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Re: Crime do Aborto, vs. Defesa do Nascituro
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 17 de February de 2004 12:27

REpito:

Autor: taliban
Data: 16/02/04 21:07

Se:

1 - Concorda que as mulheres que cometeram aborto voluntário sejam condenadas a penas de prisão até três anos,

2 - Concorda com a construção imediata de novas prisões em portugal para acolher as mulheres nessas circunstâncias

3 - Concorda com a realização de abortos clandestinos

4 - Concorda com as mortes de mulheres que praticam abortos em condições inseguras

5 - Concorda com recém-nascidos abandonados mortos em casas de banho públicas e em lixeiras


6 - Concorda com uma revisão constitucional em torne ilegal o aborto terapêutico e o aborto em casos de violação da mulher, que é o abjectivo final deste documento


Então assine a petição Pro-Vida .

E depois tente dormir descansado.

Re: Crime do Aborto, vs. Defesa do Nascituro
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 17 de February de 2004 19:16

OS jUÍZES DECIDIRAM- aBSOLVIÇÃO PARA TODOS OS ARGUIDOS, POR FALTA DE PROVAS.

Felizmente que temos magistrados que fazem Justiça.

Re: Crime do Aborto, vs. Defesa do Nascituro
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 17 de February de 2004 19:24

E afinal, Jesus de nazaré esteve lá. Sentado no banco dos réus.

Re: Crime do Aborto, vs. Defesa do Nascituro
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 20 de February de 2004 10:27

Neste tópico foi apagada uma mensagem repetida. Pode ler a mensagem original aqui.

Luis Gonzaga
Equipa Paroquias.org

Re: Crime do Aborto, vs. Defesa do Nascituro / Novo Massacre dos Inocentes (Fim)
Escrito por: Abelardo (IP registado)
Data: 26 de February de 2004 10:38


O NOVO MASSACRE DOS INOCENTES !


= TEXTO PARA REFLEXÃO E EVENTUAL DEBATE NESTE FÓRUM,
Extraído da exímia Carta do Rev. Padre Werenfried van Straaten,
Fundador do Movimento "AJUDA À IGREJA QUE SOFRE" =



(Última Parte)

22. "Quando Jesus foi morto, escureceu, a terra tremeu e o véu do templo rasgou-se em dois"...
Desde então, muita gente tem sido assassinada, pois inúmeras vezes os príncipes deste mundo têm conspirado contra Deus e de novo contra Cristo [através do nefando assassínio e genocídio de milhões de adultos inocentes e crianças desprotegidas]!


Herodes, Beria, Caifás, Hitler, Pilatos, Stalin, etc., etc..., todos eles foram varridos tal como um grão de poeira ao vento, quando a sua medida de maldade ficou cheia!
Se depois de Herodes veio Nero [e tantos outros até Lenine!], depois de Hitler, porém, vieram os sanguinários aborcionistas!

Desse modo, a Sexta-Feira Santa é repetida diariamente e as cruzes levantam-se aos milhares sobre os cadafalsos e câmaras de gás, sobre as valas comuns dos que morreram com uma bala na cabeça, assim como [deveriam levantar-se] sobre os depósitos de lixo [e fossas sépticas] que servem de túmulos para os bebés assassinados!

23. A Sexta-Feira Santa com Cristo Crucificado [com tantos milhões de Nascituros torturados e mortos traiçoeira e inocentemente!], ainda está no meio de nós [cada vez mais e pior]!
E o véu também está connosco, não já o véu do templo, mas o da mentira e do hedonismo, que a imprensa escrita, a rádio e a televisão espalharam por todo o mundo!

É o véu que esconde a sede de sangue dos assassinos. Não chamemo-los de médicos [e/ou parteiras], quando eles visitam-nos com um sorriso nos lábios e luvas em suas mãos. Porque em suas luvas estão as garras do estrangulador, e por trás dos seus sorrisos eles estão planeando um novo massacre dos inocentes, como o de Herodes!

As suas mãos estão sujas com o sangue dos inocentes, pois são autênticos infanticidas!
Tragam, pois, as vossas crianças para dentro de casa, e fechem as portas quando eles aproximarem-se.
Chamem-nos de "assassinos", e não se deixem iludir pelo véu de sua propaganda hipócrita e falaciosa. Eles estão ao serviço do Demónio!

24. A demolição da moralidade, a destruição do senso da vergonha, a desinibição total, a sexualização das vidas privada e pública, o embotamento das consciências, levaram à desintegração da vida familiar, social, cultural, religiosa, política, e até mesmo económica, das nações!

O último baluarte contra isso é a Igreja. É um êxito terrível para o Demónio que haja na Igreja, actualmente: professores, educadores, conselheiros matrimoniais – e até mesmo vários sacerdotes! –, que, a despeito de todas as Instruções da Doutrina e do Magistério, promovem a anarquia sexual!

25. Que conforto posso oferecer-vos? O conforto da Fé, e de que as portas do Inferno não prevalecerão contra a Igreja de Deus.
E também o conforto na própria Palavra de Nosso Senhor: «Procurai primeiro o Reino de Deus e tudo o mais ser-vos-á dado por acréscimo».


Tudo o mais, inclusive a força para viver uma vida pura. Inclusive um planeamento familiar de acordo com a Vontade de Deus. Inclusive uma resposta para a explosão populacional nos países onde ela realmente existe. Inclusive a solução para os problemas sociais...

26. Decorre disso que a Mensagem de Cristo sobre o Reino de Deus é falsamente interpretada pelos que não mais esperam que a Igreja lhes dê força para subjugarem os seus impulsos egoístas, mas sim que ela lhes dê licença para satisfazerem todos seus interesses e caprichos [por mais iníquos que sejam], com uma consciência (aparentemente) tranquila.

A lei básica do Reino de Deus não pode ser modificada por resoluções de uma maioria democrática tomadas por uma sociedade "pluralística".
Assim sendo, continua a ser verdade que nós não devemos viver para nós mesmos, mas temos de nos dar a Deus com todo nosso coração, com toda nossa alma, e com toda nossa força.
Mas isso está ficando quase impossível no atoleiro da impureza e depravação em que o mundo se converteu!

27. Estamos dançando em torno de um barril de pólvora sem o saber!
Os dias de Noé parecem haver retornado. A prostituta de Babilónia entrou dentro da Igreja!
Agora que as autoridades civis e tantos sacerdotes falharam, o povo de Deus precisa de guarnecer as barricadas da oração.


Lembremo-nos do passado. As muralhas de Jericó foram derrubadas pelo poder da oração.
Assim, rezem o Rosário todos os dias. Rezem pela conversão do Ocidente e de Portugal. Rezem pelos seus bispos, pelos seus ministros, deputados, médicos e sacerdotes. Rezem pelos pecadores, pelos fracos, pelos infiéis, pelos falsos profetas, pelos assassinos.

28. Escolham um. Façam pontaria sobre ele. Bombardeiem-no com oração e amor.
Supliquem a Deus, dia e noite, para que, pela intercessão da Virgem Maria, o seu protegido possa converter-se e viver [na graça de Deus].

E rezem de novo aquela antiga e valiosa oração, que costumava subir aos Céus após cada santa Missa:

"S. Miguel Arcanjo, defendei-nos no dia da batalha. Sede a nossa protecção contra as insídias e mentiras do Demónio. Que Deus o repreenda, humildemente pedimos, e que vós, Príncipe da Milícia Celeste, pelo poder de Deus, precipiteis no inferno a Satanás e a todos os espíritos malignos que vagueiam pelo mundo para a perdição das almas! Amem."


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Adaptação/Edição: J. Abelardo


Re: Crime do Aborto, vs. Defesa do Nascituro
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 02 de March de 2004 08:58

Foi apagada uma mensagem neste tópico por se encontrar repetida. A mensagem original encontra-se aqui.

Luis Gonzaga
Equipa Paroquias.org

Re: Crime do Aborto, vs. Defesa do Nascituro
Escrito por: Emilio Mondavarius (IP registado)
Data: 05 de March de 2004 23:43

Então voces fizeram um folheto contra o aborto com fotos(e são fotomontajens-fotos falsas!!!) dum oriental a comer uma criança?

Não veem quisso é mau pros restaurantes chineses?

Os cumunistas é que comem as criancinhas ao pequeno-almoço!

Mas agora como já nem há cumunistas pois caiu a cortina de ferro, os chinos é que pagam as favas...

Tá boa...

Re: Crime do Aborto, vs. Defesa do Nascituro / Meditação sobre a Vida
Escrito por: Abelardo (IP registado)
Data: 08 de March de 2004 06:46


MEDITAÇÃO SOBRE A VIDA

Introdução

1. Na nossa sociedade a vida é, frequentemente, tema de notícia. E é natural que assim seja, pois não sendo exclusiva do homem, a vida define o próprio homem, na sua dignidade, na sua responsabilidade, no drama da sua existência, no horizonte da sua esperança, que se afirma como desejo de mais vida, de uma vida melhor. Sendo o seu dom mais precioso, o homem encontra nela um desafio para a liberdade, a motivação para a generosidade e a responsabilidade: a vida torna-se, para ele, o fundamento principal da exigência ética, porque aí se descobre como ser responsável perante a sua própria vida e perante os outros seres vivos, sobretudo os outros homens, chamados a descobrir a vida no diálogo fraterno e na corresponsabilidade mútua. Como afirma João Paulo II “trata-se de uma realidade sagrada que nos é confiada para a guardarmos com sentido de responsabilidade e levarmos à perfeição, no amor, pelo dom de nós mesmos a Deus e aos irmãos”(1) .

Na maneira de abordar o problema da vida, o homem exprime o carácter paradoxal e, por vezes, contraditório da sua própria existência. É capaz de beleza e de drama, das mais sublimes expressões de generosidade, e das mais abjectas manifestações de violência e de desprezo pela vida. A alegria encantada da mulher, que exulta quando lhe foi dada a notícia da sua maternidade ou recebe pela primeira vez, nos seus braços, o filho recém-nascido, é ensombrada pelo drama de mães que abandonam os seus filhos ou lhes truncam a vida antes de nascerem, frequentemente instigadas por outros. À generosidade heróica de tantos ao serviço da vida e dos seus irmãos, contrapõe-se a violência de quem não hesita em matar ou prejudicar gravemente os seus irmãos, nas suas possibilidades de viver. Perante estas atitudes contraditórias frente ao mistério da vida, sentimos como o homem precisa de redenção.

A nossa sociedade tem sido, nos últimos tempos, atravessada por manifestações desta contradição. Anuncia-se com júbilo o resgate de sobreviventes, depois de vários dias soterrados nos escombros de uma tragédia e noticia-se, com ternura, a descoberta de um bebé abandonado. A ciência genética abre novas esperanças à qualidade de vida e há já pais a congelar as células estaminais do cordão umbilical dos seus bebés. Mas simultaneamente ressuscita-se uma campanha violenta a favor da legalização do aborto e a sociedade assiste perplexa à extensão do fenómeno de abusos sobre crianças.

A doutrina da Igreja sobre a vida, a que o Santo Padre chama o “Evangelho da Vida”, é conhecida de todos, e é sincero o esforço dos cristãos para a porem em prática, embora com a imperfeição inerente à nossa fragilidade pecadora. A relevância que têm assumido, entre nós, nos últimos tempos, os problemas da vida, leva-nos a convidar todos os cristãos a fazerem, connosco, uma meditação sobre a vida e a aprofundar mais o “Evangelho da Vida”, pois só ele pode ser a fonte inspiradora da exigência moral de todas as nossas atitudes perante a vida.


A Vida é um Dom de Deus

2. A plenitude da vida é a definição de Deus. Ele é o Vivo por excelência. O nosso Deus é um Deus vivo (cf. Jos 3,10). N’Ele a vida é perfeita e definitiva: Ele vive pelos séculos dos séculos (cf. Ap 10,6; 15,7). Deus vivo, Ele é a fonte da vida. “N’Ele vivemos, nos movemos e existimos” (Ac 17,28). O próprio Jesus reconhece ter recebido a vida de Deus Pai: “Porque assim como o Pai possui a vida em Si Mesmo, do mesmo modo concedeu ao Filho possuir a vida em Si Mesmo” (Jo 5,26); “e como o Pai, que vive, Me enviou e Eu vivo pelo Pai, assim aquele que me receber como alimento viverá por Mim” (Jo 6,57).

Toda a vida é uma participação da vida divina. Nós vivemos porque um sopro divino nos tornou vivos. Esta convicção atravessa a Bíblia do primeiro ao último livro (cf. Gn 2,7; Ap 11,11). A vida é, pois, o primeiro dom de Deus, e a sua manifestação mais nobre é louvar o Senhor que nos faz viver. Cultivá-la e respeitá-la é manifestação da nossa fidelidade ao Deus que nos faz viver. O respeito pela vida ganha dimensão religiosa, e constitui uma mensagem gravada no coração de cada homem, tornando-se lei natural e universal. Mas quem reconhece Deus como fonte da vida, sabe que qualquer agressão contra ela magoa o coração de Deus. O respeito pela vida faz, assim, parte da lei fundamental dada por Deus ao seu Povo: “Não matarás” (Ex 20,13).

Este dom divino da vida atinge a sua expressão máxima em Jesus Cristo. Ele é a vida (cf. Jo 14,6). Comunicar a vida e fazer viver é a razão de ser da Sua missão: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). É que Ele, como Filho eterno de Deus, participa, desde a eternidade, na plenitude da vida: “N’Ele estava a vida e a vida era a luz dos homens” (Jo 1,4). Esta plenitude da vida que, na ressurreição, se exprime completamente no Homem Jesus, abre-nos para o verdadeiro horizonte da vida, que tem a sua origem em Deus e só em Deus encontrará a sua plenitude.


A Vida é um longo Caminho

3. A narração bíblica das origens (cf. Gn 1) situa a criação do homem no termo de um longo caminho, onde o homem sobressai como plenitude da criação. E nesse momento uma nova caminhada se inicia, para a humanidade e para cada homem, até à sua plenitude. Para toda a humanidade, esta longa caminhada constitui a história, onde a vida humana se vai afirmando dramaticamente, definindo-lhe progressivamente os contornos da sua dignidade. Nesta caminhada da história da vida, Jesus Cristo torna-se um marco decisivo e definitivo, porque revela o verdadeiro sentido da vida no amor dos irmãos, e na Sua morte e ressurreição anuncia a superação da morte, como passagem para uma vida perfeita e definitiva.

Mas à semelhança desta longa caminhada da história, também a vida de cada homem se apresenta como um longo percurso desde o seu início no seio materno até à plenitude escatológica. Tal como no início da criação, a vida aparece como uma “semente de vida”, chamada a desabrochar e a desenvolver-se até à sua plenitude. No início do processo da vida, a vida plena é apenas uma esperança anunciada. Mas ela tem a objectividade de toda a verdadeira esperança, pois contém toda a potencialidade para o seu desenvolvimento, do ponto de vista físico, na maravilha do código genético, e do ponto de vista espiritual, na força que lhe vem de ser participação na vida de Deus. A vida tem, desde o seu início, toda a dignidade de que se reveste, pois logo aí podemos já contemplar o seu mistério. Não é lícito tratar com menos respeito a vida nas suas etapas de crescimento com o pretexto de ainda não ser a vida humana na sua plenitude. A vida humana é, desde o seu começo, a principal fonte da exigência ética e afirmação da nossa responsabilidade perante ela.

À luz da fé, esta caminhada da vida é o percurso percorrido desde o primeiro “sopro de vida” recebido de Deus, até à plenitude da vida, em Cristo, na ressurreição final. Sabemos que é um dom ameaçado, não apenas pelas vicissitudes naturais, mas pela nossa fragilidade pecadora. O processo da vida é um caminho de redenção. Caminho percorrido com pleno sucesso por Jesus Cristo, n’Ele nos fortalecemos para a conquista da vida. Filho de Deus, Ele torna-se, para nós, na Sua ressurreição, a fonte da vida. Participando na Sua vida plena, todos podemos aprender a viver em Cristo (cf. Rm 14,7ss). A sua Palavra torna-se fonte de vida: “Eu vos garanto: quem ouve a minha Palavra e acredita n’Aquele que Me enviou, possui a vida eterna” (Jo 5,24). Ele próprio se torna “pão da vida” (Jo 6,48.51). A fé em Jesus Cristo põe o homem em contacto com essa fonte da vida. “Aquele que acredita em Mim… do seu seio jorrarão rios de água viva” (Jo 7,38).

Este novo horizonte de vida que se abre para nós, em Jesus Cristo, ensina-nos a contemplar o mistério da vida desde o seu início. Então percebemos que a fidelidade a Jesus Cristo nos torna em servidores incansáveis da vida.


Servidores da Vida

4. O facto de a vida ser um dom de Deus, participação na própria vida divina, exige a cada homem que seja servidor da vida, da sua e da dos seus irmãos. Tal como a vida em Deus é comunhão de amor entre pessoas, a vida que d’Ele recebemos convida-nos à comunhão de amor com os outros homens. A vida não é um processo isolado, que possa ser vivida no individualismo. Cada um de nós é responsável pela vida dos seus irmãos, na medida em que os podemos ajudar a construir a sua própria vida, descobrindo cada um de nós, nessa inter-ajuda fraterna, o sentido da própria existência. Essa é a mensagem de Jesus, que Ele porá radicalmente em prática no dom da Sua vida para que todos os homens tenham vida: “Quem procura ganhar a sua vida, vai perdê-la; e quem a perde, vai conservá-la” (Lc 17,33).

Está aqui anunciada a fecundidade da Páscoa de Cristo, fonte de vida, donde nasce a Igreja que surge como um “povo da vida”. “Interiormente renovados pela graça do Espírito, «Senhor que dá a Vida», tornámo-nos um povo pela vida e como tal somos chamados a comportar-nos” (2) . Nascida da vida nova do ressuscitado, a Igreja define-se como “um povo pela vida”. Não lhe peçam que ela, alguma vez e em qualquer circunstância, seja contra a vida, porque, se o fizer, será infiel à sua natureza e missão. Promover a vida é, para a Igreja, uma missão. “Somos enviados como povo. O compromisso de servir a vida incumbe sobre todos e cada um. É uma responsabilidade tipicamente eclesial, que exige a acção concertada e generosa de todos os membros e estruturas da comunidade cristã” (3) .

A doutrina sobre a vida é parte constitutiva do Magistério da Igreja, como “povo da vida”. É um dos casos em que a doutrina da Igreja, sujeito de verdade, prevalece sobre as posições pessoais individuais. O ponto de referência para o Povo de Deus é este Magistério da Igreja, voz perene da tradição apostólica, aferido na comunhão eclesial a que preside o Santo Padre, Sucessor de Pedro.

5. A paternidade e a maternidade são a primeira expressão deste serviço da vida. Ao homem e à mulher foi dado por Deus esse dom maravilhoso de serem colaboradores do Criador na comunicação da vida. O acto de procriar é um serviço à vida, que origina uma exigência de serviço a essa vida, enquanto pais e filhos coexistirem neste mundo. Como são maravilhosos os testemunhos de tantas mulheres mães, que se sujeitam a todos os sacrifícios para salvarem a vida dos seus filhos, em maternidades de risco; e da generosidade abnegada dos pais que sofrem e lutam para que os seus filhos vivam e cresçam na vida. O amor de pai e de mãe é um valor fundador da dignidade humana. Isso torna mais dramática a fraqueza daqueles e daquelas que abandonam os seus filhos ou mesmo os impedem de nascer.

O ideal do serviço à vida exprime o que de mais nobre e generoso existe na missão da Igreja. São páginas grandiosas, tantas vezes silenciosas, escritas no “livro da vida” por quantos se dedicam aos seus irmãos, doentes, pobres e marginalizados, idosos, crianças abandonadas. É a mão amiga que se estende à mãe em dificuldade, ou se oferece generosamente para colaborar com os pais na educação dos seus filhos. Toda a missão da Igreja é uma missão para a vida e pela vida.


O Drama do Aborto

6. Devido à actualidade e à gravidade do tema, não podemos deixar de lhe fazer uma referência especial nesta “meditação sobre a vida”. É um drama antigo. Tal como outras manifestações de violência e de desrespeito pela vida do próximo, o drama do aborto coexiste com a dignidade da vida, sobretudo com a grandeza do dom de a poder comunicar. O que é relativamente novo, mas realmente um retrocesso, é a tentativa de o “normalizar”, tirando-lhe a gravidade ética de que se reveste, porventura considerá-lo um direito da mulher-mãe.

Há um aspecto em que facilmente todos se põem de acordo: a dramaticidade de que se reveste o aborto nas sociedades contemporâneas. O sofrimento espiritual provocado na mulher que aborta, esse existe em todas as circunstâncias.

Estamos de acordo que toda a sociedade se deve empenhar, por todos os meios legítimos ao seu alcance, para erradicar este drama. Mas pensamos, em nome do carácter sagrado da vida e da dignidade da mulher, que a legalização do aborto não é o caminho. Não se constrói uma sociedade justa sobre a injustiça. Em nenhum momento podemos esquecer que a vida é o primeiro fundamento da ética.


O Aspecto Crucial

7. O ponto crucial de toda a polémica acerca da legalização do aborto, consiste nisto: o embrião humano e o feto são ou não um ser humano desde o primeiro momento? Todos os defensores das leis abortistas se desdobram em explicações justificativas, dando a entender que nas primeiras semanas o feto não é uma pessoa humana. Recorrem mesmo à filosofia de inspiração cristã que define a pessoa como uma capacidade de relação, para afirmarem que só estamos perante uma pessoa humana quando é clara a sua capacidade de relação.

Quem não for capaz de escutar a Palavra da Bíblia e da Igreja, ao menos ouça a ciência, que tão maravilhosos progressos fez no campo da genética. Esta torna-se uma questão cada vez mais indiscutível do ponto de vista científico. São os cientistas quem o afirma: desde os primeiros momentos, estabelece-se uma relação vital, que se desenvolve progressivamente, entre o feto e a mãe, afirmando assim a sua alteridade em relação à própria mãe. O Papa afirma claramente: “O ser humano deve ser respeitado e tratado como uma pessoa desde a sua concepção e, por isso, desde esse momento, devem-lhe ser reconhecidos os direitos da pessoa, entre os quais e primeiro de todos, o direito inviolável de cada ser humano inocente à vida”(4) .

No estádio actual da ciência, começa a ser incompreensível que um “Estado de Direito”, cuja essência é a defesa e a promoção da vida, não tenha uma posição oficial em relação a esta questão. Para nós ela é clara: sempre que uma pessoa tem de tomar uma decisão, seja ela qual for, acerca do aborto, toma uma decisão, na responsabilidade da sua liberdade, acerca da vida ou da morte de um ser humano, que por estar no início da caminhada da vida, tem direito a que o deixem e ajudem a percorrer esse caminho.


Desfazer algumas Confusões

8. Está provado que a legalização do aborto é uma questão fracturante da sociedade. Cada cidadão é chamado a ter uma posição pessoal responsável e reflectida. Para isso muito ajudará o esclarecimento de algumas confusões que alimentam a própria discussão pública de tão delicada matéria.


* Será o aborto uma questão política, no sentido em que decorra, como corolário, de certas ideologias políticas, como forma de conceber a sociedade?

Parece-nos que não. Houve já quem afirmasse que o aborto é uma exigência de determinadas orientações políticas. É preciso "despolitizar" o problema e com isso a discussão ganhará em objectividade. A defesa da vida é um valor supra-político, na medida em que deve inspirar qualquer política que esteja ao serviço do homem e da sociedade. É indigno da maturidade política de um Povo que alguém seja a favor da legalização do aborto só porque pertence a um determinado partido ou segue uma certa visão da sociedade.


* Será o aborto uma questão religiosa?

Os defensores da legalização do aborto pretendem, por vezes, fazer passar essa mensagem, remetendo o problema para o foro íntimo da consciência e afirmando que num Estado laico, onde há separação entre a Igreja e o Estado, não se pode impor à sociedade a dimensão religiosa do problema. Os cristãos, porque acreditam que toda a vida vem de Deus, encontram na sua fé um motivo profundo para defenderem a vida. Mas a inviolabilidade da vida humana, desde o seu início até à morte natural, é uma questão de direito natural. É um dos alicerces da convivência ética dos homens em sociedade. E quando os decisores políticos relegam o problema para o campo das opções de consciência, é preciso não esquecer que na moderna concepção dos Estados, o Estado é considerado “pessoa de bem” e, por isso, também tem consciência.


* Será o aborto um direito da mulher?

Todos reconhecemos que a mulher é protagonista principal, embora não única, no drama do aborto, porque a decisão é sua, porque lhe sofre as consequências. Mas o aborto não é redutível a uma afirmação dos direitos da mulher, do direito ao que se passa no seu corpo, como tem sido afirmado. Uma das primeiras manifestações da maternidade é o reconhecimento, pela mãe, da alteridade do seu filho, isto é, reconhecer que traz no seu seio outra pessoa, em relação à qual, além dos deveres específicos da mãe, tem os mesmos deveres que qualquer indivíduo tem perante a vida de outrem.


* Os deveres morais para com o nascituro confundem-se com a moral sexual?

Não! Embora uma sexualidade equilibrada seja elemento importante na procriação equilibrada e responsável, o problema do aborto não é uma questão de moral sexual. Isso sempre foi claro na moral da Igreja. Os mandamentos da Lei de Deus distinguem os conteúdos da obrigação moral. Um diz “não matarás” e veicula toda a exigência da Lei de Deus perante a vida dos outros. Um mandamento diferente manda-nos “guardar castidade”, ou seja, convida-nos a viver a sexualidade como expressão de dom gratuito e de comunhão amorosa.


* Será possível descriminalizar o aborto?

A resposta a esta questão depende daquele ponto crucial, se sim ou não consideramos o nascituro um ser humano desde o início. Se a nossa posição é essa, não vemos como se poderá tirar ao aborto a classificação de “crime”. A violência mortal sobre um ser humano constitui a natureza do principal acto criminoso. Na sequência da Tradição, confirmada pelo Concílio Vaticano II, o Magistério da Igreja continua a considerar o aborto um “crime abominável”. Na Evangelium Vitae, João Paulo II afirma: “Dentre todos os crimes que o homem pode realizar contra a vida, o aborto provocado apresenta características que o tornam particularmente grave e abjurável”(5) .

Como em todos os crimes, circunstâncias psico-sociais podem tornar "inimputável" ou com responsabilidade atenuada, quem praticou um aborto ou para ele contribuiu. Mas isso não retira ao acto em si mesmo a sua natureza criminosa, que não decorre apenas da subjectividade de quem o pratica, mas da gravidade da acção em si mesma.


* Será possível despenalizar o aborto?

Isso corresponde a perguntar se é possível, do ponto de vista legal, definir um crime sem lhe atribuir uma pena. Não nos compete pronunciar-nos sobre essa questão de natureza jurídica. Parece-nos, no entanto, que o caminho não é "despenalizar", mas considerar, em sede de julgamento, eventuais circunstâncias atenuantes, até porque o grau de responsabilidade não é o mesmo, quer entre em as mulheres que abortam, quer entre aqueles que as condicionam e contribuem para o aborto.

Seja qual for a resposta dada a esta questão, ela não poderá fundamentar qualquer forma de legalização do aborto que constitua um direito da mulher.


Para além do Drama do Aborto

9. Vida promovida, vida ameaçada, eis o paradoxo da dimensão dramática da vida humana. O único caminho para precaver todas as formas de violência sobre a vida humana, é o cultivo da sua beleza e dignidade e do serviço generoso que lhe podemos prestar. Só amando e servindo a vida, evitaremos as violências sobre a vida. Não esgotemos no drama do aborto os nossos deveres para com a vida. Esta meditação sobre a vida é para fazer todos os dias porque servir a vida é adorar o Deus Vivo e Criador.

10. Não queremos terminar esta meditação sem uma palavra de reconhecimento e estímulo a todos aqueles e aquelas que, no dia a dia, sacrificam a própria vida para defender a do próximo, e a todas as pessoas e grupos que têm alertado a sociedade portuguesa para o valor fundamental da vida, com tudo o que deve ser feito para a salvaguardar e promover, das famílias ao Estado.


Fátima, 05 de Março de 2004


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(1) João Paulo II, Carta Encíclica EVANGELIUM VITAE, 25.03.1995, nº 2.
(2) Ibidem, nº 79
(3) Ibidem
(4) Ibidem, nº 60
(5) Ibidem, nº 58


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Fonte: Ecclesia


Re: Crime do Aborto, vs. Defesa do Nascituro
Escrito por: ana almeida (IP registado)
Data: 11 de March de 2004 06:30

Terminado o debate sobre a descriminalização do aborto, ficou finalmente exposta a finalidade do dito abaixo-assinado do movimentos pseudo p´ró-vida - o seu objectivo último não era de forma alguma defender a família, prover melhores condições para as famíçias portuguesas ou reduzir a carga fizcal das famílias de forma a aulmentar a natalidade , muito menospromover apoiso sociais a mulheres em dificuldades.

O seu objectivo último era impedir a realização do referendo sobre a questão da despenalização.
O seu objectivo último foi manter em vigor uma legislação que ninguém quer ver cumprida. e manter ao risco de penas de prisão até três anos para mulheres que se submetem a abortos.

Além disso defenderam publicamente que as mulhers não devem fazer IVG em caso de malformação fetal ou gravidez devido a violação.

No ano passado Morreram em Portugal cinco mulheres devido a aborto clandestino. ( todas de estratos socioeconómicos baixos). Só no ano passado em Portugal milhares de mulheres foram internadas devido a complicações pós- aborto clandestino.


EStes movimentos pró-morte utilizam argumentso de propaganda política e mentiras violentas, estando-se pouco importando para questões étivcas ou morais. Um caso evidente foram os fanfletospromovidos por um padre ligado a uma destas seitas, cheia de mentiras científicas e falsas fotografias.
Um outro exemplo vergonhoso passou-se ontem na assembléia da república, em dois pseudo-cientistas foram pagos por este movimentos para virem fazer a sua campanha a portugal.

A verdadeira Igreja não pode, em nome da Vida, da Verdade e da Justiça apoiar a mentira e a hipocrisi destes movimentos .

Re: Crime do Aborto, vs. Defesa do Nascituro
Escrito por: ana almeida (IP registado)
Data: 11 de March de 2004 13:49

A verdadeira Igreja não pode, em nome da Vida, da Verdade e da Justiça apoiar a mentira e a hipocrisia destes movimentos.

Re: Crime do Aborto, vs. Defesa do Nascituro
Escrito por: Maria Fernanda (IP registado)
Data: 11 de March de 2004 18:30

O óvulo fecundado é, inicialmente, uma única célula de cromossomas que se limitam a matéria nutritiva, para se poderem ir desmultiplicando em novas células, sempre duplicando as anteriores. Forma-se então uma massa, a «mórula» que representa a primeira fase do desenvolvimento do ovo chamada «segmentação». Segue-se a fase da diferenciação e da organização. A «mórula», no seu desenvolvimento externo, para a nutrição e protecção, toma o nome de «trofoblasto» e, internamente na parte central, a «área germinativa», dará origem ao verdadeiro «embrião».
A primeira fase caracteriza-se pela separação parcial do «trofoblasto», formando uma vesícula intumescida junto da «área germinativa», isto é, a «blástula». Tudo isto se passa durante seis a dez dias, altura em que ovo perdeu todas as reservas nutritivas e já carece do organismo materno para a nutrição. Temos o fenómeno da «nidição» que dura cerca de quatro dias. Vão-se dando fenómenos continuados até que, por volta dos 20 dias de fecundação se forma a «gástrula». E inicia-se o processo de diferenciação das células para os diferentes órgãos e aparelhos. No primeiro mês de vida intra-uterina o embrião mede certa de 10 mm e pesa 2 gramas. Só a partir do terceiro mês lhe podemos chamar feto.
Juridicamente, só se considera ser humano com 180 dias após a fecundação; é todavia abusivo, pois apenas após 200 dias de gestação é que biologicamente se encontra totalmente formado e se pode considerar o desenvolvimento do feto com capacidade de sobreviver a um parto prematuro.
Aceita-se assim que haja quem defenda a interrupção voluntária da gravidez, apenas após 10 ou 12 semanas de fecundação, na medida em que, com 3 meses de vida intra-uterina os órgãos já se encontram todos em pré-formação.
Ora, a discussão em torno da eutanásia conduziu a que a ciência se pronunciasse sobre quando podemos considerar verdadeiramente a morte clínica. A teoria mais defendida aponta para a morte cerebral e, todavia, as certezas são ainda insuficientes: a hipótese mais comum considera que o organismo está biologicamente sem vida quando o traçado electroencefalográfico (EEC) deixa de ter as curvas que designam estar a funcionar; no entanto, há cientistas que afirmam poder sobreviver-se mesmo após um período relativo de EEC em linha rectilínea. A questão situa-se, no momento, em saber exactamente quanto tempo se deve considerar o EEC em linha recta para efeitos da morte. Mas manter alguém eternamente ligado a uma máquina, em vida vegetativa, insuflando-lhe sobrevivência biológica sem vida, fazendo sofrer tudo e todos, está hoje fora de questão. Todavia, até, pelos menos, os 3 meses de gestação não há actividade cerebral no embrião e mesmo no feto em pré-formação orgânica...
E a criança que vai sair do ventre materno, em circunstâncias gravíssimas de subsistência física e psicológica, é quem vai sofrer. Não bastam os horrores que lemos nas notícias constantes de crimes infligidos a crianças?
Já muitos disseram que não se trata de um assunto a discutir com leviandade; a interrupção da gravidez, nos casos previstos pela lei e em circunstâncias particularmente críticas, obedecendo aos prazos de 10 ou 12 semanas (aliás mais tempo também coloca em perigo a vida da mãe) é dirigida à protecção da criança que não se prevê ter condições de vida após o nascimento e que, não raro, também pode conduzir ao decréscimo de condições de vida de outras já existentes.
Porque, as mulheres (e homens) que escolhem o aborto por egoísmo continuarão a ir às clínicas de Londres ou outras.
Não chamem crianças a embriões de 10 dias que não se distinguem exteriormente de um qualquer mamífero! É uma ofensa para os vossos filhos, se os têm.
Resta-me assim ouvir os homens e mulheres que revelam a sua indignação chamando de assassinos os que recorrem à interrupção da gravidez, garantirem-me que eles ou elas estão prontos a cuidar das crianças que querem ver nascidas... Garantirem, pelo menos, que a assistência social o fará... Toda esta pregação sobre a vida é uma hipocrisia, sobretudo quando, simultaneamente, se apoiam guerras, mortes, situações de políticas que conduzem ao suicídio pela subtracção dos meios de subsistência a muitas famílias que perdem os seus empregos.
Aborto por leviandade, não! Aborto como um negócio chorudo, não! Que eu, com sinceridade, não gosto nada do slogan sobre a mulher é que manda no seu corpo... O corpo é realmente seu, mas preferia que manda na sua escolha de ter ou não um filho. Penso até que nem deveria permitir-se-lhe lançar no mundo um ser de que a medicina tivesse diagnosticado a deficiência. A tal legislação que está por fazer e que impede que se ponha em prática. Mas, se puder, até preferia que não escolhesse sozinha. Quem sabe se aí, sim, não viria a ajuda que lhe permitisse optar diferente!
Mas o que mais estranho nesta vozearia contra a descriminilização do aborto é esta ausência de compreensão, de amor pela criança e adulto que dela sobrevirá, de hoje e de sempre, agarrando-se a efabulações medíocres e exigindo que os comportamentos sejam todos segundo as suas doutas opiniões. Porque não afirmam simplesmente: nós seremos sempre contra a interrupção da gravidez, pelo que existindo embora uma lei que a permita, nunca usufruiremos dela e aconselhamos todos os católicos a nunca recorrer ao aborto. E, numa sequência de autêntica solidariedade: Mães (e Pais) que se encontrem no limiar da desventura, tentados a abortar o embrião que geraram, venham ter connosco, pois o “fruto do vosso amor” (ou o fruto de uma relação incauta) tem garantida a nossa protecção. Assim, acreditava que não passa de pura hipocrisia.


Re: Crime do Aborto, vs. Defesa do Nascituro
Escrito por: ana almeida (IP registado)
Data: 12 de March de 2004 03:35

;))

Re: Crime do Aborto, vs. Defesa do Nascituro
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 12 de March de 2004 22:07


Somos a Favor da Vida


Nunca alheio aos problemas que afligem Portugal, o "Movimento 10 de Junho" vem junto dos Portugueses expor o seguinte:

O aborto (provocado) é a morte voluntária de um Ser humano em gestação.

O valor da Vida humana não depende de épocas, consciências, modas e menos ainda de interesses.

A Vida humana deve ser respeitada, protegida e acarinhada desde o seu início, pelas famílias e também pelo Estado.
Este tem a obrigação de tudo fazer para defender a Vida humana, desde a concepção até à morte natural.

Não defendendo a Vida humana, os Órgãos de soberania tornam-se órgãos de tirania, pois a Vida é o direito mais elementar de qualquer Ser humano.

Tanto a mulher como o homem são os responsáveis pela Vida que geram. Não deve ser unicamente a mulher a responder pela vida ou morte do Filho concebido.

Saudamos todos quantos abnegadamente têm-se empenhado no combate contra a cultura da morte, reafirmando a nossa solidariedade.

Lutando pela Vida, seremos dignos da História que herdámos.
E capazes de continuar uma Nação briosa dos seus valores, vividos e levados pelos nossos Antepassados até aos confins do Mundo.

Só assim haverá Portugal Sempre!


Direcção Nacional

O Presidente,
Guilherme Almôr de Alpoím Calvão

(J.A.)


Re: Crime do Aborto, vs. Defesa do Nascituro
Escrito por: Maria Fernanda (IP registado)
Data: 13 de March de 2004 02:31

A José Avlis

Só os criminosos é que não são a favor da vida.
Não creio que se deva colocar a problemática da interrupção voluntária da gravidez num plano estritamente nacional, mas a nível mundial; nomeadamente se referimos a vida humana.
Conhecendo-se em Portugal situações graves de homens, mulheres e crianças que não vivem e apenas sobrevivem em condições de inenarrável miséria, física e psicológica, o certo é que não podemos esquecer as condições de subnutrição, de guerra, de violência que afectam gentes de todo o mundo. Quem acredita eleva o espírito a Deus lembrando todos, se não puder fazer mais nada; mas, acreditando, creio que fará muito.
É verdade: o aborto provocado, como o espontâneo, é a morte de um ser em gestação. Pode, contudo ser um acto de caridade e de amor, imensamente sofrido, imensamente não querido, mas obrigatoriamente racionalizado antepondo a mente à emotividade, para evitar lançar ao mundo um ser deformado, inferiorizado ou, simplesmente, sem esperança de vida condigna. Ao embrião sobrepõe-se o ser, saído do ventre materno, nascendo à imagem e semelhança divina, que queremos protegido, acompanhado carinhosa e amorosamente, no respeito pela sua existência quotidiana em devir, num desiderato de vivida a ser vivida com dignidade.
Sim, o valor da vida não deveria depender de épocas, e todavia sabemos bem que a história nos dá exemplos de que os valores também diferem de civilização para civilização no tempo e no espaço. A consciência do homem é um produto do próprio homem e da sua época, pelo que também evolui com os valores proclamados. Mas a moda e os interesses jamais se aceitarão, em qualquer época e lugar, como critérios de escolha de vida ou de morte.
«A Vida humana deve ser respeitada, protegida e acarinhada desde o seu início, pelas famílias e também pelo Estado», sim, mas infelizmente teremos de reconhecer a dicotomia entre a teoria e prática.
No campo da assistência deveria realmente o Estado obrigar-se à defesa e protecção das famílias, por forma a garantir-lhes as condições de vida que merecem; no que se refere ao embrião, se malformado, garantir condições dignas de aborto, nomeadamente regulamentando a lei existente e, em circunstâncias de extremas dificuldades, amparar e proporcionar a opção pelo nascimento, e o desenvolvimento do recem-nascido, criança, adolescente, jovem até à idade adulta, preferencialmente no seio da própria família.
As responsabilidades de uma fecundação, criando na mulher uma perspectiva de maternidade, terão de ser analisadas caso a caso, nunca se devendo correr o risco de as atribuir levianamente aos próprios progenitores, desde que não estejamos seguros de todos os dados em presença. Todavia, a atribuição de responsabilidade não pode confundir-se com o apontar de culpabilidade, tenha ou não a fecundação surgido de uma acto de amor.
Acho tão estranho atribuir-se a alguém a defesa da morte, pensar-se que, defender a vida de valer a pena se pode traduzir por uma «cultura da morte».
Como também penso que, ao misturar a discussão sobre a despenalização do aborto, em situações muito específicas, com temáticas da história de Portugal, esta comunicação adquire um estilo panfletário de arma de arremesso, sem qualquer base coerente e fundamentada de apoio à tese que se defende.


Re: Crime do Aborto, vs. Defesa do Nascituro / Maria Fernanda
Escrito por: José Avlis (IP registado)
Data: 14 de March de 2004 05:11


= Observação: Este texto é a resposta a uma mensagem constante no tópico "Viver a Quaresma", sendo esse mesmo, por motivos óbvios, respondido aqui e agora, em sede própria =

*** *** ***

Caríssima Maria Fernanda,

Dentro de um contexto que considero legítimo (e "honesto"), além de ético e moral, espiritual e cristão, cumpre-me comunicar-te (se me permites) o seguinte, mormente em relação à tua mensagem anterior (no "Viver a Quaresma", em 13-03-2004, às 13:30):

1. O que é mais importante, para ti, a nível Humano: O corpo ou a Alma?
Partindo do princípio, sobretudo para quem acredita (como felizmente será o teu caso!) que só a Alma é Imortal...

2. Depreendendo/intuindo que acreditas - graças a Deus! -, que só a Alma sobrevive eternamente – tal como está acontecendo aos teus dois filhinhos, mais à tua mãezinhade, de saudosa memória, que Deus tenha (tem certamente)! –, ouso perguntar-te:
2.1. Na tua sincera e "honesta" opinião (juro que não é ironia!), quando (?) consideras que a Alma humana foi criada e infundida (por Deus) no Corpo humano:
a) No momento da concepção... do Embrião humano?
b) Só após a formação (completa ou relativa...) do coração, do cérebro e do sistema nervoso... do Feto humano?
c) Apenas com o "nascimento" (fim de uma mera etapa de desenvolvimento e da mudança de ambiente físico)... do Nascituro?

3. «Só o é quando ultrapassa a mera biologia e entra no reino do ambiente, da relação, mesmo que apenas recém-nascido...» – alegas tu, assim como muitas outras pessoas, inclusive alguns "cientistas honestos"...
3.1. Respeito, mas não aceito essa ideia, de modo nenhum, o que considero um contra-senso/paradoxo (no mínimo), mesmo para "não-cientistas cristãos", como eu, por exemplo...

4. «Antes é apenas a relação com a mãe e, se o casal quiser, também com o pai... Uma relação de amor tão grande, tão grande... que nem imagino como é possível a escolha que defendo de desistir desse ser em hipótese; só consigo pensá-la mesmo, como uma escolha de sacrifício, de imenso altruísmo...»
4.1. «Apenas uma relação com a mãe»...? Apenas «uma relação de amor»?...
4.1.1. Podes "trocar isso em miúdos" (se fores capaz)?

4.2. «Como uma escolha de sacrifício, de imenso altruísmo»?
4.2.1. Porventura, não é "obrigação estrita e natural" da mãe, e do pai – tal como acontece, aliás, no reino animal, e ainda muito mais, pois somos racionais (com corpo e alma!) – arcar inteiramente com a responsabilidade consciente (tal como com as consequências directas das relações que levaram a isso, mesmo sem querer...) de proteger e garantir, tanto quanto possível, a vida e a saúde do próprio filho, até à morte natural, ou, pelo menos, até à sua independência relativa, tal como, de resto, os nossos pais fizeram (pior ou melhor, o que é acessório/secundaríssimo...) -, connosco mesmos?...

5. Desculpa, por favor, mas não quis, de modo nenhum, classificar, radical/arbitrariamente, de "desonesto" (=criminoso, ou assassino...), quem pensa/age assim..., pois não me considero ninguém para julgar condenar quem quer que seja...
Apenas digo/refiro aquilo que aprendi e em que acredito piamente, aliás em conformidade plena com a Lei de Deus, e com a própria Natureza, como sabes...
Por outro lado, alguém DEVE DEFENDER (a todo o custo!) os Seres humanos inocentíssimos e 100% indefesos – os Nascituros, desde a concepção – que, desgraçadamente, são assassinados aos milhares em cada dia (em todo o mundo)..., sempre que os próprios pais, por qualquer motivo, não o fazem ou não querem fazê-lo, geralmente pelos motivos mais egoístas e mesquinhos que constatar e imaginar se pode... O que é (presumo eu) perfeitamente elementar, justíssimo e humano!...

6. Se «o que a Igreja Católica ou qualquer Igreja diga não é dogma para ti» – como alegas –, é-o sem dúvida alguma para mim... Aliás, isso (em si mesmo) não tem muito a ver, como deves calcular, com os Dogmas da Igreja...

7. «Prefiro o livre arbítrio que Deus (não sei ainda bem se existe) me deu, embora muito relativo, face às minhas impotências perante tanta maldade num recrudescimento terrível»...
7.1. Respeito isso, mas o "livre-arbítrio", quando é negativo/ofensivo, contra a Natureza e/ou contra Deus, chama-se tudo menos isso, como saberás, e a pessoa culpada/responsável, por tal insensatez/aberração, virá a pagar, de algum modo, segundo o Justo Juízo de Deus, mesmo para quem não acredita na Sua Justiça ou Existência, o que pode, quando muito, servir de atenuante...
7.2. Por outro lado, cada qual responderá, perante Deus, por tudo que fizer de bom ou de mau, ainda que todo o mundo seja contra, pois o mal dos outros não poderá desculpar-nos, assim como o bem alheio não irá premiar-nos...

8. «Sei que (Cristo) não condenou e perdoou... Chicoteou apenas os vendilhões do Templo; e, todavia, preferiram-Lhe Barrabás. Creio que Cristo não deseja crianças a sofrer os martírios de que nem existem palavras para descrever...»
8.1. Jesus Cristo não condenou, antes perdoou, com duas condições, pelo menos, a saber:
a) "Alguém te condenou?" – "Não, Mestre" – respondeu a pecadora. – "Então, vai em paz, e..."
b) "Não voltes a pecar".

8.2. Mas Cristo também disse que não perdoava/desculpava a quem maltratasse uma qualquer criança, porque, justificou: "É o mesmo que maltratar a Mim"...
8.3. Assim como, Ele mesmo, não perdoou ao "Mau ladrão", nem ao "Rico avarento", nem aos "Fariseus, Escribas e Doutores da lei hipócritas", nem sequer ao "Servo mau" (que desperdiçou o único talento recebido), etc./etc...

9. «Creio que Cristo não deseja crianças a sofrer os martírios de que nem existem palavras para descrever...» – acrescentas, finalmente...
9.1. De acordo... E eu acrescento: Nem crianças, nem adultos...
9.1.1. Mas isso justifica, de algum modo e de per si, que se assassinem tais crianças, tais nascituros, tais pessoas?! Jamais!...
Efectivamente, só Deus tem supremo poder sobre a vida e sobre a morte! Mais ninguém!...

10. «E sou honesta, tal como tu, intelectual e emocionalmente nas minhas crenças e opiniões» – concluis.
10.1. Acredito perfeitamente que sejas/anseies ser honesta a 100%, tal como penso/anseio a meu respeito, graças a Deus...
E não disse/insinuei o contrário, Deus me livre...; até porque, apesar de por vezes acusarem-me do contrário – se calhar sem querer dou mesmo azo a isso..., que Deus me perdoe! –, não combato pessoas, mas certas ideias erróneas/aberrantes, ou que assim considere, por força das circunstâncias, assim como em relação a mim mesmo, claro...


Aceita um abraço sempre amigo, compreensivo e solidário, e desculpa se disse algo que te magoou, de algum modo, reitero.

José Avlis


Re: Crime do Aborto, vs. Defesa do Nascituro
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 14 de March de 2004 12:40


Olá ana almeida, voltamos ao mesmo. (re: tua mensagem neste tópico de 11/03/04 06:30)

Não ficou finalmente exposto nada, que conversa é essa? Quem é que estás a tentar enganar? Espero que me respondas de acordo com o que ao de concreto me refiro, e que não inventes mais teorias nem esboces mais papões.

A petição defendeu estrictamente o que lá estava escrito. Se leres bem, verás que o que se defende inclui, mas não se limita, a ter travado aquela máquina política diabólica que promovia o dito referendo. Mas de modo nenhum era esse o único intento. De novo te digo, volta a ler a petição.

Mentes com todos os dentes que tens nesse primeiro parágrafo. Algumas organizações de que ignorante e maldosamente (porque não o fazes inconscientemente!) dás falso testemunho, trabalham realmente com as grávidas em risco, dando-lhes todo o tipo de apoios.

Chamas "pró-morte" a esses movimentos, que confusão! O único exemplo que citas é o caso dos panfletos distribuídos pela SOS Vida, talvez uma má aposta, mas isso não invalida o seu magnífico trabalho de apoio às grávidas (ajudam centenas de mães). E de modo nenhum justificas essas acusações! E logo tens a falta de respeito e com toda a falta de sentido lhe chamas "seita"!

E que "pseudo-cientistas" foram esses? Deves provar a falta de cientificidade no que afirmaram. E se foram pagos, qual é o mal nisso, é trabalho. Vê se abres os olhos e condenas segundo os mesmos critérios os abortistas, vê se te atreves a tanto! Seria a única forma de perceberes por ti mesma o que parece absurdo a todos os que avaliam a questão imparcialmente.

Como é que falas numa "verdadeira Igreja" (supondo que acreditas mesmo nisso -- não me parece, até devido ao despropósito da expressão neste contexto) procurando semear a divisão num assunto em que boa parte das organizações pró-vida nacionais defendem de modo exemplar a doutrina católica (sejam ou não confessionais)? Do modo como falas, pareces incluir todas as organizações, pois tanto quanto sei, todas participaram nesta petição. Que táctica é essa?

João Oliveira

Re: Crime do Aborto, vs. Defesa do Nascituro
Escrito por: ana almeida (IP registado)
Data: 14 de March de 2004 15:57

Senhor joão:

Compreendo que a VERDADE seja para ti difícil de aceitar, mas isso não te dá o direito de insultares os outros. Chmas a isso ser crustão, mas eu chamo a isso ser fariseu., sem desprimor par os fariseus.

.Aliás, o teu estilo de insultos é bem ilustrativo dos movimentos pretensamente pró-vida, em que tudo valeu desde insultos a MENTIRAS descaradas, como nos panfletos que distribuiram nas escolas, passando pelas mentirinhas mais subtis, como a de chamar bebés a um conjunto de células indiferenciadas, ou dizer que as mulheres que abortam têm cancro da mama, uma falsidade científica desmentida pelos mais eminentes cientistas em Oncologia, etc, etc, etc.


As organizações pseudo próvida de que conscientemente, informadamente e bondosamente falo, são as mesmas que :

1 - Promovem e fazem assassínios a sangue frio de médicos e outros técnicos de saúde de clínicas onde se fazem abortos..

2 - Promovem o aumento do aborto - SÃO ABORTISTAS - porque são contra a contracepção eficaz e a contracepção de emergência, assim com a educação sexual dos jovens.

3 - Consideram que as mulheres não passam de úteros ambulantes, cuja
única finalidade é procriar, chegando a ponto de afirmar publicamente que o interesse de um orgão como o clitoris é meramente subjectivo. ( se fosse o pénis penso que o discurso seria diferente)

4 - São demagógicos, cheio de falsidades científicas ( como a de chamar b´bés aum aglomerado de células indiferenciadas) e utilizam argumentos de propaganda que adulteram valores humanos essenciais, chegando a ponto de ofender gravemente princípios éticos ao violentar crianças inocentes com falsas fotografias e invenções pseudo-científicas.

5 Não pode dizer-se a favor da vida quem considera que casais inférteis não têm o direito a aceder a técnicas de reprodução medicamente assistida, impedindo-os de ter filhos.

6 - Não pode ser a favor da vida quem luta pela proibição absoluta da
interrupção de uma gravidez, mesmo havendo razões médicas fortes ou em
situações me que essa gravidez vai colocar em risco a saúde ou vida de uma mulher.

7 - Não pode dizer-se a favor da vida quem promove o aborto clandestino que custa vidas humanas, de pessoas humanas - as mulheres que não têm acesso a cuidados médicos, apenas porque não os podem pagar.(( Graças a estes movimentos de MORTE haverá mais não sei quantas mulheres MORTAS em Portugal devido a abortos clandestinos e milhares de outras acorrerrão a urgências hospitalares).



E não admito que sendo eu uma mulher que deu á luz quatro filhos ousem
sequer insinuar que me representam, ou representam os meus interesses como Mulher ou sequer os interesses da família, muito menos os valores DA IGREJA CATÓLICA QUE TAMBÉM SOU.


,A verdadeira Igreja não pode, em nome da Vida, da Verdade e da Justiça
apoiar a mentira e a hipocrisia destes movimentos

Re: Crime do Aborto, vs. Defesa do Nascituro
Escrito por: Maria Fernanda (IP registado)
Data: 15 de March de 2004 00:23

Amigo José Avlis
1.Penso o corpo como intrínsecamente ligado ao espírito/alma, contribuindo essa união para a realização plena da existência. Não tenho certezas quanto à imortalidade da alma no sentido de espírito puro, com vida própria. Concebo a imortalidade como uma memória que permanece para além da morte, através do amor e também pela obra feita — na excelência ou na maldade —, abrangendo a memória colectiva.

2.Mas não! É o meu amor que os mantém «vivos» para mim. Minha mãe sempre com uma imensa doçura e até, mantendo o respeito pela sua fé, aceitando que possa estar no lugar que acreditava, não sei bem. Os meus filhos... ora os penso numa ternura de vivências, podendo até falar sobre eles, ora os penso com uma dor acutilante, sem partilha possível, isolando-me, permanecendo como que à espera de um sinal que nunca vem. Não tenho, portanto, a concepção cristã de alma, integrando-me mais nas premissas filosóficas. A alma, o espírito humano — poderei mesmo valorizá-lo em relação ao corpo — só tem existência quando se manifesta na sua individualidade única. Vamos ver se consigo explicar, até porque me obrigaste a uma reflexão que nunca tinha feito, e ainda bem. Hei-de voltar a ela. Assim como o homem surge de uma evolução natural e se torna humano quando se descobre na sua realidade metafísica, ultrapassando o estádio do instinto puro para realizar escolhas. O ser que nasce, nas sucessivas etapas da sua vida, vai-se desenvolvendo e aperfeiçoando na sua humanidade; a própria biologia, dando-no-lo masculino ou feminino, carece da sua alma em desenvolvimento com o que a rodeia para aprender a tornar-se homem ou a tornar-se mulher.

3.Não se afirma que nascituros criados por animais, caminharão, comunicarão, viverão como os animais que os criaram, identificando-se com eles, como seus progenitores? Não nos insurgirmos (alguns de nós, pelo menos) sem certezas e muitas dúvidas, perante a adopção de crianças por casais homossexuais? E pensa-se na influência sobre a criança, na defesa de um direito de escolha que não foi o dela... A alma não a liberta, pois da cultura, do ambiente em que cresce. Vai moldar-se ou constranger-se, fugir até... mas reagindo, mais ou menos, de acordo com a sua capacidade de se gerir, voluntariamente ou engajada, face às imposições que se lhe deparam.

4.Provavelmente nem sou mesmo capaz... A relação surge, realmente, quando foi concebido no amor e no desejo de o ver nascido... Nesse caso, logo de início; quase que a mãe o adivinha no seu seio. Certamente que, quando não desejado, não há esse amor total... Todavia... bom serei excessiva e estarei a fazer juízos de valor baseada no que sou e, portanto, sem bases realísticas, todavia... acho que a mulher que saiba que tem dentro de si o que poderia vir a ser um maravilhoso filho ou filha... deve sentir-se sempre desgostosa e triste por abandonar essa esperança. No reino animal, as mães são mais racionais e eliminam o nascituro incapaz de sobreviver ou, simplesmente, abandonam-no à sua sorte. Mais! Perante a ameaça de um predador, as mães preferem matar os seus filhos do que deixá-los à mercê da crueldade de outros animas. Cruel ou abnegada natureza. Mas, de qualquer forma, esta tese não pode servir de exemplo. Referi-a porque a trouxeste à discussão. É claro que os pais têm o dever de proteger e amparar os seus filhos... mas nem sempre têm capacidade de o fazer. Também a sociedade deve proteger as suas crianças, sobretudo atenta aos progenitores que, não apenas se demitem desse dever como lhes infligem maus tratos. E só considero problema secundário a forma como os pais educam os seus filhos se tiverem uma relação de amor com eles.

5.A defesa do ser humano é ponta de honra para ambos: tanto eu como tu o fazemos. Apenas nesta diferente perspectiva. E ambos condenamos motivos egoístas conducentes ao aborto voluntário. E ambos sabemos que lei nenhuma os fará desaparecer.

6.Por isso eu te pedi que considerasses honesto cada um na coerência de expressar o seu pensamento.

7.O livre arbítrio dá-nos santos e dá-nos malfeitores; se só fosse considerado na escolha louvável, estaríamos a ter um Deus demasiado interventor... a quem poderíamos pedir contas sobre o mal que assola o mundo.

8.Não penso um Deus rancoroso ou vingativo. Não é da doutrina que um acto de arrependimento sério, íntegro, total, apaga todos os erros cometidos? Por isso perdoou ao bom ladrão... É pois esse Deus de perdão, precisamente o que diz: «Vai e não voltes a pecar!» E a mulher que pecou não será jamais vinculada ao seu passado.

9.Não sei, não! O que é a pena de morte? Ouço-a justificada por muitos que se dizem crentes, fundamentando o crime de Estado com o do criminoso a ser banido do reino dos homens. Parece haver alguma delegação de poderes.

10.Claro que somos honestos, por favor! Ambos, homem e mulher de causas e, por isso, defendendo-as com ardor. Sabes o que me chocou imenso naquele caso das sete mulheres julgadas em Aveiro? Foi que, para mim, a justiça e os investigadores cometeram — na perspectiva da tese do crime, que era a deles — seis crimes de morte. Não poderiam impedir o primeiro aborto, mas optaram pela execução de mais seis abortos para reunirem provas... Isso, eu achei de uma hipocrisia terrível, para quem diz defender a vida.

Mas nada me magoa, desde que no plano da discussão e não da acusação. E volto a dizer que acho uma tristeza ver mulheres a proclamarem-se donas do seu corpo, da sua barriga, na defesa desta posição. Qualquer mulher que o diga revela uma triste e pobre mentalidade. A minha opinião é em favor de uma perspectiva de vida de valer a pena.
Um abraço amigo também


Re: Crime do Aborto, vs. Defesa do Nascituro
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 16 de March de 2004 23:14


Ana Almeida, parece que sim, que voltamos ao mesmo.

Continuo à espera de resposta ao que te perguntei, porque não respondeste. Não me atires areia para os olhos, não digas que "não aceito a verdade", fala comigo em concreto e demonstra-a, torna-a evidente e incontornável. Não o fazes, nem te é possível fazê-lo, porque é mentira o que disseste. Eu não te insultei, como bem se vê, mas só te resta a saída de evitares as minhas perguntas com o falso rótulo de "insultos".

É-te comum atirares para o ar suspeitas e acusações falsas e irresponsáveis que passam impunes, assim como te é incomum não responderes e continuares afirmando as tuas sentenças irreais. Vou procurar revelar a sua evidente infâmia e responsabilizar-te pela "dose do dia". Não é nada difícil, mas perco algum tempo, embora seja útil.

Em que é que o digo é "bem ilustrativo dos movimentos pretensamente pró-vida"? Quero citações minhas e nomes e situações concretas de movimentos portugueses (tal como a petição), que são aqueles de que estamos a falar e sobre os quais lançaste acusações terríveis.

Aos panfletos já me referi, quanto a chamar-se bebé a "células indiferenciadas" trata-se de uma referência afectiva à vida nascente (uma referência genérica à vida humana, mesmo fetal ou anterior) e da terminologia usada hoje em dia para desumanizar a vida humana no seu início. Ou seja, dizendo que as "células indiferenciadas" não são um bebé, diz-se também que não são vida humana. É isso o que se pretende contrariar.

Nunca vi dizer que "as mulheres que abortam têm cancro da mama", mas sim que aumenta bastante a probabilidade de o virem a desenvolver. Sei também que existem diversos estudos sobre essa matéria, alguns dos quais em que se tenta propositadamente indicar como resultado o que procede da tentativa de minimização do impacto do aborto.

Fico, portanto, à espera dessa relação negativa que encontras entre o que digo e o que os movimentos que apoiam esta petição dizem e fazem.

Ora, então dizes que "conscientemente, informadamente e bondosamente" falas sobre as determinadas organizações pró-vida. O absurdo torna-se por demais evidente!! Relembro que estamos a falar de organizações concretas, nomeadamente as que promoveram a petição. Por isso, desta vez, as acusações que fazes visam organizações e pessoas determinadas, mesmo no nosso país, e terás de responder por elas (vou mesmo tentar convocar aqui membros dessas organizações para que te tragam à responsabilidade das tuas difamações, enganos e mentiras).


«1 - Promovem e fazem assassínios a sangue frio de médicos e outros técnicos de saúde de clínicas onde se fazem abortos..»

Acusações de conspiração criminosa e mesmo homicídio? De que clínicas abortistas falas? Sobre quem lanças, afinal, tão assombrosas acusações?


«2 - Promovem o aumento do aborto - SÃO ABORTISTAS - porque são contra a contracepção eficaz e a contracepção de emergência, assim com a educação sexual dos jovens.»

Eu e outros já te explicaram numerosas vezes que não existe promoção do aborto quando se promove a castidade e a abstinência, e que há muito mais recurso ao aborto nas sociedades em que a contracepção é facilmente acessível e existe "educação sexual", que nunca se sabe bem o que deve ser. Chamares propositadamente "abortistas" a quem não promove a contracepção (e mesmo a "contracepção" de emergência!) é mais uma mentira tua, um logro total.


«3 - Consideram que as mulheres não passam de úteros ambulantes, cuja única finalidade é procriar, chegando a ponto de afirmar publicamente que o interesse de um orgão como o clitoris é meramente subjectivo. ( se fosse o pénis penso que o discurso seria diferente)»

Estamos a falar de organizações e pelo que sei, quem fez esse comentário sobre o clitóris foi um político, desconheço se representa qualquer organização pró-vida (o discurso não seria diferente porque, segundo o argumento que apresentou, se fosse sobre o pénis, este é o orgão que ao mesmo tempo dá prazer e tem função determinadamente reprodutiva -- acho que estás a citar irreflectidamente alguns comentários jornalísticos). Quanto aos "úteros ambulantes", nenhuma das organizações que conheço defende isso, tanto em teoria como na prática, de todo. Demonstra o que dizes e faz uma citação, ou dá conta de um exemplo concreto.


«4 - São demagógicos, cheio de falsidades científicas ( como a de chamar b´bés aum aglomerado de células indiferenciadas) e utilizam argumentos de propaganda que adulteram valores humanos essenciais, chegando a ponto de ofender gravemente princípios éticos ao violentar crianças inocentes com falsas fotografias e invenções pseudo-científicas.»

Não percebi a relação entre "demagogia" e "falsidade científica". Já expliquei a falta de correcção, talvez, em chamar bebé ao ser em formação logo desde a partir da concepção, contrariando o termo desumano que é "células indiferenciadas". Não percebo porquê tanto ênfase a conteúdos éticos (é que aqui mentes a torto e a direito), quando vejo que, na situação concreta e incomum de que falas, os panfletos distribuídos pela SOS Vida foram pedidos e não distribuídos aleatoriamente pela organização em si. Quanto à questão de algumas fotografias serem falsas, desconheço se isso é verdade ou não. Relembro que a situação que citaste é muito particular e não tem que ver com uma prática comum por parte das organizações de que estamos a falar.


«5 - Não pode dizer-se a favor da vida quem considera que casais inférteis não têm o direito a aceder a técnicas de reprodução medicamente assistida, impedindo-os de ter filhos.»

Só quem não entende a perspectiva católica pode dizer isso. De qualquer modo, para alguém de qualquer crença, a ideia é que a protecção da vida supõe a sua não-manipulação, o que é feito com as técnicas de procriação tecnicamente substituída. Não é legítimo usar meios que colocam em risco outras vidas humanas (mas tu e outros diram que são apenas "células indiferenciadas"). Percebeste finalmente esta perspectiva legítima e com sentido?


«6 - Não pode ser a favor da vida quem luta pela proibição absoluta da
interrupção de uma gravidez, mesmo havendo razões médicas fortes ou em situações me que essa gravidez vai colocar em risco a saúde ou vida de uma mulher.
»

As organizações são a favor da vida, por um lado porque defendem o contrário da "proibição absoluta", que é a liberalização total, a pedido. Avaliando imparcialmente, matam-se muito menos pessoas ao defender-se isso, falando ainda em termos absolutos. Quanto às situações em que se procura evitar com um aborto os malefícios à sua da mulher, há quem argumente que faz pior o aborto do que o parto, segundo o que a medicina consegue fazer. Essa situação, em que o aborto parece solução para que a mãe não morra, é a menos debatida entre as organizações pró-vida, que até tendem a admiti-lo, desde que haja risco realmente grave. Aquelas em que as opiniões se dividem são as situações de violações e de fetos malformados, para as quais vêm como mais justa a solução do apoio à mulher.


«7 - Não pode dizer-se a favor da vida quem promove o aborto clandestino que custa vidas humanas, de pessoas humanas - as mulheres que não têm acesso a cuidados médicos, apenas porque não os podem pagar.(( Graças a estes movimentos de MORTE haverá mais não sei quantas mulheres MORTAS em Portugal devido a abortos clandestinos e milhares de outras acorrerrão a urgências hospitalares).»

Segundo a tua lógica, os abortistas promovem a falta de condições para as mulheres que querem ter os seus filhos, não o podendo por limitações económicas, por exemplo, pois apenas oferecem a solução do aborto. E até tens razão. Por outro lado, as organizações pró-vida são contra o aborto a pedido mas isso não faz com que promovam o clandestino porque se dedicam também ao apoio à mulher grávida e às mulheres que têm os seus filhos e precisam de ajuda. Isso de chamares "movimentos de MORTE" é mais uma confusão tua e uma ofensa profunda ao trabalho significativo e por vezes heróico de alguns a quem toda a sociedade portuguesa devia estar grata. Além disso, não se verificam menos abortos em clínicas "clandestinas" nas nações em que existem as "oficiais", mas o contrário, devido à sua liberalização e legalização.


Louvo bastante o facto de teres quatro filhos (talvez não sejam tantos quanto Deus te pede ou permitiria se confiasses inteiramente n'Ele). Mas o que precisas é de admitir que estás enganada no que criticas à moral sexual católica, de admitir que é mesmo isso que a Igreja defende, e deixares de lado as tuas confusões para veres as coisas a uma verdadeira luz. Qualquer pessoa só é católica na medida em que está em amizade com Deus e em comunhão com a Igreja, arrependida dos seus pecados e zelosa por obedecer a Deus, aproximando-se das graças sacramentais. Não é uma questão de "valores", a Igreja não é um partido em que se "comungam" opiniões, mas o Corpo de Cristo em que se vive a verdade e a reconciliação de todo o mundo com Deus.

Esses movimentos, falando especificamente, por exemplo, dos membros da Federação Portuguesa Pela Vida, representam com justiça a mulher, a família e a defesa da santidade da vida humana. Fala com eles e vê por ti mesma os frutos. Discordas no que se deva defender quanto a isso, assim como discordas da genuína doutrina da Igreja (e a maior parte destas organizações nem o defende confessionalmente, ao passo que tu, afirmando-te católica, a negas).

Fazes-me perder tempo por não poder deixar sem resposta as tuas afirmações indevidas. Bastaria informares-te com boa vontade e dissesses realmente o que sabes ser verdade, falando em concreto (o que te evitaria especulações, que sei serem mentira). Espero que respondas desta vez, que me dês a entender que estás realmente a ler e a pensar sobre aquilo que te digo em concreto (mas talvez não deva esperar tanto, pois seria uma mudança significativa no teu modo de estar e de pensar, de que são reflexo as tuas inacreditáveis intervenções neste fórum -- contudo, permaneço na esperança, até porque te dedico o meu tempo e atenção).

Re: Crime do Aborto, vs. Defesa do Nascituro
Escrito por: ana (IP registado)
Data: 17 de March de 2004 12:40

João:
Repara como és insultuoso e vil nas tuas afirmações:

"Louvo bastante o facto de teres quatro filhos (talvez não sejam tantos quanto Deus te pede ou permitiria se confiasses inteiramente n'Ele). "

Em vez de andares com movimentos que promovem a morte de pessoas, devias pedir perdão ao teu Deus pelos juízos vis que fazes sobre os outros.

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