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A sucessão apostólica
Escrito por: Hugo Castro (IP registado)
Data: 28 de March de 2003 19:23


A sucessão apostólica
quem são os discípulos de Cristo? - o verdadeiro discipulado

A igreja católica ensina que ela é a única depositária das doutrinas de Jesus Cristo, enquanto os ensinamentos confiados na origem por Cristo aos apóstolos teriam sido transmitidos através de uma série ininterrupta de descendentes até aos bispos católicos do nosso tempo. A igreja católica romana reputa-se portanto superior às outras igrejas, e sublinha que os cristãos não católicos (evangélicos, protestantes) não têm nada que ver com esta descendência. Assim, ao anunciar o evangelho, ouve-se às vezes dizer por algum católico: "Mas a vós, quem vos mandou?"

Estes esquecem que não é por descendência que alguém se torna discípulo de Cristo, através de reais ou hipotéticas geneologias das quais nos devemos afastar (1 Timóteo 1:4; Tito 3:9).

A todo crente que quer ser um Seu discípulo, Jesus disse para levar todo o dia a sua cruz (Lucas 14:27), renunciando aos seus próprios caminhos e à sua vontade egoista, para obedecer a Cristo (Lucas 14:33). Assim fizeram e fazem ainda hoje muitos crentes anónimos em toda a parte do mundo, dedicando a sua vida ao seu Senhor que os amou sacrificando a sua vida para salvá-los. Já apenas entre os primeiros cristãos lemos de discípulos como Mnasom de chipre (Actos 21:16), Ananias (Actos 9:10), José de Arimatéia (Mateus 27:57), ou Timóteo de Listra (Actos 16:1), porventura desconhecidos, mas chamados inequivocamente discípulos. A eles, como a todos nós que cremos e obedecemos em tudo o que o Senhor Jesus ensinou, são dirigidas as Suas palavras, os Seus ensinamentos, os Seus mandamentos (entre quais o de anunciar o Evangelho, em Marcos 16:15, e o de estar n`Ele dia a dia para dar fruto à Sua glória, João 15:2,8).

Segundo o conceito católico de sucessão apostólica, a presumida descendência dos bispos dos apóstolos deveria em teoria garantir que a sua igreja ensina ainda hoje a pura doutrina de Cristo assim como a encontramos na Bíblia.

Se esta da sucessão é uma regra válida, e não uma das muitas invenções "religiosas" dos homens, porque é que outros não a deveriam poder aplicar, a exemplo da igreja ortodoxa? Esta igreja reclama de direito, e justamente, a descêndencia dos apóstolos, no entanto ela contradiz a igreja católica romana sobre questões fundamentais como o primado e a jurisdição universal do bispo de Roma, o papa.

É evidente que para estabelecer se uma doutrina é verdadeira ou falsa é necessário bem mais que uma "sucessão apostólica ".

Os chefes religiosos deveriam ensinar a homens fiéis, que por sua vez deveriam ensinar a outros, para que o Evangelho fosse preservado e transmitido de uma geração à outra, como está escrito: "E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros" (2 Timóteo 2:2).

Em todo o caso, a mera sucessão de bispos, anciãos, ou pastores, não garante de maneira nenhuma que a mensagem original seja preservada e permaneça pura.

Antes de tudo é necessário dizer que os bispos não são apóstolos, nem têm a mesma autoridade dos apóstolos. Os apóstolos eram um grupo particular de homens encarregados pelo próprio Jesus Cristo de preparar o fundamento da Sua Igreja. Os anciãos de igreja eram menos que apóstolos.

Além disso, o apóstolo Paulo avisou os bispos da igreja de Éfeso dizendo: "Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; e que de entre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si" (Actos 20:29,30). É sabido que os "lobos cruéis" tiveram origem precisamente entre os bispos da igreja de Éfeso, e que começaram a ensinar "coisas perversas". Claramente, e apesar daqueles bispos poderem reclamar a sua "descendência apostólica" (segundo o conceito da igreja católica romana), as suas doutrinas permaneciam perversas.

Históricamente, os sacerdotes, os Levitas e os lideres religiosos de Israel eram "sucessores", descendentes de Moisés e dos profetas, no entanto no tempo de Cristo eles ensinavam toda a sorte de falsas doutrinas e tinham enchido a casa de Israel de "fermento" farisaico. Os primeiros cristãos viram-se obrigados a afastar-se dos sacerdotes porque viram a sua infedilidade em ensinar fielmente as doutrinas das Escrituras.

É meu desejo que muitos crentes católicos sinceros possam abrir os seus olhos, e reconhecer a vacuidade das afirmações dos bispos católicos em declarar-se autoridades infaliveis graças a meras geneologias históricas. Eles lembram muito de perto os chefes religiosos de Israel que frequentemente afirmavam ser descendentes de Abraão. Recordais como o Senhor os censurou? "E não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão" (Mateus 3:9).

A respeito dos sucessores dos patriarcas, Jesus avisou os Seus discípulos: "Olhai, e acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus" (Mateus 16:6). Este princípio aplica-se hoje exactamente como nos tempos passados.

Re: A sucessão apostólica
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 30 de April de 2003 10:26

Quando li este texto, achei-o demasiadamente pouco sério para receber uma resposta. Mas hoje deu-me vontade de comentar o primeiro parágrafo, apenas como modo de alertar quem o pôs (o Hugo) que uma mentira repetida mil vezes não passa a ser verdade, mesmo que seja traduzida em várias línguas e divulgada de muitos modos.

O tal parágrafo é completamente falso. Ao contrário da “Nova Via”, que se mostra exclusivista e contra qualquer forma de Ecumenismo, particularmente com a Igreja Católica, a igreja católica NÃO ensina que ela é a única depositária das doutrinas de Jesus Cristo. A Igreja Católica reconhece-se como a Igreja que manteve inalterado o processo de transmissão do Evangelho desde os Apóstolos, mas reconhece que as diferentes igrejas participam (em diferentes graus) da sua mesma realidade como Igreja de Cristo. A Igreja Católica disse oficialmente no II Concílio do Vaticano que "a Igreja de Cristo subsiste na Igreja Católica", o que significa duas coisas:

a) que na Igreja Católica reconhecemos a Igreja de Cristo;
b) que a Igreja de Cristo está onde o Espírito trabalha e isso extravasa as "fronteiras" da Igreja... Ou seja, a Igreja de Cristo não se reduz à Igreja Católica...

Mas o autor do texto que comento prefere não saber disso. Por isso, depois de uma afirmação gratuita e falsa, o que se diz a seguir sobre a sucessão apostólica é um chorrilho de deturpações, se não for mera ignorância (perdoem-me a franqueza, mas não se deve escrever destas coisas em público sem antes confirmar se os factos são verdadeiros). A Igreja Católica nunca disse que é única que tem sucessão apostólica. A forma como o dito parágrafo mostra a estreiteza de vistas de quem o escreveu, já que os não católicos não se reduzem aos "evangélicos, protestantes". Há claramente sucessão apostólica na Igreja Ortodoxa e em algumas igrejas protestantes essa sucessão apostólica manteve-se. No que respeita à Igreja Anglicana, há algumas dúvidas e por isso alguns padres anglicanos fazem-se ordenar pelos vetero-católicos, já que também estes mantêm a sucessão apostólica.

Nota-se uma coisa curiosa nas diferentes Igrejas: aquelas que têm sucessão apostólica defenda-na tenazmente; as que não a têm desdenham... Estas últimas fazem-me lembrar a famosa fábula da raposa e das uvas: “Estão verdes!”

É espantoso como se parte de uma premissa completamente falsa para depois "tourear" o adversário com grande alarido, com base numa caricatura... Só que não há touro, é tudo um faz-de-conta" auto-incensador... Deitam as canas, vão buscar os foguetes, e fazem a festa... É que com falsos pressupostos tudo é possível... Afinal, a seriedade de muitos escritos anda assim...

Será necessário recorrer à mentira para conseguir prosélitos?

Alef

PS.: É muito frequente ver literatura protestante atacar a Igreja Católica de se fechar em relação aos outros cristãos. Será verdade? Entretanto, faço um desafio simples: quantas são as igrejas protestantes que não reconhecem o baptismo dos católicos, quando, pelo contrário, a Igreja Católica reconhece os protestantes como validamente baptizados e, portanto, irmãos na mesma fé em Cristo? Na última Vigília Pascal fui à missa a uma paróquia onde houve mais de vinte novos baptismos (a maioria eram adultos) e um casal foi recebido oficialmente na Igreja Católica. Estes eram já cristãos (protestantes) e agora RECONCILIARAM-SE com a Igreja Católica, não sendo necessário novo Baptismo. Escrevi "reconciliaram-se" com destaque, porque em termos exactos não falamos de uma conversão à Igreja Católica, mas de uma reconciliação com a Igreja Católica. A conversão é sempre conversão a Deus (ou ao Evangelho), não a uma igreja particular.

Re: A sucessão apostólica
Escrito por: JMA (IP registado)
Data: 30 de April de 2003 10:29

Alef,

Gabo a tua "pachorra" para comentar disparates.

João (JMA)

Re: A sucessão apostólica
Escrito por: Hugo Castro (IP registado)
Data: 01 de May de 2003 03:02

Caro Alef:

Já não é a primeira vez que noto que deturpas o que escrevo. E desta vez foi flagrante. Acabas por não responder ao principal que é o mérito do argumento "sucessão apostólica", como forma de estabelecer se uma doutrina é verdadeira ou falsa.

A igreja católica não é a unica depositária das doutrinas de Jesus Cristo? Não foi aos apóstolos que Jesus Cristo confiou as suas doutrinas em especial a Pedro dos quais os bispos e o papa são sucessores respectivamente? Então a Igreja católica não é a única igreja depositária da Verdade? Quantas mais há? Não é a única que guarda o depósito da fé contido na sagrada Tradição e na sagrada Escritura e a quem compete guardar a verdadeira doutrina? Não é só o magistério romano que tem a autoridade de interpretar correctamente as Escrituras e proclamar qual é a doutrina verdadeira decorrente da autoridade que Cristo conferiu à sua igreja edificada sobre Pedro?


Nesta página encontrei um catecismo
[www.acidigital.com]

Diz o catecismo: "O Senhor Jesus instituiu sua única Igreja Católica para continuar a redenção e reconciliação dos homens até o fim do mundo. Deu a seus Apóstolos seus poderes divinos para pregar o Evangelho, santificar aos homens e governá-los em ordem à salvação eterna. Por isso a Igreja Católica é a única verdadeira fundada por Jesus Cristo sobre São Pedro e os Apóstolos; e todos os homens estamos chamados a ser Povo de Deus guiado pelo Papa, que é o sucessor de São Pedro e Vigário e Cristo na terra… Em seu aspecto visível a Igreja está formada pelos batizados que professam a mesma fé em Jesus Cristo, têm os mesmos sacramentos e mandamentos, e aceitam a autoridade estabelecida pelo Senhor, que é o Papa"


Agora nesta página [www.seminario-campos.org.br] pode-se encontrar um documento cujo título é A Única Igreja de Cristo (a Católica) onde se pode ler

…Assim, fora desta única Igreja não pode achar salvação quem tem meios e condições de conhecê-la. E conhecendo-a, tem obrigação de pertencer-lhe, porque é necessária para a salvação. ("Fol. Cat.", nº 02)…. Que essa única Igreja de Cristo seja a Igreja Católica, é fato bíblico e histórico comprovado.

Ainda na mesma pagina se lê mais abaixo "só a Igreja Católica é verdadeiramente Apostólica e Evangélica",

Conclusão: A igreja católica ensina que é a única verdadeira fundada por Jesus Cristo logo só pode ser é a única depositária (a quem foi confiada, a que guarda) das doutrinas de Cristo.


Diz o Alef "A Igreja Católica disse oficialmente no II Concílio do Vaticano que "a Igreja de Cristo subsiste na Igreja Católica", o que significa duas coisas:

a) que na Igreja Católica reconhecemos a Igreja de Cristo;
b) que a Igreja de Cristo está onde o Espírito trabalha e isso extravasa as "fronteiras" da Igreja... Ou seja, a Igreja de Cristo não se reduz à Igreja Católica..."

A interpretação do Vaticano não corresponde com a interpretação do Alef quanto ao significado "igreja de Cristo subsiste na igreja católica"


Em 5 de setembro do ano 2000 diz o cardeal Ratzinger, prefeito da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, publicou, em Roma, um documento com o título Cristo Jesus Ele diz textualmente que o papa João Paulo II, "com ciência certa e com a sua autoridade apostólica, ratificou e confirmou esta Declaração, decidida em Sessão Plenária, e mandou que fosse publicada". O texto, portanto, veio com aprovação direta do papa João Paulo II e com toda a autoridade de documento pontifício.

Neste documento pode-se ler:

Os fiéis são obrigados a professar que existe uma continuidade histórica — radicada na sucessão apostólica53 — entre a Igreja fundada por Cristo e a Igreja Católica: « Esta é a única Igreja de Cristo [...] que o nosso Salvador, depois da sua ressurreição, confiou a Pedro para apascentar (cf. Jo 21,17), encarregando-o a Ele e aos demais Apóstolos de a difundirem e de a governarem (cf. Mt 28,18ss.); levantando-a para sempre como coluna e esteio da verdade (cf. 1 Tim 3,15). Esta Igreja, como sociedade constituída e organizada neste mundo, subsiste [subsistit in] na Igreja Católica, governada pelo Sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele ».54 Com a expressão « subsistit in », o Concílio Vaticano II quis harmonizar duas afirmações doutrinais: por um lado, a de que a Igreja de Cristo, não obstante as divisões dos cristãos, continua a existir plenamente só na Igreja Católica e, por outro, a de que « existem numerosos elementos de santificação e de verdade fora da sua composição »,55 isto é, nas Igrejas e Comunidades eclesiais que ainda não vivem em plena comunhão com a Igreja Católica.56 Acerca destas, porém, deve afirmar-se que « o seu valor deriva da mesma plenitude da graça e da verdade que foi confiada à Igreja Católica ».57
Existe portanto uma única Igreja de Cristo, que subsiste na Igreja Católica, governada pelo Sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele.58 As Igrejas que, embora não estando em perfeita comunhão com a Igreja Católica, se mantêm unidas a esta por vínculos estreitíssimos, como são a sucessão apostólica e uma válida Eucaristia, são verdadeiras Igrejas particulares.59 Por isso, também nestas Igrejas está presente e actua a Igreja de Cristo, embora lhes falte a plena comunhão com a Igreja católica,[ou seja tem que haver comunhão com a igreja católica para que seja considerada igreja de Cristo] enquanto não aceitam a doutrina católica do Primado que, por vontade de Deus, o Bispo de Roma objectivamente tem e exerce sobre toda a Igreja.60

Quais serão estas igrejas de Cristo de segunda ou terceira categoria que terão vínculos estreitíssimos com a igreja Católica romana?

Não se pode dizer que a igreja de Cristo não se reduz à igreja católica porque a igreja de Cristo é sempre governada pelo Sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele. Não sou eu que digo é o vaticano.

O mesmo documento também diz que a "Igreja é necessária à salvação", retomando a velha afirmação que "fora da Igreja não há salvação". Portanto se fora da Igreja que é governada pelo Sucessor de Pedro pelos Bispos em comunhão com ele não há salvação a Igreja de Cristo não existe fora da igreja católica visto que a igreja de Cristo é formada por todos os homens e mulheres salvos.


Voltando ao catecismo daquela pagina
lê-se
Pode ser reconhecida hoje a verdadeira Igreja?
Sim, hoje pode ser reconhecida a verdadeira Igreja vendo se tem por fundador a Jesus Cristo, se participa dos sete sacramentos, se ama à Santíssima Virgem Maria e se obedece ao Papa. Se falta alguma destas condições, não é a verdadeira Igreja.


Daqui conclui-se que:

1) se a igreja católica romana é a única verdadeira a igreja de Cristo não só subsiste na igreja católica como é a igreja católica.

2) dizendo o catecismo que a verdadeira Igreja é a católica apostólica romana, logo fora dela não pode haver outras igrejas de Cristo porque igreja de Cristo só há uma verdadeira.


Também nesta página [www.seminario-campos.org.br]

já referida se pode ler:

…Portanto, só a Igreja Católica é a verdadeira Igreja de Cristo. Todas as outras, ou são seitas ou de um protestantismo mais clássico, ou do carismático. …


Diz o Alef "A Igreja Católica nunca disse que é única que tem sucessão apostólica"

1. Onde está escrito no texto que coloquei que a Igreja católica diz que é a única que tem sucessão apostólica? O que se diz é que ela utiliza o argumento da sucessão apostólica para se reputar superior a outras igrejas que não uzam este argumento

2. Nunca se diz que os cristãos não católicos são apenas os evangélicos e protestantes, este "não católicos" refere-se aos evangélicos e protestantes por isso está lá a seguir entre parentesis evangélicos e protestantes. Já agora quais as igrejas protestantes que invocam a sucessão apostólica para garantir que a sua doutrina é a verdadeira, deve ser uma minoria? Um dos principios do protestantismo não é "sola scritura"?

3. Precisamente por se dizer que há sucessão apostólica na Igreja Ortodoxa em outras igrejas (os mormóns também invocam a sucessão apostólica) é que esse é um argumento fraco para se invocar que se ensina a pura doutrina de Cristo porque todas estas igrejas se contradizem em doutrinas fundamentais, isto é o que diz o texto.

Mas ainda assim não se dizendo no texto que a Igreja católica diz que é a única que tem sucessão apostólica e tu dizendo que "A Igreja Católica nunca disse que é única que tem sucessão apostólica" pode se ler ainda nesta página católica [www.seminario-campos.org.br]


Só Ela (a igreja de Roma) possui a "Sucessão Apostólica", ou seja, a transmissão nunca interrompida da missão e poderes que Cristo comunicou aos seus Apóstolos e estes a outros, como o fizeram a Matias (Atos 1,20 a 26), a Paulo e Barnabé. (Atos 13,2-3) E São Paulo os transmitiu a Timóteo (2 Tim. 1,6), e a Tito (Tit 1,5), e estes, a outros. (1 Tim. 5,22; Tit. 1,5) E assim se realizou e se realiza a perpetuidade garantida por Jesus Cristo à sua Igreja até à consumação dos séculos (Mt 28,20). E essa realidade sobrenatural se opera sempre na Igreja Católica através da Sagrada Hierarquia, apesar das fraquezas humanas de seus representantes.

E nesta página [www.geocities.com]
diz:

A Igreja Católica é a única que pode provar sua origem apostólica, graças à sucessão apostólica. A História registrou os papas que ocuparam a cátedra de São Pedro e os cristãos, desde o princípio, têm nesta sucessão ininterrupta a certeza da fé que professam, pois o próprio Cristo havia profetizado que sua Igreja permaneceria até o seu retorno, no final dos tempos. Por isso, não é possível estar em comunhão com a Igreja de Cristo sem estar, ao mesmo tempo, em comunhão com o papa, legítimo sucessor de São Pedro.

Estes sites católicos andam a enganar o povo! E tu ainda dizes mal dos "sites protestantes"!

e neste catecismo [www.acidigital.com]

Quem são os Bispos?
Os Bispos são os sucessores dos Apóstolos, que receberam a plenitude do sacerdócio e têm a missão de reger suas dioceses unidos ao Papa.

Este catecismo anda a enganar o povo!


>> "Ao contrário da "Nova Via", que se mostra exclusivista e contra qualquer forma de Ecumenismo, particularmente com a Igreja Católica."

O que é isso da "Nova Via"? Se te estás a referir ao site "o Novo Caminho" ou "La nuova Via" o exclusivismo de lá é dizer que a salvação está em Jesus Cristo enquanto a igreja católica diz que a salvação está na igreja católica e nos seus sacramentos. Como podem vir falar de ecumenismo se nem sequer consideram os evangélicos igreja de Cristo, é pura hipocrisia.

Re: A sucessão apostólica
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 01 de May de 2003 11:09

Caro Hugo:

1. Os meus pressupostos. Fiz questão de dizer na minha mensagem que me limitava a comentar o primeiro parágrafo do teu “post” e não pretendi responder à argumentação, porque francamente achei que misturava as coisas de tal forma que não valia a pena a empreitada. Desculpa, mas foi o que se passou. Considero que começas por um pressuposto errado, que é o confundir sucessão apostólica com o fenómeno da “traditio” ou transmissão do “depositum fidei”, como antigamente se chamava.

2. “Batota”? Mas não aceito a acusação de deturpação, embora compreenda, tendo em conta os dados que apresentas. A questão é séria: não sei com que grau de consciência (nem é o mais importante), mas fizeste “batota” ;-). Explico porquê. É que jogas com dois pontos de partida muito duvidosos, fazendo deles chave hermenêutica de uma parte da “Dominus Jesus” (DJ). Vejamos.

a) O Seminário de Campos reflecte o pensamento católico? Uma das tuas bases de informação é o Seminário de Campos! Ora bem, importa dizer que este Seminário é de origem lefrevbiana, ultra-conservador, e os seus membros estiveram até há cerca de um mês fora da comunhão (excomunhão) da Igreja Católica por não terem aceitado o Concílio Vaticano II. No mesmo site podes ver o documento de “acordo” com a Santa Sé em que ambas as partes se reconciliam oficialmente. Não sei se notaste que é um grupo de “católicos” que celebram a missa em latim, com o padre de costas viradas para o povo, bem à maneira pré-conciliar. Orientam-se pela mesma mentalidade apologética que critico em muitos sites protestantes. Dada a natureza deste grupo, não estranha nada que estes senhores escrevam o que citas, mas esse pensamento está contra o ensino da Igreja Católica no Vaticano II.

Desafio-te a demonstrares essas mesmas afirmações com documentos oficiais da Igreja Católica: Documentos do Vaticano II, Cartas Encíclicas e outros documentos de grande autoridade. Veremos que a “Dominus Jesus” (que é um documento importante, mas de menor importância que os documentos de um Concílio ou uma Encíclica) não permite a interpretação restritiva, de estilo apologético que o Seminário de Campos e os Lefrebvianos apresentam.

b) O simplismo Acidigital feito catecismo. A outra fonte é um catecismo da Acidigital. Também esse catecismo, além de não ser oficial (o oficial está on-line, por exemplo, no site do Vaticano), incorre em erros graves, que demonstram um grande simplismo. Esse catecismo é uma forma decalcada do chamado Catecismo de S. Pio X (perguntas-respostas), mas as afirmações que citas são ambíguas e, repito, não reflectem o pensamento oficial da Igreja Católica.
[Mas é menos errado do que parece, porque usa uma linguagem que é preciso destrinçar. Por exemplo, na primeira citação que fazes desse catecismo diz-se: «Em seu aspecto visível a Igreja está formada pelos batizados que professam a mesma fé em Jesus Cristo, têm os mesmos sacramentos e mandamentos, e aceitam a autoridade estabelecida pelo Senhor, que é o Papa». Esta formulação não exclui necessariamente as outras igrejas, mas remete-as para a antiga categoria da “Igreja invisível”, um tema com raízes na Patrística.]

3. Considerações à volta do “subsistit in”. Dizes ainda que a minha interpretação do “subsistit in” não corresponde à interpretação do Vaticano. Ora, não é assim, embora seja necessário agora explicar o significado do “plenamente só” da seguinte frase da “Dominus Jesus”: «a Igreja de Cristo, não obstante as divisões dos cristãos, continua a existir plenamente só na Igreja Católica» (DJ 16).

Eu disse que “subsistit in” significa:
a) que na Igreja Católica reconhecemos a Igreja de Cristo;
b) que a Igreja de Cristo está onde o Espírito trabalha e isso extravasa as "fronteiras" da Igreja... Ou seja, a Igreja de Cristo não se reduz à Igreja Católica..."

Contradição de interpretações? Não há qualquer contradição entre o que eu disse e o que se encontra na “Dominus Jesus” (DJ 16). Vejamos as minhas duas afirmações e confrontemo-las com as do documento.

1) A frase da DJ, «a Igreja de Cristo, não obstante as divisões dos cristãos, continua a existir plenamente só na Igreja Católica», permite-me ou não afirmar que «na Igreja Católica reconhecemos a Igreja de Cristo»? Claro que sim. Eventualmente eu poderia escrever um “só”, mas nessa altura estaria a ser incorrecto, porque o “só” vem acompanhado de um “plenamente”. Estamos então já não no campo da substância, mas do grau. A minha afirmação não se pronuncia sobre o grau, mas sobre a existência ou não da Igreja de Cristo na Igreja Católica.

Que significa o “plenamente só”? Então, devo pronunciar-me agora e explicar o sentido da “precisão” da DJ. O que ali se diz é que na Igreja Católica encontramos a Igreja de Cristo “plenamente” e a razão é apontada antes: na Igreja de Cristo (desde a Igreja Primitiva), Pedro tem um papel fundamental, como sinal de unidade («confirma os Meus irmãos»), pastor do rebanho («apascenta as minhas ovelhas»), porta-voz do grupo dos Apóstolos... Pedro tem um ministério próprio, conhecido como ministério petrino e esse ministério continua na Igreja Católica pela sucessão apostólica. Isto significa que este elemento não foi quebrado na Igreja Católica, mas não significa que isso coincida com os limites da Igreja de Cristo. Se assim fosse, não teria sentido a continuação do mesmo documento. Veja-se então a segunda parte da frase.

2) Na minha segunda alínea eu dizia que a expressão “subsistit in” significa também que «a Igreja de Cristo está onde o Espírito trabalha e isso extravasa as "fronteiras" da Igreja... Ou seja, a Igreja de Cristo não se reduz à Igreja Católica...». Ora a DJ diz que «existem numerosos elementos de santificação e de verdade fora da sua composição», isto é, nas Igrejas e Comunidades eclesiais que ainda não vivem em plena comunhão com a Igreja Católica». Aí está: as duas afirmações correspondem-se.

Combinando o todo da dupla afirmaçãoEnquanto que a primeira parte da frase afirma a continuidade da Igreja de Cristo na Igreja Católica, a segunda parte diz que a Igreja de Cristo está também presente noutras igrejas e comunidades eclesiais, embora não plenamente, como se depreende da combinação das duas partes da frase. De facto, nenhuma das outras Igrejas e comunidades eclesiais aceita o ministério petrino na figura do papa e isso faz com que um elemento fundacional da Igreja esteja a falhar. Mas a Igreja Católica reconhece, em diferentes graus, as outras Igrejas. Nota que lhes chama Igrejas (seriam Igrejas de quem, se não fossem de Cristo?), e reconhece como válido o baptismo de todas (!), e vários dos sacramentos em muitas delas. Já lá vamos a este ponto fundamental.

4. A Igreja de Cristo restringe-se à conduzida pelo Sucessor de Pedro?” Vejamos ainda o resto do parágrafo da DJ que citas.
«Existe portanto uma única Igreja de Cristo, que subsiste na Igreja Católica, governada pelo Sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele». Esta frase pode prestar-se a equívocos (foi o teu caso, como veremos no próximo parágrafo), pela quantidade de apostos. Diz-se aqui que existe uma única Igreja de Cristo, mas não se diz que esta é (em sentido tautológico, absoluto) a Igreja Católica. Diz-se, sim, que subsiste na Igreja Católica (está presente – o “plenamente” é um acrescento da DJ, que provocou alguma polémica entre os católicos) e diz-se que esta Igreja Católica é governada pelo Sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele (note-se a colegialidade: o Papa não é senhor absoluto da Igreja).
A explicação dada aqui contradiz o teu parágrafo: «Não se pode dizer que a igreja de Cristo não se reduz à igreja católica porque a igreja de Cristo é sempre governada pelo Sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele. Não sou eu que digo é o vaticano». O aposto “governada pelo Sucessor...” refere-se a “Igreja Católica” e não a “Igreja de Cristo” em sentido absoluto e exclusivista. Se assim fosse, todo o documento seria uma tremenda contradição.

5. Critérios de proximidade e “vínculos estreitíssimos”. Diz-se em seguida algo de muito importante: «As Igrejas que, embora não estando em perfeita comunhão com a Igreja Católica, se mantêm unidas a esta por vínculos estreitíssimos, como são a sucessão apostólica e uma válida Eucaristia, são verdadeiras Igrejas particulares».

Este ponto é verdadeiramente central, porque apresenta dois critérios que permitem aferir o grau de proximidade e de eclesialidade (dois critérios a que se junta o ministério petrino, claro). Mas para perceber bem isto é necessário perceber o significado da sucessão apostólica, que na tua mensagem inicial está deturpado. Explico: apresentas a sucessão apostólica como argumento católico para a ortodoxia da fé, em termos de ensino:
Citação:
«A igreja católica ensina que ela é a única depositária das doutrinas de Jesus Cristo, enquanto os ensinamentos confiados na origem por Cristo aos apóstolos teriam sido transmitidos através de uma série ininterrupta de descendentes até aos bispos católicos do nosso tempo».
E o que é a sucessão apostólica? Pois, a sucessão apostólica não é a simples transmissão do ensino, embora este elemento esteja implicitamente presente. Tem a ver com algo bem mais complexo, que é o reconhecimento do ministério ordenado ou o sacramento da Ordem. Pela imposição das mãos os primeiros Apóstolos escolheram os seus sucessores e estes escolheram outros sucessores. O argumento que usas de que os sucessores dos Apóstolos não tinham a mesma importância dos Apóstolos não colhe, porque foram aqueles os que assumiram por um gesto sacramental a direcção das Igrejas particulares (a que mais tarde se chamou dioceses) e a presidência à Eucaristia. E este processo continuou, porque a Igreja continuou a ser assistida pelo Espírito Santo, e não terminou. Um longo processo de passagem do testemunho pela imposição das mãos. Daí a palavra “sucessão”, que vem desde os Apóstolos (daí a palavra “apostólica”). A sucessão apostólica não tem a ver apenas com o ministério da Palavra, mas sobretudo com o reconhecimento de um ministério ordenado. É que sem ministério ordenado não há Eucaristia. Daí que o texto que citei refira estes dois critérios: a sucessão apostólica e a Eucaristia. Em sentido próprio só podemos realmente falar de uma Igreja quando existirem estes dois elementos. Por isso o documento fala de “Igrejas e Comunidades eclesiais”, porque as “igrejas” que não tiverem sucessão apostólica não têm ministros ordenados validamente ordenados para o ministério de presidir à Eucaristia, logo não têm Eucaristia válida, sendo, portanto, apenas comunidades eclesiais, isto é, comunidades que pertencem à Igreja de Cristo pelo vínculo do Baptismo, mas que não se reúnem com aqueles que Jesus pôs à frente da Sua Igreja.

Que vínculos? E já que perguntas quais são as igrejas de “vínculos estreitíssimos”, direi que isso depende de cada caso. Entramos aqui numa enorme floresta... Há igrejas e comunidades “para todos os gostos”, com enormes diferenças entre si. Há muitos graus de proximidade. Alguns exemplos:
• A Igreja Católica reconhece como válidos os sacramentos na Igreja Ortodoxa (se não houver um padre católico por perto, um católico pode participar e caso de necessidade nos ritos e até nos sacramentos ortodoxos). A Igreja Ortodoxa tem sucessão apostólica (sacerdócio válido) e sacramentos válidos. A diferença reside no não reconhecimento do Papa.
• O mesmo acontece com os vetero-católicos.
• No caso das Igrejas Protestantes, varia muito com a história das igrejas e comunidades. Por exemplo, a Igreja Luterana Sueca manteve a sucessão apostólica, mas o mesmo não aconteceu com a Igreja da Dinamarca.
• Há muitas dúvidas sobre a sucessão apostólica da Comunhão Anglicana, porque Henrique VIII fez ordenar muitos pastores por bispos “fabricados”... Por isso, tal como dizia anteriormente, muitos anglicanos fazem-se ordenar por bispos vetero-católicos, para terem a certeza de que são validamente ordenadose que, portanto, a Eucaristia a que presidem é também válida.

7. “Tem que haver comunhão com a igreja católica para que seja considerada igreja de Cristo”? O texto que citaste da DJ termina assim: «também nestas Igrejas está presente e actua a Igreja de Cristo, embora lhes falte a plena comunhão com a Igreja católica, enquanto não aceitam a doutrina católica do Primado que, por vontade de Deus, o Bispo de Roma objectivamente tem e exerce sobre toda a Igreja». Acrescentaste entre parênteses rectos, em jeito de dedução que «tem que haver comunhão com a igreja católica para que seja considerada igreja de Cristo», mas é uma conjectura errada, porque o texto até aqui já foi explícito em afirmar que a Igreja de Cristo vai para lá dos confins da Igreja Católica, sendo que só a Igreja Católica mantém intactos os três elementos fundamentais da sucessão apostólica, da Eucaristia e do ministério petrino. Muitas comunidades de cristãos mantêm intacto os dois primeiros elementos, mas não o terceiro.
A tua conjectura cai por si mesma ao analisá-la brevemente: a tua afirmação afirma e nega simultaneamente a pluralidade, porque se há “comunhão com a Igreja Católica” (supõe-se haver dois membros) é-se católico (unidade, um só membro)!

Algumas precisões a afirmações tuas.
8. A Igreja é necessária à salvação, sim, mas provavelmente não no sentido em que estás a pensar. Creio que aceitas que o baptismo é necessário para a salvação e o baptismo coincide também com a entrada na Igreja de Cristo. Se a Igreja Católica reconhece todos os baptismos das igrejas não católicas, reconhece que esses cristãos baptizados são parte do Corpo de Cristo, membros da Igreja de Cristo. Por serem já parte do Corpo de Cristo é que não é necessário novo baptismo. Quantas igrejas não católicas fazem o mesmo?

9. «Fora da Igreja não há salvação». Lembro que um padre foi excomungado nos anos 30 (antes do Vaticano II...) por ter afirmado que esta frase significava que “fora da Igreja Católica não há salvação”. Dizer tal coisa é uma heresia, embora esse princípio fosse assim entendido e pregado por muita “boa gente”. Acontece que importa ver a origem dessa expressão, de S. Cipriano. Este bispo referia-se aos “lapsi”, os cristãos que no meio das perseguições não resistiram e renegaram a sua fé. Na actual teologia católica esta frase significa que ninguém se salva sozinho, que a salvação significa ser inserido no corpo de Cristo. Isso significa também que a Igreja é entendida num sentido amplo. A Igreja está presente onde trabalha o Espírito Santo... Portanto, não significa isto, de modo nenhum, que para ser salvo é necessário ser católico. Tal hipótese é contrária ao ensino da Igreja Católica em documentos tão importantes como “Nostra Aetate”, o documento do Concílio Vaticano II que fala sobre as religiões não-cristãs.

Sobre este tema do “fora da Igreja não há salvação” citaste o seguinte texto do Seminário de Campos: «fora desta única Igreja não pode achar salvação quem tem meios e condições de conhecê-la. E conhecendo-a, tem obrigação de pertencer-lhe, porque é necessária para a salvação». Vendo com cuidado, o texto é menos incorrecto do que parece à primeira vista, ou, pelo menos, permite uma leitura menos restritiva. Note-se que se diz que o texto fala de «quem tem meios e condições de conhecê-la [a Igreja Católica]. E conhecendo-a, tem obrigação de pertencer-lhe». Ou seja, aqui chama-se a atenção, ainda que subtilmente, para o aspecto moral, que pode ser aceitável sob uma determinada perspectiva. Pode significar isto: para mim, pessoalmente, não vale uma qualquer Igreja. Se eu conheço a Igreja Católica e em consciência vejo que nela está o caminho de seguimento de Jesus Cristo, mas conscientemente me recuso, então estou a fugir ao caminho de salvação que Deus me oferece, já que a Igreja é sinal visível de Cristo. Poder-se-á afirmar então que as pessoas que não são católicas, não o são porque não a conhecem verdadeiramente, sobretudo naquilo que ela tem de presença do Espírito (não me refiro propriamente ao aspecto institucional)...


10. Mais umas pitadas heréticas de um “catecismo católico”? Citas ainda o catecismo da Acidigital: «Pode ser reconhecida hoje a verdadeira Igreja? Sim, hoje pode ser reconhecida a verdadeira Igreja vendo se tem por fundador a Jesus Cristo, se participa dos sete sacramentos, se ama à Santíssima Virgem Maria e se obedece ao Papa. Se falta alguma destas condições, não é a verdadeira Igreja.» Não tenho qualquer problema em dizer que tal afirmação está errada, podendo ser eventualmente aceite apenas se a expressão “verdadeira Igreja” se referir ao mesmo conceito do “plenamente só” que víamos acima. De outra forma, é uma heresia.

11. A história do “subsistit in”. Importa lembrar ainda os episódios relacionados com o “subsistit in” na feitura da “Lumen Gentium”, o documento do Concílio Vaticano II sobre a Igreja. Havia alguns membros do Concílio que queriam escrever “A Igreja de Cristo É a Igreja Católica”, enquanto que outros queriam escrever “A Igreja de Cristo não se restringe à Igreja Católica”. Gerou-se uma acesa discussão, onde os primeiros temiam que a segunda versão significasse relativismo, enquanto os segundos temiam que a primeira “matasse” o Ecumenismo. O “subsistit in” foi a solução de compromisso entre as duas partes. Por isso é ainda hoje possível que haja alguns que sublinhem o primeiro aspecto, outros que sublinhem o segundo. Mas ambos devem ser vistos conjuntamente.

12. Fundamentalismo católico.... Citas ainda o “famoso” Seminário de Campos: «…Portanto, só a Igreja Católica é a verdadeira Igreja de Cristo. Todas as outras, ou são seitas ou de um protestantismo mais clássico, ou do carismático…». Aqui se incorre no mesmo problema. Sem uma explicação, está ali uma grande heresia. Mas, numa leitura “benevolente” poder-se-á aceitar que a expressão “verdadeira Igreja de Cristo” tenha um matiz menos exclusivista. Tenho as minhas dúvidas...

...ou subtilezas? Note-se, contudo, que esta página do Seminário de Campos joga muito com a subtileza do uso do “verdadeira(mente)”: sete ocorrências no texto que citaste. Numa leitura menos restritiva, quando diz que «só a Igreja Católica é verdadeiramente Apostólica e Evangélica» não exclui totalmente as outras, só que as desvaloriza muitíssimo.

Ainda a página que referes do Seminário da Campos, [www.seminario-campos.org.br] abunda em erros históricos e teológicos. Fico com vontade de lhes escrever, mas já estou metido me muitas discussões... ;-) E para a próxima, se quiseres falar do que realmente a Igreja Católica pensa, procura fontes mais representativas do que realmente pensam os católicos.

Quando digo que «Ao contrário da “N(u)ova Via”, que se mostra exclusivista e contra qualquer forma de Ecumenismo, particularmente com a Igreja Católica, a igreja católica NÃO ensina que ela é a única depositária das doutrinas de Jesus Cristo» não estou a dizer que tu afirmaste isso. Apenas pretendia dizer que este facto que eu afirmo invalida a tua argumentação de que «a igreja católica ensina que ela é a única depositária das doutrinas de Jesus Cristo, enquanto os ensinamentos confiados na origem por Cristo aos apóstolos teriam sido transmitidos através de uma série ininterrupta de descendentes até aos bispos católicos do nosso tempo». Ou seja, quando eu digo que a própria Igreja Católica reconhece a sucessão apostólica noutras igrejas, isso mostra que a Igreja não usará esse elemento como “o” elemento distintivo. E tu acabas por dizer algo parecido, mas de uma forma inconsistente. Seria uma idiotice a Igreja Católica usar um elemento distintivo que não é distintivo... Afinal, a sucessão apostólica é distintiva ou não? Vimos que há mais dois critérios... Não valerá a pena repetir, que isto já vai longo...

Alef

Re: A sucessão apostólica
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 15 de May de 2003 05:18

Há várias igrejas protestantes que valorizam e mantêm a sucessão apostólica. Agora mesmo encontrei um site da «Communion of Evangelical Episcopal Churches» [ [www.theceec.org] ]que enumera as igrejas onde há sucessão apostólica (deixo em inglês, por uma questão de tempo):

- Roman Catholic Church,
- churches of the Anglican Communion,
- Old Catholic Churches united by the Union of Utrecht,
- Philippine Independent Church,
- Mar Thoma Syrian Church of Malabar,
- United Churches of South India, North India, Pakistan and Bangladesh,
- other Autocephalaus Catholic bodies
- Eastern Orthodox Churches.

Numa outra lista diz-se que esta mesma igreja tem mantido essa sucessão através das seguintes igrejas:

- Anglican
- Metropolitan-Archbishops of Albania
- Armenian Catholicate-Patrichate of Cilicia-Catholic Uniate
- Patriarchate of Moscow, Greek Melkite
- Patriarchate of Antioch-Melkite Uniate
- Catholic/Patriarchate of Assyria (The East)
- Chaldean Patriarchate of Babylon of Baghdad-Chaldean Uniate
- Syrian "Jacobite" Patriarchate of Antioch
- Order for Corporate Reunion
- Antioch Orthodox Succession
- Roman Petrine Succession-the Roman Catholic Church of Brazil
- Holy Russian Orthodox Synod
- Roman Petrine Succession-Utrecht Old Catholic Church
- Ultrajectine
- Old Roman Catholic

O mesmo site explica os quatro critérios para que uma consagração de um bispo enha sucessão apostólica, usando a linguagem agostiniana:

«The four criteria are:

Form: The consecration must be done in the context of the Eucharistic liturgy to be valid. This is to emphasize the connection of the ordination within the community.

Matter: There must be an actual laying on of hands by a bishop during the liturgy. Prayer is not sufficient in and of itself.

Minister: The one who performs the consecration must be a validly consecrated bishop within the apostolic succession.

Intention: The intent of the laying on of hands and the prayer within the liturgy must be to ordain or consecrate the person to hold orders.»

Alef

Re: A sucessão apostólica
Escrito por: Cátia Iris (IP registado)
Data: 23 de May de 2003 19:29

Os 1os apostolos de JC foram maria de magdala, maria mae de tiago e salome, como dis marcos no cap 16
a sucessao so pode ser feminina

Re: A sucessão apostólica
Escrito por: Cátia Íris (IP registado)
Data: 04 de June de 2003 15:18

os "ó-mães" tao kaladus ke nem ratus...

Re: A sucessão apostólica
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 04 de June de 2003 16:11


Ratos é o que são.

Re: A sucessão apostólica
Escrito por: Pe. Iranildo Macieira (IP registado)
Data: 29 de January de 2004 17:09

São Miguel do Oeste, 29 de Janeiro de 2004.

Autor: Pe. Iranildo Macieira

Paz e bem !

Caro amigos a Igreja Romana a muito vem perseguindo outras Igrejas Catolica que detenhem ligitimament a sucsssão apostolica pos todos do mundo eclesisatico saber muito bem do movimento de 1945 em que dom Carlos Duarte Costa deu liberdade religiosa no Brasil e posteriomente as demais nações do Mundo , pois a maioria das igrejas Nacionais '' CATOLICAS'' tem sucessão ligitima dos bispos da ICAB.
Aqui no Brasil perante os padres eles respeitão sa difenças religiosas
mais por tras eles manda seus agentes pastorias espalhar que as igrejas ditas Catolica são falsas que somente a I

Re: A sucessão apostólica
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 30 de January de 2004 00:33

Caro Pe. Iranildo:

Terei muito gosto em conversar consigo, mas não conseguirá escrever de um pouco mais claro? Não me refiro só à ortografia...

Volte sempre, mas com mais calma!

Alef

Re: A sucessão apostólica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 03 de February de 2004 17:42


Caro Alef, surpreende-me que não estejas a par de que as ordens anglicanas não sejam realmente válidas... Apesar de toda aquela mistura de ordenações por ministros ortodoxos, a Igreja Católica não reconhece a sua "sucessão apostólica" como tal.

João Oliveira

Re: A sucessão apostólica
Escrito por: taliban (IP registado)
Data: 03 de February de 2004 17:46

eheheh

Re: A sucessão apostólica
Escrito por: Alef (IP registado)
Data: 03 de February de 2004 21:00

Caro João:

Creio que te referes ao que deixei escrito acima:

«Há muitas dúvidas sobre a sucessão apostólica da Comunhão Anglicana, porque Henrique VIII fez ordenar muitos pastores por bispos “fabricados”... Por isso, tal como dizia anteriormente, muitos anglicanos fazem-se ordenar por bispos vetero-católicos, para terem a certeza de que são validamente ordenadose que, portanto, a Eucaristia a que presidem é também válida.»

Ao escrever o que escrevi referia-me a uma pesquisa muito importante do Padre Martina, famoso historiador da História da Igreja, que foi encarregado pelo Papa para estudar o assunto. Já o folheei há uns bons anos e não sei onde pode ser encontrado, mas é muito interessante e justifica plenamente o que escrevi.

É das dúvidas suscitadas que surge o tal não reconhecimento de que tu falas. Mas essa é a conclusão e eu tratava do miolo da questão.

Alef

Re: A sucessão apostólica
Escrito por: João Oliveira (IP registado)
Data: 03 de February de 2004 21:06


Ok, Alef. Obrigado pelo esclarecimento.

De qualquer modo, sucessão apostólica sem comunhão com o sucessor de Pedro vai desembocar na mesma falta de unidade eclesial que cada vez mais se tende a "querer" minorar. Não estou interessado em justificar o mínimo de comunhão "entre as Igrejas", mas em buscar o máximo de unidade dos que se aproximam de Jesus Cristo...



Desculpe, não tem permissão para escrever ou responder neste fórum.

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