Caríssimos Irmãos:

"PARA TI QUE SOFRES..." – eis um novo "fórum", cuja temática (assaz relevante e abrangente a todos nós, embora naturalmente polémica...) espero solicitamente interessar à maioria dos utilizadores e visitantes, até porque toda a gente sofre neste "vale de lágrimas"..., para o bem ou para o mal, conforme o modo de encarar tal realidade do género humano, praticamente incontornável...

A propósito, não esqueçam, e muito menos subestimem – mesmo os não-cristãos e os ateus, e até mesmo os hedonistas – que Jesus Cristo, como corolário de toda uma Vida santa e abnegada, inteiramente dedicada ao Próximo (sobretudo aos mais pobres e desprotegidos, aos mais doentes e sofredores, aos mais miseráveis e pecadores...), sofreu profundamente, apesar de ser Deus infinitamente Bom e Santo, e muito mais ainda:
Morreu pregado numa cruz, por Amor e para Salvação de toda a Humanidade...

ELE deu-nos esse precioso e magnífico Exemplo, particularmente em relação ao Sofrimento, não só dignificando e valorizando a dor inevitável, assim como o sacrifício voluntário que vise generosamente causas realmente nobres, mas também ensinando-nos que o sofrimento e a tribulação, assim como a doença e a própria morte, por mais injustas que sejam ou pareçam, devem ser aceites com Paciência e Amor, tanto quanto possível, pois que só assim haverá mérito e recompensa, sobretudo a nível espiritual...

Resumindo e concluindo:
Procurarmos evitar e/ou minimizar o sofrimento, a doença e as angústias da vida, tanto para nós mesmos como para o próximo, dentro da normalidade e na medida do possível, isso parece-me ser perfeitamente justo e natural, pois faz parte da sobrevivência e da natureza humana, podendo até mesmo ser uma virtude...
Todavia, revoltarmo-nos (negativa, furiosa e ofensivamente...) contra a dor, contra a doença ou contra a morte, por mais injustas e difíceis que sejam ou pareçam – que não tanto contra as pessoas eventualmente culpadas, mas sobretudo contra a natureza e contra o próprio Deus, agravando assim ainda mais a situação –, já isso não me parece ser nada cristão, nem sequer minimamente sensato ou compensador, tanto no interesse meramente humano como no aspecto puramente moral, e muito menos no sentido espiritual da nossa alma imortal...

Queiram, pois, ter a bondade de participar positivamente nesta controversa temática – que aflige tanta gente, inclusivamente eu próprio...

"C. C. C." ! (Cristo conta connosco)

José Abelardo


NOTA FINAL: Caso este "fórum" alcance, como modestamente espero, o seu principal e mínimo objectivo, que é realmente o de "contribuir, de algum modo, para orientar e/ou minimizar o sofrimento alheio em geral" (mesmo o de uma só pessoa que seja...), dar-me-ia já por bastante feliz... Porém, isso naturalmente dependerá dos intervenientes que, eventual e espontaneamente, queiram partilhar generosamente a sua atenção, benevolência e/ou solidariedade... Pelo que me toca, estou relativamente disponível.

CREDO DO SOFRIMENTO:


01 – Creio que a Dor é um dos grandes benefícios que Deus pode conceder a uma Alma.

02 – Creio que a Dor desapega, desilude, purifica, melhora, e conduz, enfim, a Alma à mais alta perfeição.

03 – Creio que Deus está próximo daqueles que sofrem por Ele.

04 – Creio que a Dor é o que une mais intimamente uma Alma a Nosso Senhor Jesus Cristo, e a torna mais semelhante a Ele.

05 – Creio que, desde toda a Eternidade, pesou Deus a gravidade e contou o número de dores, e preparou em proporção a sua graça e a sua recompensa.

06 – Creio que a Dor tem segredos e inefáveis consolações para a Alma humildemente submissa, e lhe inspira um Amor mais sincero e mais puro para Deus.

07 – Creio que a Dor, suportada com Amor e Resignação, tem maior merecimento que qualquer outra obra.

08 – Creio que a Dor assinala à Alma o caminho mais seguro e desembaraçado para o seu Deus.

09 – Creio que a Dor será glorificada na Eternidade.

10 – Creio que a Dor é um sinal de Amor e de Predestinação.

11 – Creio que a Dor é a satisfação mais eficaz do pecado, e o único dom que a Alma pode fazer ao seu Deus.

12 – Creio que a Dor, unida a Nosso Senhor Jesus Cristo, é o meio mais fecundo para converter e salvar as Almas.


(Pagela n.º 30, do Apostolado da Oração e do Sofrimento)


Adaptado por,

José Avlis

Bento XVI pede aos Médicos Católicos que ensinem o "Sentido Cristão da Enfermidade"


O Papa alentou os médicos católicos a ensinarem aos enfermos o sentido transcendente da dor e da enfermidade, numa mensagem enviada ao congresso "A Enfermidade e a Vida Cristã", concluído este domingo em Lima (Peru).

Em sua carta, o Pontífice «alenta os médicos católicos a exercerem a sua profissão acompanhando os enfermos com uma atitude de caridade, ensinando-os a aceitar os próprios limites humanos e a enfermidade, e animando-os a oferecer ao Senhor os seus sofrimentos, unindo-se assim ao Sacrifício redentor de Cristo».

No documento, o Papa «congratula-se por esta iniciativa que contribui a dar uma visão da vida arraigada firmemente na Fé e alimentada pela contemplação da Cruz».

O Cardeal Javier Lozano Barragán, presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral no Campo da Saúde, inaugurou na sexta-feira passada o encontro, organizado pelo Instituto Vida e Espiritualidade e pela Associação de Médicos Católicos do Peru, no auditório do Instituto Nacional de Enfermidades Neoplásicas.

O Purpurado mexicano destacou que «para aproximar-se do mistério da dor, não se pode ter um "pensamento fraco", mas um "pensamento forte" que, sem desdenhar os conhecimentos, afirme de uma maneira meta-racional a lógica da Fé», segundo revela uma crónica de "Rádio Vaticano".

Desta forma, explicou que «todos os seres humanos são co-responsáveis no mistério da dor», mas que podemos eleger entre viver a «solidariedade no mal gerada pelo pecado original», ou viver «a solidariedade (no bem) gerada pela obediência a Deus».

«Para que a dor de cada pessoa adquira no tempo um sentido salvífico - disse o Cardeal Lozano -, deve cada um unir o seu sofrimento à dor de Cristo, e por Ele a toda a Humanidade».

Isto é, indicou, «a prática pessoal vitoriosa que permite enfrentar o mistério da dor desde a Ressurreição».

«A única maneira de decifrar o enigma da dor e do sofrimento - disse o Purpurado - é o caminho do amor. Um amor que é capaz de transformar. É a íntima solidariedade do amor triunfante que ressuscita, dentro da solidariedade amorosa no sofrimento mais terrível que mata. É a vitória sobre a morte». (...)

«O sofrimento gera amor para com o que sofre, um amor desinteressado para ajudá-lo, aliviando-o. Isto faz-se agora de forma organizada e oficial, mediante as organizações de saúde e seus profissionais, e também através dos voluntários. Trata-se de uma verdadeira vocação, em especial quando se une a Igreja com uma profissão cristã», indicou o Cardeal.

Neste sentido, e após dar especial relevância à ajuda que as famílias prestam aos seus familiares enfermos, o Cardeal mexicano acrescentou nesta categoria do Bom Samaritano «todos aqueles que actuam não somente em favor dos enfermos, mas também para, desterrar toda classe de males, os que lutam contra o ódio, a violência, a crueldade, contra todo tipo de sofrimento do corpo e da alma».

E concluiu: «Todo Homem deve sentir-se chamado, na primeira pessoa, a testemunhar seu amor no sofrimento, e não deve deixá-lo somente às instituições oficiais».


Adaptado por
J. Avlis

Fonte: Zenit (18-07-2005)

Gostaria de partilhar algo convosco e já agora de saber a vossa opinião.

Ontem, num encontro de reflexão Bíblica surgiu uma questão que de certeza a alguns de vós também já se colocou.
Qual o sentido do sofrimento? Porque é que sofremos? Porque é que pessoas que aparentemente não fizeram nada de mal têm de sofrer (bebes por exº.)?
Transcrevo um artigo retirado de uma página que consulto com alguma frequência:

O sentido do sofrimento

"A dor tem um papel na maturidade humana: os homens amadurecem ao contacto com as dificuldades, com os trabalhos, com as penas, com as dores. Nada de grande (grandes obras ou grandes amores) se faz sem sacrifício. O sofrimento enobrece o homem.

Mas tem um limite: existem sofrimentos que destroem o espírito e quebram a personalidade. Não é a dor de um desportista, mas a dor insuportável de uma doença, desalentos e fracassos profissionais, a ruína, a amargura da destruição dos nossos projectos, o sofrimento dos inocentes, a tortura, etc.

É difícil encontrar nesses casos um sentido positivo. É o mistério da dor. Ora a Cruz de Cristo revela um sentido novo para a dor. Cristo, o Filho de Deus, suspenso da Cruz, compartilha com todos os homens a dor física, a solidão, o desprezo e a perseguição injusta.

Por isso a Cruz é também o símbolo da solidariedade de Deus com todos os que sofrem. Sem penetrar no mistério da Cruz, não podemos entender o sentido da dor do mundo. A Cruz dá um novo sentido ao sofrimento que surgiu do pecado. Cristo aceita o padecimento e converte-o em oração e sacrifício, como um testemunho de amor. Pede ao Pai que perdoe o pecado dos homens (Lc 23, 34).

Desde então, a dor humana pode adquirir esse sentido divino. Pode ser oferecida a Deus, unida à de Cristo, como testemunho de amor a Deus e de amor a todos os homens. Purifica-nos, mas também purifica todas as coisas do mundo.

Isto não quer dizer que devamos ficar indiferentes perante a dor, a injustiça e a morte: é preciso lutar contra elas, evitá-las sempre que possível. Mas muitas vezes não se pode evitá-las e então lembrando-nos de Cristo, aceitamo-las por amor, unidos a Cristo e esperamos com Ele a ressurreição, como o bom ladrão (Lc 23, 39). A Cruz é o método que Deus quis para consertar o mundo."

Destaques feitos por mim.
Principalmente o que me custa a entender é a parte em que o sofrimento é o resultado do pecado, o que vos parece isto?



«Que a paz esteja convosco»
Fernando Cassola Marques

Eu sei que não é fácil escrever sobre este tema, mas se alguem tiver alguma literatura sobre a temática agradecia imenso.

SOFRIMENTO como Resultado do Pecado ?

É a minha grande dúvida e questão.

Obrigado a todos.

«Que a paz esteja convosco»
Fernando Cassola Marques

O Sofrimento é resultado do pecado!

O sofrimento da infidelidade é resultado do pecado! Este é um exemplo.

O sofrimento não é sempre resultado do pecado!!!!

E como é com uma criança que é violada?

Às vezes sofremos por cometermos asneiras, outras vezes porque o mundo é imperfeito e assim como Jesus, estando inocente, sofreu, nós também temos de tomar essa cruz. Ele próprio nos avisa disso na Bíblia.

Nem sempre o sofrimento é resultado do pecado.
Posso dar muitos exemplos que ocorrem com pessoas que nada fizeram para o merecer.
Por exemplo, uma criança que nasce deficiente, um tremor de terra, um vulcão, etc...

Porque é que nós temos de tomar essa cruz?
Deus quer o nosso sofrimento? (não me parece)

Complicado

«Que a paz esteja convosco»
Fernando Cassola Marques

O sofrimento de alguém não é necessariamente relacionado com o factor "pecado".
Acho que o sofrimento é a pedra de toque para a compaixão.
Vejamos o exemplo de Cireneu, que ajudou Cristo a levar a Cruz...
O sofrimento de outrém, pode impelir-nos à solidariedade. Dificilmente o sofrimento (nosso e alheio) nos passa ao lado. Pelo menos, a mim não passa....


Anna e Sara

No entanto vejamos, será que o sofrimento do outro (do próximo) é para que exista a solidariedade? Então porque é que o outro tem de sofrer?

Não me parece justo.

«Que a paz esteja convosco»
Fernando Cassola Marques

Toda a gente sofre!!!

Alguns sofrem com os desgostos de Amor. Outros porque viram partir os pais e ainda eram jovens!

Depois quando se chega aos 50 anos, já são os pais que estão velhos, os filhos começam a ausentar-se, vem a menopausa, etc. etc. :)
A idade em que se sofre menos, é enquanto somos pequeninos. Será assim?

E dái não sei, Ana. Eu faço voluntariado e digo-te há crianças que têm mais sofrimento que certas pessoas adultas.

O mundo é imperfeito e injusto até com os mais pequenos. Quanto à questão da solidariedade ... O sofrimento impele-nos a praticar o bem, mas não sei se é propriamente essa a razão da sua existência...


mj

Obrigada Maria João, é precisamente a minha grande dúvida. Dado que não me parece que o sofrimento se possa justificar com essa questão da solidariedade.

«Que a paz esteja convosco»
Fernando Cassola Marques

O sofrimento poderá ter vários significados.
Por vezes é o acontecimento que nos abre a dimensões para além da rotina das preocupações banais.

*=?.0

Toda a gente nesta vida sofre, uns por uma razão outros por quaisquer outras.

Será uma maneira de a vida nos ensinar a viver?

Alguém sabe responder à minha questão?

Margarida

Margarida

Vou apenas dizer-te que o teu, o meu, sofrimento ajuda-te (me) a compreender melhor a situação dos outros.

O passar pelas coisas dá uma sabedoria especial.
Quando não se passa por situações dolorosas dizemos com um ar muito compungido que compreendemos a situação desta e daquela pessoa.

Na realidade não a compreendemos em toda a sua profundidade. Só quando passamos por ela é que realmente há uma vivência, uma experiência e uma verdadeira compreensão

Espero poder voltar a dialogar sobre este assunto. Agora não dá...
Adeus e boa noite

´
Pode ser uma forma de nos ajudar a viver e falo por experiência própria. Lutei durante anos por uma profissão, que felizmente consegui, e não via mais nada à frente. Achava que conseguia enfrentar tudo por essa profissão.
Pois bem, aos 20 anos adoeci e estive às portas da morte. Já ninguém tinha grandes esperanças que conseguisse sobreviver. Felizmente, consegui, apesar das sequelas. O sofrimento foi muito grande e cheguei a um ponto que não saia de casa e mal me levantava. Mas, esse sofrimento fez-me ver como levava uma vida a pensar só no superficial e como estava a perder coisas maravilhosas. Mesmo no pior dos momentos, conseguimos ver uma luz e aprendemos coisas novas. Podemos não o compreender logo, mas podes crer que o sofrimento pode ser uma grande lição de vida.

Mas porquê passar por certas situações sofredores para chegar/encontrarmos a felicidade, o bem estar....
Há certas coisas que eu não entendo, sofrer para ser feliz? para quê? não era mais simples ser simplesmente feliz?
Nesta vida passamos o tempo a desviarmo-nos do mal, do sofrimento, do desagrado, da desilusão..... é uma luta constante.

Não falo por mim, porque graças a Deus de momento estou bem. Mas estou a viver um sofrimento de uma amiga. Questiono-me várias vezes durante o dia, será correcto por aquilo que está a passar, há tanta gente que tem filhos e nem se importa com isso, por uma razão ou por outra, e outras que querem tanto e não conseguem.....

Mas ela vai conseguir, tenho Fé.

Cara Maria João.
Parabéns pelo teu testemunho, muito tocante. Viver a vida e sentirmo-nos gratos pelo que temos é algo que ás vezes só valorizamos depois de um momento difícil. Não que o sofrimento seja algo de bom em si mesmo - mas é uma inevitabilidade existencial.


Margarida - . O sofrimento nunca ´we correcto, nunca é justo, nunca é bom. Faz parte do processo de estarmos vivos termos a capacidade de lidar com o sofrimento sem que ele nos destrua.

ESpero que a tua amiga consiga engravidar. Ela que não desanime - hoje há muitas técnicas e tratamentos com bons resultados. Com boas escolhas médicas, muita coragem e perseverança, é possível, ultrapassar esta fase...

Há que aproveitar os recursos existentes antes que alguns radicais tentem proibir o acesso a eles

A propósito do sofrimento Um belíssimo site:

[213.96.244.252:8080]


E um belíssimo texto:


ADORA Y CONFÍA
No te inquietes por las dificultades de la vida, por sus altibajos, por sus decepciones, por su porvenir más o menos sombrío.

Quiere lo que Dios quiere. Ofrécele en medio de inquietudes y dificultades el sacrificio de tu alma sencilla que, pese a todo, acepta los designios de su providencia.

Poco importa que te consideres un frustrado si Dios te considera plenamente realizado, a su gusto.

Piérdete confiado ciegamente en ese Dios
que te quiere para sí.
Y que llegará hasta ti, aunque jamás lo veas.
Piensa que estás en sus manos, tanto más fuertemente cogido, cuanto más decaído y triste te encuentres.


Vive feliz. Te lo suplico. Vive en paz.
Que nada te altere.
Que nada sea capaz de quitarte tu paz.
Ni la fatiga psíquica. Ni tus fallos morales.
Haz que brote, y conserva siempre sobre tu rostro, una dulce sonrisa, reflejo de la que el Señor continuamente te dirige.

Y en el fondo de tu alma coloca, antes que nada, como fuente de energía y criterio de verdad, todo aquello que te llene de la paz de Dios.

Recuerda: cuanto te deprima e inquiete es falso.

Te lo aseguro en el nombre de las leyes de la vida y de las promesas de Dios.
Por eso, cuando te sientas apesadumbrado, triste, adora y confía.

Teilhard de Chardin