Caro Hugo:
1. Os meus pressupostos. Fiz questão de dizer na minha mensagem que me limitava a comentar o primeiro parágrafo do teu “post” e não pretendi responder à argumentação, porque francamente achei que misturava as coisas de tal forma que não valia a pena a empreitada. Desculpa, mas foi o que se passou. Considero que começas por um pressuposto errado, que é o confundir sucessão apostólica com o fenómeno da “traditio” ou transmissão do “depositum fidei”, como antigamente se chamava.
2. “Batota”? Mas não aceito a acusação de deturpação, embora compreenda, tendo em conta os dados que apresentas. A questão é séria: não sei com que grau de consciência (nem é o mais importante), mas fizeste “batota” ;-). Explico porquê. É que jogas com dois pontos de partida muito duvidosos, fazendo deles chave hermenêutica de uma parte da “Dominus Jesus” (DJ). Vejamos.
a) O Seminário de Campos reflecte o pensamento católico? Uma das tuas bases de informação é o Seminário de Campos! Ora bem, importa dizer que este Seminário é de origem lefrevbiana, ultra-conservador, e os seus membros estiveram até há cerca de um mês fora da comunhão (excomunhão) da Igreja Católica por não terem aceitado o Concílio Vaticano II. No mesmo site podes ver o documento de “acordo” com a Santa Sé em que ambas as partes se reconciliam oficialmente. Não sei se notaste que é um grupo de “católicos” que celebram a missa em latim, com o padre de costas viradas para o povo, bem à maneira pré-conciliar. Orientam-se pela mesma mentalidade apologética que critico em muitos sites protestantes. Dada a natureza deste grupo, não estranha nada que estes senhores escrevam o que citas, mas esse pensamento está contra o ensino da Igreja Católica no Vaticano II.
Desafio-te a demonstrares essas mesmas afirmações com documentos oficiais da Igreja Católica: Documentos do Vaticano II, Cartas Encíclicas e outros documentos de grande autoridade. Veremos que a “Dominus Jesus” (que é um documento importante, mas de menor importância que os documentos de um Concílio ou uma Encíclica) não permite a interpretação restritiva, de estilo apologético que o Seminário de Campos e os Lefrebvianos apresentam.
b) O simplismo Acidigital feito catecismo. A outra fonte é um catecismo da Acidigital. Também esse catecismo, além de não ser oficial (o oficial está on-line, por exemplo, no site do Vaticano), incorre em erros graves, que demonstram um grande simplismo. Esse catecismo é uma forma decalcada do chamado Catecismo de S. Pio X (perguntas-respostas), mas as afirmações que citas são ambíguas e, repito, não reflectem o pensamento oficial da Igreja Católica.
[Mas é menos errado do que parece, porque usa uma linguagem que é preciso destrinçar. Por exemplo, na primeira citação que fazes desse catecismo diz-se: «Em seu aspecto visível a Igreja está formada pelos batizados que professam a mesma fé em Jesus Cristo, têm os mesmos sacramentos e mandamentos, e aceitam a autoridade estabelecida pelo Senhor, que é o Papa». Esta formulação não exclui necessariamente as outras igrejas, mas remete-as para a antiga categoria da “Igreja invisível”, um tema com raízes na Patrística.]
3. Considerações à volta do “subsistit in”. Dizes ainda que a minha interpretação do “subsistit in” não corresponde à interpretação do Vaticano. Ora, não é assim, embora seja necessário agora explicar o significado do “plenamente só” da seguinte frase da “Dominus Jesus”: «a Igreja de Cristo, não obstante as divisões dos cristãos, continua a existir
plenamente só na Igreja Católica» (DJ 16).
Eu disse que “subsistit in” significa:
a) que na Igreja Católica reconhecemos a Igreja de Cristo;
b) que a Igreja de Cristo está onde o Espírito trabalha e isso extravasa as "fronteiras" da Igreja... Ou seja, a Igreja de Cristo não se reduz à Igreja Católica..."
Contradição de interpretações? Não há qualquer contradição entre o que eu disse e o que se encontra na “Dominus Jesus” (DJ 16). Vejamos as minhas duas afirmações e confrontemo-las com as do documento.
1) A frase da DJ, «a Igreja de Cristo, não obstante as divisões dos cristãos,
continua a existir plenamente só na Igreja Católica», permite-me ou não afirmar que «na Igreja Católica reconhecemos a Igreja de Cristo»? Claro que
sim. Eventualmente eu poderia escrever um “só”, mas nessa altura estaria a ser incorrecto, porque o “só” vem acompanhado de um “plenamente”.
Estamos então já não no campo da substância, mas do grau. A minha afirmação não se pronuncia sobre o grau, mas sobre a existência ou não da Igreja de Cristo na Igreja Católica.
Que significa o “plenamente só”? Então, devo pronunciar-me agora e explicar o sentido da “precisão” da DJ. O que ali se diz é que na Igreja Católica encontramos a Igreja de Cristo “plenamente” e a razão é apontada antes:
na Igreja de Cristo (desde a Igreja Primitiva), Pedro tem um papel fundamental, como sinal de unidade («confirma os Meus irmãos»), pastor do rebanho («apascenta as minhas ovelhas»), porta-voz do grupo dos Apóstolos... Pedro tem um ministério próprio, conhecido como
ministério petrino e esse ministério continua na Igreja Católica pela sucessão apostólica. Isto significa que este elemento não foi quebrado na Igreja Católica, mas não significa que isso coincida com os limites da Igreja de Cristo. Se assim fosse, não teria sentido a continuação do mesmo documento. Veja-se então a segunda parte da frase.
2) Na minha segunda alínea eu dizia que a expressão “subsistit in” significa também que «a Igreja de Cristo está onde o Espírito trabalha e isso extravasa as "fronteiras" da Igreja... Ou seja, a Igreja de Cristo não se reduz à Igreja Católica...». Ora a DJ diz que «existem numerosos elementos de santificação e de verdade
fora da sua composição», isto é, nas Igrejas e Comunidades eclesiais que ainda não vivem em plena comunhão com a Igreja Católica». Aí está: as duas afirmações correspondem-se.
Combinando o todo da dupla afirmaçãoEnquanto que a primeira parte da frase afirma a continuidade da Igreja de Cristo na Igreja Católica, a segunda parte diz que a Igreja de Cristo está também presente noutras igrejas e comunidades eclesiais, embora não plenamente, como se depreende da combinação das duas partes da frase. De facto, nenhuma das outras Igrejas e comunidades eclesiais aceita o ministério petrino na figura do papa e isso faz com que um elemento fundacional da Igreja esteja a falhar. Mas a Igreja Católica reconhece, em diferentes graus, as outras Igrejas. Nota que lhes chama Igrejas (
seriam Igrejas de quem, se não fossem de Cristo?), e reconhece como
válido o baptismo de todas (!), e vários dos
sacramentos em muitas delas. Já lá vamos a este ponto fundamental.
4. A Igreja de Cristo restringe-se à conduzida pelo Sucessor de Pedro?” Vejamos ainda o resto do parágrafo da DJ que citas.
«Existe portanto uma única Igreja de Cristo, que subsiste na Igreja Católica, governada pelo Sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele». Esta frase pode prestar-se a equívocos (foi o teu caso, como veremos no próximo parágrafo), pela quantidade de apostos. Diz-se aqui que existe uma única Igreja de Cristo, mas não se diz que esta é (em sentido tautológico, absoluto) a Igreja Católica. Diz-se, sim, que subsiste na Igreja Católica (está presente – o “plenamente” é um acrescento da DJ, que provocou alguma polémica entre os católicos) e diz-se que esta Igreja Católica é governada pelo Sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele (note-se a colegialidade: o Papa não é senhor absoluto da Igreja).
A explicação dada aqui contradiz o teu parágrafo:
«Não se pode dizer que a igreja de Cristo não se reduz à igreja católica porque a igreja de Cristo é sempre governada pelo Sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele. Não sou eu que digo é o vaticano». O aposto “governada pelo Sucessor...” refere-se a “Igreja Católica” e não a “Igreja de Cristo” em sentido absoluto e exclusivista. Se assim fosse, todo o documento seria uma tremenda contradição.
5. Critérios de proximidade e “vínculos estreitíssimos”. Diz-se em seguida algo de muito importante:
«As Igrejas que, embora não estando em perfeita comunhão com a Igreja Católica, se mantêm unidas a esta por vínculos estreitíssimos, como são a sucessão apostólica e uma válida Eucaristia, são verdadeiras Igrejas particulares».
Este ponto é verdadeiramente central, porque apresenta dois
critérios que permitem aferir o grau de proximidade e de eclesialidade (dois critérios a que se junta o ministério petrino, claro). Mas para perceber bem isto é necessário perceber
o significado da sucessão apostólica, que na tua mensagem inicial está deturpado. Explico: apresentas a sucessão apostólica como argumento católico para a ortodoxia da fé, em termos de ensino:
Citação:«A igreja católica ensina que ela é a única depositária das doutrinas de Jesus Cristo, enquanto os ensinamentos confiados na origem por Cristo aos apóstolos teriam sido transmitidos através de uma série ininterrupta de descendentes até aos bispos católicos do nosso tempo».
E o que é a sucessão apostólica? Pois, a sucessão apostólica não é a simples transmissão do ensino, embora este elemento esteja implicitamente presente. Tem a ver com algo bem mais complexo, que é
o reconhecimento do ministério ordenado ou o
sacramento da Ordem. Pela imposição das mãos os primeiros Apóstolos escolheram os seus sucessores e estes escolheram outros sucessores. O argumento que usas de que os sucessores dos Apóstolos não tinham a mesma importância dos Apóstolos não colhe, porque foram aqueles os que assumiram por um gesto sacramental a direcção das Igrejas particulares (a que mais tarde se chamou dioceses) e a presidência à Eucaristia. E este processo continuou, porque a Igreja continuou a ser assistida pelo Espírito Santo, e não terminou. Um longo processo de passagem do testemunho pela imposição das mãos. Daí a palavra “sucessão”, que vem desde os Apóstolos (daí a palavra “apostólica”). A sucessão apostólica não tem a ver apenas com o ministério da Palavra, mas sobretudo com o reconhecimento de um ministério ordenado. É que
sem ministério ordenado não há Eucaristia. Daí que o texto que citei refira estes
dois critérios: a sucessão apostólica e a Eucaristia. Em sentido próprio só podemos realmente falar de uma Igreja quando existirem estes dois elementos. Por isso o documento fala de “Igrejas e Comunidades eclesiais”, porque as “igrejas” que não tiverem sucessão apostólica não têm ministros ordenados validamente ordenados para o ministério de presidir à Eucaristia, logo não têm Eucaristia válida, sendo, portanto, apenas comunidades eclesiais, isto é, comunidades que pertencem à Igreja de Cristo pelo vínculo do Baptismo, mas que não se reúnem com aqueles que Jesus pôs à frente da Sua Igreja.
Que vínculos? E já que perguntas quais são as igrejas de “vínculos estreitíssimos”, direi que isso depende de cada caso. Entramos aqui numa enorme floresta... Há igrejas e comunidades “para todos os gostos”, com enormes diferenças entre si. Há muitos graus de proximidade.
Alguns exemplos:
• A Igreja Católica reconhece como válidos os sacramentos na
Igreja Ortodoxa (se não houver um padre católico por perto, um católico pode participar e caso de necessidade nos ritos e até nos sacramentos ortodoxos). A Igreja Ortodoxa tem sucessão apostólica (sacerdócio válido) e sacramentos válidos. A diferença reside no não reconhecimento do Papa.
• O mesmo acontece com os
vetero-católicos.
• No caso das
Igrejas Protestantes, varia muito com a história das igrejas e comunidades. Por exemplo, a
Igreja Luterana Sueca manteve a sucessão apostólica, mas o mesmo não aconteceu com a
Igreja da Dinamarca.
• Há muitas dúvidas sobre a sucessão apostólica da
Comunhão Anglicana, porque Henrique VIII fez ordenar muitos pastores por bispos “fabricados”... Por isso, tal como dizia anteriormente, muitos anglicanos fazem-se ordenar por bispos vetero-católicos, para terem a certeza de que são validamente ordenadose que, portanto, a Eucaristia a que presidem é também válida.
7. “Tem que haver comunhão com a igreja católica para que seja considerada igreja de Cristo”? O texto que citaste da DJ termina assim:
«também nestas Igrejas está presente e actua a Igreja de Cristo, embora lhes falte a plena comunhão com a Igreja católica, enquanto não aceitam a doutrina católica do Primado que, por vontade de Deus, o Bispo de Roma objectivamente tem e exerce sobre toda a Igreja». Acrescentaste entre parênteses rectos, em jeito de dedução que
«tem que haver comunhão com a igreja católica para que seja considerada igreja de Cristo», mas é uma conjectura errada, porque o texto até aqui já foi explícito em afirmar que a Igreja de Cristo vai para lá dos confins da Igreja Católica, sendo que só a Igreja Católica mantém intactos os três elementos fundamentais da sucessão apostólica, da Eucaristia e do ministério petrino. Muitas comunidades de cristãos mantêm intacto os dois primeiros elementos, mas não o terceiro.
A tua conjectura cai por si mesma ao analisá-la brevemente: a tua afirmação afirma e nega simultaneamente a pluralidade, porque se há “comunhão com a Igreja Católica” (supõe-se haver dois membros) é-se católico (unidade, um só membro)!
Algumas precisões a afirmações tuas.
8. A Igreja é necessária à salvação, sim, mas provavelmente não no sentido em que estás a pensar. Creio que aceitas que o baptismo é necessário para a salvação e
o baptismo coincide também com a entrada na Igreja de Cristo. Se a Igreja Católica reconhece todos os baptismos das igrejas não católicas, reconhece que
esses cristãos baptizados são parte do Corpo de Cristo, membros da Igreja de Cristo. Por serem já parte do Corpo de Cristo é que não é necessário novo baptismo. Quantas igrejas não católicas fazem o mesmo?
9. «Fora da Igreja não há salvação». Lembro que um padre foi excomungado nos anos 30 (antes do Vaticano II...) por ter afirmado que esta frase significava que
“fora da Igreja Católica não há salvação”. Dizer tal coisa é uma
heresia, embora esse princípio fosse assim entendido e pregado por muita “boa gente”. Acontece que importa ver a origem dessa expressão, de S. Cipriano. Este bispo referia-se aos “lapsi”, os cristãos que no meio das perseguições não resistiram e renegaram a sua fé. Na actual teologia católica esta frase significa que
ninguém se salva sozinho, que a salvação significa ser inserido no corpo de Cristo. Isso significa também que a Igreja é entendida num
sentido amplo. A Igreja está presente onde trabalha o Espírito Santo... Portanto,
não significa isto, de modo nenhum, que para ser salvo é necessário ser católico. Tal hipótese é contrária ao ensino da Igreja Católica em documentos tão importantes como “Nostra Aetate”, o documento do Concílio Vaticano II que fala sobre as religiões não-cristãs.
Sobre este tema do “fora da Igreja não há salvação” citaste o seguinte texto do Seminário de Campos:
«fora desta única Igreja não pode achar salvação quem tem meios e condições de conhecê-la. E conhecendo-a, tem obrigação de pertencer-lhe, porque é necessária para a salvação». Vendo com cuidado, o texto é menos incorrecto do que parece à primeira vista, ou, pelo menos, permite uma leitura menos restritiva. Note-se que se diz que o texto fala de «quem tem meios e condições de conhecê-la [a Igreja Católica]. E conhecendo-a, tem obrigação de pertencer-lhe». Ou seja, aqui chama-se a atenção, ainda que subtilmente, para
o aspecto moral, que pode ser aceitável sob uma determinada perspectiva. Pode significar isto: para mim, pessoalmente, não vale uma qualquer Igreja. Se eu conheço a Igreja Católica e em consciência vejo que nela está o caminho de seguimento de Jesus Cristo, mas conscientemente me recuso, então estou a fugir ao caminho de salvação que Deus me oferece, já que
a Igreja é sinal visível de Cristo. Poder-se-á afirmar então que as pessoas que não são católicas, não o são porque não a conhecem verdadeiramente, sobretudo naquilo que ela tem de presença do Espírito (não me refiro propriamente ao aspecto institucional)...
10. Mais umas pitadas heréticas de um “catecismo católico”? Citas ainda o catecismo da Acidigital:
«Pode ser reconhecida hoje a verdadeira Igreja? Sim, hoje pode ser reconhecida a verdadeira Igreja vendo se tem por fundador a Jesus Cristo, se participa dos sete sacramentos, se ama à Santíssima Virgem Maria e se obedece ao Papa. Se falta alguma destas condições, não é a verdadeira Igreja.» Não tenho qualquer problema em dizer que tal afirmação está errada, podendo ser eventualmente aceite apenas se a expressão “verdadeira Igreja” se referir ao mesmo conceito do “plenamente só” que víamos acima. De outra forma, é uma heresia.
11. A história do “subsistit in”. Importa lembrar ainda os episódios relacionados com o “subsistit in” na feitura da “Lumen Gentium”, o documento do Concílio Vaticano II sobre a Igreja. Havia alguns membros do Concílio que queriam escrever “A Igreja de Cristo
É a Igreja Católica”, enquanto que outros queriam escrever “A Igreja de Cristo
não se restringe à Igreja Católica”. Gerou-se uma acesa discussão, onde os primeiros temiam que a segunda versão significasse relativismo, enquanto os segundos temiam que a primeira “matasse” o Ecumenismo. O “subsistit in” foi a solução de compromisso entre as duas partes. Por isso é ainda hoje possível que haja alguns que sublinhem o primeiro aspecto, outros que sublinhem o segundo. Mas ambos devem ser vistos conjuntamente.
12. Fundamentalismo católico.... Citas ainda o “famoso” Seminário de Campos:
«…Portanto, só a Igreja Católica é a verdadeira Igreja de Cristo. Todas as outras, ou são seitas ou de um protestantismo mais clássico, ou do carismático…». Aqui se incorre no mesmo problema. Sem uma explicação, está ali uma grande heresia. Mas, numa leitura “benevolente” poder-se-á aceitar que a expressão “verdadeira Igreja de Cristo” tenha um matiz menos exclusivista. Tenho as minhas dúvidas...
...ou subtilezas? Note-se, contudo, que esta página do Seminário de Campos joga muito com a subtileza do uso do “verdadeira(mente)”: sete ocorrências no texto que citaste. Numa leitura menos restritiva, quando diz que «só a Igreja Católica é
verdadeiramente Apostólica e Evangélica» não exclui totalmente as outras, só que as desvaloriza muitíssimo.
Ainda a página que referes do Seminário da Campos, [
www.seminario-campos.org.br] abunda em erros históricos e teológicos. Fico com vontade de lhes escrever, mas já estou metido me muitas discussões... ;-) E para a próxima, se quiseres falar do que realmente a Igreja Católica pensa, procura fontes mais representativas do que realmente pensam os católicos.
Quando digo que «Ao contrário da “N(u)ova Via”, que se mostra exclusivista e contra qualquer forma de Ecumenismo, particularmente com a Igreja Católica, a igreja católica NÃO ensina que ela é a única depositária das doutrinas de Jesus Cristo» não estou a dizer que tu afirmaste isso. Apenas pretendia dizer que este facto que eu afirmo invalida a tua argumentação de que «a igreja católica ensina que ela é a
única depositária das doutrinas de Jesus Cristo,
enquanto os ensinamentos confiados na origem por Cristo aos apóstolos teriam sido transmitidos através de uma série ininterrupta de descendentes até aos bispos católicos do nosso tempo». Ou seja, quando eu digo que a própria Igreja Católica reconhece a sucessão apostólica noutras igrejas, isso mostra que a Igreja não usará esse elemento como “o” elemento distintivo. E tu acabas por dizer algo parecido, mas de uma forma inconsistente. Seria uma idiotice a Igreja Católica usar um elemento distintivo que não é distintivo... Afinal, a sucessão apostólica é distintiva ou não? Vimos que há mais dois critérios... Não valerá a pena repetir, que isto já vai longo...
Alef