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E já lá vão 25 anos...
Escrito por: Gonçalves (IP registado)
Data: 16 de October de 2003 16:12

E já lá vão 25 ANOS!
Longo e frutuoso Pontificado este de João Paulo II, a contrastar com aquele outro pontificado tão breve quanto duvidoso do seu predecessor João Paulo I, o tal que sorria por pouca coisa! O Papa do sorriso, dizia-se então.
João Paulo II, o polaco, o operário, o perseguido... conseguiu pela graça de Deus escapar a tanta cobiça e malvadez! Os atentados, os planos de contra posição, o sua tenaz força em vencer o mal - incluindo o comunismo. João Paulo II luta agora contra o tempo - a idade e a doença!... João Paulo II terá cumprimo plenamente a sua missão! Conseguiu, derrubar muros que ninguém ousava tocar, conseguiu entrar em locais "proibidos" da terra, conseguiu dizer, sempre o que pensava, conseguiu, com êxito "passar" o milénio e celebrar o Jubileu, conseguiu chegar ao €uro e cunhar os valiosos e especiais Euros do Vaticano, consegue agora festejar as bodas de prata do seu longo Pontificado... João Paulo II conseguiu acima de tudo impôr as "regras" mantendo a tradição e usos da Igreja Católica, contrastando fortemente com a evolução do tempo que avança...
João Paulo II o Homem de Deus, o Peregrino, o Promotor da paz, o Homem de Deus festeja hoje com o mundo inteiro a seus pés os 25 anos de pontificado... seria bom que amanhã renunciasse ao poder absoluto que ainda tem para descansar, dando a possibilidade de mudança na Igreja que avança a passos largos no terceiro milénio...
Miguel

Re: E já lá vão 25 anos...
Escrito por: Susete (IP registado)
Data: 16 de October de 2003 23:15

Viva João Paulo II o NOSSO PAPA!!


Susete

Re: E já lá vão 25 anos...
Escrito por: Alan Legrand (IP registado)
Data: 20 de October de 2003 15:00

Miguel Gonçalves: escreveste pouco, ou nada, sobre o princípio e o fim da passagem do Papa João Paulo I pelo Vaticano.

Não queres ser mais preciso e opinioso sobre o que pensa o "outro mundo" da estranha morte de João Paulo I, que até chegou a recordar outros factos e outras mortes e assassínios na história do Papado católico?

Quanto a João Paulo II, o que nasceu, cresceu e veio de um país do Comunismo, foi magnífico entre o Povo católico, mas vai morrer no pecado de se ter deixado dominar pelo radicalismo conservador dos cardeais defensores do Catolicismo medieval, o que tem estado a esvaziar a Igreja de crentes e praticantes, segundo as estatísticas de Roma e dos templos da ICAR no resto da Europa...


Re: E já lá vão 25 anos...
Escrito por: Gonçalves (IP registado)
Data: 21 de October de 2003 11:42

Viva João Paulo II, mesmo se já há muito tempo pouco ou nada decide, impossibilitado de se mover, de falar de pensar...
O excesso de amor ao poder também pode trazer graves prejuízos à Humanidade... Há um tempo para tudo, não achas querida Suzette que tanto "amas" este Papa...
miguel

Re: E já lá vão 25 anos...
Escrito por: Gonçalves (IP registado)
Data: 21 de October de 2003 13:00

João Paulo I, HOMEM bom e generoso, SORRIDENTE e cheio de coragem... "terá tido um enfarte"! Mistério à volta deste Papa que conhecia demasiados casos portadores de preocupação à hierarquia. Terá sido assassinado? É provável e jamais provado! Nem tudo o que parece é e no Vaticano parece tudo muito "santinho", mas defendem cada um o seu interesse tantas vezes bem pior do que os políticos corruptos e mentirosos! A Igreja, Católica, Romana, Santa, Apostólica... nunca o terá sido na vida! Está cheia de ratazanas a todos os níveis e entre eles conversam sobre a pouca sorte de tantos "cristãos" que papam tudo o que lhes é metido no caco... Meu caro Alan e outros alan's por aí; saibam com toda a verdade que a Igreja tem um poder absoluta e ameaça as almas com doenças, pragas e inferno para obter tudo da humanidade; exploram sempre os mais fracos e dizem que os ricos jamis entrarão no Reino dos céus, porque os pobres já cá têm o inferno desde que nasceram! A Igreja que se reclama solidária e missionária é um conjunto alargado de oportunistas sem escrupulos e sem dó de ninguém... é tudo negócio e ide ver o património da Igreja na Europa e no mundo, pois basta-nos verificar o que se passa na Terra de Santa Maria, o portugalinho dos pobres e da cauda da Europa...
miguel

Re: E já lá vão 25 anos...
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 14 de March de 2004 01:16

É bom lembrar...
Alef

Papa cumpre terceiro maior pontificado no domingo


O papa João Paulo II cumprirá, no próximo domingo, o terceiro maior pontificado, atrás de São Pedro e de Pio IX. Com 25 anos e cinco meses de pontificado, João Paulo II é o terceiro pontífice a permanecer mais tempo à frente da Igreja Católica.

Este aniversário coincide com uma decisão destinada a revolucionar o mundo católico e as relações de Roma com as igrejas ortodoxas. Esta decisão consiste no Vaticano se preparar para adoptar uma forma mais colectiva de se exercer o papado, sem que o bispo de Roma seja uma espécie de monarca absoluto.
O segundo pontificado documentado mais longo da história foi o de pio IX, que durou 31 anos, 7 meses e 23 dias. Contudo, especialistas na matéria afirmam que o tempo máximo de pontificado não deveria ultrapassar os 20 anos, sendo que o ideal eram 10 anos de mandato.

Fonte: Diário Digital, 13-03-2004 14:20:32: [diariodigital.sapo.pt]

Re: E já lá vão 25 anos...
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 14 de March de 2004 11:12


Alan Legrand, pelos vistos, adepto de infundadas suspeitas e teorias conspiracionistas, e de acusações de medievalismo baseado em estatísticas ridiculamente interpretadas. Quem diria que por toda a Europa, embora se registe um decréscimo geral na prática religiosa, são as comunidades ditas mais "liberais" que têm perdido a maior parte da frequência aos serviços religiosos -- veja-se a Inglaterra, onde a minoria católica é quantitativamente mais praticante que os anglicanos! Contudo, a Igreja Católica permanece Apostólica e não "medieval", e mais actual e com mais respostas decisivas para os nossos tempos do que nunca.


Gonçalves (ou miguel?), estranho e bizarro mundo de fantasia em que inclui todo o tipo de mentiras que acredita dizerem respeito à Igreja Católica.

Vamos a ver o que se lembra ainda de culpar à Igreja. O mau tempo? Mas eu não vou deixar passar sem crítica o seu anti-catolicismo completamente irracional, maldoso e, porque não dizê-lo, estúpido e inconsequente. Caso contrário, que boa justificação tem para o que diz e onde é que quer chegar?

Por favor, de futuro, meça as suas palavras e não as atire apenas da boca para fora. Ou, neste caso, do teclado.


Alef, essa notícia faz uma revelação "revolucionária", que "forma mais colectiva de se exercer o papado" fala? Podes desenvolver, se souberes algo sobre o assunto?

João Oliveira

Re: E já lá vão 25 anos...
Escrito por: António J. Monteiro (IP registado)
Data: 14 de March de 2004 12:52

Não percas tempo, Alef.... ele não quer realmente saber!

Re: E já lá vão 25 anos...
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 14 de March de 2004 19:58

João, é possível que a notícia esteja a misturar coisas... O que sei é que há muito que o Papa encarregou uma comissão de estudar o assunto "Primado de Pedro e Papado" e pode ser que a isso se refira o texto. Na verdade, o próprio João Paulo II sabe que o Primado de Pedro não significa necessariamente que ele tenha que ser exercido tal qual é hoje. Alguns exemplos: não faz parte da essência do Primado haver um consistório de cardeais (uma criação da Idade Média) ou ter um estado territorial (Vaticano). Também é necessário ver que, ao contrário do que defende o Cardeal Raztinger, a Igreja não funciona como se as dioceses fossem sucursais do Vaticano. Isso é um erro teológico e contra ele se manifestou -- e bem! -- o cardeal Walter Kasper, numa polémica a que pude assistir e que durou uns meses.

Na verdade, há muitos elementos que são teologicamente secundários, mas que têm constituído um obstáculo à unidade da Igreja. E o Papa sabe disso e por isso encarregou tal comissão de estudar o assunto. Infelizmente não tenho sabido de nada sobre o andamento dos trabalhos...

De qualquer forma, creio que é possível que se recupere no futuro uma Igreja mais colegial, como o era no princípio. Claro, os tradicionalistas ficam de cabelos em pé, mas o estudo da Tradição leva-nos a descobrir uma Igreja bem menos centralizada e piramidal e muito mais colegial e democrática. Como dizia antes, os tradicionalistas só chamam "tradicional" aquilo que lhes interessa. Por muito que custe a alguns "tradicionalistas", o Concílio Vaticano II significa em muitos aspectos -- sobretudo eclesiológicos -- o reencontro com a Tradição.

Bom, por agora não tenho disposição para escrever mais. Aqui ficam dois artigos do «Público» de hoje, sobre a efeméride.

Alef

João Paulo II, o Segundo Mais Longo Pontificado da História


O Papa João Paulo II, que em Maio completa 84 anos, passa hoje a deter a marca do segundo mais longo pontificado (25 anos e meio) da história da Igreja Católica, ultrapassando Leão XIII, que esteve no lugar entre 20 de Fevereiro de 1878 e 20 de Julho de 1903.

Karol Wojtyla, o primeiro Papa polaco, fica agora apenas atrás de Pio IX, Papa durante 31 anos e sete meses, que atravessou uma época historicamente importante para o catolicismo. Foi nesse pontificado que a unificação italiana acabou com os Estados Pontifícios, que se realizou o Concílio Vaticano I e proclamou o dogma da infalibilidade papal, que foi publicado o "Syllabus" a condenar o modernismo e o liberalismo. Ao mesmo tempo, a industrialização entrava no seu apogeu e a Igreja Católica via fugir-lhe as massas operárias, num processo que culminaria na secularização das sociedades ocidentais.

São Pedro, discípulo e companheiro de Jesus Cristo, que foi o primeiro a liderar a comunidade dos cristãos de Roma e só morreu em 64 ou 67, seria em rigor a medalha de ouro (com pelo menos uns 34 anos de "papado") deste campeonato de curiosidades. Só que, nessa altura, nem a Igreja estava organizada como hoje, nem existiam ainda as designações de bispo ou papa.

O tempo longo do pontificado e a doença de Parkinson que atinge João Paulo II desde há uma década não faz, no entanto, parar o chefe da Igreja Católica. O Papa Wojtyla reduziu drasticamente o volume de trabalho desde as comemorações do 25º aniversário do pontificado, em Outubro, mas as cerimónias da Páscoa estão à porta e há já novas viagens em preparação.

O santuário de Mariazell, na Áustria, em Maio, para a beatificação do último imperador Habsburgo; Berna, na Suíça, em Junho, para o primeiro encontro de jovens católicos do país; França, em Outubro, para a comemoração do centenário das Semanas Sociais católicas e para uma deslocação ao Parlamento Europeu são hipóteses que estão a ser ponderadas no Vaticano. Nas últimas semanas, o encarregado da organização das viagens de João Paulo II, Renato Boccardo, esteve na Suíça, o que parece confirmar a possibilidade em estudo.

Outra saída, esta quase caseira, poderia acontecer em Maio: o grande rabino judeu de Roma, Riccardo di Segni, convidou João Paulo II para uma visita à sinagoga da capital italiana pela segunda vez. Recorde-se que a primeira vez que isso aconteceu - e a primeira ida de um Papa a um lugar de culto judaico - foi em 1986, quando Wojtyla se referiu aos judeus como "os irmãos mais velhos" dos cristãos. A visita foi um dos passos históricos na aproximação entre judeus e cristãos, de que o actual Papa foi protagonista principal, depois da abertura de portas que os seus imediatos antecessores tinham proporcionado.

Diálogo inter-religioso é, aliás, uma das marcas principais de Wojtyla, um homem forjado na resistência polaca ao nazismo, primeiro, e ao comunismo, depois. Esse temperamento de resistência acabou por ser também uma das características principais deste já longo pontificado.

Contra a vontade de vários sectores da Cúria, o Papa insistiu em pedir perdão pelos pecados históricos da Igreja Católica. Contra os ventos políticos dominantes, não se cansa de condenar opções pela guerra e de trazer os pobres e os desafortunados do mundo aos seus discursos e gestos públicos, sublinhando a importância do social e do comunitário na vida política e económica.

Também contra o desejo de muitos católicos, tem resistido a mudanças significativas na disciplina eclesiástica de questões como celibato ou na doutrina familiar e individual.

Contradições para uns, sinais da busca de uma nova identidade católica em sociedades secularizadas, para outros, este é o Papa que, para quem tem menos de 30 anos, representa a mais intensa imagem do catolicismo - até pelas 102 viagens já efectuadas a 129 países. Nascido no já longínquo 18 de Maio de 1920, em Wadowice, na Polónia, ele continuará, por enquanto, a ser o símbolo universal da Igreja Católica.

Por ANTÓNIO MARUJO
«Público», Domingo, 14 de Março de 2004
[jornal.publico.pt]


Números e Factos


100 anos separa a eleição de João Paulo II (1978) da de Leão XIII (eleito em 1878), cuja longevidade de 25 anos e meio no pontificado é hoje ultrapassada pelo actual Papa. Leão XIII morreu em 1903, com 93 anos.

31 anos, 7 meses e 17 dias foi a duração do mais longo pontificado (não contando com São Pedro), o de Pio IX (21 de Junho de 1846 a 2 de Fevereiro de 1878); para o ultrapassar, João Paulo II teria que ser Papa até Junho de 2010.

13 dos 264 papas governaram a Igreja mais de 20 anos. Entre eles, estão Pio VI (24 anos e seis meses, entre 1775 e 1799); Adriano I (23 anos e 11 meses, 772-795; e Pio VII (23 anos e 5 meses, 1800-1823).

7 anos e 11 meses é a duração média dos pontificados.
8 papas governaram a Igreja durante menos de um mês: Urbano VII (1590), 12 dias; Celestino IV (1241), 16 dias; Sisinnius (708), 20 dias; Teodoro II (897), 20 dias; Marcelo II (1555), 22 dias, Dâmaso II (1048), 22 dias; Pio III (1503), 25 dias; e Leão XI (1605), 26 dias.

33 dias foi o tempo que durou o pontificado de João Paulo I (1978), antecessor do actual Papa, um dos mais curtos da história.

93 anos foi a idade com que morreu Leão XIII (3 de Março de 1878-20 de Julho de 1903), o que faz dele o mais velho Papa. Foi ele também o primeiro Papa a ser filmado.

12 anos era a idade do mais jovem Papa: Bento XV, escolhido em 1032. Governou durante 13 anos, em três períodos diferentes (sendo contado por três vezes na lista dos 264 papas). Deposto em 1044, foi reeleito em 1045, por 20 dias, e depois em 1047, renunciando 8 meses depois. O seu primeiro sucessor, Silvestre III, governou um mês. Os outros dois, Gregório VI e Clemente II, pouco mais de um ano.

455 anos foi o intervalo entre Adriano VI, o único Papa holandês da história, e João Paulo II, o primeiro polaco. Entre os dois, todos os papas foram italianos.

O primeiro polaco a ser eleito Papa foi Karol Wojtyla, que tomou o nome de João Paulo II, em homenagem aos três antecessores: João XXIII Paulo VI e João Paulo I.

203 é o número de italianos (entre os quais 99 originários de Roma) que foram eleitos Papa. A lista inclui também 17 franceses.

8 meses durou o curto pontificado (Setembro de 1276-Maio de 1277) do único Papa português, Pedro Hispano, que adoptou o nome de João XXI. A sua morte deveu-se à queda do tecto do palácio papal de Viterbo, onde residia.

215 papas morreram naturalmente e seis - entre os quais se inclui Pedro, martirizado entre 64 e 67, em Roma - foram assassinados.

140 papas estão enterrados na cripta da Basílica de São Pedro.

78 papas foram declarados santos e 8 foram beatificados; entre estes, o último foi João XXIII (1958-1963), proclamado beato por João Paulo II.

Por A.M.
«Público», Domingo, 14 de Março de 2004
[jornal.publico.pt]

Re: E já lá vão 25 anos...
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 18 de May de 2004 08:50

João Paulo II completa hoje 84 anos! É bom lembrar... E talvez altura de uma pequena oração. De acção de graças, antes de mais!

Ad multos annos!

Alef

Wojtyla, o Papa Que Gostaria de Ter Sido Um "Grande Actor"


O Papa João Paulo II está convencido que teria sido um "grande actor" se tivesse enveredado pelo teatro e "subido aos palcos". A representação era mesmo a sua verdadeira paixão e quem o viu representar considerava-o muito "dotado".

Estas revelações constam de um livro de memórias do seu tempo de padre e bispo na Polónia, que hoje é publicado em Itália, no dia em que Karol Wojtyla, o primeiro Papa polaco da história, completa 84 anos.

A carreira de actor daquele que viria a ser João Paulo II ficou pelo caminho graças a um santo polaco, Albert Adam Chmielowski, que também renunciou a ser artista para poder ajudar os mais pobres. Foi a história de Albert Adam que levou Wojtyla a tomar a decisão de deixar o teatro para ingressar no seminário (clandestino, com a Polónia ocupada pelos nazis) e tornar-se padre.

O livro tem o título "Levantai-vos, vamos", uma referência ao episódio bíblico em que Jesus é denunciado para ser preso e chama os discípulos que se tinham deixado dormir. Hoje posto à venda em Itália pela Mondadori (empresa do império mediático do primeiro-ministro italiano, Sílvio Berlusconi), o livro está já traduzido em várias línguas, com vários milhões de exemplares de tiragem.

No texto, de acordo com resumos adiantados pelas agências, o Papa Wojtyla diz que o celibato dos padres é "uma tradição muito exigente" e "muito fecunda". Rejeitando o argumento da solidão que se impõe aos padres e bispos por causa do celibato, o Papa diz que, pessoalmente, nunca se sentiu só.

O porta-voz do Vaticano, Joaquin Navarro-Vals, afirmou entretanto, citado pela AFP, que este não é "nem um testamento, nem o seu último livro". No prefácio, o próprio João Paulo II explica que oferece a obra como sinal de amor pelos seus irmãos bispos do mundo inteiro e para todos os católicos.

À boleia num camião

No livro, Wojtyla regista essencialmente as memórias e reflexões do período que vai do dia em que foi nomeado bispo, a 4 de Julho de 1958, até à eleição como Papa, a 16 de Outubro de 1978. São 20 anos percorridos por vezes com detalhes íntimos pouco conhecidos ou mesmo histórias pessoais ou divertidas, como aconteceu no dia da sua nomeação para bispo.

Nessa altura, o padre Karol atravessava o rio Lyna numa canoa. Chamado a Varsóvia, onde o cardeal Stefan Wyszynski se preparava para lhe transmitir a notícia, Wojtyla apanhou boleia de um camião que transportava sacos de farinha, tendo por livro de viagem "O Velho e o Mar", de Hemingway.

O Papa evoca ainda a sua paixão pelo canto e pelo esqui. E explica o seu sucesso com as multidões, pela decisão de nunca ter considerado "excessivo" o número dos seus encontros com as pessoas.

Em cada uma das audiências públicas, por exemplo, João Paulo II aceitava (agora, a saúde débil já não o permite tanto) que dezenas, ou mesmo centenas de pessoas o saudassem pessoalmente.

Entre os que considera mais próximos, o Papa rende homenagem a quem considera o seu "amigo fiel", o cardeal Joseph Ratzinger, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, e o cardeal polaco André Deskur, sempre pronto a dar-lhe "sábios conselhos".

Hoje mesmo, é também posto à venda em Portugal o anterior livro escrito por João Paulo II, o "Tríptico Romano", um conjunto de meditações em forma de poema. Publicado em 2003, o livro evoca a sua própria morte e o conclave que deverá escolher o seu próprio sucessor. Antes desse, a entrevista com Vittorio Messori "Ultrapassar o Limiar da Esperança" foi publicada em 32 línguas e vendeu perto de 20 milhões de exemplares.

As 200 páginas do novo livro de memórias foram escritas por João Paulo II entre Março e Agosto do ano passado. Os direitos de autor serão entregues a instituições de caridade.

Por PÚBLICO/AFP
«Público», Terça-feira, 18 de Maio de 2004
[jornal.publico.pt]

Re: E já lá vão 25 anos...
Escrito por: Ana Amorim (IP registado)
Data: 18 de May de 2004 10:07

Gonçalves,

Sim, a Igreja, enquanto Instituição, enquanto hierárquias e chefias, às vezes, dá muito mau exemplo.
A própria mensagem de Cristo fica desvirtuada e distorcida pelos comportamentos de alguns dos que deveriam ser os nossos pastores...

Re: E já lá vão 25 anos...
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 18 de May de 2004 23:18

Oitenta e quatro anos é, só por si, motivo de grande alegria!

Se tivermos em conta o deteriorado estado de saúde e o vigor com que continua a exercer o seu pontificado, ficamos com a certeza que João Paulo II é um homem cheio de Espírito Santo.

Por todos estes motivos e muitos outros, rezemos pela sua saúde e para que João Paulo II continue a ser sinal da presença do Espírito Santo no seio da Igreja.

Parabéns João Paulo II,

Luis Gonzaga
Equipa Paroquias.org

Re: E já lá vão 25 anos...
Escrito por: Ana (IP registado)
Data: 19 de May de 2004 16:13

Para quem quiser enviar os parabens ao Papa.

Joao_Paulo_ii@vatican.va

Re: E já lá vão 25 anos...
Escrito por: Susete (IP registado)
Data: 21 de May de 2004 15:53

Boa ideia!

Obrigado,
Susete

Re: E já lá vão 26 anos...
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 16 de October de 2004 18:22

Este tópico foi aberto há exactamente um ano...

Aqui fica mais um "contributo" para recordar, agradecer e perspectivar.

Alef


João Paulo II Foi Eleito "a Preto e Branco" há 26 anos


Em Portugal, a televisão ainda mostrava as imagens a preto e branco e, nesse dia, estava uma fresca tarde de Outono. A 16 de Outubro de 1978, faz hoje 26 anos, após três dias de votações, os cardeais católicos elegeram um entre eles para o lugar deixado vago pela morte do Papa João Paulo I. E escolheram Karol Wojtyla, arcebispo de Cracóvia, na Polónia - ainda este país era governado por um regime comunista, ainda existia o Muro de Berlim. O eleito adoptou o nome de João Paulo II.

Na sua primeira aparição pública, já a noite tinha descido sobre Roma, Wojtyla falou na "loggia", ou balcão central da Basílica de São Pedro. E pediu a quem o ouvia: "Não tenhais medo, abri as portas do vosso coração a Cristo".

Os primeiros tempos foram de novidade permanente: viagens sucessivas com multidões, uma presença forte nos meios de comunicação, textos e documentos, afirmação da autoridade do Papa e do Vaticano, um porte atlético.

Em 1981, o atentado que sofre em plena Praça de São Pedro converte João Paulo II no primeiro Papa a aparecer, via televisão, numa cama de hospital, depois de já ter sido fotografado a fazer esqui ou a praticar natação.

Vinte e seis anos, muitos discursos, milhares de quilómetros e várias operações médicas depois, João Paulo II está debilitado pela doença de Parkinson, já quase não fala, o pontificado aproxima-se inexoravelmente do fim. Mesmo assim, com 84 anos, praticamente sem conseguir andar, o Papa insiste em falar, sobretudo por escrito. Nos seus discursos, Wojtyla lê algumas linhas, dá o resto a ler aos assessores ou aos cardeais.

Pontificado em números

Os números do pontificado falam da actividade intensa deste Papa polémico, bem ou mal amado mesmo no interior da Igreja, mas a que ninguém fica indiferente.

Em 26 anos, os seus documentos, discursos e intervenções diversas, totalizam 90 mil páginas em 55 volumes editados pela Livraria Vaticana. Além disso, o Papa escreveu já quatro livros, tornados "best-sellers" com milhões de exemplares, incluindo uma recolha poética intitulada "Tríptico Romano" (ed. port. Paulinas), publicada em 2003, e "Levantai-vos! Vamos!" (ed. port. Publicações D. Quixote), já este ano.

Para a Primavera de 2005, prevê-se a edição de "Memória e Identidade", um conjunto de reflexões sobre o século XX, elaboradas a partir de conversas com alguns intelectuais em 1993, e agora revistas e completadas pelo Papa. Na obra, sabe-se que João Paulo II fala dos totalitarismos que atravessaram o século e escreve que "o comunismo foi um mal, de certa maneira necessário" na Europa.

Já na próxima segunda-feira, o Vaticano apresentará uma antologia das intervenções de Wojtyla no domínio da diplomacia. E o resto também não pára: no próximo Verão, o Papa tem intenção de presidir, em Colónia (Alemanha) à Jornada Mundial de Juventude.

Para já, João Paulo II é o segundo pontificado mais longo da história. À sua frente (descontando São Pedro), só Pio IX, que foi Papa durante 31 anos e sete meses, entre 1846 e 1878. Para o ultrapassar, João Paulo II teria que chegar aos 90 anos. Por isso, no Vaticano, diz a AFP, já há quem fale nesse desejo...

Por ANTÓNIO MARUJO
«Público», Sábado, 16 de Outubro de 2004
[jornal.publico.pt]



Desculpe, não tem permissão para escrever ou responder neste fórum.

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