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Igreja Quer Abolir Cânticos
Escrito por: Susete Gonzaga (IP registado)
Data: 13 de February de 2002 23:55

Cá estou eu mais uma vez para lançar um "tema" para discussão.

Foi hoje publicado a seguinte noticia, no jornal Público:
"
Igreja Quer Abolir Cânticos

O Patriarcado enviou no dia 17 de Janeiro uma carta a sugerindo que sejam evitados os sinos com cânticos religiosos nas capelas, em obediência à recente Lei do Ruído. "Defendemos que todas as paróquias devem submeter-se à lei", disse ao PÚBLICO Jardim Gonçalves, do Patriarcado de Lisboa.

O cónego Orlando Leitão, da Vigararia-Geral de Lisboa, diz mesmo que "se devem suprimir todos os toques de 15 em 15 minutos ou de meia em meia hora", em virtude das novas regulamentações e do elevado número de queixas ali recebidas. "Esse tipo de toques tinham a sua importância quando a maioria das pessoas não tinha relógio, mas hoje não são indispensáveis", defende. "

O que acham?????

Susete

Re: Igreja Quer Abolir Cânticos
Escrito por: Vergel (IP registado)
Data: 27 de February de 2002 18:28

Quem canta reza duas vezes.

Se os catolicos, ja nao rezam, terminando com os canticos, será de todo, a morte da espiritualidade catolica.

Quem fez esta proposta, nao entende nada da alma humana.
Cantar faz bem a saude, cantar liberta a alma, tira a solidao, quem canta seus males espanta.

Expliquem as pessoas, que cantar numa igreja, é louvar o criador. cantar numa igreja nao é fazer ruido. Ruido fazem os carros velhos.

Nao deveriam tambem fazer uma lei, para cozer a boca dos caes, que nos apartamentos vivem? ladram a noite toda, incomodam os trabalhadores. nao será isso tambem ruido?

Eu desaprovo a aboliçao dos canticos dentro da igreja. Quem vai a igreja, deve participar dos canticos alegremente.

Re: Igreja Quer Abolir Cânticos
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 04 de March de 2002 11:39

Tens toda a razão Vergel, mas ATENÇÃO: a notícia não diz respeito aos cânticos dentro da igreja, mas sim os cânticos tocados pelos sinos das igrejas! Daí, ser enquarado como "ruído". Um cântico dentro de uma igreja dificilmente se torna audível do lado exterior, quanto mais ser considerado ruído... :o)

Re: Igreja Quer Abolir Cânticos
Escrito por: Lugo (IP registado)
Data: 04 de March de 2002 15:46

Bem, João, eu gostaria de concordar contigo, mas há por aí algumas vozes que conseguem ouvir-se fora da Igreja... o curioso é como é que os vidros da mesma se mantém intactos LOL :-)

Lugo

Re: Igreja Quer Abolir Cânticos
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 05 de March de 2002 20:08

A sério?? LOL
Tá bem... :o)

João

Re: Igreja Quer Abolir Cânticos
Escrito por: Tozé Monteiro (IP registado)
Data: 05 de March de 2002 23:46

pois, haviam de ir à missa à minha aldeia...!:)

Re: Igreja Quer Abolir Cânticos
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 31 de January de 2005 14:22

«Eppure si muove...»

Alef


Missa com Concertinas Conquistou Centenas de Fiéis


A igreja de Vila Nova de Anha, em Viana do Castelo, foi pequena para acolher os fiéis que, anteontem, quiseram assistir a uma missa diferente, animada por concertinas e cantares ao desafio. Durante mais de uma hora, sonoridades típicas dos arraiais ecoaram no templo apinhado de gente, dando o mote aos cantadores ao desafio, que trocaram as letras brejeiras por orações e por ensinamentos de catequese. Foi a sexta vez que a freguesia viveu tal acontecimento com o beneplácito do pároco Alípio Lima, que defende que, na sua igreja, "não interessa o instrumento que é tocado, seja órgão ou concertina, violas ou violinos, o que interessa é louvar a Deus".

A missa celebrada nestes moldes transcende as orientações ditadas pelo bispo da diocese de Viana, D. José Augusto Pedreira, que outras vezes terá vedado aos tocadores a hipótese de animar eucaristias na cidade de Viana, por entender que a concertina "se trata de um instrumento profano". Centenas de pessoas, entre as quais Quim Barreiros, um dos mais conhecidos tocadores de concertina e de acordeão do panorama musical português, e o presidente da Região de Turismo do Alto Minho (RTAM), Francisco Sampaio, acotovelaram-se nos bancos da igreja de Vila Nova de Anha no passado sábado, para assistir à missa das 18h00. Inserida no programa do VII Encontro de Tocadores de Concertina e Cantares ao Desafio da freguesia, a celebração prima pela inovação, não só devido à presença das concertinas, mas também porque, no altar, junto ao pároco, está instalada uma tela onde vão sendo projectados os dizeres sagrados. Cerca de uma dezena de tocadores e cantadores, homens e mulheres, desfiaram cânticos litúrgicos, ajudados por um violão e o tradicional órgão. É "um momento intenso e de notável liberdade", descreve o pároco.

Na sua habitual alocução, Alípio Lima, padre da freguesia e docente de Psicologia na Universidade Católica, provocou um discreto sorriso nos paroquianos ao referir que "há pessoas que hoje não vieram porque só gostam do órgão, mas há tantos outros que, humildemente, não costumam vir e hoje vieram porque gostam da missa das concertinas". "É nesta diversidade de opiniões e nesta liberdade, que tanto custou a conquistar, que devemos viver. Portanto, deixemos que os que não gostam não gostem, e os que gostam saboreiem", refere, acrescentando ainda, a propósito da utilização de concertinas na missa de Vila Nova de Anha, que "para louvar a Deus nunca foi preciso pedir licença a ninguém". E, mais tarde, na altura de dar a missa por encerrada, concluiu: "Se as concertinas arrastam pessoas para a igreja, então vinde cá todas as semanas tocar".

Pai Nosso em tom de desagarrada

Augusto Canário, tocador da freguesia, coordena a animação da missa. Ele próprio entoa o Pai Nosso em tom de "desgarrada". Ao PÚBLICO, explica depois que, numa missa deste tipo, o toque das concertinas enquadra não só os cânticos litúrgicos habitualmente cantados pelo coro da igreja - "o Salmo, o Canto, o Aleluia, etc..." -, mas também "outros textos, que foram escritos previamente de acordo com o tempo litúrgico". "São temas que fazem parte da catequese e que eram cantados antigamente por cantadores, que utilizavam esta forma de expressão (cantares ao desafio) para os debater. Nós queremos, no fundo, repor isso", refere.

Quim Barreiros, que assistiu à inédita celebração, sentado num dos bancos da frente da igreja de Vila Nova de Anha, confessa que não tem por costume ir à missa, mas que àquela "não podia faltar". O conhecido artista popular entende que este tipo de iniciativa pode funcionar como chamariz de fiéis e aconselha mesmo "os senhores abades das nossas terras" a "fomentar estas missas com acompanhamento de instrumentos típicos portugueses". É que o cantor - a quem o padre Alípio Lima confessou, rindo, que não é apreciador das letras das suas músicas - é de opinião de que, "se houvesse mais missas deste género, tenho a certeza que o povo ia mais vezes à missa". "É muito bonito. Nós é que não temos esse hábito", afirmou, lembrando que, "já para aí há 30 anos, os espectáculos que fazia na América e no Canadá para a emigração eram dados no salão da igreja. Acabava a missa e, era só correr um pano, e começava eu a cantar e os portugueses a dançar."

Por ANA PEIXOTO FERNANDES
Fonte: «Público», Segunda-feira, 31 de Janeiro de 2005


Ausentes Têm Falha "Cultural Grave"


Visivelmente satisfeito com a enchente na sua igreja, o padre Aníbal Lima comentou no final da missa que considera que "tem uma debilidade cultural grave a pessoa que ainda não participou numa missa de concertinas". Sobre eventuais orientações pastorais no sentido de serem proibidas tais manifestações, respondeu: "Nunca fui chamado a atenção e se for é tempo perdido". "Acho que quem não veio participar numa celebração destas não pode emitir opinião, porque primeiro vê-se e depois é que se fala", comentou.

Fonte: «Público», Segunda-feira, 31 de Janeiro de 2005

Re: Igreja Quer Abolir Cânticos
Escrito por: Pedro B (IP registado)
Data: 31 de January de 2005 17:17

Triste comunicado

Acabar com os toques dos sinos invocando a lei do ruído é de facto triste e ridiculo.

Porquê não acabar com as procissões e com as recitações do terço (Lei do Ruido e Leis do transito)

Acabe-se igualmente com os ladrares dos cães, com os choros das crianças com o canto dos passaros, etc.

A justificação do relógio é de pasmar. Por essa via qualquer dia acaba-se com as Missas nas várias paróquias sendo que os Católicos têm televisão e podem assistir à Eucaristia.

Bem vindo ao Seculo XXI

Simplesmente ridiculo

Pedro B

Re: Igreja Quer Abolir Cânticos
Escrito por: marta (IP registado)
Data: 31 de January de 2005 22:52

Caro Pedro,

Concordo contigo....

Curioso como hoje mesmo numa mesa de café abordava este assunto com uns colegas (em sequência de uma notícia saída tb num JN da semana passada, em que o caso chegou mesmo à via judicial)...

Ora, alguns colegas eram totalmente contra porque, diziam, “ninguém é obrigado a ouvir os toques das ‘Avé-Marias’ se, por exemplo, não é católico”... Ora bom, a pensar desta forma, também não tínhamos que ouvir o som das sirenes da polícia se não estamos a ser perseguidos... também não somos obrigados a ouvir os altifalantes dos sindicatos a anunciar a greve, se não somos nós quem está em greve.... também não somos obrigados a ouvir o som dos foguetes se não estamos contentes e em festa (religiosa ou não)....

Agora, um exemplo concreto: na freguesia de onde sou natural, existe uma grande indústria que emprega cerca de 1500 trabalhadores e funciona com horários diversos distribuídos por outros tantos turnos. Para assinalar o início e o fim de cada turno, há uma sirene que toca tão alto que se ouve bem longe... Eis a questão: se eu não trabalho naquela fábrica, pq preciso ouvir a sirene? Da mesma forma que esta sirene avisa os trabalhadores dos horários de entrada e saída, tb o sino da torre da igreja / relógio é uma manifestação dirigida a quem com ela se identifica.... parece-me tão natural quanto isto...

Muito francamente, nesta matéria constato mais um motivo de ‘mania da perseguição’ (que tanto está na moda) pelo que se prende com "religião e afins"... Estou pra ver se, invocando a Lei do Ruído, a sirene da tal indústria vai ser proibida... E duvido que algum dos 1500 trabalhadores não tenha relógio (isto para o argumento usado pelo Sr. Cónego Orlando Leitão, no artigo acima do Público)...

No que respeita ao artigo colocado pelo Alef, como catequista e animadora de um grupo de jovens, congratulo-me com todas as “novidades” que incentivam a uma movimentação religiosa mais intensa, ficando, contudo, na reticência de se estas práticas serão também mais vividas e se não correm o risco de trazer para a Igreja um certo ‘banalismo’ pelo culto autêntico e sentido...

Bom, fica na consciência de cada um...

marta

Re: Igreja Quer Abolir Cânticos
Escrito por: catolicapraticante (IP registado)
Data: 31 de January de 2005 23:32

Coimbra deve ser a excepção, porque há uma torre sineira que dá sinal de 15 em 15 mn em ninguém pensa em calá-la: a velha Cabra da universidade.

Agora penso que é tudo uma questão de bom senso; um pequeno sinal discreto e as badaladas da hora são muito diferentes do toque roufenho difundido por cornetas de feira da gravação das notas do referão da "avé maria de fátima" cada 15 minutos. se vivessem ao pé de uma dessas igrejas de certeza que mudavam de opinião

Tozé M.

Re: Igreja Quer Abolir Cânticos
Escrito por: Padre João Luis (IP registado)
Data: 01 de February de 2005 00:02

Vivi um ano numa paroquia onde o sino ficava colado a casa paroquial. Nunca morri por causa disso.
Contudo deve imperar o bom senso à noite. Tocar de 15 em 15 minutos o Avé de fatima às 6 da manhã, é de facto confrangedor para muita gente.
Durante o dia não penso o mesmo.
Contudo lembro-me da velhinha história do velho, do rapaz e do Burro. Cada cabeça sua sentença.



Desculpe, não tem permissão para escrever ou responder neste fórum.

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