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Re: Homossexualidade e ministérios ordenados
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 25 de November de 2005 02:16

Miguel D, acha que levantar calunias infundadas não é agressivo?

Não confunda assertevidade com agressividade, a CP fez uma afirmação que não fundamentou e que é um ataque grave à igreja e um ataque infundado e baseado numa mentira torpe.

No entanto o senhor não a censura pelo dislate que proferiu mas censura-me a mim por o refutar.

Acha mais grave eu pedir à CP que fundamente as suas afirmações mentirosas e falsas que o facto da CP as ter proferido!!!

É essa a sua noção de justiça?

Re: Homossexualidade e ministérios ordenados
Escrito por: Miguel D (IP registado)
Data: 25 de November de 2005 02:44

Acho que o senhor não tem o direito em ser agressivo com ninguem. Estamos num forum, podemos falar e discutir sadiamente... não concorda...?

«No entanto o senhor não a censura pelo dislate que proferiu mas censura-me a mim por o refutar.» (citação)

Meu caro senhor, eu não censurei o que o senhor disse, mas a forma como o senhor o disse, pois não possuo provas para avaliar o teor da vossa discussão. Não estou a tomar o partido de ninguem, somente lhe estou a dizer que acho que uma discussão agressiva não nos conduz a nenhum lado.

Dou-lhe o meu exemplo. Eu já discordei muitas vezes de si, mas sempre o respeitei, mesmo quando a sua opinião era contrária à minha ou errada.

O senhor não concorda que uma discussão sádia é melhor que uma discussão onde reina a assertividade/agressividade...?

Claro que todos nos exaltamos quando defendemos as nossas posições, mas a CP não tem culpa dos casos de pedofilia nos EUA. Ela simplesmente os expos, o que até já sabiamos, e simplesmente disse que não foi feito nada para impedir o acesso de pedofilos ao sacerdocio... Existe aqui alguma calunia...? Acho que não, mas uma simples constatação... O proprio Camilo também reconheceu que existiram actos criminosos e que o(s) bispo(s) que os encobriram também cometeram um crime (e permita-me que acrescente que tambem cometeram um grave pecado...).

O senhor acredite que eu não estou a criticar o seu conteudo, até porque não tenho direito de o fazer, mas a forma como o Camilo está a falar com a CP. Não acho justo... só isso. Não estou aqui a tomar partidos de ninguem... Eu tenho a minha opinião formada.

Um abraço

Miguel Dias

Re: Homossexualidade e ministérios ordenados
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 25 de November de 2005 03:50

Hoje tive a oportunidade de reler com um pouco de mais tempo o documento que tem sido aqui discutido e parece-me útil sistematizar algumas ideias, no que respeita à argumentação do centro do problema: a ordenação de homens homossexuais. Omito então as questões gerais da doutrina da Igreja no que diz respeito à homossexualidade, já não específicas do problema tratado neste documento.

1. Neste documento parece haver APENAS dois argumentos que «suportam» a não ordenação de homossexuais:

a) a identificação sacramental do homem ordenado com Cristo «Cabeça, Pastor e Esposo da Igreja»: «Per mezzo del sacramento dell'Ordine, lo Spirito Santo configura il candidato, ad un titolo nuovo e specifico, a Gesù Cristo: il sacerdote, infatti, rappresenta sacramentalmente Cristo, Capo, Pastore e Sposo della Chiesa. A causa di questa configurazione a Cristo, tutta la vita del ministro sacro deve essere animata dal dono di tutta la sua persona alla Chiesa e da un'autentica carità pastorale».

Na continuação deste extracto aflora-se outro elemento: o da «paternidade espiritual»: «Il candidato al ministero ordinato, pertanto, deve raggiungere la maturità affettiva. Tale maturità lo renderà capace di porsi in una corretta relazione con uomini e donne, sviluppando in lui un vero senso della paternità spirituale nel confronti della comunità ecclesiale che gli sarà affidata» (destaque meu).

b) o incorrecto relacionar-se dos homossexuais com homens e mulheres: «Le suddette persone si trovano, infatti, in una situazione che ostacola gravemente un corretto relazionarsi con uomini e donne. Non sono affatto da trascurare le conseguenze negative che possono derivare dall'Ordinazione di persone con tendenze omosessuali profondamente radicate» (destaque meu).


2. Será conveniente analisar brevemente os mesmos argumentos.

a) Quanto ao primeiro, parece-me fraco. É verdade que na Bíblia Deus se relaciona com Israel em termos esponsais e que há um filão importante da teologia de Cristo como Esposo da Igreja. Mas que essa relação tenha que ser de alguma forma «sexuada», parece-me mais dúbio. Por outro lado, a identificação sacramental com Cristo também acontece no Baptismo e todos – homens e mulheres – estão identificados com Cristo. Se na «Ordinatio Sacerdotalis» este argumento, que alguns usavam antes, não foi usado, parece-me forçado que agora apareça.

Este mesmo argumento prolonga-se na referência à «paternidade espiritual», mas aqui parece-me pior a emenda que o soneto. Tenhamos em conta que a paternidade espiritual, se é à imagem e semelhança da de Deus, não tem que ser exclusivamente «masculina», até porque a Bíblia mostra vários traços de tipo «maternal» em Deus. Deus é Pai-Mãe. Disse-o claramente o Papa João Paulo I.

Mas o grave desta «emenda» está no aparente (?) pressuposto de que um homossexual não é capaz de exercer uma «paternidade espiritual». Mas como se pode afirmar uma coisa destas? Que imagem se passa aqui do homem homossexual? Não parece que a imagem é simplesmente a que vem ao de cima em certas anedotas?

E seja-me permitido contar um caso pessoal: conheci há uns anos um determinado padre bastante jovem que trabalhava numa paróquia bilingue, cheia de imigrantes de vários países. Um homem excepcional no seu zelo apostólico, como certamente gostaria de ver muitos sacerdotes. Um dia, e passado já muito tempo depois de o conhecer, numa conversa deu a entender de uma forma mais ou menos velada que era homossexual (depois foi mais explícito). Confesso que fiquei algo surpreendido e talvez algo «chocado» (não sei até que ponto), mas veio-me então (felizmente!) à mente esta pergunta: «Até agora eu via neste homem um exemplo de padre de grande valor apostólico; o que é que muda agora que sei desta informação?». Ele era o mesmo; só eu estava a «fazer contas de cabeça»… Evidentemente, não posso falar do seu foro interno (que não conheço), mas exteriormente sempre o vi um homem dedicado a todos, respeitador e equilibrado nas suas relações com as pessoas (homens e mulheres). Não tenho qualquer dado que me diga que este homem não era (é) para aquelas pessoas um «pai espiritual». E se fosse «mãe espiritual», onde estaria o problema?

b) Quanto ao segundo argumento, o de que os homossexuais «se encontram, de facto, numa situação que obstaculiza gravemente um correcto relacionar-se com homens e mulheres», parece-me de novo a formulação de um preconceito não provado e infundado, mais próximo da caricatura que da realidade observável. Esquecerão os relatores deste texto que alguns daqueles que eles terão em boa conta por terem «um relacionar-se correcto com homens e mulheres» são homossexuais que escondem a sua condição. Se a questão fosse assim tão «linear», nem era preciso escrever um tal documento: imediatamente se notaria quem era homossexual, pelo suposto relacionar-se incorrecto com homens e mulheres. Se não se nota e se apela ao foro interno e ao papel dos directores espirituais e/ou confessores, não há aqui uma incongruência de fundo neste documento?

Voltando ao caso que melhor conheço, parece-me não devidamente fundamentada a afirmação do documento que tais pessoas «se encontram, de facto, numa situação que obstaculiza gravemente um correcto relacionar-se com homens e mulheres». Daquilo que é dado ver externamente, fossem todos os padres heterossexuais tão respeitadores e equilibrados como este!


3. Sinceramente, este documento parece-me muito débil do ponto de vista argumentativo, porque os argumentos são fracos e falha até na articulação lógica. Por exemplo, no número 2 começa-se por apresentar o ensino da Igreja no que diz respeito à homossexualidade em geral e que já conhecemos e depois diz-se:
Citação:
«Alla luce di tale insegnamento, questo Dicastero, d'intesa con la Congregazione per il Culto Divino e la Disciplina dei Sacramenti, ritiene necessario affermare chiaramente che la Chiesa, pur rispettando profondamente le persone in questione, non può ammettere al Seminario e agli Ordini sacri coloro che praticano l'omosessualità, presentano tendenze omosessuali profondamente radicate o sostengono la cosiddetta cultura gay».
Ora bem: «non sequitur»! Há aqui um erro lógico, porque do ensino da Igreja sobre a homossexualidade em geral não se segue que as pessoas com tendências homossexuais sejam impedidas de ser ordenadas. Apesar de serem fracos os argumentos que comentei antes, era preferível ter dito que o Dicastério não pode admitir tais pessoas ao sacerdócio por causa de tais argumentos (um deles vem a seguir), mas não por causa do ensino geral da Igreja sobre a homossexualidade. De facto, o ensino da Igreja sobre a homossexualidade em geral não tem impedido até agora a ordenação de muitos padres homossexuais: claramente se tem distinguido entre actos e tendências, sendo que o celibato é obrigatório para todos, hetero e homossexuais.
Diante de tal documento, não me espantaria que a versão final deste documento fosse substancialmente diferente deste, que me parece muito, muito fraco. Poderia passar-se algo parecido ao que se passou ao famoso documento das quase 40 proibições litúrgicas, cuja redacção final pouco tinha a ver com a versão que a imprensa noticiou… O documento parece-me ainda muito embrionário. Oxalá esta suspeita tenha fundamento «in re»…


4. O documento enferma de um enorme problema no âmbito «externo»: aplica-se apenas aos candidatos e não aos já padres. Isto revela um enorme problema de incongruência e é outra forma de «pulverizar» a argumentação desde documento: se eles podem continuar a ser padres é porque a sua condição «não é assim tão grave» para o exercício do ministério. São validamente padres, e como tal, mesmo homossexuais, representam «sacramentalmente Cristo, Cabeça, Pastor e Esposo da Igreja». Ou não? Se não, a sua ordenação não seria válida. Se é válida, a argumentação invocada não tem muito sentido.


5. Há outras questões que valeria a pena ter em conta, que não são directamente abordadas no documento, mas que são importantes e que dizem respeito às «motivações» do mesmo.

Uma delas é a convicção entre muitos responsáveis dos Dicastérios da Santa Sé de que os problemas da pedofilia nos EUA se deveram exclusivamente ou sobretudo aos padres homossexuais, visto que muitos das vítimas eram rapazes. Creio que está demonstrado que isto não é verdade, mas a avaliar pela afirmação já citada do Padrre Seabrra, parece que esta convicção vai fazendo escola. Na verdade, ouvi(mos) nos EUA, em primeira pessoa, vítimas de abusos sexuais perpetrados padres e não eram apenas rapazes/homens, embora alguns estudos digam que foi maior o número de rapazes (já para não falar que no âmbito das famílias, há muitíssimos casos de abusos sexuais sobre crianças por adultos do outro sexo). Mas fique uma indicação importante: os padres tinham mais facilmente «acesso» aos rapazes que às raparigas, visto que estas eram mais «protegidas» pela família. Por exemplo, era mais fácil às famílias deixar os rapazes ir a alguma actividade de fim-de-semana sozinhos com um padre. Também os vários casos com acólitos devem fazer lembrar que os acólitos eram normalmente rapazes.

Outra motivação pode estar aludida no documento, que é a questão do aumento da «cultura gay» dentro do clero católico. Talvez haja alguma razão nisto, sobretudo tendo em conta o teor do livro que já mencionei por cá, «The Changing Face of The Priesthood». Mas, se isso for verdade, há que responder com outro tipo de documento e não com este.


6. O documento tem um dado positivo a ter em conta: a questão da necessidade da maturidade afectiva. Parece-me isso muito importante. Num dos sítios onde estudei havia alguns ex-seminaristas. Notavam-se à distância, pela sua forma tão pouco sadia de se relacionar com as raparigas. Alguns passaram do «seráfico» ao «esfomeado» (perdoe-se-me a expressão) e muitos outros pareciam incapazes de ter uma relação «distendida» com o sexo oposto… No caso de padres novos também vi alguns casos algo «estranhos»… Por exemplo, acho inadmissíveis certas «piadinhas» misóginas de alguns padres, e parece-me que algumas atitudes amargas e quezilentas mais não são do que o sintoma de uma afectividade não integrada. Neste sentido, é importante que se sublinhe este aspecto (nisto este documento não é novo, até porque cita nesse tema outros anteriores).

Bom, por agora já chega! ;-)

Alef

Re: Homossexualidade e ministérios ordenados
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 25 de November de 2005 04:02

Estas acordado a esta hora, Alef? :) a noite aí vai alta...lol

Re: Homossexualidade e ministérios ordenados
Escrito por: (IP registado)
Data: 25 de November de 2005 09:55

Alef, este documento não é ainda a versão final oficial? Trata-se apenas de algo noticiado mas não confirmado?
Como podes imaginar, deu-me muita alegria ler o que escreveste.

Re: Homossexualidade e ministérios ordenados
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 25 de November de 2005 10:05

Não, Miguel D, ela não expos simplesmente os casos de pedofilia nos USA, lançou acusações infundadas e mentiras torpes contra a igreja em geral, concretizando:

1 - afirmou que a igreja, os bispos conheciam a condição pedofila desses homens antes de os ordenarem. Acusação que não soube fundar, nos casos de pedofilos casados as mulheres normalmente desconhecem essa caracteristica dos maridos, 50 anos atrás a pedofilia era algo desconhecido da enorme maioria das pessoas, inclusive dos bispos que inicialmente foram apanhados de surpresa e impreparados.

2 - Afirmou caluniosamente que a igreja aceita actualmente ordenar seminaristras pedofilos, predarores sexuais e perturbados mentais. Isto configura uma calunia grave. É no minimo irresponsavel fazer uma afirmação deste teor. Nestes casos o que me parece reprovavel não é reagir com firmeza mas sim a complacencia que mostra. Discutir sadiamente não é lançar mentiras torpes contra a igreja.



Alef, em relação ao ponto 5 - embora na sociedade em geral o abuso sexual de menina seja o dobro do abuso dos meninos a taxa de abuso sexual de meninos ou de menores entre os homossexuais é pelo menos 5 vezes maior entre os homossexuais que entre os heterossexuais. Além disso existem os problemas que já referi de existir maior probabilidade de um homossexual querer ir para padre simplesmente porque quer camufluar a sua orientação sexual e isso implica um risco grave para as comunidades em que esse homem for colocado.

em relação ao ponto 2 a verdade é que afecta e afecta gravemente a relação com muitas pessoas. O paroco relaciona-se com muitas pessoas, a maioria das quais apenas episodicamente. O labeu de homossexual é algo que afectará gravemente muitos dos seus contactos com essas pessoas mesmo que ele seja a melhor pessoa do mundo, não pro causa dele mas por causa das pessoas que contactam com ele, muitas das quais toleram os homossexuais mas toleram-nos, não gostam nem um pouco, toleram-nos de preferencia à distancia. Se um padre for homossexual mas casto como pode a sua condição homossexual ser conhecida? Por autoproclamação do proprio (de duvidoso gosto) ou porque os seus modos levam as pessoas a pensar assim.

Vejo portanto 3 argumentos de peso para ter a maior das cautelas em aceitar um candidato homossexual, para além do 4º argumento que consiste nas condições de vida dos seminarios que tornam mais dificil a um homossexual permanencer casto.

Re: Homossexualidade e ministérios ordenados
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 25 de November de 2005 10:20

Alef:

O teu post, de uma forma sistematizada , aponta a fragilidade argumentativa e até doutrinária não só de um documento mas do seu significado mais profundo.
ESta crítica e perplexidade é partilhada por muitos Católicos onde me incluo.

1) Se é esta a posição do vaticano para prevenir o abuso sexual por Padres, parece-me muito pouco, muito redutora e ao lado do problema essencial.

E o problema essencial tem a ver com a formação dos futuros padres ( será o modelo clássico o mais adequado?) .

Ou seja, o que se esperaria era um aprofundar do ponto 5 , com seriedade e tomar medidas concretas para garantir que oas candidatos a Pdres, não só fossem pessoas com maturidade afectiva, como pessoas equilibradas do ponto de vista psicológico, emocional , afectivo e sexual.

Isto é, homens saudáveis e não pessoas perturbadas na sua sexualidade e nos seus afectos e que buscam no sacerdócio um espécie de refúgio ou de capa para esconder as suas perturbações.


Hà muitos sintomas de uma sexualidade não integrada e não amadurecida ( incluindo certas formas de misoginia), passando por dificuldades concretas de expressão dos afectos através de uma vivência integradora da sexualidade.

Mais perturbador ainda é pensar que algumas destes homens são doentes ou mesmo predadores sexuais e que o sacerdócio lhes deu mais oportunidade de acesso ás vítimas , por uma questão de poder e estatuto social.

Aliás a tua observação sobre o facto das vítimas serem mais vezes rapazes do que raparigas é perfeitamente pertinente. Culturalmente, os rapazes estão mais expostos


Tenho contactos com jovens seminaristas e parece-me que esta questão da formação,, assim como a do relacionamento sexual e afectivo com mulheres é absolutamente essencial para a formação de qualquer personalidade masculina de uma forma saudável, sobretudo em determinadas fases do desenvolvimento como a adolescência e juventude.

Uma escolha amadurecida e consciente da opção do celibato exige uma maturidade e um equilíbrio interior que têm de ser construídos a partir de vivências de relações interpessoais amorosas autênticas com mulheres ( vivências de paixão, de enamoramento, de amor, de encontro, de descoberta de si e do outro).

Como s epode exigir maturidade afectiva a miúdos que entram no seminário ainda adolescentes? Qual vai ser o seu percurso? Que tipo de cultura institucional vai formatar a sua personalidade?
Que tipo de acompanhamento e orientação vocacional tÊm?

ESta é que é a reflexão que se exigiria do vaticano.

2) Muitíssimo grave é o facto da Icar ter utilizado os homossexuais como uma espécie de bode expiatório, numa espécie de fuga para a frente.

AS vítimas do absuso sexual de padres sobre menores são também meninas e adolescentes. ( E já nem vou falar dos casos de assédio e abusos sobre mulheres, incluindo violações que têm sido relatados )
EStes abusos tendem a ser menos mediatizados, já que infelizmente há uma maior tolerãncia social e cultural perante o abusos de meninas.

Por outro lado, o facto dos abusados serm preferencialmente rapazes não é por si indicadora da orientação sexual dos abusadores.
Trata-se muitas vezes da questão da acessibilidade ás vítimas. E, como o Alef observou "os padres tinham mais facilmente «acesso» aos rapazes que às raparigas, visto que estas eram mais «protegidas» pela família. Por exemplo, era mais fácil às famílias deixar os rapazes ir a alguma actividade de fim-de-semana sozinhos com um padre. Também os vários casos com acólitos devem fazer lembrar que os acólitos eram normalmente rapazes. "

Ou seja, prevenir o abuso sexual de menores por padres com uma medida que proibe o acesso de homossexuais ao sacerdócio, não resolve o problema de fundo.






Re: Homossexualidade e ministérios ordenados
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 25 de November de 2005 10:33

Qunato ás mentiras do Camilo ( que tem de fcato uma omaginação delirante) eu passo a citar o que escrevi:

1)Os padres que cometeram abusos sexuais sobre menores, antes de serem Padres foram seminaristas. Ora isto é a mais pura das verdades.

Não se trata de infãmia mas de pura constatação.


2) Por outro lado, ao contrário da perturbada interpretação do camilo, eu limitei-me a exprimir que seria desejável que a Igreja tomasse medidas concretas pra que não voltasse a acontecer a a ordenação de pedófilos ( que é o que está em causa) em vez de apenas tomar medidas para impedir a ordenção de homossexuais.

È que, se"existir maior probabilidade de um pedófilo querer ir para padre simplesmente porque quer camufluar a sua orientação sexual e isso implica um risco grave para as comunidades em que esse homem for colocado. "

O que não acontece se for um Pdre homossexual mentalmente equilibrado e casto.


Não vejo em que isto seja uma calúnia, mas pura sensatez.

Portanto, aconselho mais educação ao camilo.

Re: Homossexualidade e ministérios ordenados
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 25 de November de 2005 10:36

Caro camilo:

O teu comentário ao meu ponto dois parece-me mais do que perigoso. Segundo justificas, «o labeu de homossexual é algo que afectará gravemente muitos dos seus contactos com essas pessoas mesmo que ele seja a melhor pessoa do mundo, não pro causa dele mas por causa das pessoas que contactam com ele, muitas das quais toleram os homossexuais mas toleram-nos, não gostam nem um pouco, toleram-nos de preferencia à distancia. Considero esta argumentação em si mesma inaceitável. Se substituíres «homossexual» por «negro», «judeu» ou outra «característica» que constitua um «labéu» numa qualquer sociedade, temos aqui um caso muito perigoso de «elitismo» segregacionista.

Evidentemente, eu não considero que seja a mesma coisa ser hetero ou homossexual e do ponto de vista «teórico» tenho algumas interrogações que aqui já expus noutro tópico, mas daí a dizer que os homossexuais «se encontram, de facto, numa situação que obstaculiza gravemente um correcto relacionar-se com homens e mulheres» parece-me haver um salto com base em algo não provado.

Dizes ainda: «Se um padre for homossexual mas casto como pode a sua condição homossexual ser conhecida? Por autoproclamação do proprio (de duvidoso gosto) ou porque os seus modos levam as pessoas a pensar assim». Certamente. Ou ele o diz ou as pessoas o notam. Mas significa isso necessariamente um obstáculo a «um correcto relacionar-se com homens e mulheres»?

Mencionas ainda um tema interessante que diz respeito à possibilidade de o sacerdócio ser um estilo de vida atractivo para certos homossexuais poderem camuflar a sua orientação sexual, «justificando», por exemplo, o não querer casar com uma mulher. Creio que tem razão de ser essa «cautela» e por isso parece-me que deve haver bastante cuidado na selecção dos candidatos. Mas esta questão -- a das motivações -- deve-se também colocar nos casos dos heterossexuais, cujas motivações também poderão ter de ser purificadas.

Alef

Re: Homossexualidade e ministérios ordenados
Escrito por: (IP registado)
Data: 25 de November de 2005 12:31

Camilo, não admites a possibilidade de que haja alguns preconceitos nesta tomada de posição, e em toda a forma da Igreja de encarar a homossexualidade?

Mais, poderá esta situação ser paralela a erros anteriores em que a nossa Igreja não conseguiu ver mais além dos preconceitos da sociedade (a menos que me engane, escravatura, direitos das mulheres, judeus)? Ou não sendo, serão os argumentos agora usados argumentos válidos?

Ou não admites que possa existir erro? Que possa haver preconceitos que cegam e vão bem para além da Teologia?

Apenas te questiono se admites a possibilidade.



Editado 1 vezes. Última edição em 25/11/2005 12:31 por Zé.

Re: Homossexualidade e ministérios ordenados
Escrito por: huguenote (IP registado)
Data: 25 de November de 2005 16:18

Sinceramente...Depois de ler algumas mensagens...Só quero fazer uma pergunta!O q é ministério ordenados? Pq n há-de o Papa proibir a ordenação a homossexuais?!Se assumes que és homossexual, assumes que queres partilhar a vida com o mm sexo, se queres partilhar a vida com o mm sexo...pq vais ser ordenado?!pq tem q se abrir essa excepção?E como ficam os hetero?

Vou tentar explicar melhor... N há cabimento um sacerdote entrar assumindo-se como gay, eu gosto de homens e também gosto de mulheres,mas para uma vida relacional, sou hetero...Só afirmo q sou gay, se quero ter uma vida relacional...N sei se compreendem...

Re: Homossexualidade e ministérios ordenados
Escrito por: camilo (IP registado)
Data: 25 de November de 2005 17:07

Zé, só a matematica é isenta de erros... e mesmo essa depois de conhecer o teorema de Godel não se pode garantir.

Alef, substitui a palavra "homossexual" por "pedofilo". Relê. Ambas são orientações sexuais instintivas, não implicam de per si que alguem seja pecador.
Aceitarias bem que um castissimo pedofilo fosse colocado numa comunidade qualquer. Muito bem e como é que essa comunidade o aceitaria?

Nota bem não estou a dizer que a pratica da homossexualidade é tão grave como a da pedofilia, obviamente a pedofilia é muito mais grave. Estamos a falar de pessoas que têm preferencias sexuais mas não as colocam em pratica.

Achas que seria um caso muito perigoso de «elitismo» segregacionista não ordenar um castissimo pedofilo por causa da reacção da população?

Obviamente exagero porque exagerando, ampliando, nota-se melhor o efeito. Ninguém tem o direito de ser padre, é um serviço que deve ser desempenhado por quem melhor servir o Evangelho, seja devido a causas internas ou externas (modo como as pessoas o vêm).

Re: Homossexualidade e ministérios ordenados
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 25 de November de 2005 19:07

Hugo:
Não percebi as tuas dúvidas.

"Se assumes que és homossexual, assumes que queres partilhar a vida com o mm sexo, se queres partilhar a vida com o mm sexo...pq vais ser ordenado?!"

Da mesma forma,

"Se assumes que és heterossexual, assumes que queres partilhar a vida com o sexo diderente, , se queres partilhar a vida com o sexo diferente...pq vais ser ordenado?!"

Ou seja , por esta ordem de ideias, o sacerdócio também devia ser proibido aos nque se assumem heterossexuais...

Ou seja, há que compreenser a diferença entre Orientação sexual e conduta sexual


E, sobretudo, compreender a diferença entre orientação sexual e PARAFILIA para não baralhar permanentemente estes conceitos, como faz o Camilo.
Questiono-me s eé pura ignorãncia ou puro preconceito

Até porque não há "pedófilos castíssimos". SE o fossem, não seriam pedófilos, mas outra coisa qualquer.

Re: Homossexualidade e ministérios ordenados
Escrito por: Miguel D (IP registado)
Data: 25 de November de 2005 19:38

Caros amigos Alef e CP...

Achei as vossas reflexões muito interessantes e ricas.

Acho que se está a falar de muitas coisas sem interesse esquecendo-se do principal, e de centrar o problema na "maturidade afectiva" do ser humano e diria mais, aproveitando a contribuição da CP, "maturidade psicológica, emocional e sexual". Um padre é um homem igual a todos os outros. Logo, concordaria com esta medida se ela fosse aplicada a todos os candidatos a seminarista, independentemente da sua orientação sexual. Um pastor tem de ser um homem maduro, pois ele guia um rebanho, e o padre deve ser um exemplo para sua comunidade e uma referencia para todos os jovens. Mas claro, não nos podemos esquecer que um padre, primeiro que tudo é um homem.

Acho que se está a fazer dos homossexuais o bode expiatório de todo um problema muito mais grave: o desleixo da Igreja face à selecção dos candidatos e entrada nos seminários...

Um abraço

Miguel Dias

Re: Homossexualidade e ministérios ordenados
Escrito por: Miguel D (IP registado)
Data: 25 de November de 2005 20:10

Caro Huguenote

«Pq n há-de o Papa proibir a ordenação a homossexuais?!» (citação)

Em primeiro lugar devo-lhe dizer que o papa não pode proibir aquilo que não é seu. A vocação sacerdotal verdadeira tem em si a inspiração divina. Por isso eu já perguntei aqui precisamente o contrário: quem é o papa para proibir o concretizar de um designio de Deus...?

Se Deus chamou ao Seu serviço um homem que é homossexual, deve este homem esquecer o chamamento de Deus, deve a Igreja impedir o cumprimento de uma vontade de Deus...? Não! Ele deve seguir a vontade de Deus e cumprir os votos que prometerá no dia da sua ordenação! Caso ele não cumpra os votos a que se obrigou, então é que a Igreja deveria actuar...

Eu concordo que a Igreja reveja os critérios de admissão ao seminário. Mas esses critérios devem servir para avaliar a verdeira vocação de alguem e não a sua condição sexual. Por isso volto a bater na mesma tecla: se um padre cumprir o voto de castidade que professou, o que interessa a sua orientação sexual...? Uma pessoa casta não tem actos sexuais... Porque se os tiver já não é casta e está a violar uma promessa que realizou diante de Deus.

Volto a dizer que acho bem que a Igreja avalie psicologicamente todos os seus candidatos, mas não só alguns...

Lembro que o actual cisma religioso que se vive em Espanha está relacionado com um impedimento de uma ordenação por razões psicologicas, pois o candidato não reunia as condições psiquicas necessárias, como mais tarde se veio a confimar. Contudo, estes casos são raros, pois se não houver antecedentes, a Igreja acolhe todos no seu seio de boa fé, e em muitos casos ingenuamente.

Um abraço

Miguel Dias

Re: Homossexualidade e ministérios ordenados
Escrito por: huguenote (IP registado)
Data: 26 de November de 2005 00:37

Miguel, concordo contigo, numa outra lista de mensagens, vou ao encontro do que diz!A minha grande questão...É porque é que ele tem que se assumir como homossexual?! Não coloco em causa a sua Vocação e quem sou eu para o fazer...
E o quero com isto dizer...Alguém assume que é homossexual, quando quer assumir uma relação...

Re: Homossexualidade e ministérios ordenados
Escrito por: (IP registado)
Data: 26 de November de 2005 11:56

Huguenote, gostaria de te conseguir dar uma boa resposta para a tua pergunta.
Mas apenas sei dizer que no meu caso, era-me insuportável não admitir, pelo menos perante mim mesmo, que gosto de homens. Era como truncar uma parte de mim.
Apenas o admiti (perante mim mesmo) aos 19 anos, muito a custo. Mas quem me conhece sabe que me tornei uma pessoa diferente, mais solta, menos complexada, mais completa, mais disponível. E nessa altura ainda nem sequer tinha contado a ninguém o que sentia. Apenas o fiz, mais tarde, perante os amigos mais íntimos, e aí ainda me senti mais livre. Estou a falar de uma altura em que achava ser pecado assumir comportamentos homossexuais e não o fiz nem o faria. Porém, ter um segredo deste tamanho e não o poder contar é horrível e sabe muito a hipocrisia. E tem de se mentir muito para conseguir manter o segredo.
Repara, a sexualidade é importante, mesmo quando não praticada. Se estás com uma pessoa e te sentes atraído por ela, não podes actuar da mesma forma como se não estivesses atraído. Se não te queres envolver com ela, tens de ter outra delicadeza e outra firmeza, tal como se vê numa amizade entre um homem e uma mulher. Por isso, quem é homossexual tem pelo menos de admitir para si mesmo que o é, a menos que queira acabar muito magoado e em última análise muito cínico (pensa num padre ou até num homem casado homossexual: não se consegue impedir de se apaixonar por um homem se não admite a si mesmo essa possibilidade e não impede que isso aconteça). Depois disso é só mais um passo para que algumas pessoas sintam que, pelo menos a outras pessoas, devem revelar a sua sexualidade... Mesmo que não a queiram praticar.

Re: Homossexualidade e ministérios ordenados
Escrito por: huguenote (IP registado)
Data: 26 de November de 2005 22:02

Compreendo...Uma coisa é revelares às pessoas que te são próximas!Outras é revelares em público, qual a sua necessidade?

Re: Homossexualidade e ministérios ordenados
Escrito por: (IP registado)
Data: 26 de November de 2005 23:34

Não sei. Mas repara que não contar em público implica ter de mentir e fingir (mais que não seja por omissão) que se sente atraído por mulheres... Aliás, segundo este documento do Magistério, segundo entendo, basta uma pessoa sentir-se homossexual para não ser admitido num seminário. A menos que esconda o que sente, mentindo.

Re: Homossexualidade e ministérios ordenados
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 26 de November de 2005 23:50



Os padres que são homossexuais, heterossexuais e andam com companheiros ou companheiras, andam mentindo e enganando o Mundo. Porém não se pode ser sincero. Os que sabem mentir, por vezes são mais bem aceites. O que não devia ser...deviam investigar a verdade em tudo...e irmos sempre pelo lado da verdade! Uma vez falei com um padre a respeito de uma acção, que um padre fez, disse-me para abafar tudo. Outro padre disse para um paroquiano, que os padres que se defendiam uns aos outros. Agora pergunto? Um padre oculta a falta de um paroquiano?

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