Olá a todos!


Um vez, li num jornal de uma associação de pessoas com deficiência que a Igreja Católica assume uma postura de resignação face aos direitos das pessoas deficientes.
Isto significava que os deficientes teriam de se resignar à sua condição, recorrendo à caridade de terceiros, em vez de lutarem pelos seus direitos.
Muito sinceramente, não sei ainda qual a posição da Igreja face à pessoa com deficiência, mas gostaria de ser elucidada sobre esta temática.

Anna,
existe uma organização denominada "Fraternidade Cristã dos Doentes Crónicos e Deficientes Físicos".
[ecclesia.pt]

Talvez aí encontres alguma informação.

João (JMA)

Às vezes os jornais também nos "brindam" com notícias positivas. É o caso do «Público» de hoje.

Alef

"Há Empresas Que Procuram Deficientes como Um Valor"

O presidente do premiado Centro de Reabilitação Profissional de Gaia (CRPR), dedicado à integração de deficientes no mercado de trabalho, considera que "é injusto dizer que os empregadores não são abertos a contratar pessoas com deficiência". Jerónimo de Sousa está consciente de que "é difícil a um deficiente arranjar emprego", mas também tem dúvidas de que a quota obrigatória no sector privado resolva o problema.

"Há empresas que procuram pessoas com deficiência porque isso é um valor e humaniza-as", afirma Jerónimo de Sousa, considerando que cada vez mais os empregadores têm uma noção de cidadania social. "O nosso papel é propor soluções de emprego que passam pelo desenvolvimento de competência e também de apoio aos empregadores que recebem os deficientes, numa espécie de serviço de 'venda e pós venda'".

É neste princípio que assenta o trabalho do CRPR, fruto de uma parceria entre o sector público e o privado, que apresenta uma taxa de integração sócio-profissional de mais de 70 por cento. Em Janeiro deste ano, o centro foi distinguido com a Marca Europeia de Qualidade em Reabilitação pelo Trabalho, um prémio criado pelo Parlamento Europeu.

A política de consciência social faz parte, por exemplo, dos objectivos do grupo Auchan, que detém os hipermercados Jumbo, em que actualmente trabalham 26 pessoas com diversos tipo de deficiência, 81 por cento das quais são efectivos. Até 2005, a cadeia de supermercados quer ter entre três a cinco deficientes em cada loja.

À semelhança de muitas empresas, o grupo Auchan não recorreu a subsídios estatais específicos para adaptar o local de trabalho às necessidades do deficiente.

Apesar do optimismo sobre a crescente sensibilidade das empresas, Jerónimo de Sousa diz não estar a pintar um quadro idílico. "É difícil a um deficiente arranjar emprego porque a nossa sociedade ainda tem dificuldade em lidar com a diferença".

Dúvidas quanto às quotas

A contratação obrigatória de pessoas com deficiência pelo sector privado é a solução proposta pelo Governo para combater o problema. O projecto de lei, que se encontra na comissão parlamentar de Assuntos Sociais, impõe uma quota máxima de dois por cento de deficientes do total de funcionários em empresas privadas e um tecto de cinco por cento na Administração Pública, o que já era obrigatório por lei, embora nem sempre seja cumprido.

A imposição de quotas no privado é bem-vinda pelas associações de apoio aos deficientes, apesar de não acreditarem na viabilidade da medida.

Para o presidente da Confederação Nacional das Organizações de Deficientes, Henrique Mendonça, "há outras formas de as empresas privadas poderem empregar pessoas com deficiência sem estarem obrigadas por lei". É que, sublinha, "as empresas fazem as contas e preferem pagar a coima do que cumprir a legislação".

A própria Administração Pública admite que não tem capacidade para fazer cumprir as normas. "No Orçamento de Estado não há nada escrito sobre os subsídios à alteração do posto de trabalho para se adaptar ao deficiente", exemplifica o presidente desta confederação que reúne 29 associações.

Jerónimo de Sousa também tem dúvidas sobre a solução das quotas, porque "as pessoas com deficiência sentem que conseguiram o emprego não por direito próprio mas como uma obrigação decretada por outro". E prefere sublinhar que existem recursos em Portugal para que a integração seja possível, mas é preciso que haja mobilização. "Há pessoas que chegam aqui quatro ou cinco anos depois de um acidente".

Por SOFIA RODRIGUES
«Público», Domingo, 18 de Abril de 2004
[jornal.publico.pt]



Biblioteca Nacional Tem Uma Quota de 20 por Cento

A Biblioteca Nacional, em Lisboa, emprega 56 pessoas com deficiência, o que representa 20 por cento do seu total de trabalhadores. Este número, possível graças um programa de reabilitação profissional, ultrapassa largamente a quota de cinco por cento definida por lei para os organismos públicos.

No universo de trabalhadores com deficiência, 29 integram o quadro de funcionários e 23 estão em regime de contrato de emprego protegido, no âmbito de um protocolo com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Com este acordo, que remonta a 1980, pretende-se preparar os deficientes para a integração no mercado normal de trabalho. É o IEFP que escolhe os candidatos consoante as necessidades da Biblioteca Nacional. São elegíveis as pessoas que tenham um défice máximo de 66 por cento de capacidade de trabalho. O programa inclui um estágio de nove meses e só depois é celebrado um contrato.

A Biblioteca Nacional tem recebido deficientes mentais que trabalham sobretudo como auxiliares em áreas oficinais, mas também acolhe surdos-mudos e cegos. Por exemplo, o responsável pela área da conversão de livros na edição Braille é cego (foi admitido directamente nos quadros) e tem a trabalhar sob as suas ordens outras pessoas com a mesma deficiência.

Apesar da Biblioteca Nacional fazer uma avaliação positiva do programa, nem sempre se consegue a integração no mundo do trabalho. "Às vezes há casos de insucesso porque a doença agrava-se e perdem capacidades", explica o director de serviços de administração geral da biblioteca, Abel Martins, apontando a falta de soluções para estas situações como o maior problema do programa.

É que à instituição tutelada pelo ministério da Cultura compete apenas servir como um meio de transição para a integração no mercado normal de trabalho, mas quando as pessoas têm problemas de adaptação e não são colocadas "vão ficando, numa situação que se pode eternizar", segundo Abel Martins.

A biblioteca pode admitir esses colaboradores no quadro, mas não é obrigada. Actualmente, no universo de trabalhadores da instituição, 19 pertenceram ao regime de emprego protegido e actualmente são funcionários públicos.

Por S.R.
«Público», Domingo, 18 de Abril de 2004
[jornal.publico.pt]


Vale a pena ver ainda:

- Fernanda Toda a Vida Quis Ser Telefonista

- Dulce Sempre Contrariou o Rótulo dos "Coitadinhos"

- Luís Prepara-se para Pôr Fim a Dez Anos de Uma Vida Sem Horários

Ana Amorim

Claro, tu ves em Portugal igrejas com acesso a pessoas de dificiencia motora? Esquecem-se desses. Ate as ruas, quanto mais igrejas...e ves as igrejas antigas com casas de banho? Nao havera junto de cada igreja um pedaco de terra para uma casa de banho. Ninguem pensa no bem dos outros. Se for preciso, ainda vao fazer uma casa de banho e nao se lembram dos dificientes. Aqui uma Camamra Municipal, nao autoriza uma obra se nao tiver condicoes para esses de dificiencia motora. Aqui uma igreja, ate tem um quarto para mudar o bebe. Que pena, Portugal ter mentalidades, tao atrasadas ainda...

Irmã Ana:

Estamos ansiosos que tu e outras pessoas de mentalidades avançadas, voltem para Portugal e ajudem o País a progredir. É que criticar de longe, com uma certa arrogância, não ajuda nada...

Volta, filha, estás perdoada...

Abraço Fraterno

ajuda, pois..

Irmã Paula:

Claro que as criticas ajudam. O contacto com outras sociedades é sempre benéfico também.
O que é dispensável, é a arrogância dos "pobres coitadinhos".

Talvez quem critica tanto de longe, se tenha esquecido que Portugal é o País com as fronteiras politicas mais antigas da Europa, e um dos mais antigos do mundo.
Quem vive no Canadá, por exemplo, talvez se tenha esquecido do enorme contributo que os portugueses deram para o desenvolvimento desse país, que na altura em que os portugueses começaram a pescar na Terra Nova, era apenas uma terra selvagem.
Somos mentalidades atrasadas? Talvez em muitos aspectos. Mas ainda hoje, o "pão" é chamado de "pan" no Japão, tal como o "arigato" deriva do "obrigado" português.
Custa ver a falta de orgulho em ser português que muitas comunidades lusas demonstram quando emigram.
Conheço muitos países, entre os quais o Canadá (lindíssimo país diga-se),
e em todos eles os portugueses são respeitados, assim como a nossa cultura. Excepto pela grande maioria dos luso-descendentes... Culpa de quem? Talvez não fosse mau voltarem de vez em quando, e verem com os próprios olhos como os estrangeiros que nos visitam ficam encantados com a nossa maneira de ser.
Em vez de criticarem sobranceiramente, enviem ideias, partilhem experiências. Nós agradecemos e retribuímos.

Abraço Fraterno

VM

Eu nao critiquei, eu respondi ao tema...
Claro que visito Portugal, ainda ai estive o verao passado e volto este ano outra vez. Ainda nao me esqueci de Portugal, nem de ser Portuguesa, alias, tenho dupla nacionalidade.
Sim, o Canada e um Pais lindo e muito grande. Nao vivo no lugar das pescas...mas no lugar onde ha muito oleo. Mas nao trabalho no Oleo....lol

Nao e verdade que o governo Portugues, se esquece dos dificientes motora? Ouvi um programa na Radio Renascenca, onde falava uma dificiente Portuguesa e dizia, que o que valia foi terem la os hippers, o Colombo para poderem ir fazer compras. Porque se nao fossem esses, elas nao podiam sair e fazer compras. Nao e verdade que as igrejas antigas Romanas, nao tem uma casa de banho? Se alguem desmaia, nao tem agua? So o padre tem agua para a consagracao.
Isto nao e criticar...podia ser, era uma critica construtiva...!!!
Uma igreja, nao nao devia ter as portas abertas, sem ter uma casa de banho...a igreja da minha freguesia, nao tem excepcao. Quando alguma crianca precisa de ir a casa de banho, saie da igreja e vai ao cafe mais perto. Ainda porque os senhores sao muito bons...Nao sera que a igreja em Portugal e atrasada?
Claro, que vivemos num Pais onde se lebram de todos...

Caro VM


Ainda lhe quero dizer, que nao sou emigrante, devido a faltas que tivesse em Portugal, ainda hoje nao sei porque emigrei, mas nao me sinto deslocada, sinto-me muito bem :-)
Olhe, que em herancas de pais e avos e nao so, ainda tenho mais do que, muitos e muitos que vivem em Portugal.
Eu sou uma emigrante, que nem gosto desta palavra, para ser sincera...mas que tenho dado frutos a Portugal. Tenho casa ai e outros valores. E tenho casa aqui e filhos com cursos superiores. Chega? Nao sou uma coitadinha!!! :-)

Ana, o que eu acho é que tem razão apenas numa coisa, realmente é necessário mudar as mentalidades. Mas não só dos que vivem cá mas também de vocês, portugueses que vivem noutro pais de acolhimento. Porque tem que concordar comigo e sabe-o tão bem quanto eu que muito do que se faz por cá a nivel da igreja , principalmente nas paróquias mais pequenas se deve ao espírito de missão de algumas pessoas e que existe muito boa gente que não é capaz de ajudar no que quer que seja e pior ainda criticam os que trabalham. Tente na sua paróquia cá em Portugal dar essas ideias novas, fale com o pároco, com o conselho pastoral ou a fábrica da igreja. Sugira...Seja interventiva e não passiva. Um Abraço.

Kika

Tem razao!!! Aqui tambem criticam, mas isso e inveja daqueles que nao sabem fazer nada.... Lamento imenso o que se passa nas igrejas...muita inveja!!!
Mas isto devia caber a hirarquia catolica. Nao sabem, que uma igreja precisa de uma casa de banho? Se for preciso vao faze-la, bem perto do altar para o padre...verao! E ao fundo da igreja que se precisam as casas de banho...Ja vi desmaiar muita gente nas igrejas...por isso e preciso haver condicoes para todos...!!! O Papa ainda mandou agora dinheiro para ao Iraque. Possivelmente algum saiu de Portugal. Em Portugal tem igrejas que nem as janelas se abrem, frias no inverno. Ora o dinheiro que dao para outros Paises, porque nao o investem no mesmo Pais?

Kika

Ja fui aqui muito envolvida na igreja. Quando dava as minhas ideias, eu tinha de fazer tudo...O padre apontava logo o dedo para mim :-)
Fui membro do Conselho Paroquial, Conselho Financeiro, leitora, trabalhava com jovens, na Semana Santa e pelo Natal, preparava, o Presepio ao vivo. Fazia esses lindos ofertorios, sempre com jovens e criancas. O meu paroco, pos-me nas financas, depois nao me as mostrava, vi que era uma irregularidade, uma imoralidade, acusei-o ao bispo e virei as costas a tudo...mas ele foi fora da igreja!...O bispo po-lo fora.
So ai aprendi a ver, que os padres eram humanos, antes via-os como um Deus. Hoje ja estou bem comigo, mas revoltei-me!!!
Precisava de Deus em mim novamente!!!Nao sou feliz, sem ele...

Irmã Ana:

Quando eu falei nos "pobres coitadinhos", estava ironicamente a referir-me à postura de certos emigrantes em relação aos ascendentes portugueses. Portanto, a nós mesmos, que aqui vivemos. E falo com à vontade sobre essa postura, porque conheço e contactei com portugueses desde o Canadá, Kénia, África do Sul, Brasil, Argentina, vários países Europeus, EUA, países asiáticos, etc. etc. Um dia só faltou andar ao murro com um "françuguês"em Paris, tal o desprezo com que ele falou de Portugal. Mas também tive momentos de terna solidariedade em Londres, por parte de portugueses que trabalhavam no hospital e no hotel por onde andei com a minha primeira mulher. E o que me irrita seriamente, é que nós, portugueses, sendo admirados em todo o mundo pela nossa capacidade de trabalho e integração em qualquer meio, menorizamos essa mesma capacidade, voltando-a contra o nosso país de origem. Vês isso nos inglêses ou dinamarqueses, por exemplo? Não! Nem adaptação, nem menosprezo pelas raízes. E, Ana, fico feliz por teres uma vida de sucesso com a tua família. Afinal és portuguesa, outra coisa não seria de esperar;-).
Voltando ao tópico, própriamente, é evidente que há muita coisa a fazer aqui. Mas as mentalidades estão a evoluir pela positiva. E ideias e "pressão" são bem vindas. E a hierarquia da Igreja, gosta, porque significa que nós os Católicos leigos, estamos vivos, e participamos ( "Uma Fé sem obras..." - Tiago 2, 14-26 ). Vamos fazer casas de banho para deficientes (e não só) nas Igrejas antigas? Vamos a isso! Julgo que no Canadá, não têm Igrejas com 500 anos ou mais, mas se tiveres conhecimentos de soluções arquitectónicas adaptáveis, porque não as fazes chegar cá?

Abraço Fraterno, e as minhas desculpas se não me expressei melhor nas mensagens anteriores. Ficamos Amigos???

Ana

Pelo que vejo de si, claro que não conseguia viver sem Deus. Eu também não e tenho orgulho nisso. O que faz falta são mais "Anas" por esse mundo fora. Não desista nunca, lembre-se que é a força de Deus que nos move.Bem haja.Um abraço!!

Kika

Um ano pela Pascoa, fizemos aqui nosso senhor com a cruz as costas, com os dois soldados, pregaram Jesus na Cruz e fizemos a Veronica, limpando o rosto de Jesus. Dentro da igreja. Temos uma igreja grande. O povo ainda recorda com saudade...deu muita emocao!!!
Pelo Natal fazia presepio ao vivo...Uma vez, encontrei as pessoas adquadas, uma jovem bonita tinha um filho de dias e o pai era mais velho, parecia mesmo a sagrada familia, na realidade... Essas coisas traziam mais gente a igreja...
Tenho estes trabalhos todos filmados!!! Os ofertorios tambem...tudo o que fiz foi para Deus. O povo nao gostava do padre, tentei ajudar...mas do qeu me sinto mais feliz, foi que fiz tudo em nome de Deus e para Deus. Ele parecia que me dava inspiracao para fazer tudo...

VM

Amigos para sempre :-)

ó ana, penso que devia em primeiro lugar reconciliar o seu coração.

Gostaria de saber se tem algum lugar aqui em Salvador - Bahia graduita para ocupação ou estudo para pessoais especiais ou com retadação mental mas com estado fisico perfeito fala e se cominica razoavelmente bem