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Porque faço o mal que não quero e não faço todo o bem que consigo?
Escrito por: Ricardo Lopes (IP registado)
Data: 31 de August de 2003 23:41

Caros amigos:

Tal como a maior parte das pessoas tenho problemas.Alguns vivem-nos de uma maneira mais calma e descontraída, eu não consigo.
Tive uma semana péssima. Descobri que o local onde trabalho pode fechar; problemas familiares; e, por estupidez ou irreflexão, agi de forma algo incorrecta com alguns amigos.
Todos estes acontecimentos provocaram um turbilhão de sentimentos de culpa em mim. Acredito no Deus que é Amor e, por isso, jamais sou capaz de culpá-Lo por qualquer tipo de situação que me aconteça. Face a isto pergunto-vos porque me culpo pelas coisas me correrem mal? Porque me sinto tão inseguro face a este mundo que tenho receio de enfrentar? Porque me afasto de Deus quando mais preciso Dele? Porque é que não consigo fazer todo o bem que desejo e tantas vezes faço o mal que não quero?
Uma vez que todos passamos por momentos de desespero e conflito interior, deixo-vos com a interrogação de S.Paulo que dá mote a este tópico, de forma a poder encontrar um pouco de ânimo.

Para todos vós, um abraço em Cristo,

Ricardo


Re: Porque faço o mal que não quero e não faço todo o bem que consigo?
Escrito por: Vitor Santos (IP registado)
Data: 01 de September de 2003 13:13

Caro Ricardo

O que me perece que você tem são sintomas depressivos. Não sei como você é nem qual a sua situação. A sua depressão pode ser uma reacção passageira, sem importãncia, e amanhã acordar a ver a vida com uma cor mais bonita, ou pode ser persistente. Depressões passageiras todos enfrentamos e só conheço um remédio para elas: deixar andar e ter esperança de acordar no outro dia com mais ânimo. Quando a depressão é persistente, a minha experiência de vida, é que só com ajuda médica se consegue ultrapassar.

Quando estamos deprimidos distorcemos a nossa visão do mundo. Vemos tudo muito mais negro do que realmente é. Deixamos de ver as nossas capacidades e virtudes e só vemos os nossos defeitos. Parece-nos que estamos num beco sem saida, culpamo-nos a nós e/ou aos outros, etc. Isto é uma doença que nos incapacita parcialmente. Neste estado vemos a realidade de forma errada, por isso, quanto mais pensamos, pior ficamos. Não adianta não querer estar doente, apenas adianta tratarmo-nos. Reconhecer que se está doente e tentar curar-se é a forma mais inteligente de encarar a doença. Se a sus depressão é persistente, não tenha medo, vá ao seu médico, pois ele conhece a doença e sabe que você está realmente doente e que não está a fingir. Ter uma depressão não é ser fraco. É estar doente, tal como ter uma gripe é estar doente.

Vitor Santos

Re: Porque faço o mal que não quero e não faço todo o bem que consigo?
Escrito por: Luis Gonzaga (IP registado)
Data: 01 de September de 2003 22:46

Ricardo,

Em certa parte concordo com o Vítor, quando ele diz que quando se está deprimido, distorce-se a nossa visão do mundo e vemos tudo muito mais negro e negativo do que na realidade, é.

Errar é humano, e todos nós cometemos erros, umas vezes mais do que outras, mas todos erramos. Quando erramos, é importante reconhecer o erro, assumi-lo e aprender com ele. Pouco ou nada adianta ficarmos a sentirmos culpa por termos errado. Acontece. Se o nosso erro prejudicou alguém, convém tentar remediar a situação, e, no mínimo, pedir desculpa. Mas, isso é diferente do que nos culparmos de tudo e mais alguma coisa, como se todo o mal do mundo fosse culpa nossa.

Por outro lado, temos de pensar se quando as coisas correm mal, se foi porque erramos. Muitas vezes não é preciso cometer erros para as coisas correrem mal e quando assim é, de que vale ficar a culpar o resto do dia por causa disso? E se não vale um dia, muito menos uma semana...

Respondendo directamente à tua pergunta: "Porque faço o mal que não quero..." - porque és humano, e errar é humano, e porque não és um "Super-homem"; "... e não faço todo o bem que consigo?" - porque és humano, e não és perfeito - só Deus é perfeito!

Um abraço e ânimo :-)
Luis

Re: Porque faço o mal que não quero e não faço todo o bem que consigo?
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 03 de September de 2003 21:52

Olha, Ricardo, uma das "leis" da vida é que as asneiras, disparates, chatices, etc. vêm sempre em grupo. Fatal. É a chamada série negra.

A grande "vantagem" (consolação) é que por muitas asneiras que façamos Deus está sempre pronto a acolher-nos. Tenhamos nós a vontade de recomeçar.

Este possibilidade de mais uma vez recomeçar é, para mim, a melhor garantia para a minha paz interior.

João (JMA)

Re: Porque faço o mal que não quero e não faço todo o bem que consigo?
Escrito por: Ricardo Lopes (IP registado)
Data: 03 de September de 2003 23:08

Caros João , Vitor e Luís:

Obrigado pelos vossos conselhos. Acho que a depressão que sinto não é passageira e ir ao médico é quase impossível, pois no Estado é difícil, no privado é monetariamente impossivel.
Quanto aos conselhos religiosos que me deram devo dizer que me consolaram bastante. Se não fosse Deus, acreditem que não suportaria este mundo tão estranho.

Para vocês e para todos os que, de uma forma ou de outra passam por situações destas, não se esqueçam destes versos de um cântico:

« Se me envolve a noite escura
e caminho sobre abismos de amargura,
nada temo, porque a Luz está comigo ».

Prometo tentar pôr isto em prática.

Para todos vós um abraço em Cristo. Ricardo

Re: Porque faço o mal que não quero e não faço todo o bem que consigo?
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 04 de September de 2003 20:02

Quanto ao sistema de saúde já aqui disseram que é dos melhores do mundo. Não comento.

Mas podes tratar essa depressão - em termos médicos - dentro do sistema de saúde público. Apenas se torna necessário dirigires-te ao centro de Saúde da tua área de residência e dizeres que precisas de um "médico de família" e de seguida marcares uma consulta com ele, ou ela.

A menos que as regras tenham alterado ultimamente.

João (JMA)

Re: Porque faço o mal que não quero e não faço todo o bem que consigo?
Escrito por: Taliban (IP registado)
Data: 05 de September de 2003 14:41

Exactamente. Ou podes, se estiveres em situação gravíssima, por exemplo, com ideação suicida, recorrer ao serviço de urgências do hospital da trua zona e imediatamente és observado, medicado e encaminhado pelo Psiquiatra de serviço. Tudo isto praticamente de graça...
Aconselho-te a pedires ajuda. Os medicamenteos não resolvem tudo - não são a panaceia para questões existenciais - mas ajudam.
è como a religião.
Coragem!



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