Comunidade Portuguesa no Canada, precisa de um padre!

Aonde nos podemos dirigir?

Joana

gl34@hotmail.com

Vai a Africa . Antigamente havia muitos padres porque embora existisse o celicato a miseria era tanta que as familias pobres que queriam por os filhos a estudar não tinham outra opçcão a não ser envia-los para os seminarios e assim nasceram muitos Padres. Mas agora a conversa é outra , com as escolas publicas e como melhorou o nivel de vida as vocações "desapareceram " e realmente verdadeiramente Padres e com verdadeira capacidade de darem a sua vida a Deus só devem ser dois por cento dos padres se tanto. Portanto e atendendo à miseria que vai em Africa de certo que os seminarios que por lá existem devem estar cheios :) aqui está tudo uma miseria faltam Padres e de que maneira:)
cristina

A falta de Padres tem vindo a verificar-se a situação ainda não é uma calamidade mas pouco deve faltar. Infelizmente o acompanhamento que os Padres deviam fazer às pessoas é muito pobre. As pequenas paroquias fecham e hoje os Padres já nem conhecem quem vai à sua Igreja. O acompanhamento espiritual que devia ser feito é uma ilusão os padres trabalham feitos desgraçados e não têm mãos a medir.
Esta é uma questão sobre qual todos os catolicos deveriam reflectir mas parece que poucas gente se preocupa com o assunto. Pelo que me parece as principais causas desta falta de vocações são as seguintes:

Má imagem de Igreja - o facto de terem existido muitos maus testemunhos de Padres envolvidos em diferentes formas de corrupção levou a uma grande falta de respeito pela Igreja em geral . Situação agravada pela comunicação social que se empenha em só anunciar os maus testemunhos e pouco ou nada refere acerca daqueles que se têm empenhado grandemente na Igreja dando efectivamente a sua vida a Deus.
Falta de espiritualidade- Vivemos numa sociedade materialista sem educação espiritual nenhuma . A nivel de Igreja tem-se de renovar todo o sistema de catequese e a nivel de escola oficial é essencial a dignificação da disciplina de Moral que mais não passa de que uma cadeira para ter umas conversas giras. A matematica é que tem valor . Com esta educação os miudos de 10 e 12 anos desprezam a espiritualidade e todos os assuntos relacionados. Padre ? Que horror'? Já lá vai o tempo em que eram considerados e respeitados pelo povo , hoje são mais admirados os engenheiros ou o pessoal que anda de BMW.
Celibato_ O celibato é uma questão também muito importante e essencial no processo. Se dantes se vivia o conceito de espirito e de corpo como sendo independentes hoje já ninguém Vê as coisas assim . O corpo era facilmente castigado e o castigo era visto como uma forma de enriquecimento espiritual . Hoje temos uma concepção diferente e muitos duvidam do valor dos sacrificios pessoais como meio de atingir certos estadios de espiritualidade. Ninguém está para grandes sacrificios e abdicar de ter um mulher para ser padre ninguém arrisca , especialemente na epoca em que vivemos ´pos revolução sexual em que se enfatizou desmedidamente o sexo . Hoje tudo é sexo e tudo dá prazer, o sexo até faz bem à pele. Com esta cultura de sexo , como fonte de vida e de prazer ninguém arrisca a viver só.
Dificuldades acrescidas - Ser celibatario acho que é possivel e bom para quem vive em comunidades religiosas , mas para um Padre que tem de viver em contacto permanente com mulheres acho que é uma tarefa muito dificil . Imaginemos um padre dos seus 45 anos , já meio doente , começa a ficar deprimido e a perder a força da juventude , aparece uma mulher a confessar as suas desgraças a sua infelicidade: confessa uma , confessa duas e à terceira confissão o padre não aguente mais e confessa-se a ela também e Adeus Padre , menos um. Ou então é mais um caso de um padre que não se portou bem e depois tem de carregar com a sua culpa perente o povo que o começa a olhar com maus olhos.
As pessoas pouco se preocupam mas eu acho o celibato um atentado aos direitos fundamenteis do ser humano nos dias de hoje , especialmente porque é só uma questãos disciplinar. Os Padres deviam casar e se dessem mau testemunho então rua com eles. temos de ser exigentes , se não tem perfil não é Padre . Isto de andarmos a fechar os olhos é muito mau depois as pessoas chamam-nos de hipocritas e não deixam de ter alguma razão.
A igreja catolica também , não tem sabido aproveitar os Padres que têm saido da Igreja excelentes homens que o unico pecado que tiveram foi o de amar uma mulher . Ridiculo afastar um padre de uma Igreja , ter de deixar de ser Padre porque ama uma mulher. Ridiculo mesmo.
Cristina

A propósito do tema citado recomendo vivamente a leitura do livro " Verdades " de Dário Pedroso , sj , um livro onde fala de alguns problemas actuais da Igreja Catolica , numa linguagem muito simples e clara e onde faz apelo ao verdadeiro catolicismo , a não perder. Um livro pequenino de grandes palavras.
A maior parte dos padres não querem o celibato , os fieis de certeza que também não se opõem a essa transformação , não sei porque esperam...enfim.

Dois ou três pensamentos me suscitam a mensagem que abre este tópico.

Por um lado, estamos em tempo de "vacas magras", e "a manta é curta". As comunidades portuguesas não podem pensar que Portugal produz padres "para exportação"... A crise chegou a todo o lado...

Por outro lado, deve-se fazer a pergunta: por que razão os católicos emigrantes de outros países, como os orientais (por exemplo, Coreanos e Vietamitas) ou latino-americanos, têm "dado" bastantes padres e o mesmo, com algumas excepções, não aconteceu com os portugueses? Será porque os aspectos económicos e financeiros se sobrepuseram a outros? Será porque os portugueses idos para os EUA e Canadá se mantiveram num catolicismo arcaico que nada diz às gerações mais novas, que preferem fundirem-se com as sociedades locais e até ignorar a cultura e a língua portuguesa, não mantendo mais do que uma ligação simbólica às festas tradicionais, gastronomia típica e alguns contactos com familiares em Portugal, sobretudo nas ilhas?

Finalmente, e isto é válido também para a questão da falta de padres em Portugal, é necessário que se debatam novas formas de viver em paróquia e como fazer face à escassez de párocos e pensar nisto antees de estar à espera que algum papa ou concílio autorize o casamento dos padres. Há muito a fazer no que diz respeito a diáconos permanentes e há também muitos padres com formação para párocos que estão a fazer trabalhos de burocracia por essas dioceses que outras pessoas podiam fazer muito bem... Há muito clericalismo e teias de aranha a varrer por aí fora...

Alef