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Nova Evangelização
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 27 de July de 2005 16:06

Pior que ser cego é não querer ver...

Rezar é a base mas senão actuarmos nada acontecerá... A caridade não é olhar para a Sagrada Escritura e exclamar: "Ser pobre é tão triste! Que bonitas eram as primeiras comunidades cristãs!" mas antes aceitar o desafio de viver o Reino de Deus aqui, já! Somos diariamente convidados a participar na criação de um mundo novo!

Nova evangelização é o convite a reviver o Evangelho e não ficar apenas na sua leitura. "Não tenhais medo" dizia João Paulo II aos jovens, este desafio continua de pé... percam os medos e avancemos destemidos. É difícil ir à missa que não se gosta, tentemos fazer um coro e talvez as coisas possam ser melhores... "Ah e tal, o Padre não gosta do que nós cantamos" insistam e talvez ele comece a mudar.

Evangelizar é também desmascarar situações e grupos que se fecham em si e que se rodeiam de gente bem colocada para dominar o poder temporal... realmente é algo que me cria anti-corpos, embora seja amigo pessoal de membros da Opus, CL e muitos outros movimentos.

Ninguém ataca o Espirito Santo, embore acredite que queiram pôr o Espirito Santo em sítios que ele tem estado muito ausente, mas esta é a minha opinião.

Sou obrigado a concordar que não é com Congressos que se vai vai conseguir evangelizar mas sempre é mais uma tentativa, e repare que estou a defender uma iniciativa que está entregue aos tais grupos que gosta tanto...

Para o caso não ter reparado em propostas de nova evangelização, porque acho que sofre de sindrome de leitura selectiva, aqui as apresento em versão compacta:

1- A Partilha da sacristia entre leigos e sacerdotes de forma a proporcionar uma gestão mais participada da vida da paróquia.

2-Dar espaço aos leigos para ocupar lugares de responsabilidade dentro das estruturas da igreja. Que os padres sejam mais pastores e menos admnistradores.

3- Aplicação dos documentos conciliares e reformulação e restruturação dos conteúdos e métodos catequéticos.

4- Abertura ao diálogo franco e honesto entre teólogos conservadores e progressistas e não a censura porque alguém ousa pensar diferente.

5- Promoção do diálogo ecuménico partindo do pressuposto que ambos os lados estão dispostos a perdoar e a realçar os pontos que os unem e não os que os afastam.

6- A criação de novas formas comunitárias, ou a sua aplicação mais generalizada a exemplo do que acontece noutros países, Mariápolis, Comunidade das Beatitudes, Comunidade de Chemin Neuf em que padres, religiosos e famílias vivem em conjunto. Se bem que as paróquias já deveriam ter este estauto comunitário cada vez mais esquecido.

7- Abertura à discussão moderada sobre assuntos polémicos como sejam os divorciados, a homossexualidade e a contracepção. Apresentemos a vida religiosa de uma forma positiva e não como uma obrigação.

Agora mais algumas ideias para uma nova evangelização,

8- Animação para crianças durante as missas permitindo que os pais se concentrem mais e os miúdos possam ter participação na festa que é missa de uma forma mais fácil para o seu entendimento. Se às vezes para nós uma hora de missa é uma seca imaginem os miúdos.

9- Expo Igreja- Todos os anos na FIL, fazer um mega-exposição festival à imagem do que aconteceu com o MultiFestival David com a possibilidade de todos os movimentos, congregações religiosas e dioceses estarem presentes com um stand e se darem a conhecer.

10- Criação de um centro de formação teológica e catequética de Verão para Jovens. Não ter medo de encarar que a juventude quer se encontrar e festejar, no fundo demonstrar que a Igreja é lugar de encontro e festa.

Continua a não querer ver propostas??

Onde estão as suas?

Em comunhão

Re: Nova Evangelização / Segundo o Espírito Santo
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 27 de July de 2005 17:14

Caríssimos:

Por amor de Deus, centremo-nos/apliquemo-nos no essencial, e evitemos (tanto quanto possível) o acessório, sobretudo o fútil e negativo.

Deus não é "apenas" Amor! Deus é, simultaneamente, em perfeito equilíbrio, infinitamente Justo! E ai de nós se não fosse! - Nem Ele seria Deus (tal como O conhecemos/supomos/ansiamos), nem nós seríamos humanos redimidos, nem sequer existiria o mundo (este belo/infeliz mundo), ao menos tal como o conhecemos, com seres vivos e seres inteligentes como não consta haver em nenhum outro planeta/cosmos...

Deus irá pedir-nos rigorosas contas (logo após à nossa morte, e perante toda a humanidade no Juízo final), não só por todo o mal que fizemos, mas também por todo o bem que deixámos de fazer (que não quisemos fazer).
E mais: Irá pedir-nos o devido rendimento por todos os talentos que Ele nos confiou; e ai de nós se os enterrámos, ou não os pusemos a render!
Pior ainda: Ai de nós se, com os dons que ele nos concedeu, gratuitamente, fizemos precisamente o contrário daquilo que devíamos, daquilo para que tais dons foram destinados!

Deixemos a maledicência, de uma vez por todas, assim como a hipocrisia, a cobardia, a soberba e a vingança, ainda que com alguma aparente ou humana "justificação", desde que o Evangelho e a Lei de Deus sejam contra...

"Que importa possuirmos o mundo inteiro, se viermos (por isso ou por causa disso) a perder a nossa alma?!"...
Jesus "não veio trazer a paz à terra, mas a espada, e sobretudo o fogo"; isto é, não compete a nós, física, moral ou espiritualmente, fazer justiça por nossas próprias mãos (a má/duvidosa justiça, e muito menos usarmos (sob qualquer pretexto) a violência, por qualquer meio (e tantas maneiras há, inclusivamente neste fórum!); mas compete-nos, bem pelo contrário, ser misericordiosos, tal como Ele o foi, ao dizer-nos: "Sede mansos e humildes de coração!"; "Sede santos", e "...Na medida em que julgardes [mal], assim sereis julgados"...
Logo, usemos, sim (em contrapartida), o fogo do nosso Amor Cristão, do nosso afecto/calor humano, tal como os Santos (todos os Bem-aventurados glorificados da Igreja Triunfante) o fizeram! Ou, ao menos, segundo as nossas estritas e pessoais obrigações, possibilidades, competências, vocações, faculdades, etc., que a mais não seremos obrigados...
"Travemos o bom combate"!

Evangelizar é preciso, e mais urgente do que nunca, e tão exemplar/perfeitamente quanto possível.
E não o deve ser feito de qualquer maneira... Sob pena de fazermos politiquice (tal como a maioria da classe política e jurídica); de nos enganarmos/destruirmos mutuamente (tal como os traficantes e consumidores de droga); de perdermos o precioso tempo que Deus nos deu (tal como os ricos avarentos e os vadios)...
Tudo isso já temos em demasia - por mal dos nossos pecados! -, pelo que as feridas são profundas, os sofrimentos atrozes, os prejuízos imensos, os traumas alarmantes! Vamos cruzar os braços?...

Arregacemos as mangas, e vamos, muito pelo contrário, fazer como o Bom Samaritano, ao contrário do que fizeram os demais transeuntes, que desprezaram, ou limitaram-se a lastimar (egoísta e hipocritamente), aquele pobre gravemente ferido na berma do caminho...
Acordemos de uma vez por todas, enquanto ainda é tempo, que amanhã já poderá ser tarde demais!...

Saudações evangélicas para todos.

Avlis

Re: Nova Evangelização
Escrito por: Moises (IP registado)
Data: 28 de July de 2005 00:04

Caro Tilleul como escreveu muita coisa, vamos por pontos.
1. As sacristias
Entra logo aqui numa aparente contradição sugerindo a Sacristia como lugar aberto aos leigos - embora ela sirva para o padre e os acolitos se paramentarem - e o padre dever ser pastor e nao administrador.
Julgo haver alguma confusão na sua cabeça quanto ao papel dos leigos na vida da Igreja, e dos padres.
O pastoreio como referere e bem, proprio dos pastores é do padre não do leigo. Para ajudar o sacerdote a pastorear, as paróquias tem o conselho pastoral, o conselho para os assuntos economicos.
A menos que pense que uma paroquia deve ser administrada pelos leigos e o sr padre celebra as missinhas e reza. Os leigos decidem tudo o mais.
Aconselho-o a ler o Decreto Conciliar sobre o Apostolado dos Leicos. A missão destes é no mundo, trabalhando nas estruturas do mundo.
O problema é a visão clericalista de muitos leigos, que querem ser mini padres, estarem nas sacristias, fazerem o papel dos padres porque acham que o padre é quem tem poder e no fundo, querem o poder.
A Nova Evangelização não se faz com folclore. Faz-se convertendo-me, ajudando os outros a converterem-se.
Na minha paroquia está a decorrer agora um campo de ferias, em que Jovens de 16 aos 23 anos, Vicentinos estão a proporcionar duas semanas de ferias a crianças da rua. Isso é Evangelizar as crianças apartir do amor.
Desculpe caro tilleul, mas nao me revejo em nenhuma das suas iniciativas. O problema deve ser meu.

Nova Evangelização
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 28 de July de 2005 14:32

Caro Moisés,

Realmente estou sem palavras, completamente mudo diante o seu poder de argumentação e propostas apresentadas para a Nova Evangelização.

Tem toda a razão quando diz que a sacristia é o lugar que os padres e os acólitos se paramentam e que as paróquias são todas ricas e cheias de espaço físico para se reunirem onde quiserem. Que ignorante eu sou quando penso que todas as paróquias são como a minha, que é pequena e que muitas vezes as pessoas para se reunirem tem que o fazer na sacristia. Que idiota sou ao pensar que muitos padres recebem e gerem a vida paroquial na sacristia porque normalmente eles têm todos gabinetes com ar condicionado, vista panorâmica sobre a paróquia e que a sacristia é só o lugar onde se paramentam. Peço desculpa a minha incongruência.

Quanto ao papel dos leigos... realmente eu ando confuso e mal orientado, porque real mente a:

“EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL CHRISTIFIDELES LAICI DE SUA SANTIDADE O PAPA JOÃO PAULO II SOBRE VOCAÇÃO E MISSÃO DOS LEIGOS NA IGREJA E NO MUNDO”, foi um erro tipográfico era só mundo que ele queria escrever como o senhor Moisé tão bem sabe.

Aliás:

"o novo estilo de colaboração entre sacerdotes, religiosos e fiéis leigos; a participação activa na liturgia, no anúncio da Palavra de Deus e na catequese; a multiplicidade de serviços e de tarefas confiadas aos fiéis leigos e por eles assumidas; o radioso florescimento de grupos, associações e movimentos de espiritualidade e de empenhamento laicais; a participação cada vez maior e significativa das mulheres na vida da Igreja, e o progresso da sociedade."

é um erro de leitura meu. O senhor Moisés tem toda a razão no que diz que o lugar dos leigos é nas estruturas do mundo.

Realmente tenho estado confuso... devo ter-me esquecido de tomar os meus medicamentos...

Porque realmente todos queremos ser mini-padres nem estou alertado para o perigo de querer da

"tentação de mostrar um exclusivo interesse pelos serviços e tarefas eclesiais, por forma a chegarem frequentemente a uma prática abdicação das suas responsabilidades específicas no mundo profissional, social, económico, cultural e político; e a tentação de legitimar a indevida separação entre a fé e a vida, entre a aceitação do Evangelho e a acção concreta nas mais variadas realidades temporais e terrenas."

Porque ignorante sou e disse que queria desfazer o sacerdócio e implementar um regime sem padres... aliás eu até disse que eles sozinhos é que estão bem e não disse que

"quando a necessidade ou a utilidade da Igreja o pedir, os pastores podem, segundo as normas estabelecidas pelo direito universal, confiar aos fiéis leigos certos ofícios e certas funções que, embora ligadas ao seu próprio ministério de pastores, não exigem, contudo, o carácter da Ordem. O Código de Direito Canónico escreve: « Onde as necessidades da Igreja o aconselharem, por falta de ministros, os leigos, mesmo que não sejam leitores ou acólitos, podem suprir alguns ofícios, como os de exercer o ministério da palavra, presidir às orações litúrgicas, conferir o Baptismo e distribuir a Sagrada Comunhão, segundo as prescrições do direito ».(69) Todavia, o exercício de semelhante tarefa não transforma o fiel leigo em pastor: na realidade, o que constitui o ministério não é a tarefa, mas a ordenação sacramental. Só o sacramento da Ordem confere ao ministro ordenado uma peculiar participação no ofício de Cristo, Chefe e Pastor, e no Seu sacerdócio eterno.(70) A tarefa que se exerce como suplente recebe a sua legitimidade, formalmente e imediatamente, da delegação oficial que lhe dão os pastores e, no seu exercício concreto, submete-se à direcção da autoridade eclesiástica."

Realmente eu vivo noutro mundo e nós estamos cheios de vocações, 4 padres jovens e dinâmicos por paróquia... realmente caro Moisés obrigado por me ajudar a ver o quanto eu estou errado.

E honestamente e com sinceridade a leitura que eu posso fazer de:

"A recente Assembleia sinodal perspectivou um vasto e significativo panorama da situação eclesial acerca dos ministérios, ofícios e funções dos baptizados. Os Padres manifestaram vivo apreço pelo notável contributo apostólico dos fiéis leigos, homens e mulheres, pelos seus carismas e por toda a sua acção em favor da evangelização, da santificação e da animação cristã das realidades temporais. Ao mesmo tempo, foi muito apreciado o seu serviço ordinário nas comunidades eclesiais e a sua generosa disponibilidade para a suplência em situações de emergência e de necessidades crónicas.(72)
Na sequência da renovação litúrgica promovida pelo Concílio, os próprios fiéis leigos, tomando mais viva consciência das tarefas que lhes pertencem na assembleia litúrgica e na sua preparação, tornaram-se largamente disponíveis no seu desempenho: a celebração litúrgica, com efeito, é uma acção sagrada, não só do clero, mas de toda a assembleia. É, portanto, natural que as tarefas que não são exclusivas dos ministros ordenados, sejam desempenhadas pelos fiéis leigos.(73) Torna-se assim espontânea a passagem de um efectivo envolvimento dos fiéis leigos na acção litúrgica para o anúncio da Palavra de Deus e para a cura pastoral."

é de que estão todos bêbados e que eu ando a ouvir demasiados discursos progressistas e que o senhor é que tem razão.

Finalmente, até estou com vontade de fazer um jejum quaresmal porque a Nova evangelização não se faz com foclore... Que ideia mais espatafúrdia de fazer uma Jornadas Mundiais da Juventude, Encontros Europeus de Jovens, Mariápolis e afins!! Temos é que fazer mais peregrinações nacionais a Fátima e por uma velinha...

Aliás neste momento temos tanta visibilidade que temos é que fazer coisas com 15 pessoas, pequeninas e surdas e esquecer “O que vos digo às escuras, dizei-o à luz do dia; e o que escutais ao ouvido, proclamai-o sobre os terraços.” Mt 10,27

E mais Caro Moisés, tem é toda razão discordar dum estúpido como eu que fala em promoção do diálogo ecuménico

(in REFLEXÕES DO CARDEAL JOSÉ SARAIVA MARTINS
NO CONTEXTO DA SEMANA DA ORAÇÃO PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS 2003, "o ecumenismo não é um acessório, uma questão mais ou menos importante, mas um dever urgente de todos os cristãos."),

animação litúrgica para crianças, abertura a novas expressões do catolicismo através de novas comunidades e movimentos

(MENSAGEM DO SANTO PADRE AOS PARTICIPANTES NO SEMINÁRIO DE ESTUDOS
SOBRE OS MOVIMENTOS ECLESIAIS E AS NOVAS COMUNIDADES "(...) Uma ulterior urgência pastoral que não se pode subestimar é constituída pela formação de comunidades cristãs, que sejam autênticos lugares de acolhimento para todos, na constante atenção às necessidades específicas de cada pessoa. Sem essas comunidades resulta sempre mais difícil crescer na fé e cai-se na tentação de reduzir à experiência fragmentária e ocasional precisamente aquela fé que, ao contrário, deveria vivificar a inteira experiência humana".).

Peço por fim a desculpa de ter escrito tão longo e aborrecido texto mas um reconhecimento público de que realmente estou baralhado, as minhas ideias são peregrinas e que me afasto da doutrina da Igreja, só poderia ser assim.

Em comunhão




Nova Evangelização
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 28 de July de 2005 15:23

Desculpe mas tenho que voltar ainda a dizer que toda a razão do mundo para não se rever em nenhuma das minhas ideias porque a Comissão Episcopal Portuguesa está cega e confusa e nãp declarou "in VOZ DA VERDADE DE 24 DE JULHO DE 2004 PAG 4 «mudnaças significativas que pedem uma renovação continuada da catequese e uma revisão dos catecismos".

Tem razão senhor Moisés, "Eles falam, falam mas fazem nada", porque na realidade o senhor é que tem razão e as suas ideias para uma nova evangelização é que estão correctas e tudo até nem está tão negro como queremos pintar " "in VOZ DA VERDADE DE 24 DE JULHO DE 2004 PAG 4 Preocupados com a descristinazação ocorrida nos últimas décadas, os bispos dizem que é necessário «começar a evangelizar pelo princípio, pôr em prática uma nova evnagelização».

Mais uma vez desculpe lá as minhas sugestões tão parvas...

Em comunhão

Re: Nova Evangelização
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 28 de July de 2005 16:41

Parece que tenho alguma razão na minha alergia crónica a algumas «sloganites», mas deixo isto para outra oportunidade.

Para já, não quero deixar em claro uma «reincidência» do Avlis que roça de novo a heresia. E abordo-o por me parecer um ponto essencial no Cristianismo -- e é ao essencial que o Avlis apela na sua mensagem --. Eu costumo fazer o mesmo.

Diz o Avlis na sua mensagem:
Citação:
«Por amor de Deus, centremo-nos/apliquemo-nos no essencial, e evitemos (tanto quanto possível) o acessório, sobretudo o fútil e negativo.
Deus não é "apenas" Amor! Deus é, simultaneamente, em perfeito equilíbrio, infinitamente Justo! E ai de nós se não fosse! - Nem Ele seria Deus (tal como O conhecemos/supomos/ansiamos), nem nós seríamos humanos redimidos, nem sequer existiria o mundo (este belo/infeliz mundo), ao menos tal como o conhecemos, com seres vivos e seres inteligentes como não consta haver em nenhum outro planeta/cosmos... »
Já em tempos discuti esta questão fundamental com o Avlis (por exemplo, em Agosto de 2004) e volto ao assunto pela gravidade da questão, porque tem a ver com núcleo da fé cristã. A mensagem do Avlis, tal como está, implica uma dissociação em Deus de Amor e Justiça. Tal dissociação é ilógica e herética, indo até contra um dos princípios mais antigos, que dizia que em Deus todos os atributos ultimamente coincidem.
Em Deus, o Amor não se contrapõe à Justiça. «Deus é Amor» e «Deus é justo» coincidem. Como diz François Varillon em mais do que um lugar, «Amor» é mais do que um simples atributo (como «eterno», «infinito», «justo», etc.). «Amor» é a própria essência de Deus, pelo que podemos dizer que é o Amor que é infinito, justo, eterno, etc...

Na verdade, como se pode pensar em Deus um Amor que não seja justo? E haverá verdadeira justiça sem amor?

Não, não se trata de «equilíbrio» entre Amor e Justiça, mas de coincidência. E não me digam que isto é uma bizantinice. Não é coisa pouca. A partir de uma aparente questão de pequenas «nuances» se diverge para caminhos muito, muito distanciados. E a formas de viver o Cristianismo bem diferentes. E a apontada pelo Avlis parece-me das menos cristãs nas suas consequências.

Muito mal vai a «nova Evangelização» quando se insiste em imagens idolátricas de um Deus que pouco ou nada tem a ver com o Deus revelado em Jesus Cristo... Pode Deus fazer algo que não seja Amor?

Sim, Deus é «apenas» Amor, no sentido de que o é sempre! Por isso, o Ir. Roger pôde dar à carta de 2003 (depois publicada em livro homónimo) o título certeiro e teologicamente bem firme: «Deus só pode amar»

Alef

Re: Nova Evangelização / Utopias laicas...
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 28 de July de 2005 17:17

No concernente a "ideias estapafúrdias" de certos leigos anticlericais, anti-hierárquicos, ou exacerbadamente liberais e modernistas, cumpre-me explicitar o seguinte:

1 - Tal como diz/ensina, preto no branco, o respectivo documento eclesial: «...A tarefa, que se exerce como suplente, recebe a sua legitimidade, formal e imediatamente, da delegação oficial que lhe dão os Pastores, e, no seu exercício concreto, submete-se à direcção da Autoridade eclesiástica».

1.1 - O que quer dizer (apesar de estar perfeitamente claro):

a) Todo o encargo extraordinário do leigo, no que diz respeito ao múnus a exercer na comunidade eclesial ou paroquial, da estrita responsabilidade do Pároco ou de quem o representa oficialmente, deve ser concedido caso a caso; isto é, segundo as necessidades efectivas de tal delegação de cargo pastoral (própria do Bispo ou Presbítero), e na medida da idoneidade do leigo, de acordo com o estipulado no Código de Direito Canónico e em conformidade com a Doutrina oficial da Igreja...

b) O desempenho específico de tal múnus laical, de carácter sempre provisório e condicional, depende exclusivamente da necessidade e do concernente desempenho, segundo o justo critério do Sacerdote responsável, e em última recurso do Bispo da Igreja local.

c) Em todos os casos, qualquer função pastoral ou paroquial, legitimamente delegada/concedida ao leigo (na qualidade de privilégio e jamais de direito), como auxiliar do Presbítero responsável, está sempre dependente da Autoridade eclesiástica hierárquica.

DEUS ACIMA DE TUDO!

Avlis

Re: Nova Evangelização
Escrito por: Moises (IP registado)
Data: 28 de July de 2005 17:39

Caro Amigo Tilleul
Aconselho-o se me permite calma na discussão.
Temos pontos de vistas diferentes. E depois? Teremos que concordar? Penso que não.
O meu amigo está mais interessado numa evangelização ad intra, eu prefiro uma evangelização para fora, ad extra. Não creio que os problemas da igreja se resolvam com o colocar os leigos na sacristia a preparar homilias e a dar ordens. Só na medida em que o mundo se converter, mais pessoas vem a missa. Andamos a pescar dentro do aquário....
O que me parece evidente é que são visões diferentes mas que não se opõe.
Termino dizendo que não conheço paroquias em que os parocos tem gabinetes com vista sobre o tejo, ar condicionado e musica ambiente......
Se conhecer publicite. È o meu amigo que fala de Marketing promocional.
Em comunhão e um abraço

Nova Evangelização
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 28 de July de 2005 18:00

Desculpe perguntar que isto realmente já me chateia um bocadinho, o senhor e o senhor Avlis insistem em comentar um, e apenas um dos pontos que eu apresento... Por favor comente ou ponto por ponto ou num todo...

Porque realmente chateia estar a tentar ter um diálogo, mesmo que às vezes mais acalorado ou num tom não menos polido, e depois os senhores insistirem em verem um ponto das coisas.

Numa das suas intervenções refere que não se identifica com nenhuma das minhas ideias, mas porque? está sempre a insistir num ponto que eu nem sequer falo e já por diversas vezes o expliquei até com documentos oficiais da Santa Sé.

Evangelização ad intra??? Desculpe lá mas o senhor está ler outro fórum, outros posts ou tem um problema no seu acesso porque na verdade é difícil eu ser mais aberto à evangelização para fora apresentando propostas concretas de eventos.

E quanto ao pescar dentro do aquário, a questão da nova evangelização na europa prende-se exactamente com esse detalhe, recuperar aqueles que foram batizados e catequizados mas por diversas razões deixaram a Igreja.

Não posso de deixar de realçar as palavras do senhor Avlis "certos leigos anticlericais, anti-hierárquicos, ou exacerbadamente liberais e modernistas", porque confesso que por vezes eu próprio me considero mas desta vez meu caro Avlis as palavras não são minhas e foram todas devidamente fundamentadas.

Assim é difícil termos um diálogo... eu falo de uma coisa os senhores falam de outra...

Por fim não quero que concordem com as ideias que apresentei (mesmo não sendo minhas) simplesmente gostava que as criticassem ponto por ponto e que por sua vez apresentasse as suas ideias e ponto de vista concretos.

Em comunhão

Nova Evangelização
Escrito por: Tilleul (IP registado)
Data: 28 de July de 2005 18:04

Senhor Avlis,

O que são utopias laicas?

Re: Nova Evangelização / Notas soltas...
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 28 de July de 2005 20:34

Senhor Tilleul

Calma, amigo, que só ainda agora comecei (pelo menos consigo), e decidi então optar por esse "detalhe" relacionado directamente com a sua pertinente mensagem, porque me pereceu básico e essencial, salvaguardando devidamente melhor critério, que poderá perfeitamente, como aliás me deu a entender e aceito plenamente, ser o seu mesmo.

Não ando aqui para vigarizar/contrariar/confundir quem quer que seja - ao contrário de outrem, que felizmente já saiu/saíram deste fórum -, e muito menos o irmão Tilleul, que me parece bem intencionado e bastante honesto/empenhado, apesar de não concordar com alguns dos seus pressupostos e teorias mais ou menos vanguardistas, embora respeite-as minimamente, ainda que pareça que não, pois sou frequentemente mal interpretado (talvez em parte por culpa minha de não saber expressar-me melhor), inclusivamente por quem sabe mais teologia do que eu, mas que, por vezes, distorce/baralha ao máximo (consciente ou inconscientemente) as minhas mensagens, assim como a própria Doutrina oficial da Igreja (inclusive os Dogmas!), levado por influências mais ou menos rebeldes, heréticas, modernistas, baseado em teólogos relativamente ambíguos/renegados/excomungados...

Oportunamente, se eu considerar importante/adequado, darei resposta mais em pormenor a algumas das suas propostas de evangelização, que no geral até acho que têm bastante razão de ser (na minha óptica pessoal, claro), pois também/por vezes discordo do "Pe." Moisés (por exemplo), com o devido respeito...

Se reparou bem, o senhor Moisés (p. ex.) muito raramente dirige-se-me (apesar de eu interpelá-lo com alguma frequência, inclusivamente ao ponto de defendê-lo/resguardá-lo de certos cristãos /católicos mal intencionados), assim como fazem os demais participantes habituais em geral, creio que assaz cobarde/arbitrária/injustamente, pois sabem perfeitamente que não me deixo calar/intimidar para além de determinados limites, sobretudo quando abusam demasiado e tenho a maioria de razão do meu lado, ou assim considero, contra ventos e marés...

Há muito elitismo, demasiada inveja e bastante hipocrisia neste fórum, inclusivamente a partir dos próprios "moderadores", que nada moderam (a meu ver), antes pelo contrário, porquanto eu mesmo tenho sido vítima disso inúmeras vezes, inclusivamente "no tempo da outra senhora" (no Terravista.pt), da parte de dois deles, obviamente...

Queira aceitar os meus respeitosos cumprimentos, em Jesus e Maria.

Avlis

P.S.: * Como prometi/avisei, vejo-me forçado a tratar o meu amigo/irmão por "senhor", com o devido respeito, claro...

* "Utopias laicais"?... Tão-somente isto: Ilusões/sonhos/ambiguidades... a respeito de alguns laicos/leigos em geral, que não de ninguém em particular, portanto não mormente em relação a si, caro amigo. Fique em paz.

Re: Nova Evangelização
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 29 de July de 2005 01:24

Caro Avlis:

Há dias (20 de Julho, às 3:02) assinaste um texto, que depois se viu ter sido publicado uns dias antes pelo Mariano no «blog» que depois indicaste. Desconheço a origem última desse (bastante inútil) texto, mas gostaria de chamar a atenção para um parágrafo que traz um erro colossal, pela mania que há em certa retórica religiosa de «pensar» que tudo se pode dizer... Ora, vejamos o dito parágrafo, com realce meu:
Citação:
«3. Pelo Verbo-Deus, como único Criador que era e é, foi que tudo (todo o universo e toda a criatura) começou a existir; isto é, sem Ele nada jamais existiria, porquanto só Ele é o princípio e o fim, a causa e o efeito, de todas as coisas criadas».
Pergunto: o Verbo de Deus é o efeito de todas as coisas? As coisas causam o Verbo de Deus, de modo que Este seja efeito delas? Mas que enorme barbaridade! Será que «princípio e fim» significam «causa e efeito»?!
Não compreendo. Queres explicar?

Se isto é «Nova Evangelização»... Será «nova», mas «evangelização» não é. No mínimo, contradiz o próprio texto que se glosa.

Alef

Re: Nova Evangelização
Escrito por: Moises (IP registado)
Data: 29 de July de 2005 01:24

Caro Tilleul
Refere uma coisa importante. Pelo menos em Portugal, as pessoas baptizam-se por causa da tradicção. A Igreja tem vindo a insistir na necessidade de preparar os candidatos a padrinhos e os pais, realizando algumas sessoes preparatórias. Na minha paroquia, tal tarefa está entregue a leigos, que sendo baptizados podem e devem exercer o seu munus. Contudo, questiono-me, será que não vão as reuniões senão porque são obrigatórias?
Não vejo depois do baptismo a familia la.
Um exemplo. Os noivos aparecem na Igreja para marcar os casamentos com quase um ano de antecedencia. Basicamente são baptizados, nao frequentam a comunidade. Que esforço de evangelização fazemos nós? Que esforço fazem as paroquias nesse sentido. Nos CPM a evangelização está implicita, os noivos sabem que tudo é catolico.... e pronto. Este é um caso de negligencia da nossa parte.
O meu amigo, interpreta-me mal quando diz que eu discordo de si em tudo. Não discordo não. Concordo com a necessidade de uma abordagem ecuménica e acima de tudo, é bom que saiba Tilleul, fico feliz pela sua garra evangelizadora, com o seu desejo de anuncio do Evangelho. Se há coisas de que discordo, deve-se a realidades diferentes. Mas é bom que fique claro que eu NÂO ESTOU EM DESACORDO CONSIGO.
As suas ideias estão longe de ser parvas.
Quem dera ter tempo, e se não lhe respondo a tudo, é por falta de tempo.
Não me interprete mal por favor. Vou tentar amanha responder a tudo o que me menciona.
Contudo, creia que nao estou em desacordo consigo.
Rezo por si. Um abraço amigo.

Re: Nova Evangelização
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 29 de July de 2005 03:17

Caros amigos

Procuremos união, comunhão e ajustes, procuremos a essência e não o acessório.

Amigo Tilleul, não te aborreças com o Moisés e o José Alvis, eles são sempre assim, firmes nas suas convicções e defendem-nas com unhas e dentes. O que está certíssimo.
Mas não deveríamos todos fazer um esforço de convergência de opiniões? Julgo que a simples defesa de opiniões divergentes, cada um per si, não nos leva a lado nenhum.

Aprendamos uns com os outros e observemos de quanto Amor Fraternal estão imbuídas as palavras de Tilleul na sua mensagem de dia 25 (e que gerou tanta discussão).

Amigo Tilleul, lembra-te que os processos de mudança são sempre difíceis e lentos, pela resistência à própria mudança. Temos de olhar para todos com olhos de Amor.

Concordo com o que dizes na tua mensagem de dia 25, quando a li senti que procuravas transmitir esse Amor que Cristo nos vem ensinar. Obrigada por isso! E Obrigada por estares aqui, é muito importante que o faças.

RAM

Re: Nova Evangelização / Agora e sempre!
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 29 de July de 2005 18:09

Senhor Alef

O José Avlis pediu-me para dar-lhe a seguinte resposta, no atinente à sua (do Alef) mensagem das 00:24, dada a transcendência/gravidade de tal dúvida/confusão (quanto a nós sem qualquer fundamento/justificação, sobretudo no caso de ter sido mal interpretado por si, sendo quem é):

§ Quando ele diz isso mesmo, tal como o seu amigo Mariano (que sou eu próprio), apenas queremos dizer o seguinte:
«Pelo Verbo Encarnado/Desencartado (para Deus não há tempo nem espaço), como único Criador que era (e é), foi que tudo (todo o universo e toda a criatura) começou a existir; isto é, sem Ele nada jamais existiria, porquanto só Ele é o Princípio e o Fim (o Alfa e o Ómega) - [...] - de todas as coisas criadas»...
Acontece, porém, que nós tomamos a liberdade de acrescentar, com a melhor das intenções, em prol da Nova Evangelização (e jamais como deturpação ou confusão de qualquer espécie), o seguinte, onde consta "[...]", ou seja: também como sendo "a Causa e o Efeito"...
Efectivamente, o Verbo Encarnado (e/ou por Encarnar, antes de ter encarnado, claro) era (e é) realmente a Causa e o Efeito de todas as coisas criadas, mormente do Homem - "para quem tudo foi criado", como rei da criação, "feito à imagem e semelhança de Deus"...; senão vejamos:
- A "Causa"/motivo: Devido ao Homem (principalmente, ou só por causa do dele), O Verbo (simultaneamente como Pai, Filho e Espírito Santo) criou todo o Universo, todos os seres vivos, (estes apenas) existentes na Terra...
- O "Efeito"/consequência: Foi (apenas) devido ao "pecado original" de Adão e Eva, extensivo, como herança espiritual negativa (anunciada e de facto) a toda a Humanidade descendente, que se produziu naturalmente o "efeito" (igualmente profetizado, nomeadamente através das palavras: "Uma Mulher (Maria, Nova Eva, como Mãe do Messias/Salvador) esmagar-te-á a cabeça, etc./etc..." - referindo-se inequívoca/claramente à aniquilação/derrota da serpente-demónio, como suprema vitória sobre o mesmo pecado original/Satanás, versus nascimento do Novo Adão (Jesus Cristo), ou seja, a Encarnação do mesmo Verbo de Deus, a fim de redimir e salvar toda a Humanidade decaída/pecadora...

* Quem tem mais dúvidas?

EVANGELIZAR É, SOBRETUDO, ANUNCIAR E EXPLICAR DEVIDAMENTE O SANTO EVANGELHO (A TODOS OS POVOS). MAS É TAMBÉM DAR O BOM EXEMPLO CRISTÃO.

Atenciosamente,

Mariano (secretário do José Avlis)

P. S.: Parece que há, pelo menos, uma outra questão essencial (posta pelo mesmo participante), igualmente sem qualquer fundamento (quanto a nós), mas ficará para melhor oportunidade.

Re: Nova Evangelização / Agora e sempre!
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 29 de July de 2005 18:26

CORRIGENDA:

> Na segunda linha do parágrafo único (§) da mensagem acima (17:09), onde digo "Encarnado/Desencartado"...; queria dizer, naturalmente "Encarnado/Desencarnado"...

Ainda bem que o Divino Espírito Santo não deixou passar esta tremenda gralha, graças a Deus!

Mariano

Re: Nova Evangelização
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 29 de July de 2005 22:57

Caro Avlis/Mariano:

Peço desculpa por não deter-me mais tempo nesta questão, mas na tua resposta a emenda saiu pior que o soneto, pelo que não vejo de qualquer utilidade a insistência. Dizer que o Verbo é o efeito das coisas criadas não tem pés nem cabeça. As coisas criadas não causaram o Verbo eterno de Deus.

E mesmo admitindo que a Encarnação só se deu devido ao pecado da humanidade (1), de modo nenhum se pode dizer que o Verbo de Deus seja consequência ou efeito...

Enfim, parece-me que seria muito mais sensato da tua parte reconhecer que te precipitaste. Afinal, errar é humano. Reconhecer o erro ou engano, ainda mais.

Alef
___
Nota: (1) Há séculos que se discute a velhinha questão de Santo Anselmo «Cur Deus homo?» («Porque é que Deus Se fez homem?») e para ela a Teologia encontrou mais do que uma resposta possível. A resposta «O Verbo encarnou para nos resgatar do pecado» (com a suposição de que se não houvesse o pecado da humanidade não haveria Encarnação) é apenas uma delas. Mas vários textos bíblicos, sobretudo do Novo Testamento, concretamente o Prólogo de S. João e vários dos hinos das Cartas parecem fundamentar fortemente uma linha bem diferente: o Verbo encarnou para nos deificar, para nos elevar até Ele... Esta segunda linha tem também um importante apoio patrístico. Por isso, não deixa de implicar uma certa ironia esta glosa que aqui tem aparecido ao Prólogo de S. João.



Editado 1 vezes. Última edição em 29/07/2005 23:15 por Alef.

Re: Nova Evangelização / Prólogo de S. João
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 30 de July de 2005 16:28

O Verbo fez-se Homem e habitou entre nós


Explicitação sobre o Prólogo do Evangelho Segundo S. João



Terceira/Última Parte – Jo 1, 14-18:



14. O Verbo Eterno, Deus Criador único e verdadeiro, que preparou e conduziu tão amorosamente o Povo Eleito, encarnou finalmente tal como havia prometido – mediante o "fiat" da Virgem Maria –, fazendo-Se Homem igual a nós em quase tudo, excepto no pecado, mas conservando a Sua própria Natureza Divina; a fim de poder desempenhar melhor a Sua Missão redentora e salvífica em relação a toda a Humanidade, manchada pelo pecado original dos nossos primeiros pais.

14.1. E todos nós, sobretudo os que acreditamos Nele, constatamos e admiramos a Sua Divindade, o Seu Poder e Majestade, como único Filho gerado (e não criado) do Eterno Pai – Criador e Senhor de todas as coisas –, mediante todos os Seus ensinamentos, conselhos, prodígios, revelações, bons exemplos e supremo martírio.

15. João Baptista revelou e testificou o Verbo Encarnado, ao anunciar solenemente: "Eis Homem de quem eu disse: Aquele que me suceder é muito superior a mim – tendo por isso o Seu justo protagonismo, toda primazia e credibilidade –, porquanto já existia antes de eu nascer, como sendo Ele o Messias anunciado pelos Profetas, o próprio Deus Criador".

16. A Humanidade beneficia gratuitamente da Misericórdia e Redenção Divinas – mas principalmente os justos e crentes –, dado que a todos Deus concede graças e dons suficientes, embora respeite o livre-arbítrio individual.

17. E isto porque, não obstante a Lei de Deus ter sido transmitida a Moisés, a Sua graça, revelação e confirmação foram dadas directamente por N. S. Jesus Cristo, como Redentor único e Salvador pessoal.

18. Deus Pai é invisível e insondável à compreensão humana – por isso muito poucos acreditavam Nele –, mas foi o próprio Filho de Deus, que é consubstancial ao Pai, Quem no-Lo deu a conhecer, assim como nos concedeu todas as graças necessárias.


* * *

+ Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
+ Para sempre seja louvado e Sua Mãe Maria Santíssima!



Adaptado por
Mariano

Re: Nova Evangelização
Escrito por: Moises (IP registado)
Data: 01 de August de 2005 16:40

Caro Tilleul

Voltemos ao debate na caridade - o unico capaz de produzir frutos.
Penso que é essencial entendermos uma coisa. A vocação baptismal faz de nós evangelizadores porque constituidos profetas. Contudo, a vocação sacerdotal faz de alguns escolhidos por Deus seus ministros, dispensadores das graças de Deus atraves dos sacramentos.
O que eu discordo é de uma certa diluição do ministério sacerdotal dentro do sacerdoócio comum dos fieis. Na Igreja Sacerdotes e Leigos tem missões diferentes, e por isso - apesar de não gostar do termo - funções diferentes. Há coisas proprias do padre e coisas proprias do leigo.
Contudo na America latina - com questões completamente diversas das europeias- Cá o problema é o excesso de riquesa, lá é o excesso de pobresa - tentaram-se outras vias como o caso das comunidades eclesiais de base.
Parece-me que querer importar soluções que nada tem a ver connosco é um erro.
Como diz o povo "cada macaco no seu galho". As nossas paróquias no cumprimento do Concilio Vaticano II já tem estruturas de comunhão em que os leigos juntamente com o sacerdote preparam muita coisa - conselhos pastorais, conselhos para os assuntos economicos. Ha dioceses que tem Conselhos Pastorais Diocesenos, Assembleias diocesanas, Sinodos, sinais dessa participação.
A minha questão de fundo é outra. È que evangelização tem de ser para fora da Igreja. Tem de ser para os que não vão. Não é uma questão de administrar a paroquia, de preparar as homilias do paroco, mas como alcançar as pessoas que deixaram de ir a missa.
Como ir ao encontro daqueles que deixaram.....
Não deixa de me espantar a coragem dos Testemunhas de Jeová que de porta em porta divulgam a sua publicidade.
Creio que a grande questão é a da fé. Temos medo que nos chamem beatos etc. Temos medo de não saber o que dizer, temos medo de nos baterem com a porta na cara...
Eu não acredito em receitas. O que serve para uma paroquia nao serve necessariamente para outra. O que me levou a discordar de si meu caro amigo, foi uma certa divisão, parece que existe uma igreja antiquada e imobilista e não existe tal. Existe uma igreja que procura ser fiel a Deus e sem qualquer interesse em agradar ao mundo para atrair mais gente. A Igreja só será mais atractiva quando mostrar o rosto de Jesus, quando for obediente á verdade revelada, mesmo que essa esteja em total contradição com o que o sociedade hedonista ocidental quer impor à igreja.
Esta é a grande questão que me parece que deve ser pensada. A Igreja é universal. Falar em contraceptivos, aborto, homosexualidade em certas civilizações é falar de perversões. Quem diz que o Ocidente ao defender essas coisas está certo? Porque é que eles são os atrazados? Ora entramos no relativismo?
Não. A Revelação de Deus ao homem dá a resposta.

Re: Nova Evangelização
Escrito por: tony (IP registado)
Data: 02 de August de 2005 01:04

Caro Moisés

Ainda que o seu comentário seja dirigido a outra pessoa, permita-me que participe no diálogo.

Disse na mensagem anterior que: A minha questão de fundo é outra. È que evangelização tem de ser para fora da Igreja. Tem de ser para os que não vão. Não é uma questão de administrar a paroquia, de preparar as homilias do pároco, mas como alcançar as pessoas que deixaram de ir a missa.

Quero dizer-lhe que compreendo o que quer dizer, no entanto não acha que levar a evangelização para fora das igrejas /IGREJA, que isso significa igualmente, numa fase anterior, efectuar algumas mudanças dentro da paroquia e na relação entre o pároco e os paroquianos, de forma a conseguir alcançar as pessoas que deixaram de ir à missa?! Mais ainda, não seria interessante saber exactamente porque as pessoas deixaram de ir à missa e de frequentar a igreja?

Não será o aborto, a contracepção, a homosexualidade apenas a ponta do iceberg? Um iceberg tão profundo que nos obriga a meter a mão na consciência?


Obrigada pelo seu tempo




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