Olá a todos!

Como sabemos, as gémeas siamesas iranianas, Ladan e Laleh, estão a ser submetidas a uma intervenção cirúrgica muito delicada, com vista à sua separação.
Infelizmente, Ladan morreu hoje e Laleh encontra-se em estado muito grave, devido a uma intensa perda de sangue.

Estas duas irmãs levam-me a pensar até onde o amor pelos nossos nos pode levar. Admiro-as por se terem disposto a enfrentar a morte, ou um estado vegetativo, apenas por terem a esperança de se contemplarem sem ser pelo espelho e por também se respeitarem mutuamente como pessoas que, partilhando um crânio, aspiram a sonhos diferentes.

Por tudo isto, exorto a que peçamos a Deus por estas duas bravas almas, para que as acolha na Sua Luz.


Anna

Bem, como já era mais ou menos esperado pela comunidade médica e científica credível, em particular neurocirurgiões e anestesistas, duas gémeas siamesas morreram na mesa de operações, vítimas presumivelmente de um erro medico técnico e provavelmente de fins publicitários inconfessáveis. Esta cirurgia de alto risco tinha sido recusada por outra equipas especializadas.

As mortes anunciadas de duas mulheres de 29 anos não são por acaso e deveriam fazer-nos reflectir sobre os limites da experimentação biomédica e a necessidade de não transformar em circo planetário sofrimentos pessoais e intraduzíveis.

O fascínio pelo bizarro e grotesco, não-aceitação da diferença, mesmo que desviante e a tendência de normalização absoluta em termos de saúde individual comporta questões éticas importantes. As duas gémeas foram sacrificadas à voracidade da publicidade e do lucro, à vertigem dos média, ao nosso voyeurismo primário e a uma certa concepção voluntarista da medicina, em que a intervenção se faz a todo o custo, mesmo que o preço seja o mais elevado.

Teria sido diferente se elas não fossem mulheres? Teria sido diferente senão tivessem nascido numa pobre família do terceiro mundo? Teria sido diferente se o hospital em causa não fosse uma instituição privada? Como explicar 50 - cinquenta!!!!!!!!!!!!!!!! horas de anestesia? Como explicar o tempo inacreditável para a primeira parte da intervenção? Como explicar a morte por hemorragia brutal - que significa de certeza um erro cirúrgico??

Isto nem sequer foi uma experimentaçao. Foi um sacrifício ritual. Resta saber a que deuses.

Sim, concordo que talvez a operação fosse melhor estudada pelos médicos. Uma coisa que me mete um pouco de confusão é como é que eles não se deram conta que os cérebros estavam mais juntos do que se previa inicialmente. Acaso não saberão o que é uma ressonância magnética?
Talvez esta operação tenha sido um autêntico golpe publicitário, mas também imagino o sofrimento de duas pessoas conviverem uma com a outra sem se poderem olhar olhos nos olhos.

Anna

Rezemos também por Amina, a mãe de uma bébé de 1 ano; acusada de adultério (FALSO) na Nigéria. Foi decidida há dias a sua morte por lapidação: é enterrada até ao pescoço... e depois é morta à pedrada! Um belissima mulher, jovem mãe... tudo porque a religiosidade instalada a tanto obriga... que grande religião! Já noutros tempos a Católica o fazia e ainda pior! Que reles de mundo este!
Rezem pelas crianças vítimas da fome de dos crassos erros dos mais crescidos... Não falta por quem rezar, mas duvido que isso chegue para parar a hemorragia do ódio e da vingança, das experiências científicas em seres humanos, (Laden - Lalhet)do comércio nogento de órgãos etc... Rezem, mas saibam que entretanto os factos acontecem, paesar das orações

Claro.
Ninguém pode fugir ao que Deus designa.

Ai Deus designa toda esta barbaridade? Matem-se, esfolem-se... ai é essa a Lei maior do Amor que Deus nos transmite...
Dona Ana, por favor. Só nos tem a dizer que "claro ninguém pode fugir ao desígnio de Deus?" mas qual Deus... o seu talvez!
Amina pode ser salva e no entanto está condenada, não pelo Deus de Bondade, mas por esse deus do interesse humano e bárbaro... compreende a diferença?
zé

Miranda:

estava apenas a referir-me que ninguém pode fugir aos desígnios de Deus, mas não estava de todo a dizer que Deus permitia estas barbaridades.
Estas monstruosidades são humanas, não divinas.
Quando digo que ninguém pode fugir aos desígnios de Deus, refiro-me a casos em que as pessoas podem ter algo nas suas vidas de que não estavam à espera, ou que talvez nem quisessem, que lhes pode trazer muito sofrimento, mas que são formas de Deus se manifestar nas nossas vidas.
É impossível, também, que queiramos eliminar o mal do mundo de uma forma total. O mal tem uma razão de existir: através do mal, podemos ter a consciência do que é o bem. Se me indigno com determinada situação, é porque tenho consciência do que o bem não corresponde àquilo.

Anna

Uma notícia que saiu na Ecclesia há já alguns dias...


Especialistas da Santa Sé consideram lícita a cirurgia falhada para separar gémeas siamesas

Depois de dois dias de uma cirurgia arriscada e sem precedentes, as gémeas siamesas iranianas Laleh e Ladan Bijani, de 29 anos, morreram na mesa de operação. As mortes encerraram o esforço de 28 especialistas e 100 assistentes para separá-las no Hospital Raffles, em Singapura.
Apesar deste desfecho trágico, a Igreja Católica considerou ontem moralmente lícita a operação para tentar separar as duas siamesas. Como explicou o vice-Presidente da Academia Pontifícia para a Vida, D. Elio Sgreccia, a cirurgia “cumpria as condições necessárias para ser eticamente aceitável”, ou seja, a presença de uma patologia grave, o consenso das duas pacientes, a possibilidade de sucesso e a equipe médica era preparada e todas as precauções haviam sido tomadas.
Também Mons. Mauro Cozzoli, professor de teologia moral Universidade na Pontifícia Lateranense de Roma, é do mesmo parecer. Para ele, é preciso considerar que a equipa médica decidiu e realizou a operação "com ciência e consciência". "O que quer dizer que a única intenção era curar e salvar a vida de ambas e com perspectivas de sucesso. Por esse motivo, não se pode avaliar eticamente a operação pelo seu resultado", disse a Radio Vaticano.
"A coragem das duas gémeas de se submeterem à cirurgia deve ser respeitada", declarou o Padre Joseph Gallagher, professor de Teologia moral na Academia Alfonsiana de Roma. O docente afirmou também compartilhar do desejo das duas irmãs de terem uma vida nova, não só do ponto de vista físico, mas também “do ponto de vista espiritual”.

Internacional | Octávio Carmo| 7/9/2003 | 17:11 | 1534 Caracteres

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claro que nesta perspectiva teologica, o suicidio assistido é éticamente aceitavel. Que grande revoluçao para doutrina da igreja!!!!!!!!!

Talvez não tenhas lido a notícia toda, mas ninguém falou de suicídio assistido!

Luis

POr acaso li:

"a presença de uma patologia grave,
o consenso das duas pacientes
a possibilidade de sucesso ", que como sabemos era ínfima.


Se estes requisitos tornam éticamente lícita todo o tipo de intervenção experimental em seres humanos, mesmo sabendo que conduzira a morte, os mesmos principos se deveriam aplicar ao suicídio assistido.

Isto nem sequer foi uma experimentaçao. Foi um sacrifício ritual. Resta saber a que deuses.




Dois pesos e duas medidas, como sempre?

Desculpa lá, mas não devemos estar os dois a ler a mesma coisa. Existia possibilidade de sucesso! Mesmo que fosse reduzida, existia. Então não podes de dizer que nem sequer foi uma experimentação, não tendo passado de um "sacrifício ritual". Se existia possibilidade de sucesso, não se pode afirmar que "... sabendo que conduziria à morte ".

Claro, se usarmos bom senso...

Luis

Pois, o sucesso poderia ser dois vegetais com lesoes cerebrais irreversiveis.
Bom senso é o que faltou. Bom senso e vontade de ganhar dinheiro. E depois vem o Vaticano defender grandes principios éticos.