Chirac irá anunciar em breve a proibição do uso de símbolos
político-religiosos «ostensivos» nas escolas do Estado francês. A
proibição, já proposta por uma comissão, poderá alargar-se à Administração
Pública, aos hospitais e até às empresas. A medida tem a ver com o número
de alunas muçulmanas que vão para a escola de véu.
É a excepção francesa, como lhe chamou H. Tincq no Le Monde. Em nenhum
outro país da UE existe um tal zelo laicista, exigindo uma estrita
separação entre o secular e o religioso. É que em França, diz Tincq, a
autonomia das esferas estatal e religiosa foi obtida graças a um conflito
com a Igreja católica. É verdade, mas tal aconteceu também noutros países,
que nem por isso tencionam agora legislar sobre símbolos religiosos nas
escolas.
Talvez a excepção francesa tenha mais a ver com a frustração decorrente de
uma certa incapacidade para assimilar e integrar os cinco milhões de
muçulmanos que vivem no país, muitos dos quais são atraídos por
fundamentalismos agressivos. Claro que o Estado não pode permitir tudo em
nome do multiculturalismo. Mas o véu islâmico é um assunto menor, por muito
que o considerem um símbolo da subalternização da mulher. Proibi-lo irá
provavelmente acirrar ódios, fazendo o jogo dos extremistas islâmicos. E os
muçulmanos terão um incentivo para criar em França escolas confessionais,
onde as alunas possam usar o véu. Não parece a via ideal para a convivência
pluralista e pacífica numa sociedade cada vez mais multicultural. Em nome
de um secularismo doentio (lembremos a oposição francesa a referir o
cristianismo no preâmbulo do tratado constitucional europeu), a França
arrisca-se a dificultar ainda mais a integração na sociedade dos muçulmanos
que ali vivem.

IN:FSarsfield Cabral, DN 031216

O cidadão Chirac está a revelar-se um verdadeiro republicano, cheio da virtude republicana.
Quem não se adapta mude de país. Se quer usar véu vá pra Algéria.
Agora só falta ser consequente: quem não se adapta e continua na Divina República, guilhotina. Sai mais barato que os charters da Edith.
Viva o Sacrossanto Laicismo da Divina República.

bem, uma coisa te garanto, ó robespierre, se vieres ao meu país, trata de deixar crescer a baraba e compra umas burkas ás tuas mulheres..
Se vieres ao meu país, tens de adoptar os nosso costumes e leis. Folgo em saber ke se eu for para o teu país não sou obrigado a adop+atar os teus costumes. gosto desta desigualdade.

o que é a "baraba"? eu tenho alguma dificuldade com o português. agradeço o convite para o teu país. qual é?
desigualdades nunca? LIBERDADE IGUALDADE FRATERNIDADE

Falam mal do secularismo. mas se tivessem de viver num país árabe, preferiam viver no Irão ou no Egipto? Preferiam o Sudão ou a Turquia?
Secularismo é a melhor vacina contra os extremistas!
(mesmo pq se fôe eu a mandar guilhotina com eles...)

ó roby, a baraba é uma barba comprida, uma barba digna, com pelo menos 20 cm, como manda o islão...
o meu país é o afeganistão.
antes da ocupação americana, de que ninguém fala,
alá te proteja.

Cardeal Lustiger diz que a França delirou no debate sobre a laicidade

O recente debate sobre a laicidade na França provocou “um grave estado febril onde o doente, ou seja a França, delirou um pouco”, afirmou hoje o cardeal Jean-Marie Lustiger, arcebispo de Paris.
Em declarações à RTL o cardeal disse que “num delírio perde-se o controlo e muita gente disse coisas que não teriam afirmado se ainda tivessem o sangue frio”.
“Por causa deste psicodrama ressurgiu uma intolerância religiosa que, do meu ponto de vista, é exactamente o oposto da laicidade apaziguada em que nós vivemos”, acrescentou.
Sobre a lei apresentada pelo presidente Chirac, o arcebispo de Paris limitou-se a referir que haverá “processos” e “protestos” por causa desta.
“Se as pessoas quiserem tatuar-se com símbolos ostensivos e de maneira indelével teremos um problema que não facilitará as coisas”, previu.

Agência Ecclesia