Boa tarde.


Queria apenas dar a conhecer esta pequena notícia que me fez pensar no modo como a história volta atrás e as ideias também.

"O Instituto Europeu de ciências das Religões (IESR), criado pelo ministério de educação nacional do governo francês, foi inaugurado com o objectivo de promover o ensino religioso na escola laica e republicana".

Mário:

Acredito nesta máxima: quanto menos fores obrigado a acreditar, mais fortes serão as tuas convicções.

O ensino religioso não deveria ser obrigatório em nenhum sistema educacional.
Se é da vontade dos pais que os filhos sejam educados na fé, existe a catequese e, mais importante de tudo, o exemplo dos próprios pais.

Anna

Bom dia e obrigado.

Ana, ao dar conhecimento de esta notícia não queria postular por um ensino obrigatório, simplesmente congratular esta medida que não deixa de contemplar uma possível formação em religião. Porque uma coisa é a possibilidade de se contemplar nos programas a formação religiosa, outra é simplesmente a sua exclusão. Este estudo foi entregue a régis Debray. Este militantou outrora no marxismo revolucionário ao lado de Che Guevara. Hoje reconhece, decepcionado, que com o marxismo acreditava que era possível construir uma sociedade justa e constata a ausência de valores objectivos que a sociedade propõe aos jovens.
régis Debray serume desta maneira as conclusões do seu relatório ao ministro da educação:
"Não é possível entender a grande pintura renascentista, se não se conhece a história de José, Maria e de Seu Filho, não saberá o que está contemplando diante de um São Sebastião: trata-se de um 'cow-boy' atingido por flechas indígenas? Para compreender um Magnificat de Bach, ou um Te Deum, deve-se saber o que é em que consiste a Missa".
Ana, é por esta clarividência dos argumentos que resolvi apresentar esta notícia.

Mário Abel.

Compreendo o teu ponto de vista.

Mas aflige-me que uma disciplina de religião (seja ela qual for) no curriculo de ensino possa ser um ponto de discriminação.


Anna

Entao e a minha religiao?
E o budismo?
Devem ou nao ser ensinadas nas escolas ?

Eu penso de maneira diferente.

Considero que o ensino religioso deveria estar completamente integrado no sistema nacional de ensino e tratar-se de disciplina(s) exactamente igual(is) às outras.

A falta de valores actuais reflecte precisamente o estado de afastamento entre os valores religiosos (quaisquer que sejam) e a sociedade.

Aliás (mais polémico ainda) defendo que a catequese deveria ser leccionada nas escolas por sacerdotes ou elementos preparados das respectivas Religiões (ou Igrejas ou Denominações).

A escola não deve apenas transmitir conhecimentos mas criar pessoas responsáveis e equilibradas às quais transmita os valores sociais, culturais e religiosos que ela detém.

Considero muito mais perigoso para a sociedade alguns "ensinos religiosos" que são leccionados de uma forma que induz ao ódio e à violência.

Como algumas "madrassas" conhecidas do nosso amigo Taliban... 8que sugerem levar cintos explosivos para o Vaticano) :o))

João (JMA)

Que calor!

Sobre o assunto que levantei sobre o Ensino de Religião na escola, queria continuar.
Lanço as seguintes perguntas objectivas para ajudar a concentrar:
Pode ter o ensino do facto religioso um lugar na escola?
O que é o facto religioso?
Estou de acordo com a opinião de alguns quando dizem que não se pode negar o facto religioso.
Por isso responder a esta legitimação do ensino de religião na escola, requer responder sobre o que é o facto religioso?; que significado teve na história da humanidade e que significado tem hoje?
Não podemos escamutear que hoje levantar o problema da Religião não nos pode permitir seguir os grandes pensadores como Feuerbach, Marx, Nietzsche e Freud que fizeram a sua crítica à Religião até à exaustão. Depois deles não há mais dúvidas para levantar, profundezas de consciência por explorar, culpabilidades por inventariar...Se eles não acabarm com a Religião, quererá dizer que nela há elementos resitentes, subtraidos à própria consciência humana porque são o seu fundamento. Continuar lutando contra ela, parece vão e insensato.

Mário Abel.

Bem , eles não acabaram com a religião porque bem pouca gente os conhece ( perguntem na rua, ou melhor, ao vosso colega de trabalho ou ao vosso vizinho ou á vossa empregada se já leu alguma obra original de Nietzsche ou Sigmund Freud)... Em compensação, essas mesmas pessoas, desde o berço que são " catequizadas" e quase todas conhecem a história do Jesus.
Ensimo Religioso nas escolas? Mas que disparate. Ensinem História ( lá estão todas as religiões, desde as da préhistória), ensinem Lingua Portuguesa ( para que o mundo e os outros sejam inteligíveis, e os discursos das várias religiões também), ensinem mATEMÁTICA,, Ofundamento da compreensão do universo, ensinem física, biologia, literatura, História clássica e moderna!
Estou farto de lidar com estudantes analfabetos funcionais, que não sabem interpretar um texto ou não leram um clássico.

Facto religiosos é facto histórico ou facto sociológico.

Haja rigor! Agora ando eu com os meus impostos a financiar a religião dos outros, ou a pagar propaganda e marketing religiosos! Querem madrassas versão soft? Inscrevam as criancinhas no privado católico, Que inda por cima recebe milhões do estado português... E o povinho a pagar...
Haja vergonha.

Desde que a escola seja laica e republicana pode-se ensinar tudo, até religião.
A França sempre na frente! Farol do LAICISMO!