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os Fundamentalismos na luta contra o Consumismo
Escrito por: Vasco Alves (IP registado)
Data: 28 de October de 2003 09:18

Bem gostaria de vos alertar para mais um aspecto que muitas vezes é esquecido :

No outro dia vi um respeitavel sacerdote na televisão criticar abertamente o consumismo desenfreado que cada vez mais se assiste nos dias de Hoje.

Eu como economista e cidadão tenho alertar para o facto de o consumo de bens superfulos ser também responsável pela criação de muitos postos de trabalho, ou seja existe muita gente que alimenta e educa os filhos com o
dinheiro da venda de bens dito superfulos ...

Estou de acordo que se alerta para o facto de as pessoas não gastarem mais do que ganham e que sejam cidadãos contribuintes exemplares agora cuidado quando se critica o consumismo porque existe por aí muita gente que se alimenta, veste e educa á custa desses mesmos bens !!!

Tenho dito

Re: os Fundamentalismos na luta contra o Consumismo
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 28 de October de 2003 10:35

Bens superfulos - bens que ficam fulos ( furiosos) quando não são supérfluamente consumidos.

Re: os Fundamentalismos na luta contra o Consumismo
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 28 de October de 2003 12:22

Pois, talvez "superfluamente". ;-)

@£€§

Re: os Fundamentalismos na luta contra o Consumismo
Escrito por: TZM (IP registado)
Data: 28 de October de 2003 13:56

Perdão meu caro Vasco, mas não me parece que esteja a ver o verdadeiro alcance do problema.

Não me parece que seja condenável o facto de se comprar um gelado ou de gastar algum dinheiro em discos livros ou numa pequena inutilidade, um bibelot, um perfume...

O que poderá ser considerado pecado é a escravatura do consumo, na perspectiva da afirmação social, perante os outros, da ostentação ou do aquisição de bens de que não percisamos por a tal sermos induzidos por táticas imorais de marketing que atingem nomeadamente as crianças... Que lhe parece?


PS: Talibana e Alefa, vade retrum discutir para outro tópico

Re: os Fundamentalismos na luta contra o Consumismo
Escrito por: Vasco Alves (IP registado)
Data: 28 de October de 2003 16:00

Estou muito de acordo consigo a afirmação social nunca poderá ser feita com base naquilo que consumimos ou ostentamos, aliás parece -me a ostentação um acto muito condenável até poque é susceptivel de ferir gratuitamente as pessoas objecto dessa ostentação e por outro lado não acredito que o acto de ostentar possa fazer feliz quem quer que seja !


Em relação ás tacticas imorais de Marketing é um acto muito condenável e é tanto mais condenável quanto mais jovens forem os destinatarios dessas campanhas, repare que uma mente mais jovem está fragilizada perante uma tactica desse género !

Re: os Fundamentalismos na luta contra o Consumismo
Escrito por: Selma Monteiro (IP registado)
Data: 28 de October de 2003 18:05

è óbvio que comprar não é pecado mas o gastar mais do que aquilo que a gente tem em algo que não é um bem essencial á vida pode-se tornar prejudicial á vida. existe muita publicidade e marketing enganoso e assim sendo,as pessoas são expostas ao ridiculo e ao engano.

Re: os Fundamentalismos na luta contra o Consumismo
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 29 de October de 2003 16:40

O "consumismo desenfreado" não se caracteriza pelos objectos comprados, mas pela capacidade aquisitiva de quem os compra.

Quando um agregado familiar ultrapassa a sua capacidade financeira para adquirir bens não essenciais, e acaba por se endividar tal deve ser classificado como consumismo desenfreado.

Ou seja, quando a satisfação de necessidades criadas artificialmente pela publicidade e pelo marketing leva à ruptura financeira de um agregado aí deve ser considerado como um caso de "consumismo desenfreado".

Infelizmente muito frequentes nos dias que correm e incentivados de toda a maneira.

João (JMA)

Re: os Fundamentalismos na luta contra o Consumismo
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 29 de October de 2003 21:56

Acho que esta questão do consumismo exagerado vem sempre a propósito da quadra que se aproxima: o Natal. Embora não seja exclusivo desta época do ano.

Se as famílias portuguesas fizessem uma pequena contabilidade de onde gastam o seu dinheiro, decerto que ficariam surpreendidas com os resultados. Já não sei quem um dia destes me dizia, muito sabiamente, quando se comentava o assunto do orçamento familiar: "É mais importante saber como se gasta, do que quanto se ganha."

Luis

Re: os Fundamentalismos na luta contra o Consumismo
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 30 de October de 2003 11:03

Concordo com várias coisas que aqui foram ditas, como o que se refere à questão da publicidade enganosa, das necessidades artificiais, etc.

Mas confesso que a mensagem inicial me causou uma certa "reacção", de que ainda não vi eco e por isso aqui vai algo mais. O Vasco escreve: «Eu como economista e cidadão tenho alertar para o facto de o consumo de bens supérfluos ser também responsável pela criação de muitos postos de trabalho, ou seja existe muita gente que alimenta e educa os filhos com o dinheiro da venda de bens dito supérfluos...»

Não posso deixar de reagir negativamente a este argumento, que me parece muito superficial e até absurdo. Basta estender o mesmo argumento para outros âmbitos para se ver tal absurdo: o narcotráfico, a prostituição, a indústria de armamento, as clínicas abortivas, a falsificação de moeda e documentos, as máfias, etc., também são responsáveis "pela criação de muitos postos de trabalho". O que isto significa é que os grandes problemas da humanidade -- de que o consumismo faz parte -- não podem ser vistos pelo simples lado economicista. Mas é o que acontece, em muitos casos.

Dou um exemplo. Há uns bons anos, andou a Princesa Diane por vários países do mundo (entre os quais Angola) numa campanha meritória pela eliminação global do uso de minas anti-pessoal. A Itália, um dos maiores produtores mundiais desta arma, manifestou-se publicamente, pela voz do seu governo, que não podia aceder ao pedido, porque isso colocaria no desemprego milhares de pessoas!

Mais: uma das grandes acusações à Administração Bush em relação à ilegítima invasão e ocupação do Iraque é a de que a indústria de armamento dos EUA estava "pelas costuras", sem procura, pelo que era necessário "escoar" o produto, para se fabricar novas armas e experimentar os últimos modelos... Também porque as estatísticas e os gráficos do crescimento económico dos EUA mostram que os EUA cresceram sempre nos períodos que se seguiram às diversas guerras em que se envolveram. Ou seja, o senhor Wolfovitz teorizou "a democracia em dominó" no Médio Oriente e os abutres republicanos viam o mesmo efeito na economia americana, que não tem andado muito bem... Pois... vidas humanas? Quem se importa com isso? Ou seja, os critérios meramente economicistas levam a visões deste género, onde todos os meios são justificados para atingir determinados fins... Calculo que não seja isto o que o Vasco pensa, mas alerto para o perigo de se pensar os problemas em moldes meramente "económicos"...

Sobre o problema concreto do consumismo, há que ver que, acima de tudo, o consumismo leva consigo um elemento de injustiça fundamental. A questão não é propriamente a de "ter o direito de" comprar, mas a de aferir se o que eu compro me faz falta e se, não fazendo realmente falta, esse valor não era necessário para que outra pessoa pudesse ter um mínimo de qualidade de vida. É verdade que o mercado evolui pela criação de necessidades mais ou menos artificiais, mas, que dizer se ao ao lado temos gente a morrer de fome? Será que se perdem postos de trabalho ao trabalhar-se pela justiça social? Não será que o problema do consumismo radica, sobretudo, numa questão de justiça?

Alef

Re: os Fundamentalismos na luta contra o Consumismo
Escrito por: Vasco Alves (IP registado)
Data: 30 de October de 2003 13:43

Meu caro Alef, é obvio que estou contra todas as actividades que atentem contra a dignidade humana, agora acusar -me de que a minha visão é demasiada superficialista ??? Repare que a fome hoje em dia combate - se com desenvolvimento económico e só existe desenvolvimento económico quando existe uma intensificação quer em intensidade quer em especie das actividades económicas, Mesmo em relação á Industria de armamento a minha posição é muito moderada, o problema não é a produção de armas mas sim os fins que se dão a essas armas a produção de armas como meio de defesa nada tem de condenavel e muito tem de util para as pessoas que lá trabalham.

Re: os Fundamentalismos na luta contra o Consumismo
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 30 de October de 2003 14:25

Pois, Vasco, conheço essa argumentação, que muitas vezes oiço dos nossos "amigos" americanos.

Mas há por aqui muitos sofismas. Ainda ontem participei numa espécie de Seminário de Estudos Sociológicos onde se analisava a evolução económico-sócio-cultural de um determinado país bastante desenvolvido nos últimos trinta anos e aí se chegava a uma conclusão tremenda: vários países conheceram um grande "boom" económico, aliado sobretudo ao desenvolvimento das novas tecnologias que levou também ao aparecimento de um novo importante sector da economia: o sector da cultura e do lazer.

Ora, estes países do "milagre económico" estão a ficar a braços com um importante problema: o aparecimento dos chamados novos pobres, com um fosso cada vez maior entre ricos e pobres. Note-se: ao contrário do que apregoam muitos gurus do capitalismo "tout court", mesmo quando se fala do "capitalismo verde", o desenvolvimento económico dos últimos dez anos não deu um passo que fosse para diminuir o fosso entre ricos e pobres. Bem pelo contrário: os ricos estão mais ricos e os pobres estão mais pobres.

E ontem concluía-se que a tendência será a do agravamento da situação, porque a nova economia baseada nas novas tecnologias está a criar novos excluídos (que não apenas os info-excluídos). Estamos num momento crucial na discussão da globalização, muito embora muito se diga e pouco se saiba sobre o fenómeno.

Mas sabemos, isso sim, que enquanto a Europa e os EUA continuarem as suas políticas proteccionistas em relação às suas agriculturas, enquanto o FMI continuar a sua perversa política de gerar mais dependentes, enquanto os países ricos continuarem as ajudas na lógica dos "coitadinhos", que dá peixe, mas lhes polui as águas e lhes manda pagar direitos pelo uso das canas (patenteadas, claro!), então, concluo tristemente que tudo continuará como está, com o desenvolvimento de uns quantos, poucos...

Como sabiamente escreveu Mia Couto na "Carta Aberta ao Presidente Bush", os países ditos subdesenvolvidos não precisam de ajudas económicas (donativos ou empréstimos) para singrarem. Basta que os EUA e a Europa deixem de subsidiar vergonhosamente os seus agricultores, apenas para pôr os países ditos subdesenvolvidos fora de corrida.

Pergunto: por que razão a União Europeia faz destruir os excendentes de alguns produtos? Note-se a perversão economicista: para manter os preços!

Pergunto: por que razão uma boa parte dos países produtores de petróleo e de outros importantes recursos naturais são os países mais pobres do mundo?

E já agora, pergunto: por que razão Portugal é o país da Europa onde é maior a diferença entre ricos e pobres? Quem é que estamos a beneficiar com as nossas ditas políticas económicas, com IP's gratuitos e outras "conquistas", quando no interior estão "os velhos no meio dos pinheiros", como disse e bem Jorge Sampaio, quando caem pontes, quando há um abandono escolar que nos envergonha, quando tendemos a ser os últimos em tudo?

Peço desculpa por ter aberto leque de temas, mas com isto pretendo tão somente chamar a atenção que o cifrão por si mesmo é cego e gera injustiça. Uma economia sem justiça é, a médio ou longo prazo, um barril de pólvora, que se alimenta do sangue de muitos...

Alef

Re: os Fundamentalismos na luta contra o Consumismo
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 30 de October de 2003 23:48

A Alefa só agora descobriu uma coisa que já está mais que falada - a classes dos novos info excluídos. Quanto ao fenómeno da globalização está mais que estudado.

Re: os Fundamentalismos na luta contra o Consumismo
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 31 de October de 2003 03:38

Talibana, que boa ocasião perdida para te remeteres ao silêncio do Ramadão. Dirias menos asneiras...

Alef

Re: os Fundamentalismos na luta contra o Consumismo
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 31 de October de 2003 22:06

Embora combalido por um dia inteirinho de jejum, ( nada que uma noite orgíaca não concerte), eis-me de novo aqui, ínfiéis...
Bem queriam vocês que não teclasse, mas no Ramadão não há proibição do uso de teclado, só do uso de mulheres... Convenhamos que é diferente, embora a técnica do teclado possa servir de treino básico a alguns abichanados leitores, que nestas coisas de dedilhar mulheres não tenham ainda feito a aprendizagem básica. O B-A-BA, digamos.
Retomarei este tema oportunamente.

Novidades - A alefa vai reencarnar cenoura e a katia apresenta um programa intensivo anticonsumismo macho.
Quanto ás trelas, açaimes e até chicotes, ó kátiazinha, vem cá que este taliban jejuou todo o dia..............



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