[Nota: A participação seguinte foi colocada no <a href=http://www.paroquias.org/visitas.php3>Livro de Visitas</a> mas pelo conteúdo da mensagem, pensamos que faz mais sentido ser colocada aqui no forum. Equipa Paroquias.org]

Eu sou um jovem, sou católico e respeito ao máximo as convicções da religião católica, ainda que não concorde com algumas. Porém, o motivo que me trouxe até ao vosso site tem haver com o facto de eu ter algumas dúvidas, por exemplo:
Será pecado ou condenável aos "olhos" da igreija católica o relacionamento amoroso entre duas pessoas que têm uma relação de parentesco, ou seja, poderão primos ou tio e sobrinha ou tia e sobrinho namorar? Ou por ventura casar pela igreja?

Agradecia que desfizessem esta minha enorme dúvida que paira no meu espírito.

"Convicções da religião católica"? Parece-me que não fazes ideia do que estás a falar...

Não são convicções, tanto quanto doutrina e magistério, fruto do saber de gerações, que se deve praticar convictamente.

Talvez o não concordares com certos aspectos da doutrina tenha que ver em boa parte pelo desconhecimento que tens da globalidade das questões para além da superficialidade. É que ninguém fica esclarecido com pouco...

Sobre a posição da doutrina católica quanto a esse assunto, proponho-te que leias por inteiro os pontos do Catecismo da Igreja Católica compreendidos entre o 1601 e o 1651. Depois, bem documentado com eles, poderás fazer o teu discernimento. E depois, falares com um padre acerca disso talvez ajudasse (espero eu que certamente que ajude).

Abraço,
João

Não é uma questão somente religiosa, mas também civil... e universal, porque se estende a outras religiões.

Falas muito bem João, mas não respondeste à questão que eu coloquei. Eu gostaria de saber a tua opinião acerca do assunto.
Abraço Duarte

Duarte,

Tal como o João, eu sugeria-te uma leitura atenta do Catecismo da Igreja Católica dos parágrafos relativos ao sacramento do Matrimónio (CIC 1601-1666), mas também os parágrafos relativos ao sexto mandamento «Não cometerás adultério», que o próprio te remete para a Sagrada Escritura - Lv 18, 7-20, onde são descritas as relações entre familiares que se devem evitar.

Boa Sorte,
Lugo

Consulta os cânones...! Se for pecado, deve ser considerado impedimento de casamento, não é? :) No Código Civil é impedimento impediente, assim amovível, e as pessoas nessas circunstâcias podem casar.

Bom dia :)

Clara

Bom, a minha opinião, não fundamentada acerca do assunto e por isso sem validade (hoje em dia parece que toda a gente tem a mania de dar a sua opinião sem saber do que está a falar, o que interessa é dizer qualquer coisa...) é de que o casamento entre familiares não é saudável... Até por motivos sociológicos, se nos começássemos todos a casar com a nossa própria família não haveria mutação cultural, interactividade...

Fora disso, o melhor mesmo é leres o que dizem os especialistas, os que estudam e se pôe a par dos assuntos e, depois de teres a tua consciência esclarecida com diversas opiniões e teres bem a noção do que o assunto implica, tomares as tuas decisões. Confesso que foi assunto que nunca me preocupou, desculpa lá não te poder ajudar mais... :o)

Abraço,
João

Tanto quanto sei, até ao quarto grau de parentesco não é possível o casamento sem haver um pedido de dispensa do impedimento. Mas o impedimento pode ser sanado até um certo grau. Basta ver que na nossa história vários reis se casavam com familiares (normalmente primos). Não tenho a certeza, mas creio que é possível licença para um casamento entre primos, mas já não é possível entre sobrinho(a) e tia(o), porque estes são mais próximos em termos de consanguinidade. O melhor é pedir informações a um pároco, que se não souber, perguntará aos canonistas da diocese. E há que ver também o que diz a lei civil sobre isto.

Alef

Uma segunda "achega":

Procurei informar-me e obti os seguintes dados:

- os casamentos entre parentes são inválidos até ao quarto grau (Código de Direito Canónico, can. 1091, §§1,2).

- a relação de parentesco entre tio-sobrinha ou tia-sobrinho é chamada de terceiro grau; a relação entre primos é considerada de quarto grau, ambos de chamada "consanguinidade colateral" (colateral porque um não é descendente do outro, mas ambos têm um ascendente comum).

- é possível pedir dispensa do impedimento para alguns graus de parentesco, como são os casos mencionados (primos e tio(a)-sobrinha(o)); A DISPENSA DEVE SER PEDIDA AO BISPO DA DIOCESE.

- (não consultei a legislação civil; em alguns sítios estes casamentos são proibidos, noutros não; desconheço o que diz a lei portuguesa sobre o assunto; há por aí algum advogado?).

Alef

oops, errata: onde está "obti" leia-se "obtive"...

k'horror... ;-)

herrar é umano... :-)

Veja-se um artigo curioso no «Público» de hoje: <a href=http://jornal.publico.pt/2002/04/05/Ciencias/H02.html target=_blank>Filhos de Primos Direitos Não Correm Riscos Genéticos Acrescidos</a>.

Alef

Bem diz o povo "quanto mais prima..."

Ola!

Fiquei sem perceber nada...

Entao aqui nao ha padres e advogados leitores?

So sei dizer que nunca casava com um primo, ou tio! Primo se fosse do lado paterno, materno nao faz mal!!! Porque cada um tem o sangue paterno...