar testemunho da verdade; mas o tirano não sabia o que era a verdade. A ele só lhe interessava a soberania mundana. A procura da verdade é uma obrigação para todos: crentes, não crentes, cientistas, filósofos, poetas etc. Eu admito que a expressão "Mãe de Deus" seja usada do ponto de vista poético, pois que ao poeta não se devem negar alguns caprichos, ou os Lusíadas não teriam sido escritos. Não aceito tal expressão como Dogma. A Fé cristã nasceu em Jerusalém, quando todos estavam reunidos. Foi a explosão do GRANDE DOGMA: Cristou Ressuscitou!!!- A grande Boa Nova.
"Ide por todo o Mundo anunciar a Boa-Nova, Anunciar as Bem-aventuranças, anunciar o Evangelho da partilha e do AMOR ao próximo."Sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja"- pedra angular e por isso aquele que deveríamos ouvir em 1º lugar- ler os seus escritos, as suas cartas, a sua afirmação de Fé: Tu és o Messias (Cristo), filho do Deus vivo..
E Jesus, no mais profundo silêncio e abandono disse:
"Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste"; "Pai nas tuas mãos entrego o meu Espírito". Mas antes confirmou: "Eis aí a tua Mãe".
Em Deus Pai e em Jesus Cristo (isto como é obvio, não significa que Deus seja Homem), somos pais, irmãos, filhos e filhas uns dos outros. Mas só Ele é o Altíssimo, o Todo Poderoso, o Criador. Devo lembrar que S. Jão faz uma explanação sobre o Verbo de Deus, mas não afirma de forma explícita que o Verbo de Deus é Jesus Cristo, o que sempre me intrigou... Se a Verbo atribuimos o significado de Palavra ou Sentido é indiscutível que a Palavra de Deus actua na História desde há longos anos. Quem escreveu o Génesis?, por exemplo... Isto já é palavra de Deus na História- vale bem a pena reler os 1ºs capítulos. O Verbo veio ao que era seu, mas os seus não o reconheceram, o que também é evidente desde há milénios. A encíclica de João Paulo II, sobre "Fé e Razão", aborda um pouco esta questão, no momento em que surgem dúvidas sobre quem é o Verbo. Jesus é a última Palavra de Deus na História, segundo a Fé Cristã; mas não segundo a Fé de outros que também procuram a Face de Deus. Em última análise a Fé, aquela que conduz às obras da razão e do sentido, reside no mais íntimo do Homem e da Mulher, num lugar que muitos ousam profanar, com manifesta violência, não só física, como moral e psicológica. Nunca é demais lembrar a inquisição, aquela a que a Igreja Católica teve a lata de chamar santa. Quanto a mim os dogmas só fazem sentido se aprovados por um colectivo de crentes e deveriam ser sujeitos a ampla discussão, pois que só há um dogma realmente significativo:
Cristo Ressuscitou e com Ele também os que vestirem a veste do amor ao próximo, da sinceridade, da verdade e da disponibilidade para o absoluto.... hão-de ressuscitar.
Para mim foi muito edificante ouvir o Aleluia de Haendel, bem como o coro final da obra "O Messias" e ler no apocalipse os capítulos donde este coros foram tirados. Fiquei com uma visão nova sobre o papel da Igreja no mundo contemporânio. É compensador...
A falar é que a gente se entende,
Mas o Santo Nome de Deus não deve ser usado em vão, dizem os Dez Mandamentos.
Cumprimentos,
AOMSoares

Re: Maternidade Divina de Maria
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 06 de January de 2004 13:02

"deveria ser Pura e Imaculada desde a sua concepção, justa e necessariamente, lógica e obviamente!

"

.Maria era um ser humano como os outros e não uma deusa. ( Isto segundo os dogmas do cristianismo.
Portanto, Todos os seres humanos são puros e imaculados desde a sua concepção, não se percebendo a questão desta pessoa ser especialmente imaculada, não percebo a lógica nem a necessidade de tal afirmação.


Questão diferente é a de considerar que a maternidade constitui para as mulheres uma mácula. Só nesse caso tem sentido afirmar que ela seria especialmente imaculada, apesar de ser mãe,e de ter parido, não miraculosamente, nem por cesariana, mas como todas as outras fêmeas.
Quanto ao estatuto das mulheres no islamismo é igual ao do cristianismo. A ideia de que as mulheres são escravas dos homens é muito mais antiga que o islamismo.

Re: Maternidade Divina de Maria
Escrito por: Justiniano (IP registado)
Data: 07 de January de 2004 11:47


Caro Taliban,

- A maternidade, em si mesma, nunca é para a mulher uma mácula, antes pelo contrário: É UMA BÊNÇÃO, assim como para pai da criança - ou deveria ser, caso eles sejam bons pais, e caso sejam legitimamente casados...

- Nenhum ser humano é puro e imaculado desde a concepção - segundo o Cristianismo, claro -, devido ao pecado original de Adão e Eva, transmitido espiritualmente a toda a humanidade, independentemente da religião ou falta dela...

- Nossa Senhora, Mãe de Jesus "Homem-Deus" - e por isso mesmo legítima e verdadeiramente Mãe de Deus! -, concebeu apenas por Obra e Graça do Divino Espírito Santo, e jamais com a interferência biológica de S. José, que foi seu esposo legítimo, mas apenas Pai adoptivo de Jesus Cristo, e não tiveram mais filhos... (Tal como revela claramente o Santo Evangelho)

- O estatuto do Catolicismo em relação ao do Islamismo, no respeitante às mulheres, bem assim como em realção a iúmeras outras coisas, faz quase tanta diferença como o dia para a noite, desculpa lá, amigo...

NÃO HÁ, POIS, COMPARAÇÕES POSSÍVEIS!...

Um abraço, e bom ano!

J.J.


Re: Maternidade Divina de Maria
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 07 de January de 2004 20:53

Essa do pecado original é umk atentado á inteligência e uma invenção de algum teólogo perturbado, Expliquem-me lá, se puderem como é que deus criou o melhor dos seus seres com um pecado incorporado? deus criou o pecado original? ( Defeito de fabrico? Propensão genética para o mal? Maneira de a Igreja ganhar uns tostões com o baptismo obrigatório?

Re: Maternidade Divina de Maria
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 08 de January de 2004 09:09

Caro Taliban,
O pecado original consiste na pretenção que os seres humanos têm de serem eles mesmos a definir o que é bom ou o que é mau. Por exemplo... um Imperador como o Napoleão... Certo dia o Magano quis embarcar as sua tropas, durante um dia de temporal, contra a vontade dos seus almirantes, que afirmavam ser demasiado arriscado. Mas o Imperador, porque era imperador, deu a ordem final:- imediatamente para os navios.
O resultado foi que morreram mais de 3000 soldados. Bem, não sei qual terá sido o comentário do vigarista, mas decerteza que não fez jejum. Outro exemplo: para o Hitler, bem significava eliminar os judeus da face da Terra e impor a raça alemã a todas as civilizações... Ridiculamente este magano acabou com um projecto particular de desenvolvimenbto de um foguetão para viagens espaciais e transformou-o no plano para fabricar as bombas voadoras V-2. Felizmente os planos chegaram aos americanos, onde surgiu o famoso Saturno V que levou os homens à Lua. Claro que isto são apenas exemplos sonantes. No dia a dia todos nós temos um pouco esta pretensão: a de comer da árvore do fruto proibido e no fundo criar um Deus à nossa imagem e semelhança. Se leres os primeiros capítulos do Génesis, o que te recomento vivamente, compreenderás melhor o que eu quero dizer... Maria afirmou: faça-se em mim segundo a vossa vontade, e acreditamos que isso significa a entrega total à vontade de Deus. Portanto ela é imaculada. Ela disse sim a Deus. Se tivesse dito não, não poderia ser imaculada.
Costuma-se dizer entre nós que a voz do Povo é a voz de Deus. Eu costumo dizer que a Poesia é a mãe da Democracia. Quando não se faz ouvir a voz de Deus, devido ao ruido das nossas vozes, devemos dar a palavra ao Povo, pois que no Povo alguém há-de dizer a palavra que dê sentido ao que parece confusão. Devo-te dizer que conheço padres que batizam de graça. Mas é evidente que o Baptismo é apenas um sinal. A tendência para o pecado lá fica. Mas é o 1º sinal da esperança de que um dia venceremos a tendência para o mal e de que nos deixaremos guiar pela vontade de Deus, a qual nos chega por sinais e pelas palavras dos profetas. A partir do baptismo começamos a olhar as estrelas de modo diferente e passamos a acreditar que uma delas nos há-de pertencer.
Saudações,
AOMSoares


Re: Maternidade Divina de Maria
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 08 de January de 2004 11:31

Caro Taliban,
De facto o pecado original tal como muitas vezes é apresentado não faz qualquer sentido. Vejamos sumariamente:
A vocação do Homem é caminhar para Deus, e pecado é tudo aquilo que nos afasta desse caminho.

O caminho foi-nos plenamente demonstrado por Cristo, que é de facto caso único de realização da realidade humana: "(Cristo) é o homem ao lado do qual os outros homens são esboços de homem, homens em vias de humanização" escreve François Varillon.
Escreve também: "O sentido da humanidade real - segundo a dupla acepção do termo <<sentido>>: significação e direcção - é tender para ser o que ela é em Cristo: realidade divinizada"

O pecado é aquele acto que nós cometemos no exercício da nossa liberdade que contraria este sentido, que não nos humaniza.

E o pecado original é a "radicalidade do egoísmo perante a vocação à divinização". Esse egoísmo coloca-o em sentido contrário ao cristão, faz com que o homem se prefira a si mesmo em detrimento de Deus e dos outros. Faz com que o homem arranje "deuses à medida": sucesso profissional, poder, etc, que quanto mais radicalmente são sentidos mais afastam o homem de Deus e mais o fazem querer ter sucesso a qualquer preço. É este o "pecado original" (fórmula infeliz como tantas outras...)

Sugiro-te o livro donde retirei as citações: "Sintese da Fé Católica" François Varillon, Editorial AO - 70 pags por € 2,5.

João (JMA)

Re: Maternidade Divina de Maria
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 08 de January de 2004 14:25


Ó meus amigos infiéis:
Quanto mais explicais mais baralhado fico.

1 - "O pecado original consiste na pretenção que os seres humanos têm de serem eles mesmos a definir o que é bom ou o que é mau. "
Ora se Deus criou o ser humano á sua própria imagem e com poder de se determinar livremente, foi con certeza vontade de Deus que o homem pudesse definir e determinar em liberdade e autonomia o que é Bom ou Mau.
Se o Criador quiz uma Criatura em Liberdade é porque CONSIDEROU QUE ISSO ERA boM.
DITO DE OUTRA FORMA, SE dEUS CRIOU O HOMEM COM capacidade de decisão E ISSO É EM SI MESMO UM pecado, ENTÃO dEUS CRIOU O PECADO.

2 - "O pecado é aquele acto que nós cometemos no exercício da nossa liberdade que contraria este sentido, que não nos humaniza."

Esta perpectiva é mais interessante e profunda. Porém , faca a ela não tem qualquer sentido falar de "pecado original". isto porque uyma pequeno bébé ou uma criança não tem capacidade nem maturidade pra exercer a sua liberdade contrariamente ao sentido duma maior humanização. Uma Criança ou um pequeno ser humano recém nascido NÃO PODE PECAR, É ISENTO DE PECADO.

3 - a IDEIA DE PECADO ORIGINAL FOI UMA CONSTRUÇÃO IDEOLÓGICA medieval de algumn teólogos que consideravam que o pecado original tinha a ver com o sexo. Como todos os seres humanos nasceram de uma relação sexual eles teriam essa marca do pecado e da vergonha , que era preciso limpar e purificar com um ritual de purificação.

Portanto .
Ou o vosso Deus criou o Pecado, ou o vosso Deus criou uma criatura com capacidade de pecar, ou o vosso deus criou voluntariamente um ser com mutações genéticas com predisposição para o mal, ou então essa ideia do pecado original é apenas mais uma invenção de um teólogo que não gostava de sexo e abominava a maternidade.

Re: Maternidade Divina de Maria
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 08 de January de 2004 15:48

"O estatuto do Catolicismo em relação ao do Islamismo, no respeitante às mulheres, bem assim como em realção a iúmeras outras coisas, faz quase tanta diferença como o dia para a noite, desculpa lá, amigo...

NÃO HÁ, POIS, COMPARAÇÕES POSSÍVEIS!..."



CLARO QUE HÁ COMPARAÇÕEDS. CATOLICISMO E ISLAMISMO DEFENDEM O MESMO ESTATUTO PARA AS MULHERES.

Re: Maternidade Divina de Maria
Escrito por: Albino O M Soares (IP registado)
Data: 08 de January de 2004 16:03

Caro Taliban,
Se tudo estivesse perfeito para que serviriam as escrituras e os profetas e as assembleias e os congressos e as reuniões e a ciência e as leis e a justiça. Nós aprendemos a humanizarmo-nos no confronto com determinações que ultrapassam o livre arbrítio. Vamos apreendendo uns com os outros e com aqueles que tomamos por exemplo. O pecado original concretiza-se de modo especial naqueles que se acham senhores absolutos do conhecimento, senhores da vida, senhores da vida dos outros e que dispensam em absoluto confrontar-se com o indizível, o infinito, a interrogação. E penso que isso é um pecado profundamente arreigado na civilização. Olha só o caudal de governantes ditatoriais e absolutistas que a história regista.
Se foi Deus que criou o pecado, não sei.
O que está na Bíblia é que foi o Homem e a Mulher a escolher a via do pecado. E não poderás comprender o que te digo se não leres os 1ºs capítulos de Génesis.
Deus criou o Homem e a Mulher à sua própria imagem e semelhança, mas estes quizeram seguir, porque Deus lhes deu o livre arbítrio, outros caminhos. Mas decerto modo ter-se-á perdido a confiança mútua.
O que é evidente no processo histórico.
Cumprimentos,
AOMSoares

Re: Maternidade Divina de Maria
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 08 de January de 2004 23:06

Caro Taliban,

Dizes que um pequeno ser humano recem-nascido não pode pecar.
Pois também acho que não.

Mas depois dás uma ideia de "pecado original" perfeitamente estranha, pelo menos para mim: explica-me lá a ligação entre o pecado original e o sexo.

É que para mim tal ligação é incompreensível. Daí que não consiga perceber as tuas objecções.

João (JMA)

Re: Maternidade Divina de Maria
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 09 de January de 2004 11:14




O PECADO ORIGINAL E O sexo como culpa

saNTO Agostinho introduziu entre os cristãos uma definitiva nódoa de consciência culpada quando faziam sexo ou tinham sentimentos e impulsos DE prazer. Trouxe para dentro dos lares e para os leitos conjugais uma sombra de coisa maligna, de impureza, perversão e vício, que arruinou a vida de incontáveis casais, para quem o sexo passou a ser associado a um "presente do demônio", ou um discordium malum, um princípio de discórdia alojado no interior de cada um desde a Queda. Opôs definitivamente a Carne a Deus!

Talvez uma das maneiras de entender-se essa obsessão dele, de Santo Agostinho, em denunciar a sexualidade deve-se a ele ter sido um renegado do erotismo. Como todo abjurado das suas paixões sensuais pregressas, votou intenso ódio ao que, no passado, o atraiu, lamentando ter desperdiçado nele tanta energia. Ele mesmo não negou ter sido dominado na sua juventude por uma intensa voluptuosidade, pela lasciva, ao ponto de que, em determinado momento, quando pediu a Deus que o fizesse casto, acrescentou... "mas não ainda!"

E foi mais longe ainda. A presença do impulso sexual nos seres humanos era a marca da corrupção da nossa natureza. Tratava-se de uma perversidade intrínseca que, tal uma erva daninha espalhada numa pradaria, jamais poderia ser removida de todo. Santo Agostinho explicava a maldade como resultante desse tumor sensual e dissoluto existente em todos nós, provocador de uma desordem crônica nas nossas relações, que o tempo inteiro nos perturba com suas poluções, com seus sonhos inconvenientes, incestuosos, inconfessáveis. Não havia dieta ou jejum que nos salvasse ou nos libertasse dele, acompanhando-nos até na velhice e no encarquilhamento, como uma cicatriz não sarada do nosso passado libidinoso e pecador." Nisto consistia o pecado original.

Santo agostinho foi ao ponto de afirmar na sua autobiografia que o prazer que sentiu, enquanto bébe´ao ser amamaentado por sua mãe era já uma demonstração da presença deste pecado original - o sexo.

Re: Maternidade Divina de Maria
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 09 de January de 2004 14:47

Caro Taliban,

Acreditando no que contas sobre Santo Agostinho (e não tenho qualquer razão para duvidar) dir-te-ei que ele então teria um sério problema nesta matéria, que o Freud sem dúvida diagnosticaria como uma patologia qualquer.

Talvez pelos seus desvarios juvenis isso ficasse explicado. No entanto isso é um problema dele que não adianta nem atrasa para o entendimento que temos de pecado.

O que entendo é que uma vida de "devassidão" (se foi esse o caso dele na juventude) não se coaduna com uma vida cristã; seria a uma vida de excessos que ele se referia com o termo "carne" (contrapondo-o a Deus)?

Se assim fosse, ainda poderíamos aceitar que esse desregramento nos afastava de Deus e, consequentemente poderia ser considerado como pecado.

Agora, quanto à questão do sexo ser pecado e mais ainda ser "o" pecado original é um completo disparate.

Para mais, porque se assim considerássemos estávamos a fazer de Deus um pecador:
Conheces a expressão bíblica "Crescei e multiplicai-vos"?
Teria Deus mandado o homem "pecar"?
Ou estaria a fazer a apologia da fertilização in vitro?
Como compreenderás a "ideia" de um Deus "pecador" é uma contradição nos seus próprios termos: seria um Deus que se afasta de si próprio????

João (JMA)

Re: Maternidade Divina de Maria
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 09 de January de 2004 22:07

Pois, por isso é que a ideia de pecado original me +parece uma boa invenção para vender baptismos...

Re: Maternidade Divina de Maria
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 12 de January de 2004 23:52

Caro Taliban,

Apesar de não o saberes (por estudares o Corão e não a Bíblia) estás a laborar num grande erro: não é possível vender o Baptismo.

Sumariamente:
O Baptismo é um sacramento pelo qual nos configuramos com Cristo, e passamos a fazer parte do povo cristão.
Não é vendável porque quem o ministra verdadeiramente é Cristo, e a Igreja é meramente o instrumento de Cristo na administração deste sacramento.
O baptismo é um dom de Deus para melhor proceder à salvação dos homens, não para um fim económico.

João (JMA)

Nota: se ainda tens dúvidas quanto ao pecado original, diz quais são pois pensava já te ter elucidado.

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